EUA avaliam ação contra cartéis na Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (27) que o governo americano pretende ampliar sua atuação contra grupos de narcotráfico ligados à Venezuela, com a possibilidade de iniciar operações terrestres “muito em breve”. A fala ocorreu durante uma videoconferência com militares no Dia de Ação de Graças e representa uma mudança no formato das ações até então adotadas, concentradas sobretudo em rotas marítimas. A afirmação reacende preocupações diplomáticas e gera dúvidas sobre o alcance e as implicações de uma eventual intervenção.

Mudança de foco após operações no mar

Nos últimos meses, autoridades americanas intensificaram ações navais contra embarcações suspeitas de transportar drogas oriundas da Venezuela. Segundo Trump, essa estratégia reduziu significativamente o fluxo marítimo, o que teria levado grupos criminosos a buscar novas rotas por terra. Sem fornecer detalhes operacionais, o presidente afirmou que o país está preparado para ampliar o escopo das operações para conter o tráfico em zonas terrestres, classificando essa etapa como “mais simples” para impedir que as remessas continuem.

A ausência de informações oficiais sobre como essas ações ocorreriam, se restritas a fronteiras, áreas de trânsito ou além delas, alimenta a incerteza sobre os limites da operação. Especialistas observam que uma ofensiva terrestre, dependendo de sua configuração, pode ter impactos muito mais amplos que as ações marítimas já conhecidas.


Donald Trump (Foto: reprodução/ Pete Marovich/Getty Images Embed)


Reação imediata da Venezuela

A fala de Trump provocou uma resposta rápida de Caracas. O governo de Nicolás Maduro afirmou que qualquer ação considerada intrusiva será tratada como ameaça à soberania nacional. Autoridades venezuelanas informaram que setores das Forças Armadas foram colocados em prontidão, especialmente a Força Aérea, para responder a possíveis movimentações militares.

O histórico recente de tensões entre os dois países contribui para que o anúncio seja visto com cautela. A relação diplomática já é marcada por disputas políticas, sanções e troca de acusações envolvendo segurança regional e tráfico internacional de drogas.

Preocupações regionais e diplomáticas

A possibilidade de operações terrestres gera inquietação entre observadores internacionais e governos da América Latina. Além do impacto direto sobre o combate ao narcotráfico, a medida pode alterar o equilíbrio político e militar no norte do continente, especialmente se houver risco de confronto entre forças dos dois países.

Analistas também alertam para efeitos colaterais: aumento de fluxos migratórios em áreas de fronteira, tensionamento de tratados regionais de segurança e dificuldades para organismos multilaterais atuarem em zonas afetadas. Outro ponto de preocupação é a falta de clareza sobre eventual cooperação com países vizinhos à Venezuela, que poderiam ser impactados logisticamente por movimentações militares.

Expectativa por desdobramentos

Até o momento, o governo dos EUA não apresentou um cronograma oficial nem especificou os moldes jurídicos ou diplomáticos da operação mencionada por Trump. A sinalização, porém, é suficiente para recolocar o tema na agenda internacional e intensificar discussões sobre o papel dos EUA no combate ao narcotráfico na região.

O anúncio deve continuar repercutindo nos próximos dias, especialmente conforme autoridades americanas esclareçam, ou não, a extensão da estratégia e os objetivos da possível ação por terra.

María Corina Machado afirma que transição de poder chegou na Venezuela

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, deu uma entrevista ao “The Economist” e afirmou que já foi iniciada a transição de poder no país e o regime já está sentindo medo da mudança. Ela declarou apoio à ação militar dos Estados Unidos para capturar Nicolás Maduro.

Ela ainda reafirmou que as acusações do governo americano sobre a ligação do presidente venezuelano com cartéis de narcotráfico são verdadeiras e elogiou o deslocamento das tropas americanas e as sanções financeiras aplicadas.

