O movimento das sobreposições, que atravessa décadas e estilos, volta a ocupar o centro das conversas de moda em 2025 com uma força renovada. Se antes o layering servia como truque funcional para driblar o frio ou emprestar personalidade a looks casuais, agora ele aparece como recurso estratégico, um jeito de construir identidade por meio de texturas, proporções e contrastes que desenham novas leituras do vestir contemporâneo. O charme está justamente no diálogo entre peças que, à primeira vista, não foram feitas para coexistir, mas que juntas ganham profundidade, ritmo e intenção.
Parte dessa evolução vem da forma como celebridades, influenciadores e estilistas passaram a reimaginar as camadas: Ayo Edebiri, Livia Nunes e Juliano Floss são alguns dos nomes que transformaram o layering em um exercício de expressão; misturando materiais, cores e volumes com um frescor que conversa com a moda global e com a criatividade cotidiana.
Menos peso, mais intenção
O layering de 2025 não replica a estética volumosa que marcou a década passada. A aposta, agora, é juntar peças mais finas e de boa qualidade para alcançar um visual sofisticado sem sobrecarregar a silhueta. Camisas de popeline, suéteres leves, coletes alfaiatados, blazers oversized e malhas ajustadas formam a base dessa narrativa.
O segredo está no equilíbrio: um tricô estruturado pede calça de corte firme; uma camisa fluida encontra força em um blazer amplo; um vestido neutro ganha dimensão com uma gola alta vibrante por baixo.
Sobreposições estão presentes em todas as camadas da sociedade (Vídeo: reprodução/Instagram/@j.p.littmann)
Mais do que aquecer, as camadas passam a desenhar novos códigos. Peças antes associadas ao inverno migram para outras estações; biquínis surgem sob camisas transparentes, vestidos encontram calças de alfaiataria, e coletes aparecem como protagonistas sobre camisas lisas ou estampadas.
A brincadeira com texturas cria uma linguagem profundamente tátil: seda com lã fina, couro com chiffon, tricô com camurça.
Cores e acessórios
A paleta também ganha papel de destaque. Os neutros seguem dominantes — cinza, creme, camelo — mas 2025 abraça pontos de cor que iluminam camadas discretas: o vermelho aparece como acento certeiro, do detalhe na gola alta ao cinto que marca a cintura.
E por falar em cintura, os cintos voltam com força, seja em versões finas, seja no formato corset, estruturando blazers e redefinindo proporções.
Diversos estilos que falam a mesma lingua: o layering (Foto: reprodução/Instagram/@vaara__official)
Lenços de seda, luvas longas e joias em camadas entram como reforço final, criando ritmo visual sem pesar no conjunto. Tudo conversa com a proposta maior da temporada, de montar looks funcionais, elegantes e flexíveis, capazes de se adaptar às oscilações de temperatura e ao humor de quem veste.
