Modelo Tesla tem para-brisa derretido por possível meteorito

Um morador de Whyalla, Austrália, passava a cerca de 140 quilômetros da cidade quando algo atingiu o para-brisa de seu carro, um Tesla Model Y, estilhaçando o vidro em formato circular além de derreter boa parte do local.

O susto aconteceu na parte da noite na rodovia Augusta, quando o veterinário de Whyalla, Andrew Melville-Smith e sua esposa passavam por uma estrada relativamente remota. Entre cinco a dez segundos depois que um caminhão havia passado pelo carro, um estrondo deixou o casal em desespero ao ver fumaça branca por toda parte além do cheiro de algo queimado, “minha esposa achou que o carro estava pegando foto”, contou Andrew.

Operando no piloto automático, o veículo continuou seu trajeto, os estilhaços atingiram Andrew ao ponto de sangrar, mas ele retomou o controle de seu carro logo depois. A polícia de Port Germein, uma cidade costeira da Austrália Meridional, registrou o ocorrido suspeitando que alguns destroços haviam caído do caminhão ou uma bala perdida colidiu com o Tesla, mas as hipóteses foram deixadas de lado quando Melville-Smith contatou o South Australian Museum para investigar a ocorrência.

Impacto raro

Kieran Meaney, minerologista do museu e líder das pesquisas, ressaltou que a possibilidade de ser mesmo um meteorito, são bem baixas, principalmente pela raridade imprevisível da situação, se o veículo estivesse a dez quilômetros mais rápido ou mais devagar, o meteorito teria passado raspando, despercebido.


Museu investiga se meteorito atingiu carro na Austrália (Vídeo: reprodução/Youtube/@abcnewsaustralia)


Ainda assim, o objeto não apenas fez o vidro rachar, mas estava em uma temperatura tão elevada no momento de impacto que amoleceu e fundiu levemente a laminação do para-brisa, algo que não aconteceria se algo escapasse de um caminhão em movimento ao lado do veículo atingido.

Sem registros de tempestades ou outro evento que traria uma explicação para o incidente, a equipe de análise busca possíveis partículas incrustadas para encontrar a origem espacial do meteorito ou o que quer seja o objeto.

Detritos espaciais

De acordo com estudos astronômicos e geoquímicos, cerca de 5,2 mil toneladas de detritos espaciais caem na Terra ao longo do ano, mas a maioria são formados por um material em partículas muito pequenas, grãos de poeira cósmica, que queimam pela atmosfera antes mesmo de estar próximo ao solo.

Gerando um calor intenso na travessia atmosférica, até corpos e objetos espaciais maiores se fragmentam ou evaporam no processo, criando momentos como a queda de um meteorito, algo raro. Com procedimentos complexos para confirmar a existência do meteorito, os resultados provavelmente levarão algumas semanas e até meses para trazer uma conclusão.

Porém, se realmente for um meteorito, o caso traz uma coincidência até cômica. Enquanto vestígios de um corpo espacial atingindo um Tesla são investigados na Terra, outro veículo da marca, um Roadstar vermelho lançado pela SpaceX, orbita o Sol a quilômetros longe enquanto toca sem parar a música “Space Oddity” de David Bowie.

Tesla aposta em versão “popular” do Model Y para reacender o interesse global por seus elétricos

A Tesla prepara o lançamento de uma versão mais acessível do Model Y, seu SUV elétrico mais vendido, em uma jogada estratégica para reconquistar o público e enfrentar a desaceleração nas vendas globais.

Nos últimos trimestres, a empresa viu seus números perderem o brilho diante da avalanche de novos concorrentes, especialmente marcas chinesas como BYD e XPeng, que dominam o segmento de elétricos de entrada. Agora, Musk tenta transformar o que antes era luxo em desejo acessível: um Tesla mais “pé no chão”, mas ainda com o DNA futurista que construiu o mito da marca.

Da promessa ao reposicionamento

A ideia de um Tesla popular não é nova. Desde 2020, Musk flerta com o conceito de um modelo abaixo dos US$ 30 mil, mas o projeto parecia ter sido engavetado diante dos altos custos de produção e da pressão dos acionistas por margens robustas.