Mudança no poder venezuelano

María ficou conhecida internacionalmente nas últimas eleições presidenciais da Venezuela, em 2024, quando fez uma denúncia de uma suposta fraude na apuração das urnas. Ela convocou a população a ir às ruas em manifestações e buscou apoio em órgãos internacionais. Ela, com Edmundo González, candidato escolhido pela oposição após ter sido impedida de concorrer às eleições, recebeu 67% dos votos e assim, González seria legitimamente o novo presidente da Venezuela. Vários países declaram apoio à dupla, mas Maduro acabou tomando posse e se mantendo no poder.

Ela afirmou que a Venezuela está mais próxima de uma transição política nos últimos 25 anos. E que finalmente a comunidade internacional reconheceu a natureza criminosa do regime de Maduro e está respondendo de acordo. Ela afirmou a revista que: “Pela primeira vez, essa pressão está fragilizando o sistema por dentro: seus operadores não confiam mais uns nos outros; as facções se culpam mutuamente pelas perdas; e o medo no regime é palpável. A ameaça que antes projetavam para o exterior agora os consome.”

A mobilização militar começou em agosto, quando os Estados Unidos começaram a enviar um forte aparato militar para o mar do Caribe. A Casa Branca afirma que a missão é voltada ao combate internacional de drogas. E pouco tempo depois, o governo americano dobrou a recompensa para quem der informações que auxiliem na prisão de Nicolás Maduro, além de deixarem bem claro que o objetivo da ação é tirar Maduro do poder.


Nicolás Maduro canta “Imagine” de John Lennon em um comício (Foto: Reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Possibilidade do diálogo

Recentemente, os presidentes Nicolás Maduro e Donald Trump sinalizaram que existe uma possibilidade de diálogo no meio de toda a tensão que cresce entre os dois países. Essa mudança aconteceu após a chegada do USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, no mar do Caribe.

Apesar de Maduro afirmar que a ação no mar do Caribe tem o objetivo de tirá-lo do poder e pegar as reservas de petróleo da Venezuela, o presidente venezuelano está misturando seu discurso entre a soberania venezuelana e apelos pela paz. Em suas últimas aparições públicas, Maduro chegou a falar algumas frases em inglês. No último domingo (16), ele chegou a cantar uma parte da música “Imagine” de John Lennon, conhecida como o hino da paz.

O governo americano afirma que a operação é para combater o tráfico de drogas, e que planeja classificar o Cartel de los Soles, que o país norte-americano afirma que Maduro é o líder, como uma organização terrorista. Trump falou no início do mês, que os dias do presidente venezuelano no poder estão contados e que, apesar de ele estar considerando a possibilidade do diálogo com Maduro, ele reafirma que a operação militar na Venezuela não está descartada.

USS Gerald R. Ford: maior porta-aviões do mundo chega na costa da Venezuela

Nesta terça, mediante um comunicado oficial da Marinha dos EUA, o USS Gerald R. Ford, também conhecido como o maior porta-aviões do mundo, entrou na “área de operações” da América Latina. Ele fará parte da operação ordenada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para combater o narcotráfico na região do Caribe.

A presença da embarcação também é uma forma de mostrar a pressão contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, o que aumenta o alerta de que tenha operações militares estadunidenses no país da América do Sul.

O USS Gerald Ford

Batizado em homenagem ao ex-presidente Gerald Ford, abriu uma nova classe de porta-aviões da indústria militar americana. Também é considerado o maior, mais letal e adaptável porta-aviões do mundo e o mais moderno e tecnologicamente avançado dos EUA.

Foi incluído no arsenal americano em 2017, o que é considerado recente no mundo militar. Seu comprimento total é de 332,85 m, sendo sua pista de pouso e decolagem de 76,8 m e com a capacidade de abrigar até 90 caças e helicópteros. Pesa em torno de 100 mil toneladas com a capacidade de lançar mísseis e metralhadoras. Abrigando até 5000 tripulantes.

Sua localização exata não foi informada. Após ele cruzar o Estreito de Gibraltar, o USS Gerald Ford teve seu transponder desligado. Essa medida é muito comum em operações militares visando manter a localização do navio em sigilo.

A Marinha americana em nota afirmou que: “A chegada das forças marítimas ocorre após o Secretário de Guerra, Pete Hegseth, ter ordenado que o Grupo de Ataque de Porta-Aviões apoiasse a diretiva do Presidente para desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narco terrorismo em defesa da Pátria.”


