F1: Ferrari ‘copia’ peças de Mercedes e Mclaren para 2026

Tentando deixar para trás a temporada apagada de 2025, a Ferrari já concentra totalmente seus esforços no carro do próximo ano, que inaugura o novo regulamento de motores da Fórmula 1. Para este novo capítulo, a equipe italiana decidiu adotar soluções inspiradas nos conceitos aplicados por McLaren e Mercedes em 2025.

O projeto 678, que guiará a escuderia em 2026, é descrito internamente como um verdadeiro quebra-cabeça. Algumas peças e formatos já haviam sido vistos nos carros prateados e papaias das últimas temporadas, e agora retornam ao DNA de Maranello.


Ferrari está atrás da Mercedes no Mundial de Construtores (Foto: reprodução/Andy Hone/Getty Images Embed)


Volta ao sistema push-rod

A principal mudança é o retorno ao sistema de suspensão push-rod, abandonando o pull-rod que foi adotado para a temporada 2025. A escolha pelo pull-rod acabou sendo um dos fatores que comprometeram profundamente o desempenho do carro, afetando o controle e desagradando Charles Leclerc e Lewis Hamilton.

Embora ajustes tenham sido feitos ao longo do ano, a equipe não pôde realizar mudanças estruturais devido ao limite orçamentário. Ciente da necessidade de uma reformulação, a Ferrari retomará o modelo push-rod já em 2026.

Tecnicamente, o pull-rod utiliza uma barra montada em ângulo diagonal que liga um ponto baixo do chassi a um ponto alto na roda. No push-rod, ocorre o inverso: ao passar por irregularidades, a roda empurra a barra em direção ao chassi, tensionando o conjunto. A mudança pode melhorar significativamente o centro de gravidade, uma das maiores reclamações dos pilotos neste ano.

Direção redesenhada e inspiração na McLaren

Outra mudança prevista, segundo o portal Motorsport Italia, é o deslocamento do eixo de direção para trás do triângulo inferior, a mesma solução introduzida pela McLaren em 2023 e que, com o tempo, se tornou um dos pilares da evolução meteórica da equipe britânica até o topo da F1 em 2025. A Mercedes seguiu o mesmo caminho ao projetar o W16.

Essa realocação exige um nível de complexidade muito maior na instalação, mas, em compensação, abre espaço para uma gama mais ampla de atualizações aerodinâmicas, exatamente o que permitiu a rápida escalada da McLaren na temporada atual.


 Mudança no eixo de direção resultou no domínio da Mclaren em 2025 (Foto: reprodução/Rudy Carezzevoli/Getty Images Embed)


Caixa de câmbio e desafios de peso

A Ferrari também precisará modificar a construção da caixa de câmbio, consequência direta da nova suspensão. O desafio é desenvolver o componente sem ultrapassar o peso mínimo de 768 kg estipulado para 2026. A equipe busca materiais mais leves e eficientes para compensar o impacto dessas alterações.

Vale lembrar que o regulamento reduzirá o peso mínimo dos carros em 30 kg, enquanto as novas unidades de potência adicionam outros 30 kg ao conjunto. O resultado é uma equação complexa: as equipes precisam “perder” 60 kg no total para cumprir o limite final.

Atualmente, o novo carro da Ferrari está em fase de testes estáticos em ambiente fechado, etapa que antecede o teste de colisão frontal, a ser realizado em um centro homologado pela FIA. A escuderia espera concluir todas as verificações ainda antes do início dos testes de pré-temporada. A Fórmula 1 retorna neste fim de semana, de 20 a 23 de novembro, com o GP de Las Vegas, 22ª etapa da temporada 2025.

Fernando Alonso mira 2026 como virada para Aston Martin na F1

Fernando Alonso foi direto ao comentar o cenário atual da Fórmula 1. Segundo o piloto, McLaren, Ferrari, Mercedes e Red Bull estão em um nível muito acima dos demais e serão dificilmente alcançadas até o fim da temporada 2025. Mesmo assim, ele mantém o otimismo e vê na mudança de regulamento prevista para 2026 uma oportunidade real para que equipes intermediárias, como a Aston Martin, possam brigar de igual para igual com os líderes.

Alonso aposta no novo regulamento

Ocupando a oitava posição no Mundial de Construtores da temporada 2025 da Fórmula 1, a Aston Martin totaliza 36 pontos. Diante disso, o espanhol Fernando Alonso afirmou que a diferença de 172 pontos para a Red Bull, atualmente em quarto lugar na classificação, é provavelmente impossível de ser revertida. Com foco no novo regulamento técnico que entrará em vigor em 2026, o desenvolvimento dos carros para a temporada atual já está praticamente encerrado.