Desta vez, o plano é diferente: reaproveitar a base do Model Y, reduzir componentes, otimizar baterias e simplificar o design, tudo sem comprometer a segurança ou o desempenho que tornaram o carro um ícone global. Se der certo, a Tesla poderá preencher um espaço ainda pouco explorado entre os modelos premium e os elétricos compactos de entrada, aproximando-se de um público que sempre admirou a marca à distância.

Um mercado mais competitivo do que nunca

O desafio é grande. Montadoras tradicionais como Volkswagen, GM e Hyundai já oferecem SUVs elétricos com preços agressivos, enquanto startups asiáticas ganham escala e dominam o custo das baterias.


Imagem de informações de preço do Tesla (Foto: reprodução/x/@niccruzpatane)

Para competir, a Tesla aposta no que sabe fazer melhor: software, eficiência e experiência de usuário. O ecossistema de recarga Supercharger, a integração com o aplicativo e o piloto automático seguem como trunfos de fidelização.

Mas o segredo estará no equilíbrio entre preço e percepção de valor. Um Tesla “barato” pode atrair novos consumidores, ou diluir o prestígio que sustenta seu posicionamento premium.

O impacto além das garagens

Se o plano funcionar, o mercado automotivo pode entrar em uma nova fase. Preços mais baixos podem democratizar o acesso à mobilidade elétrica e pressionar governos a ampliar infraestrutura e incentivos. A longo prazo, a jogada de Musk é mais do que comercial: é simbólica. Trata-se de redefinir o que significa “inovação acessível” em uma era em que sustentabilidade e tecnologia deixaram de ser luxo e passaram a ser expectativa.

Com o novo Model Y “popular”, a Tesla não quer apenas vender mais, quer voltar a liderar a conversa sobre o futuro dos automóveis elétricos. Resta saber se o público verá esse novo capítulo como o início de uma revolução democrática ou como o primeiro sinal de que até os gigantes da inovação precisam aprender a ser humildes diante da concorrência.

Investidores da Tesla se posicionam contra remuneração recorde para Elon Musk

O plano do conselho da Tesla que visa conceder um pacote de remuneração avaliado em US$ 1 trilhão ao CEO Elon Musk gerou forte reação entre acionistas e autoridades. Uma coalizão formada por investidores institucionais e representantes de estados norte-americanos pede que o acordo seja rejeitado na próxima assembleia da companhia, marcada para novembro.

Os argumentos do grupo

Entre os críticos está o SOC Investment Group, seguido dos tesoureiros dos estados de Nevada, Novo México e Connecticut. Em carta enviada aos acionistas, o grupo argumenta que o conselho da Tesla estaria se empenhando excessivamente para assegurar a permanência de Musk, mesmo diante de resultados que indicam queda no desempenho financeiro e operacional.

O documento também solicita a rejeição da reeleição de três diretores: Ira Ehrenpreis, Joe Gebbia e Kathleen Wilson-Thompson. Também há argumentos sustentando que, ao privilegiar a permanência do executivo, o conselho estaria adiando o cumprimento de metas estratégicas aprovadas na última reunião anual. Além disso, ressalta a falta de supervisão adequada da gestão, fator que, segundo os signatários, compromete a transparência e a confiança na condução da empresa.


Logo da Tesla (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Entrega positiva e resposta da Tesla

Embora a Tesla tenha anunciado recentemente um recorde de entregas trimestrais, investidores seguem apreensivos com o futuro. Uma das preocupações mais citadas é o impacto da possível expiração de incentivos fiscais para veículos elétricos nos Estados Unidos, medida que poderia reduzir a competitividade da montadora.

Apresentado no mês anterior, o pacote de remuneração proposto é considerado o maior já oferecido a um executivo em toda a história corporativa. Ele prevê metas ambiciosas de desempenho, associadas a ganhos de controle e valorização de mercado.

Em resposta às críticas, a Tesla afirmou em publicação na rede X que o plano visa alinhar os interesses de Musk aos dos acionistas, medida que pode gerar trilhões de dólares em valor agregado. A empresa enfatizou que, em caso de descumprimento das metas, o CEO não receberá qualquer pagamento.

Elon Musk se torna a pessoa mais rica do mundo

O dono da Space X, Tesla e da rede social X (antigo Twitter), Elon Musk, se tornou a pessoa mais rica do mundo. A informação é da revista Forbes, que possui um rastreador de bilionários em tempo real. O marco foi alcançado na última quarta-feira (1º).