A embarcação USS Gerald Ford (Foto: Reprodução / U.S. Navy / Getty Images Embed)


Embarcações no Caribe

A presença militar dos EUA no mar do Caribe é vista pela imprensa americana como um sinal da “grande expansão” da campanha americana e a pressão que o governo de Trump e suas tropas militares estão fazendo contra o governo de Maduro só aumenta. A relação entre os dois países deixa toda a região com alerta para a possibilidade de operações militares de tropas americanas na Venezuela.

O Governo Trump nomeou os cartéis de drogas da América do Sul como organizações terroristas, além de ordenar operações militares contra eles com a justificativa de parar o fluxo de drogas que entra nos Estados Unidos. O governo americano também acusa Maduro de ser o chefe do Cartel de Los Soles e o presidente Trump já falou que os dias de Maduro como presidente da Venezuela estão contados.

Nicolás Maduro está preparando seu país para lutar em esquema de guerra caso haja uma invasão militar dos Estados Unidos por terra. O exército venezuelano estaria instruído a se dispersar e se esconder em caso de ataque, já que seu arsenal militar é defasado e será usado de forma estratégica.

Pai cria time de futebol para a filha ter oportunidade de jogar e disputa Libertadores

Após a frustração de ver sua filha de 12 anos sem lugar para treinar durante a pandemia da Covid-19, Freddy Da Rocha criou o time de futebol feminino ADIFFEM (Academia Integral de Fútbol Femenino) em 2021. Hoje o time é bicampeão nacional da Venezuela e disputou a Libertadores 2025 pelo grupo B.

O desejo do pai de ver sua filha brilhando no esporte e crescendo na carreira já transformou, em menos de cinco anos de existência do clube, a vida de mais de 80 garotas. Na Libertadores 2025, as jogadoras do ADIFFEM disputaram partidas contra os times Ferroviária, Boca Juniors e Alianza Lima.

De pai a presidente de time

Em janeiro de 2021, Freddy Da Rocha começou a sua trajetória no futebol feminino. Ao contrário do que muito se vê, Freddy não é um ex-atleta, ele não chegou ao esporte como profissional, mas como pai. Naquele momento em que o time estava começando, eram apenas 15 meninas jogando nas quadras de La Guacamaya, sem muita estrutura, mas com muita vontade.

Ele não fez tudo sozinho, ao seu lado tem a María Gisela Núñez, jogadora experiente, que bastante agregou no projeto com conhecimento técnico. Além disso, María Gisela é uma figura feminina, a qual traz inspiração e sensibilidade, conhecendo as necessidades que as meninas precisam para vencer os desafios diários.


Freddy da Rocha segurando o troféu de campeão venezuelano (Foto: reprodução/Instagram/@adiffem)

Desafios do futebol feminino na Venezuela

Apesar dos grandes resultados já alcançados pelo time em poucos anos, Rocha falou um pouco sobre as dificuldades ainda encontradas para o futebol feminino na Venezuela. A liga nacional não conta com jogadoras estrangeiras e falta confiabilidade nos dados sobre transferências e contratações das jogadoras.

Contudo, ainda há abertura para as jogadoras treinarem em outros países, como o Brasil. Segundo dados do jornal Lance!, no Brasileirão Feminino 2025, cerca de 40 jogadoras estrangeiras participaram da competição.


Time do ADIFFEM com equipe técnica em um dos palcos da Libertadores feminina 2025 (Foto: reprodução/Instagram/@adiffem)

Orgulhoso, Freddy conta: “De ser um pai buscando uma solução para que minha filha pudesse continuar jogando, me tornei presidente de um clube bicampeão nacional”. Futebol segue sendo o esporte da inclusão, igualdade e transformação social, o ADIFFEM é prova disto.

