Fabrício Bruno se desculpa por falhas na virada do Japão

O zagueiro Fabrício Bruno foi um dos protagonistas negativos da derrota da Seleção Brasileira por 3 a 2 para o Japão, nesta terça-feira (14), em amistoso disputado em Tóquio. Responsável pelo erro que originou o primeiro gol adversário, o defensor reconheceu a falha e comentou o desempenho da equipe após a virada sofrida.

Não é um lance que me define como jogador. Sempre passei por dificuldades. O pé de apoio ficou longe, fiquei sem força. Erro meu, peço desculpas ao povo brasileiro. É sentir o momento, a dor, mas seguir adiante em busca de novas oportunidades. Agradeço ao apoio. Só acontece com quem está lá dentro de campo”, declarou o zagueiro na zona mista.

O lance decisivo ocorreu aos seis minutos da segunda etapa. Fabrício Bruno errou um passe dentro da área e entregou nos pés de Minamino, que finalizou com força, sem chances para o goleiro Hugo Souza. Dez minutos depois, em tentativa de corte após chute cruzado de Nakamura, o zagueiro acabou desviando para o próprio gol.

Acho que fizemos um grande primeiro tempo, mas logo no início do segundo tomamos o primeiro gol, e isso nos abalou. Vai servir de aprendizado — é importante tirar as coisas boas e seguir com a cabeça erguida em busca de novas oportunidades”, completou.


Entrevista de Fabrício Bruno na zona mista (Vídeo: Reprodução/Youtube/ESPN Brasil)

Zagueiro minimiza impacto e pede calma

Mesmo reconhecendo o erro, Fabrício Bruno minimizou o impacto do episódio em sua trajetória com a Seleção. Segundo ele, ainda há tempo até a Copa do Mundo de 2026, e um lance isolado não deve definir sua carreira.

Acho que não (perdi espaço para a Copa). Ainda falta muito tempo. Um erro não vai me definir como jogador. As críticas fazem parte do processo, mas um jogo ou um lance não podem rotular ninguém. Só peço que as pessoas não sejam covardes a ponto de me crucificar por um erro que, infelizmente, aconteceu. É hora de sentir o aprendizado, manter a cabeça fria e seguir em frente no clube para conquistar novas oportunidades.

Após o apito final, Fabrício revelou que recebeu apoio de Carlo Ancelotti e dos companheiros de equipe no vestiário.

O Mister me deu um abraço antes da coletiva, e o Casemiro me passou muita confiança. Peço desculpas ao torcedor — é o mínimo que posso fazer. Tenho seriedade e resiliência para seguir em frente e mostrar o quanto trabalhei para estar aqui”, afirmou o defensor.


Fabrício Bruno falhou no lance que resultou no segundo gol do Japão (Foto: Reprodução/Koji Watanabe/Getty Images Embed)

Números de Fabrício Bruno pela Seleção Brasileira

Fabrício Bruno atuou como titular em quatro jogos da Seleção em 2025, sempre por 90 minutos. O zagueiro registra 95% de acerto nos passes, média de 2,3 passes longos certos, 1,5 bola recuperada, 4,3 cortes e 0,5 desarmes por partida. Ele tem 43% de sucesso nos duelos aéreos e 45% nos duelos gerais, com nota média 6,63 no Sofascore.

No amistoso contra o Japão, Fabrício realizou 123 ações com a bola, teve 97% de precisão nos passes e completou 4 dos 6 passes longos. Somou 4 cortes, 2 interceptações, 6 recuperações e 2 chutes bloqueados, mas venceu apenas 1 de 3 duelos aéreos e cometeu um erro defensivo grave — recebendo nota 6,5.

O amistoso marcou o sétimo jogo de Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira. A virada japonesa por 3 a 2 foi a primeira vitória do Japão sobre o Brasil na história do futebol.
Apesar de dominar a posse de bola (67%) e trocar o dobro de passes (739 contra 349), o Brasil teve dificuldades para converter o controle em chances reais, enquanto o Japão mostrou eficiência ofensiva e frieza na reta final.

Casemiro critica “apagão” da seleção contra Japão

A Seleção Brasileira foi ao intervalo vencendo por 2 a 0 e com a sensação de que encerraria a série de amistosos com mais uma vitória convincente antes da Copa do Mundo de 2026. No entanto, o segundo tempo reservou um choque de realidade. O Japão reagiu de forma avassaladora e virou o placar para 3 a 2, em um resultado classificado como um “apagão” pelo capitão Casemiro.

Após a partida, o volante fez um forte desabafo sobre o desempenho da equipe e alertou para a falta de concentração que, segundo ele, não pode se repetir em grandes competições.

Toda a equipe, na segunda parte, não esteve bem. Nesse alto nível, são os detalhes que fazem a diferença”, afirmou Casemiro ao SporTV.


Rolou um ânimo a mais, queríamos fechar a preparação com chave de ouro, mas isso serve de aprendizado. A Copa do Mundo está aí. Quarenta e cinco minutos podem custar um sonho de infância.” Completou o capitão


Casemiro criticou a postura da seleção na volta para o segundo tempo (Foto: Reprodução/Koji Watanabe/Getty Images Embed)

Virada relâmpago japonesa

O Brasil abriu o placar com Paulo Henrique e Martinelli, indo para o intervalo com boa vantagem e controle do jogo. Mas o cenário mudou completamente na etapa final. O Japão, mais intenso e agressivo, virou com gols de Ueda, Nakamura e Minamino — este último, aproveitando falha na saída de bola brasileira do zagueiro Fabrício Bruno.

Casemiro reforçou a importância de manter o foco durante toda a partida, especialmente diante de seleções que exploram bem os erros do adversário.

No mais alto nível, não dá para relaxar. Se você dorme 45 minutos, pode custar uma Copa do Mundo, uma Copa América, uma medalha, um sonho de quatro anos”, lamentou o camisa 5.


Takumi Minamino virou o jogo para o Japão após de saída de bola brasileira (Foto: Reprodução/Masashi Hara/Getty Images Embed)

Números do jogo

Mesmo com 67% de posse de bola e o dobro de passes trocados (739 contra 349), o Brasil não conseguiu converter o domínio em chances reais. A equipe finalizou apenas oito vezes, enquanto o Japão somou 15 finalizações, sendo seis delas no alvo e uma na trave.

Os japoneses também superaram o Brasil em escanteios (4 a 2) e mantiveram equilíbrio nos desarmes (15 para cada lado) e faltas (10 a 7). A eficiência ofensiva da equipe asiática acabou sendo determinante.

Com o triunfo, o Japão chegou ao quinto jogo consecutivo sem perder para seleções campeãs do mundo, reforçando o bom momento da equipe sob comando de Hajime Moriyasu.

Próximos compromissos da Seleção

A derrota encerra a série de amistosos asiáticos e deixa lições importantes para o técnico Carlo Ancelotti. O Brasil voltará a campo entre 10 e 18 de novembro, na última Data FIFA do ano, em dois amistosos contra seleções africanas — Senegal e Tunísia devem ser os adversários, com partidas previstas para ocorrer na Inglaterra e na França.

Desde o pentacampeonato em 2002, o Brasil não conquista a Copa do Mundo e não avança além das quartas de final desde 2014. O alerta de Casemiro reflete o sentimento no vestiário: não há mais espaço para desligamentos.