O patrimônio líquido do empresário agora está avaliado em US$ 500 bilhões (o equivalente a R$ 2,66 trilhões). Ele havia alcançado a marca de US$ 400 bilhões em dezembro de 2024. O segundo lugar no ranking é Larry Ellison, co-fundador da empresa de software Oracle Corporation e, atualmente, seu diretor de tecnologia. Sua fortuna é avaliada em US$ 350,7 bilhões.

Ações em alta

Após o anúncio da revista Forbes, as ações da Tesla subiram quase 4%, adicionando cerca de US$ 9,3 bilhões à fortuna de Musk. O preço das ações já havia alavancado em abril, quando o empresário anunciou sua saída do cargo no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) para dedicar mais tempo aos negócios.

Musk tomou esta decisão após uma queda de 71% dos lucros da companhia no primeiro trimestre deste ano. As ações da empresa já haviam caído em 50% desde o dia 17 de dezembro de 2024.

Com o valor de mercado da Tesla de volta a 10% do recorde atingido em dezembro, a participação de 12% de Musk na empresa agora vale US$ 191 bilhões.


Fachada da Tesla na Alemanha (Foto: reprodução/Jeremy Moeller/Getty Images Embed)

Fatias do bolo

Além dos 12% da Tesla, Elon detém uma participação estimada de 42% na SpaceX, avaliada em US$ 168 bilhões. A companhia consolidou seu domínio no setor espacial comercial, operando a maior rede de satélites do mundo por meio da Starlink e, ao mesmo tempo, conquistando a maioria dos contratos de lançamento nos Estados Unidos.

Outra fatia do bolo que compõe a riqueza do empresário é a startup de inteligência artificial xAI Holdings, fundada em março deste ano, na fusão com o X (antigo Twitter), em um acordo que avaliou a empresa combinada em US$ 113 bilhões. Musk detém uma participação estimada de 53% na xAI Holdings, avaliada em US$ 60 bilhões.


Anúncio da Revista Forbes (Foto: reprodução/X/@Forbes_MENA_)

Primeiro trilionário

Se o patrimônio de Elon Musk continuar aumentando nesta proporção, ele poderá se tornar o primeiro trilionário antes de março de 2033. Isso porque estará próximo da primeira das duas datas de aquisição de seu pacote salarial de US$ 1 trilhão da Tesla.

O conselho da companhia havia proposto em setembro um plano de remuneração de US$ 1 trilhão para Musk. Contudo, o empresário deve cumprir as metas financeiras propostas pelo conselho, ao mesmo tempo, em que atende às suas demandas por uma participação maior na empresa.

Tesla propõe pacote trilionário a Musk em projeto para expansão de IA e robótica

A Tesla apresentou, por meio de seu conselho de administração, uma proposta que pode redefinir como a indústria de tecnologia e mobilidade vê os planos de remuneração executiva. A empresa sugeriu um pacote ousado de compensação no valor de US$ 1 trilhão para Elon Musk, condicionado ao cumprimento de metas ambiciosas, como transformar a companhia em referência global em inteligência artificial, robótica e veículos autônomos.

Valor oito vezes maior

Segundo o plano, caso o valor de mercado da Tesla alcance US$ 8,6 trilhões — quase oito vezes a capitalização atual da empresa —, Elon Musk poderá receber até 12% de suas ações. A proposta não inclui salário fixo nem bônus em dinheiro, mas prevê premiações em cotas vinculadas a metas específicas, como à venda em larga escala de veículos elétricos, a implementação de robotáxis e a entrega de robôs humanoides com tecnologia avançada de inteligência artificial.

O movimento ocorre em um momento de transição estratégica para a Tesla, que busca expandir sua atuação além do setor automotivo, reforçando o investimento em inteligência artificial e disputando espaço com outras potências globais na corrida por soluções de automação e robótica.


Robô humanoide da Tesla (Vídeo: reprodução/Instagram/@teslamotors)

Outros planos de compensação

Apesar do impacto do valor oferecido, não é a primeira vez que a Tesla vincula a permanência de Elon Musk a uma compensação extraordinária. Em 2018, o plano concedido a ele foi estimado em US$ 56 bilhões, mas acabou sendo questionado judicialmente e ainda está em disputa nos tribunais de Delaware. Em 2024, após nova contestação, a companhia transferiu sua sede para o Texas, buscando maior flexibilidade regulatória.