Maduro faz apelo em inglês: “No crazy war, please” e pede que EUA evitem escalada militar

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou uma expressão em inglês — “No crazy war, please” (“Não à guerra maluca, por favor”) — para fazer um apelo à administração dos Estados Unidos em meio a um aumento da mobilização militar americana em águas próximas à costa venezuelana. O discurso, marcado por tom de conciliação, ocorre em meio à tensão crescente entre os dois países, que observam manobras navais, bombardeios de embarcações suspeitas e acusações mútuas de provocação.

Contexto e motivos do apelo

Em pronunciamento feito no evento de juramentação de uma comissão sindical chavista, Maduro direcionou diretamente o recado à Casa Branca, dizendo que a Venezuela rejeita uma escalada descontrolada: “Yes peace, yes peace, forever, peace forever” (“Sim à paz, para sempre”). Em seguida brincou com sua própria pronúncia improvisada do inglês, afirmando tratar-se de “linguagem tarzaneada”.

O apelo surge após episódios em que forças americanas teriam atacado embarcações próximas à costa venezuelana, supostamente envolvidas com narcotráfico, o que Caracas interpreta como parte de uma estratégia de cerco e “mudança de regime”.


Presidente Nicolás Maduro (Foto: reprodução/FEDERICO PARRA/Getty Images Embed)

Tensão militar e reação venezuelana

A Venezuela, por sua vez, responde incrementando exercícios militares em sua costa, com o presidente agradecendo publicamente a aliados como Rússia e China por equipamentos de defesa que, segundo ele, visam evitar qualquer “agressão externa”. Maduro reforçou que o país está pronto para defender sua soberania, porém buscou transmitir uma mensagem de que a guerra não está nos planos e que a diplomacia ainda deve prevalecer.

Especialistas em relações internacionais apontam que o recado em inglês tem duplo objetivo: amenizar a imagem venezuelana perante a comunidade internacional ao mesmo tempo em que fortalece o discurso interno de resistência ao que o regime considera pressão dos EUA.

Impactos para a diplomacia e o Caribe

O uso desse tipo de linguagem — misturando inglês e espanhol, com declarações públicas de apelo — evidencia uma tentativa de Maduro de posicionar a Venezuela como um ator que prefere o diálogo, mas que se coloca preparado para o embate.

Para os Estados Unidos, essas declarações representam um desafio diplomático em um momento em que o foco se expande do Oriente Médio ao Caribe em questões de segurança e narcotráfico. A região se mantém sob alerta, já que qualquer erro de cálculo pode desencadear uma crise maior entre superpotência e país latino-americano aliado a poderes como a Rússia e a China.

Maduro critica autorização de Trump a operações secretas na Venezuela

Na noite desta quarta-feira(15), o presidente da Venezuela Nicolás Maduro fez duras críticas a autorização do presidente dos Estados Unidos Donald Trump a CIA para operações secretas no país sulamericano.

As críticas foram feitas em um discurso realizado na Venezuela, mas sem mencionar diretamente a outorga de Trump, a qual chamou de golpe de Estado da CIA.

Maduro criticou oposição fora do país

Durante o discurso, Maduro criticou a oposição, a qual chamou de covarde por não estar no país e por segundo ele pedir os Estados Unidos para bombardear ou atacar militarmente um país onde reside uma população nobre cujo objetivo é trabalhar e viver em paz.

Maduro ainda relembrou campanhas militares da CIA no Afeganistão, Iraque e Líbia, chamando de guerras eternas e fracassadas. Além disso, classificou as ameaças dos Estados Unidos como guerra psicológica.


Trecho do discurso de Nicolás Maduro (Vídeo: Reprodução/X/@somoscorta)

Outro agente do governo venezuelano que se pronunciou sobre a autorização de Trump foi o Ministério de Relações Exteriores, que classificou a declaração do presidente estadunidense como belicista e extravagante e que as políticas adotadas são de ameaça, assédio e agressão. Na nota, o governo venezuelano afirma que os EUA querem tirar Maduro do poder e também admite pela primeira vez que o objetivo da operação é os Estados Unidos se apropriarem das reservas petrolíferas venezuelanas, de onde os EUA compram petróleo desde o início da guerra russo-ucraniana.

