Francisco Cuoco, ícone da teledramaturgia brasileira, faleceu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos. Com uma carreira brilhante e personagens que atravessaram gerações, o ator se despede deixando um legado inesquecível na história da televisão.
Um legado eterno na história da teledramaturgia brasileira
O ator Francisco Cuoco faleceu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos, deixando uma trajetória memorável na televisão brasileira. Reconhecido por sua elegância, carisma e talento, Cuoco marcou gerações com personagens intensos e apaixonantes que entraram para a história da teledramaturgia nacional.
Sua carreira começou nos palcos do Grande Teatro Tupi, em 1957, onde começou interpretando diferentes papéis em teleteatros da extinta TV Tupi. O talento logo chamou atenção, e ele passou a integrar elencos de novelas em emissoras como a TV Excelsior e a RecordTV.
Foi apenas na década de 1970 que Cuoco firmou-se como um dos grandes nomes da Globo. Em 1970, estreou na emissora como protagonista de “Assim na Terra Como no Céu”, escrita por Dias Gomes. Dois anos depois, conquistou o coração do público como Cristiano Vilhena, o herói romântico de “Selva de Pedra“, de Janete Clair — sua primeira parceria com a icônica autora.
“O Grande Teatro da TV Tupi” (1957)
Francisco Cuoco e Nathalia Timberg em O Grande Teatro da TV Tupi – 1957 (Reprodução/TV Tupi)
Em 1957, Francisco Cuoco iniciou sua carreira no “Grande Teatro Tupi”, programa de teleteatro da extinta TV Tupi. Foi ali que ele começou a mostrar seu talento, interpretando diversos personagens em peças televisivas ao vivo. Esse trabalho pioneiro foi fundamental para sua formação como ator, permitindo que desenvolvesse versatilidade e presença cênica, abrindo caminho para sua consolidação como um dos grandes nomes da teledramaturgia brasileira.
Assim na Terra Como no Céu (1970)
Francisco Cuoco, Renata Sorrah e Vanda Lacerda em Assim na Terra Como no Céu – 1970 (Reprodução/TV Globo)
Na novela “Assim na Terra Como no Céu”, Francisco Cuoco fez sua estreia como protagonista na Rede Globo, interpretando um personagem complexo e cheio de nuances.
A novela, escrita por Dias Gomes, abordava temas sociais importantes, e Cuoco trouxe ao papel uma intensidade dramática que cativou o público. Essa atuação marcou o início de sua sólida carreira na Globo, consolidando-o como um ator de destaque na televisão brasileira.
Selva de Pedra (1972)
Francisco Cuoco como Cristiano Vilhena em Selva de Pedra - 1972 (Reprodução/TV Globo)
Em “Selva de Pedra”, Francisco viveu Cristiano Vilhena, um dos personagens mais icônicos de sua carreira e um dos grandes galãs da teledramaturgia brasileira. Cristiano é um jovem do interior que, após um acidente envolvendo a morte de um homem em legítima defesa, foge para o Rio de Janeiro em busca de uma nova vida.
Lá, ele enfrenta dilemas morais, vive um intenso triângulo amoroso e busca ascensão social, o que gera conflitos e reviravoltas ao longo da trama. A interpretação intensa e carismática de Cuoco conquistou o público, tornando a novela um sucesso de audiência e eternizando o personagem na memória dos fãs de televisão.
O Astro (1977)
Francisco Cuoco dando vida a Herculano Quintanilha na novela O Astro - 1977 (Reprodução/TV Globo)
Francisco Cuoco deu vida a Herculano Quintanilha em “O Astro”, um personagem cheio de camadas e mistérios. Herculano se apresentava como um homem envolto em poderes sobrenaturais, mas, na verdade, usava dessa imagem para conquistar seu espaço em uma influente família libanesa, os Hayala.
Através de seu encontro com o jovem Márcio Hayala, ele começa a trilhar um caminho de ascensão social e econômica, movido por ambição, intrigas e uma complexa rede de relações pessoais que envolviam poder e paixão.
Da Cor do Pecado (2004)
Francisco Cuoco caracterizado como Pai Gaudêncio em Da Cor do Pecado - 2004 (Reprodução/TV Globo)
O ator também fez uma participação especial em “Da Cor do Pecado” como Pai Gaudêncio, um respeitado pai de santo e ídolo de Pai Helinho (Matheus Nachtergaele). Helinho recorre a ele em busca de ajuda para lidar com os espíritos que o perseguem. Mesmo em poucas cenas, Cuoco trouxe força e sabedoria ao personagem, marcando presença como um guia espiritual importante na trama.
Sol Nascente (2016)
Francisco Cuoco atuando como Gaetano em Sol Nascente - 2016 (Reprodução/TV Globo)
Já na novela “Sol Nascente”, Francisco viveu Dom Manfredo Gaetano, um italiano sábio e tradicional, avô de Mario (Bruno Gagliasso). Figura afetuosa e respeitada, ele representa os valores da família e da cultura italiana, trazendo conselhos e equilíbrio ao núcleo familiar. Sua presença reforça o tom acolhedor da trama.
Segundo Sol (2018)
Francisco Cuoco como Severo em foto promocional para Segundo Sol - 2018 (Reprodução/TV Globo)
“Segundo Sol” foi a última novela realizada pelo ator, que deu vida ao personagem Nestor Maranhão, um homem reservado e sábio, marcado por uma paixão antiga. Atua como mentor e conselheiro para Herculano, trazendo dignidade e calma à trama com sua presença discreta, mas significativa.
Do galã clássico aos novos tempos: a trajetória que atravessou gerações
Francisco Cuoco se consolidou como um símbolo do galã clássico: elegante, apaixonado e intenso. Sua imagem ficou eternizada nas principais novelas das décadas de 1970 e 1980, mas ele também acompanhou as transformações da TV brasileira, atuando em produções mais recentes com a mesma dedicação e talento.
Seu último trabalho na televisão foi em 2018, quando interpretou Nestor Maranhão na novela Segundo Sol, da Globo.