Para os acionistas, o desafio vai além das cifras, já que a permanência de Musk é considerada estratégica, mantendo a capacidade de inovação da Tesla e garantindo vantagem competitiva em setores emergentes. CEO desde 2008, Musk é valorizado não apenas por sua visão tecnológica, mas também pela habilidade de atrair talentos no disputado mercado de tecnologia. Assim, o pacote trilionário reforça não só a confiança no potencial de Musk, mas também a aposta da Tesla em um futuro dominado por inteligência artificial, robótica e novas soluções de mobilidade.

 

Tesla sofre em julgamento e vê ambições com robotáxis ameaçadas

Um júri federal da Flórida decidiu que a Tesla, empresa de Elon Musk, é parcialmente responsável por um acidente fatal ocorrido em 2019 envolvendo seu sistema Autopilot. A empresa foi condenada a pagar cerca de US$ 243 milhões em indenizações, incluindo US$ 200 milhões em danos punitivos e aproximadamente US$ 43 milhões em compensação. Essa é uma das primeiras vezes em que a empresa foi condenada criminalmente por falhas em sua tecnologia de assistência ao motorista.

Detalhes do caso

O acidente ocorreu em Key Largo, na Flórida, quando o veículo Model S, com o Autopilot ligado, avançou um cruzamento e atingiu um casal. A vítima foi Naibel Benavides León, de 22 anos, que morreu e seu namorado, Dillon Angulo, sofreu ferimentos graves. Embora o motorista tenha admitido que se distraiu ao procurar seu celular, o júri entendeu que o sistema Autopilot falhou ao não alertar nem impedir o avanço perigoso.

Repercussões para os planos de Elon Musk

O veredicto final foi representado por um sério obstáculo aos planos de expansão dos robotáxis da Tesla. Elon Musk pretendia lançar um serviço de táxis autônomos que iria colocado em prática neste ano. No entanto, alguns especialistas alertam que essa condenação aumentará a pressão e poderá atrasar ou impossibilitar as aprovações instituídas por autoridades estaduais nas áreas regionais mais importantes, como Califórnia, Arizona, Nevada e Flórida.


Autopilot em funcionamento(Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Essa condenação ocorre em meio a uma investigação relacionada à segurança do Autopilot e do software FSD (Full Self-Driving), o que já vinha afetando a reputação da empresa.

Argumentos e o desenrolar do caso

O advogado da família das vítimas que está cuidando do caso, Brett Schreiber, utilizou o argumento de que a Tesla criou uma expectativa irrealista sobre as capacidades do Autopilot por meio de declarações públicas de Elon Musk. Os documentos exibidos no tribunal sugerem que a empresa tinha conhecimento de usos indevidos do sistema e não tomou medidas adequadas.

A Tesla, por sua vez, anunciou que irá recorrer da decisão, afirmando que a culpa seria exclusivamente do motorista e que essa decisão prejudica os avanços em segurança automotiva e de sua tecnologia.

Tesla firma acordo de US$ 16,5 bilhões com Samsung para fornecimento de chips IA

O empresário e presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, confirmou na última segunda-feira (28), que a Samsung Electronics irá produzir chips de inteligência artificial (IA) para a Tesla em uma nova fábrica da empresa sul-coreana no Texas, Estados Unidos. 

Samsung irá fabricar chip AI16

Em sua rede social X, Musk divulgou o acordo de produção com a Samsung. A companhia irá produzir o chip AI16, de próxima geração, para a montadora de veículos elétricos americana Tesla. 

Segundo o empresário, atualmente a Samsung produz o chip AI14 e sua rival no setor, TSMC, irá fabricar o AI15. A produção anunciada será destinada para robôs humanoides, carros autônomos e centros de dados de IA. 

No anúncio, Musk destacou a importância estratégica da parceria. Em uma postagem em sua rede social, o empresário destacou que a Samsung concordou em permitir que a Tesla potencialize a eficiência da produção. Musk disse também que acompanhará o caso para acelerar o ritmo da evolução.

O número de US$ 16,5 bilhões é apenas o mínimo necessário. É provável que a produção real seja várias vezes maior”, destacou. O contrato firmado entre as duas empresas terá vigência até o fim de 2033.