Operação já era analisada desde setembro

De acordo com a imprensa estadunidense, uma operação que incluia ataques na Venezuela já eram discutidas pela Casa Branca desde setembro em busca de tirar Nicolás Maduro da presidência da Venezuela e combater cartéis de drogas que supostamente estariam presentes no país.

O próprio Maduro é acusado pelos Estados Unidos de liderar um cartel de drogas chamado Cartel de los Soles, o que o presidente venezuelano nega veementemente, mas o torna alvo legítimo para o governo estadunidense que considera o cartel como organização terrorista.

Em agosto, Trump já tinha anunciado o envio de embarcações e aeronaves militares para o Caribe em uma área próxima à Costa venezuelana. Além disso, foi anunciada uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.

EUA tem bombardeado navios no Caribe

Os Estados Unidos estão desde setembro bombardeando embarcações no Mar do Caribe com a alegação de serem embarcações pertencentes ao tráfico de drogas. No ataque mais recente, seis pessoas foram mortas em Águas Internacionais, o que é considerada uma violação dos direitos internacionais.

O governo da Venezuela pede investigação a órgãos internacionais e países estrangeiros, afirmando que os EUA estão bombardeando pescadores na Costa venezuelana.

Órgãos internacionais criticam a operação, afirmando que vai contra as leis nacionais tanto por se tratarem de execuções sumárias como pelos ataques serem feitos em Águas Internacionais.

A pauta é discutida no Conselho de Segurança da ONU, que vê com preocupação um novo conflito no Mundo, desta vez na América Latina, que é um continente que tem registrado poucos conflitos nos últimos anos.

Trump autoriza ações secretas da CIA contra Venezuela

O jornal americano “The New York Times” divulgou nesta quarta (15) que o governo de Donald Trump autorizou que a Agência Central de Inteligência (CIA) faça operações secretas contra a Venezuela visando tirar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do poder.  No mês passado, a imprensa americana também havia informado que o governo americano estava avaliando uma operação militar com alvo a possíveis estruturas ligadas a cartéis de drogas, podendo resultar em ataques à Venezuela.

Essa ação da Cia representa mais uma investida contra o presidente venezuelano, acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, grupo que recentemente o governo americano classificou como organização terrorista internacional envolvida no tráfico de drogas. 

A carta-branca de Trump

Segundo o “The New York Times” essas ações podem incluir operações letais. O alvo seria o governo venezuelano, principalmente Maduro, porém, não está claro se a CIA já planejou ou quando essa operação pode ocorrer. 

Trump confirmou que autorizou as operações porque a Venezuela tem enviado drogas e criminosos para os Estados Unidos. Mas preferiu não responder quando jornalistas perguntaram se ele tinha conferido autoridade aos agentes da CIA para eliminar o presidente venezuelano. 

A relação entre EUA e Venezuela nos últimos meses tem ficado cada vez mais tensa e preocupante. Em agosto, o Departamento de Justiça dos EUA ofereceu uma recompensa de US$50 milhões para informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, quem eles consideram um fugitivo. E logo após, o governo americano enviou navios e aeronaves militares para uma área próxima à costa da Venezuela, no Caribe. 

O jornal também afirmou que dificilmente se tornam públicas as ações secretas da CIA, que alguns integrantes do Congresso podem ser informados, mas são proibidos de dar qualquer detalhe. Uma das exceções mais conhecidas foi a operação que ocasionou a morte do terrorista Osama Bin Laden, responsável pelo ataque do 11 de setembro. No entanto, só foi anunciada após a conclusão da ação. 


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: reprodução/Pedro Mattey/Getty Images Embed)

Os ataques

Desde setembro, os Estados Unidos bombardeiam barcos que eles dizem ser de organizações narco terroristas envolvidas com o transporte de drogas para o país norte-americano. 27 pessoas morreram. O mais recente foi na última terça (14), militares atingiram, em águas internacionais, um barco próximo à costa da Venezuela, o ataque matou 6 pessoas, segundo Trump. 

