Nova variante da Covid-19 está em circulação no Rio de Janeiro

Na última terça-feira (15), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou no site da instituição que a nova variante da Covid-19 está em circulação na cidade do Rio de Janeiro.

A nova variante chamada XFG foi identificada em 46 casos diagnosticados de covid-19 entre os dias 1° e 8 de julho, correspondendo a 62% dos genomas analisados durante este período.

O sequenciamento dos genomas virais foram feitos através do IOC (Instituto Oswaldo Cruz) pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enteovírus e Emergências Virais. A conclusão das análises e os resultados foram comunicados à secretaria e ao ministério público no último dia 12.

Dentre os estados identificados com a circulação da nova cepa, o Rio de Janeiro ocupa a quarta posição. Antes dele outros estados já haviam sido identificados com a nova variante. São eles: Ceará, 6 casos; Santa Catarina, 3 casos e São Paulo com 2 casos.


Nova variante da Covid-19 circula no RJ (Vídeo: reprodução/YouTube/@RevistaTVMeio)

Nova cepa XFG

No dia 26 de junho deste ano a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou a XFG como “variante sob monitoramento”, pois, após ser detectada no Sudeste Asiático, vem se espalhando de maneira ágil em diversos países.

A nova variante possui mutações em seu genoma, porém não há indicio de que possua maior gravidade ou que tenha causado um grande impacto na eficácia das vacinas e dos antivirais.

Segundo a OMS, o risco associado a nova linhagem é baixo, mas é importante estar atento e vigilante. Paola Resende, que faz parte do grupo técnico da OMS, diz que a XFG é uma recombinante de outras duas linhagens e possui algumas mutações na proteína Spike que pode causar uma pequena fuga da imunidade pelos anticorpos, mas que não há ainda evidências do aumento da gravidade da doença.

Por estes motivos a nova cepa está classificada como “variante sob monitoramento” porque é preciso mais atenção para poder identificar algumas possíveis mudanças de padrão, continuou. Paola também reforçou a importância da vacinação e dos cuidados preventivos, como lavar as mãos, ser cauteloso com aglomerações e utilizar máscara ao sentir sintomas gripais. Os cuidados devem ser tomados não só para a covid-19, mas também para com vírus da influenza.

Parceria e controle

Diante do pequeno aumento repentino de casos da doença na cidade do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde comunicou a IOC para averiguar o cenário epidemiológico, firmando parcerias para melhor identificar a circulação da nova cepa.

As amostras biológicas dos pacientes diagnosticados são enviadas para o Instituto para que o sequenciamento genético seja realizado. Desta maneira é possível que o município obtenha mais rapidamente as respostas sobre a mudança de circulação do vírus.

De acordo com Caio Ribeiro, coordenador de Informática Estratégica de Vigilância em Saúde da SMS, está parceria engloba diversas etapas que passam pelo treinamento de profissionais da rede municipal para estarem aptos para a coleta das amostras até a logística para o envio destas amostras para análise. Ele reforça que conforme os resultados obtidos e possível avaliar o risco das novas variantes e antecipar, caso seja preciso, a comunicação à população, o aumento de leitos e a reposição de insumos.

A vacina atualizada da Covid-19 está disponível nas 241 salas de vacinação na cidade do Rio de Janeiro para idosos acima de 60 anos. No mês de agosto estará disponível para pessoas que possuem comorbidades e conforme novas doses estiverem disponíveis, outros grupos prioritários serão vacinados.

Brasil detecta a nova variante XFG da Covid-19

O Brasil registrou os primeiros oito casos da variante XFG da Covid-19, sendo seis no Ceará e dois em São Paulo. Essa nova cepa está se tornando mais comum em todo o mundo. As informações disponíveis até o momento não sugerem que a XFG cause quadros mais graves da doença do que outras variantes já em circulação.

O Ministério da Saúde informou que está monitorando continuamente o vírus SARS-CoV-2. Em relação aos casos da XFG, não houve registro de óbitos entre os pacientes infectados. A pasta reforça que a vacinação continua sendo a principal ferramenta para prevenir casos graves e mortes por Covid-19.

O que se sabe sobre a XFG no Brasil

A XFG é uma das sete variantes classificadas como “sob monitoramento” (VUM) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa classificação é dada a cepas que apresentam mudanças genéticas significativas, indicando um potencial de crescimento maior, mas cujo impacto continua sendo investigado.


Uma visão microscópica do coronavírus no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em Atlanta, Geórgia (Foto: reprodução/CDC/Getty Images Embed)

A OMS explica que a XFG surgiu da combinação de duas versões anteriores do vírus. A apresentação clínica da doença aparentemente não mudou, com sintomas como coriza, dor de garganta e mal-estar, geralmente limitados a infecções respiratórias superiores, sem a mesma capacidade de invasão pulmonar vista em outras fases da pandemia.

Crescimento global e o papel da vacinação

A variante XFG mostra crescimento global significativo, atingindo 22,7% dos casos sequenciados em junho, um aumento de 7,4% em quatro semanas, e com alta prevalência nas Américas e EUA. Apesar disso, a OMS avalia o risco à saúde pública como baixo, pois não há indícios de maior gravidade ou escape vacinal.

No Brasil, a vacinação permanece essencial para grupos prioritários como gestantes, idosos e crianças, com doses indicadas permanentemente ou em esquema de reforço anual/semestral. Casos de Covid-19 no país seguem em patamares baixos, com queda expressiva em relação ao ano anterior.