Publicação de Elon Musk sobre o contrato com a Samsung (Foto: reprodução/X/@elonmusk)

Respiro para empresa sul-coreana 

O contrato multibilionário, de US$ 16,5 bilhões, representou uma conquista para a multinacional, que havia reportado em junho uma queda de 56% em seu lucro operacional. Essa baixa foi um reflexo do aprofundamento das perdas de participação da Samsung no mercado e as perspectivas da fabricante naquele momento, frente a chips de memória IA. 

Em outubro de 2024, a Agência Reuters informou que a Samsung havia adiado o recebimento de material da empresa ASML (maior fornecedora global de equipamentos para fabricação de chips) em sua fábrica no Texas. A justificativa dada foi de que a empresa sul-coreana ainda não tinha encontrado nenhum cliente importante para o projeto de fabricação de chips por contrato. 

Após a notícia do acordo nesta segunda-feira, as ações da Samsung subiram quase 7% na Bolsa de Seul. O gigante da tecnologia vem sofrendo pressões em meio a corrida de produção de chips de IA, em que rivais como TSMC e a SK Hynix estão na liderança.

Briga entre Trump e Musk pode afetar financeiramente a Tesla

O presidente americano Donald Trump e o bilionário sul-africano Elon Musk têm protagonizado uma briga pública há alguns dias. O empresário, que até pouco tempo, era forte aliado do republicano, se afastou do comando do DOGE (Departamento de Eficiência Governamental) e iniciou uma batalha contra as políticas econômicas do governo.

Contudo, o confronto pode trazer severas consequências para a Tesla, uma das empresas de Musk. Trump decretou a retirada dos incentivos fiscais da montadora a partir de setembro e analisa encerrar o apoio do governo para o serviço de recarga dos veículos da empresa.

Queda nas vendas

A Tesla atravessa um processo delicado economicamente desde quando Musk assumiu o cargo no DOGE. A associação do empresário ao governo direitista conservador de Trump provocou protestos de uma parcela de consumidores da companhia.

A empresa teve queda de 13% nas vendas no primeiro trimestre de 2025. Na última segunda-feira (01), as ações da montadora caíram 5,4%. Somente neste ano, a quada foi de 26%.


Elon Musk, ao lado de Donald Trump, quando comandava o DOGE (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)

Prejuízos para Tesla

Donald Trump postou em seu perfil no Truth Social que utilizará o DOGE para fiscalizar as empresas de Musk e sugeriu que o empresário pode estar sendo mais beneficiado do que qualquer outra pessoa no mundo com os subsídios concedidos às suas empresas.

Trump foi severo ao dizer que o empresário teria que fechar suas empresas e regressar para a África do Sul sem os subsídios. Para ele, isso economizaria uma fortuna para os cofres públicos do contribuinte americano. Para rebater a provocação, Musk respondeu: “Estou literalmente dizendo CORTE TUDO. Agora.”

Analistas, porém, advertem que, caso Trump cumpra a ameaça, a Tesla teria um prejuízo estimado em US$ 1 bilhão. Em consequência, os veículos fabricados não apresentariam valor atrativo no mercado, levando o consumidor a adquirir o produto dos concorrentes. Diante da situação delicada no mercado de ações, especialistas de Wall Street recomendam que investidores não adquiram ações da companhia.


Uma estação de carregamento de baterias para veículos elétricos Tesla, na Califórnia (Foto: reprodução/Robert Alexander/Getty Images Embed)

Robotaxis sob ameaça

Musk havia anunciado no dia 10 de junho o lançamento de veículos autônomos que seriam utilizados para transporte de passageiros, chamados de robotáxis. A cidade de Autsin foi a escolhida para o início dos testes.

Porém, caso Trump decida cortar os subsídios, o projeto de Musk seria drasticamente afetado. O serviço de robotáxis é um setor que a Tesla planejava explorar após a quedas nas vendas.

Trump ameaça cortar subsídios da Tesla após críticas de Musk

A relação tempestuosa entre Donald Trump e Elon Musk ganhou um novo capítulo com o ex-presidente ameaçando publicamente os subsídios federais da Tesla. A declaração de Trump, feita em sua plataforma Truth Social, é resposta direta às críticas de Musk a um projeto de lei de corte de impostos e gastos, apoiado pela administração Trump.

Briga pública 

Na publicação, o presidente dos EUA não poupou palavras, afirmando que Musk “talvez receba mais subsídios do que qualquer outro ser humano na história” e que, sem esses incentivos, ele “provavelmente teria que fechar as portas e voltar para casa, na África do Sul”. Trump ainda sugeriu que o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), órgão que o próprio Musk chefiou até maio, deveria “dar uma boa olhada” nos subsídios.