“As quatro primeiras equipes estão muito à frente das outras neste momento. Os oito primeiros carros vão ser praticamente intocáveis pelo resto da temporada”, afirmou o bicampeão mundial.

Alonso disse ainda que não haverá muitas atualizações de agora em diante e que só algo extraordinário poderia abrir uma possibilidade de briga por um sexto ou sétimo lugar.


Carro de Fernando Alonso no Red Bull Ring, na Áustria (Foto: reprodução/ Joe Portlock/ Getty Images Embed)

Novas regras podem mexer com a ordem das forças na F1

Fernando Alonso comentou que, no Grande Prêmio da Áustria, a batida logo na primeira volta entre Max Verstappen e Andrea Kimi Antonelli resultou no abandono de ambos e acabou abrindo caminho para a Aston Martin conquistar a sétima colocação. O espanhol, no entanto, fez questão de ressaltar que o episódio foi apenas uma exceção.

“Na Áustria, dois dos oito primeiros bateram e abandonaram, o que me permitiu ficar com o sétimo lugar, mas essa não é a regra. Normalmente, lutamos para ser nono ou décimo, e isso já é um bom fim de semana”, disse o espanhol.

Apesar do cenário atual, o espanhol demonstrou confiança no futuro. A Fórmula 1 passará por uma grande reformulação técnica em 2026, com novos carros e motores. Mudanças desse porte costumam alterar o equilíbrio entre as equipes, e é justamente nessa possibilidade que Alonso deposita suas esperanças.

“Sabemos que 2026 é uma boa oportunidade. Não só para a Aston Martin, mas para muitas equipes que querem se tornar de ponta. No próximo ano, haverá um reinício das regras e todos querem estar naquela posição para desafiar as grandes”, finalizou Alonso.

Próxima etapa da temporada

A Fórmula 1 retorna suas atividades entre os dias 25 e 27 de julho, no Circuito de Spa-Francorchamps, para o Grande Prêmio da Bélgica.

Max Verstappen desconversa sobre futuro da Red Bull em 2026

Mesmo com seu nome ligado a uma possível ida para a Mercedes em 2026, Max Verstappen demonstrou confiança no trabalho que vem sendo feito pela Red Bull. Enquanto rumores apontam que a equipe alemã estaria em estágio mais avançado no desenvolvimento do novo carro, também circulam informações de que a Red Bull enfrenta dificuldades com o projeto. Ainda assim, o tetracampeão relembrou como a equipe se adaptou bem ao atual regulamento e destacou que, na Fórmula 1, tudo pode mudar rapidamente.

Red Bull admite dificuldades, mas mantém otimismo

A Fórmula 1 se prepara para uma grande mudança no regulamento técnico em 2026, envolvendo tanto os carros quanto os motores. A Red Bull, mesmo reconhecendo certos obstáculos com a nova tecnologia, afirmou que o desenvolvimento do projeto está dentro do previsto. Esta será a primeira vez que a equipe austríaca constrói seu próprio motor do zero, o que naturalmente traz desafios. Segundo Christian Horner, ex-chefe da equipe, o processo tem sido complexo, mas está avançando como planejado.


Max Verstappen e Christian Horner, no GP de Barcelona (Foto: reprodução/ Mark Thompson/ Getty Images Embed)

Mercedes lidera projeto de 2026 e mira Verstappen

Nos bastidores da Fórmula 1, comenta-se que a Mercedes está um passo à frente no desenvolvimento dos novos motores para 2026, repetindo o cenário de 2014, quando também saiu na frente com o início do regulamento atual. A equipe de Toto Wolff, aliás, demonstra interesse em ter Max Verstappen no time a partir do próximo ano. O piloto, porém, evitou dar importância à possível vantagem da Mercedes e lembrou que, na F1, o cenário pode mudar rapidamente.

“São muitas as dúvidas para 2026, mas a única coisa que preciso fazer é ser rápido, independente de onde eu esteja. Olhando para o regulamento atual, ninguém esperaria que a McLaren se tornasse uma potência de repente, e o oposto aconteceu com a gente. Tudo correu muito bem desde o início das novas regras, mas, no final, foi um pouco difícil para nós. É algo que precisamos descobrir o porquê: “Por que não evoluímos como os outros times?. Então tudo muda muito rápido”, disse o tetracampeão.

Por outro lado, Verstappen avaliou que 2026 traz um cenário completamente diferente e que, além do motor, será fundamental ter um carro competitivo. Ele lembrou que, em outra geração, sua equipe começou em desvantagem, mas terminou vencendo, o que mostra como é difícil prever o desempenho com base apenas no início do desenvolvimento.