Especialistas dizem que o aparato militar levado ao Caribe pelos EUA é incompatível com uma operação militar contra o tráfico de drogas. Pelo menos 7 navios foram enviados, incluindo um esquadrão anfíbio, um submarino nuclear e aviões espiões P-8 sobrevoam a região, em águas internacionais, além de 4.500 militares. 

A Casa Branca não comenta claramente quais são os objetivos militares dessa operação, mas Trump, apesar de recusar a falar se ordenará ou não um ataque contra Venezuela, deixou claro que autorizou aos militares irem contra caças venezuelanos que ofereçam risco aos Estados Unidos. 

Já na Venezuela, está sendo criada uma mobilização com militares e milicianos para defender o país caso haja um ataque. Civis também estão sendo treinados. 

A comunidade internacional tem criticado fortemente as operações. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por ser um caso de “execuções extrajudiciais ilegais”. Já o Conselho de Segurança da ONU, em uma reunião na última sexta (10), levantou preocupações sobre a execução de civis sem julgamento e com a possível escalada militar. 

O governo venezuelano pediu para a comunidade internacional investigar os ataques e afirmou, contrariam as falas do governo americano, que as vítimas eram pescadores.

María Corina Machado ganha Prêmio Nobel da Paz 2025

O Prêmio Nobel da Paz 2025 foi entregue para María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, nesta sexta-feira (10). A ganhadora foi reconhecida pela liderança e sua luta a favor da democracia e direitos humanos da Venezuela. Além disso, é recebido uma premiação em dinheiro de 11 milhões de coroas suecas (R$ 6,2 milhões na cotação atual). María se tornou a 20ª mulher a ganhar o Nobel.

A luta de María Corina

A líder da oposição está nessa luta desde as eleições no país, em 2024, onde ela havia contestado duramente os resultados que fizeram o atual presidente, Nicolás Maduro, ser reeleito, alegando que não houve transparência e que a vitória de Maduro nunca foi reconhecido na área internacional até hoje. Vale destacar que ela havia sido impedida de eleger naquele ano e sofre muita repressão do regime atual. Corina havia sido presa ano passado e vive escondida na Venezuela enquanto luta pelos direitos do povo venezuelano.


María Corina Machado discursando para o povo da Venezuela (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)

Motivações por trás da escolha

A escolha atendeu critérios de efeito duradouro, alcance internacional e risco pessoal enfrentado pelo vencedor ou vencedora. Entre as justificativas estão avanços em processos de mediação entre partes rivais, participação na reconstrução pós-conflito e promoção de direitos humanos fundamentais, inclusive para grupos vulneráveis. O comitê pontuou que o prêmio também serve para inspirar outras iniciativas semelhantes no mundo inteiro.

Reações internacionais

A notícia foi saudada por governos, organizações humanitárias e especialistas em política internacional. Em países diretamente envolvidos nos contextos de atuação do laureado, houve manifestações de apoio e comemoração. Alguns críticos questionaram se a escolha é simbólica ou se terá respaldo político real para provocar mudanças concretas sobre o terreno.

O legado e os desafios

Receber o Nobel da Paz implica responsabilidade. A expectativa é que o ganhador use o prêmio como plataforma para ampliar sua voz global, garantir segurança às suas iniciativas e consolidar acordos que já mostram sinais de fragilidade. Ao mesmo tempo, haverá pressão para que os resultados tangíveis se confirmem nos próximos anos.

Maduro envia carta aos EUA para desmentir boatos sobre ligação com tráfico de drogas

Em carta divulgada pelo governo venezuelano aos EUA no último domingo (21), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desmentiu ser um traficante de drogas, como o governo americano o acusava. A correspondência é datada em 6 de setembro, dias após um ataque dos norte-americanos a uma embarcação, que, segundo o presidente americano Donald Trump, transportava pessoas ligadas ao tráfico de drogas.

Ainda na carta, Maduro se coloca à disposição para um diálogo com o Trump, mencionando o diplomata Richard Grenell como uma pessoa fundamental nesse trabalho.

