Trump aumenta pressão sobre Venezuela com envio de mais um navio e submarino nuclear

De acordo com a agência Reuters, o governo dos Estados Unidos determinou o envio de mais um navio de guerra e de um submarino de ataque rápido para o sul do Mar do Caribe, nas proximidades da costa venezuelana. A informação foi confirmada à Reuters por dois membros do Departamento de Defesa dos EUA, que pediram anonimato. Segundo as fontes, o cruzador de mísseis guiados USS Lake Erie e o submarino nuclear de ataque rápido USS Newport News devem chegar à região no começo da próxima semana.

Ampliação do efetivo militar

O destróier USS Lake Erin, equipado com 122 mísseis, e o submarino de propulsão nuclear USS Newport News reforçarão a presença militar dos EUA na costa da Venezuela, já monitorada por aeronaves de vigilância. Na semana passada, também foram enviados à região, três destróieres da classe Arleigh Burke, mas recuaram temporariamente devido ao furacão Erin. Nesta segunda-feira (25), retomaram o deslocamento.

Elas contarão com o apoio do avião de patrulha marítima P-8 Poseidon, da Marinha dos EUA, que opera a partir de San Juan, em Porto Rico. Além disso, um avião Boeing E-3 Sentry também foi detectado na região costeira da Venezuela, ele é usado para rastrear e identificar alvos estratégicos.

Com esse reforço, o poder de fogo dos EUA na região cresce mais de 50%, superando, em teoria, toda a capacidade militar de Maduro. Ainda assim, os navios americanos não estão totalmente imunes, já que a Venezuela possui mísseis anti navio de origem chinesa, russa e iraniana, embora sua quantidade exata seja desconhecida.

As embarcações dos Estados Unidos poderão ser empregadas em diversas missões, que vão desde ações de inteligência e vigilância até possíveis ataques de precisão em solo venezuelano, segundo uma autoridade que falou à Reuters sob anonimato.


Nicolas Maduro, presidente da Venezuela (Foto: reprodução/Juan Barreto/Getty Images Embed)

Palavras dirigidas a Maduro

Na semana passada, os EUA enviaram ao sul do Caribe cerca de 4.000 militares, navios de guerra, aviões e um submarino, segundo Reuters e Associated Press. A operação visa combater cartéis de drogas que atuam na região. O governo Trump vem intensificando a pressão sobre Nicolás Maduro, tratado como alvo direto. Seis navios foram deslocados sob a justificativa de conter o narcotráfico. Na terça (19), a porta-voz Karoline Leavitt chamou Maduro de “fugitivo”, “chefe de cartel” e “não legítimo”, afirmando que os EUA usarão “toda a força” contra seu regime.

Washington oferece US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de narco terrorismo, tráfico de drogas e ligação com o Cartel de los Soles, rotulado pelos EUA como organização terrorista.

Design do submarino Titan é apontado como fator principal no desastre

Uma investigação de dois anos da U.S. Coast Guard concluiu, em relatório final divulgado nesta terça-feira (5), que o design inadequado do submersível Titan foi um dos principais fatores que causaram a implosão em junho de 2023, resultando na morte de cinco pessoas durante uma expedição aos destroços do Titanic.

O documento de mais de 300 páginas também apontou falhas graves na certificação, manutenção, inspeção e uma cultura de trabalho tóxica na operadora OceanGate, que ignorou alertas sobre anomalias no casco antes do mergulho fatal.

Os principais fatores contribuintes identificados pela investigação incluíram: projeto defeituoso e construção inadequada do casco de fibra de carbono, que perdeu integridade estrutural sob pressão extrema. Assim como, uma dependência excessiva de um sistema de monitoramento em tempo real sem análise significativa dos dados coletados, ignorando sinais de desgaste e danos anteriores.


OceanGate (Foto: reprodução/ David Ryder/Getty Images Embed)

 

Falhas de engenharia, certificação e inspeção

A investigação concluiu que o processo de projeto, teste e fabricação do casco do submarino Titan não observou os padrões de engenharia essenciais para operações em profundidades extremas. Não houve avaliação adequada do ciclo de vida da fibra de carbono utilizada, nem testes destrutivos ou inspeções completas antes do uso em expedições tripuladas. Após uma missiva com alertas em 2022, OceanGate não tomou providências corretivas nem investigações detalhadas foram realizadas.

Cultura organizacional tóxica e segurança

Além dos defeitos técnicos, a investigação destacou uma cultura de trabalho opressiva na OceanGate, onde funcionários foram demitidos ou silenciados por levantarem preocupações sobre segurança. A empresa também explorou brechas regulatórias: classificou passageiros como “mission specialists” para evitar regulamentações, sujeitou documentos a fraude e operou o Titan fora dos protocolos exigidos por órgãos reguladores.