A provocação de Trump veio após Elon Musk intensificar sua campanha contra o projeto de lei de gastos. Musk prometeu, inclusive, trabalhar para destituir legisladores que o apoiarem. A resposta de Musk à ameaça de Trump manteve o tom desafiador, ele escreveu em sua plataforma X: “Estou literalmente dizendo corte tudo. Agora.”

Projeto de lei no centro do conflito

No centro da briga entre os poderosos, que antes eram aliados, está um projeto de lei de grande porte focado em corte de impostos e gastos. A ideia principal por trás dessa proposta é reduzir os impostos cobrados de cidadãos e empresas, ao mesmo tempo, se busca diminuir os gastos do governo. Para Trump, isso impulsiona a economia, incentiva investimentos e, em tese, trará mais prosperidade.


Elon Musk compartilha dados sobre o crescimento da dívida pública americana “Bomba relógio de US$ 37 trilhões” (Foto: reprodução/X/@MarioNawfal/@elonmusk)

Elon Musk, apesar de ser um empresário e doador republicano (o partido de Trump), tem uma visão crítica. Para Musk, essas reduções seriam alcançadas às custas de um grande impacto na dívida pública dos Estados Unidos. Analistas econômicos independentes, ou seja, que não têm ligação com nenhum partido político, estimam que projeto adicionaria cerca de US$ 3 trilhões à já elevada dívida do país.

Donald Trump, por outro lado, defende o projeto como uma medida essencial para o crescimento econômico. Ele argumenta que a não aprovação da lei resultaria em um “aumento colossal de impostos de 68%”, segundo ele, seria o maior da história e prejudicaria a população e as empresas. Essa é a base de sua pressão sobre os congressistas republicanos para votarem a favor.

Trump sugere deportar Elon Musk após críticas à sua conduta política

Em meio a uma escalada de tensões públicas, o presidente americano Donald Trump, declarou hoje, minutos antes de embarcar para Flórida, estar aberto à ideia de deportar o empresário Elon Musk — naturalizado americano — caso o CEO da Tesla e SpaceX persista em criticar proposta de corte de gastos e leis impostas por Trump. Musk, nascido em Pretória, África do Sul, tornou-se cidadão americano em 2002.

A troca de farpas e a ameaça de deportação

O escândalo deu-se início após Elon Musk criticar fortemente o projeto de lei que prevê cortes amplos nos impostos e nos gastos públicos. Apesar de ser um defensor da redução dos gastos do governo, o bilionário classificou o pacote como irresponsável e ameaçou fazer campanha contra os parlamentares que o aprovaram, afirmando que trabalhará para retirá-los de seus cargos.

Em resposta, Trump declarou estar “muito desapontado” com as críticas do empresário, ressaltando que já havia lhe ajudado em diversas ocasiões.


Donald Trump revela sua ideia de deportação de Musk (Foto: reprodução/MEHMET ESER/Getty Images Embed)

Na sequência, Trump ameaçou revogar contratos governamentais, incluir sua empresa SpaceX em ações preventivas e, agora, até cogitar a deportação caso o embate continue.

Especialistas em imigração alertam que deportar um cidadão naturalizado exigiria processos judiciais complexos, incluindo a possível revogação da cidadania caso ocorra alguma descoberta de fraude durante o processo. Mesmo com Trump empenhado, o caminho legal se configura como longo e desafiador.

Tensão política

Com o clima político cada vez mais polarizado, o conflito Trump x Musk afeta não apenas as relações pessoais e empresariais, mas também a estabilidade dos contratos entre o governo americano e as empresas do bilionário, como SpaceX e Tesla.

Elon Musk nasceu em Pretória, África do Sul, em 1971, migrou para o Canadá em 1989 e migrou para os EUA em 1992, tornando-se cidadão americano em 2002. Embora seja cidadão legal, algumas peças da narrativa política atual invocam incidentes de trabalho irregular na década de 1990 como justificativa para ações extremas.

Analistas sugerem que um processo de deportação, ainda que improvável, aumentaria ainda mais a tensão política, gerando repercussões econômicas — especialmente se impactar o setor aeroespacial ou a liderança de Musk em tecnologia.