Desmentindo boatos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contatou os EUA para desmentir boatos acerca da ligação do país sul-americano ao tráfico de drogas, como Trump acusou. Maduro usa o espaço para afirmar que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas ao território americano por meio da Venezuela. 70% dessas substâncias, segundo o líder venezuelano, são destruídas e neutralizadas pelas autoridades do país.

Maduro ainda escreveu que deseja derrotar as falsidades que vêm desmanchando o relacionamento entre ele e o governo Trump, que espera ser histórico e pacífico. Para isso, o líder da Venezuela conta com Richard Grenell, diplomata norte-americano, que resolveu o contratempo sobre as alegações de que a Venezuela não estaria recebendo pessoas naturais do país que foram deportadas dos EUA.

Mesmo sob protestos, os voos que transportam imigrantes venezuelanos ilegais nos EUA continuam funcionando, segundo autoridades ligadas ao tema.


Após ordem de Trump, frota naval dos EUA aumenta a presença nos mares caribenhos (Foto: reprodução/Daniel Gonzalez/Anadolu via Getty Images Embed)

Guerra contra os cartéis

No último dia 2 de setembro, quatro dias antes da carta escrita por Maduro, os EUA atacaram um navio venezuelano, matando 11 pessoas, que, segundo Donald Trump, pertenciam à gangue Tren de Aragua e estavam ligadas ao tráfico de drogas.

Nas últimas semanas, Trump tem priorizado a pauta do combate aos cartéis venezuelanos através do reforço naval no Mar do Caribe. Membros do governo americano disseram que o reforço naval pretende interromper a entrada de substâncias ilícitas aos EUA.

Trump tem “subido o tom” contra a Venezuela. No último dia 15, por exemplo, o líder norte-americano escreveu na Truth Social que ordenou um ataque contra “narco terroristas venezuelanos”, que deixou 3 mortos.

Já no último sábado (20), Trump exigiu que o governo venezuelano receba os deportados que anteriormente foram enviadas de maneira forçada aos EUA, segundo palavras do republicano.

Maduro anuncia uso de armas de fogo como treinamento para a população

Devido a tensão se aumentando com os Estados Unidos, com o envio dos navios americanos ao Caribe, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (18) que enviará militares paras as comunidades para ensinar a população sobre como utilizar armas de fogo. A medida contempla pessoas que já se alistaram voluntariamente, tanto homens quanto mulheres, com o objetivo declarado de torná-los capazes de lidar com esse tipo de armamento. O treinamento irá acontecer neste sábado (20).

Mobilização e ações concretas

Segundo o anúncio, a Força Armada Nacional Bolivariana conduzirá atividades diretamente nas comunidades, nos bairros, com uso de instalações militares. As ações vão englobar instruções práticas, manuseio de armas e orientações operacionais. Essa será a primeira vez que os quartéis se deslocam para ministrar treinamento além de seus limites militares tradicionais.

O anúncio repercute com preocupação dentro e fora da Venezuela. Grupos de defesa dos direitos humanos questionam os riscos de conflitos armados internos, uso indevido de armas por civis e aumento de violência. Especialistas em segurança alertam para a necessidade de clara regulamentação, supervisão e limites firmes, para que esses treinamentos não se transformem em incentivos à militarização do cidadão comum.


Maduro falando com a mídia (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)

Escalada das tensões

A iniciativa vem em um clima de tensão que está escalando muito com os Estados Unidos, que recentemente mobilizou navios e aeronaves no Caribe e o seu motivo de realizarem tal ação, é devido ao combate ao narcotráfico. O governo Maduro aponta que essas medidas, são tomadas em função dessas ações externas percebidas como ameaças, e em defesa da soberania venezuelana. Apesar do tom bélico, o presidente afirma que não se trata de um preparo ofensivo, mas sim de uma autoproteção em cenário de pressões políticas externas. O presidente também acusou Washington, que já destruiu embarcações na região sob alegação de estarem transportando drogas, de planejar uma invasão ao seu país. Já o governo de Donald Trump, acusa Maduro de ser afiliado ao narcotráfico, chegando a oferecer 50 milhões de dólares pela sua captura e além disso, ele não é reconhecido pelo país americano e pelas principais democracias da Europa, como presidente da Venezuela.