Presidente Lula envia dois projetos para a criação de Universidades Federais

Na manhã desta quinta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Congresso Nacional dois projetos que buscarão ampliar o número de Universidades Federais no Brasil.

Um dos projetos será a Universidade Federal Indígena (Unid) que terá como foco atender aos povos indígenas. Essa proposta começou a ser discutida em 2010, mas ganhou força somente em 2024 após a realização de diversos seminários realizados em todo o Brasil. E em um evento preparatório para a COP30, acabou virando promessa do presidente Lula

Essa nova instituição de ensino busca elevar os saberes indígenas ao nível de pesquisa e ciência, formando profissionais que saibam articular a sabedoria de seus povos com as ferramentas do conhecimento moderno. 

Cursos previstos para a Unid

Os cursos previstos para essa Universidade são: gestão ambiental e territorial, políticas públicas, sustentabilidade socioambiental, línguas indígenas, saúde, direito, agroecologia e formação de professores.

A outra Universidade que está incluída no projeto é a Universidade Federal do Esporte (UFEsporte), que será a primeira universidade do país focada somente em esportes. Em um processo totalmente diferente da Unid, a UFEsporte não foi amplamente discutida, como foi feita na Unid, mas o governo prometeu que convocará todas as entidades relacionadas ao esporte para participar deste projeto.


O Ministro André Fufuca ao lado do presidente Lula (Foto: reprodução/Instagram/@andre.fufuca)


Cursos que atenderão a UFEsporte

Segundo André Fufuca, ministro do Esporte, a universidade terá diversos cursos voltados para a área do esporte.

Vai ter curso de marketing esportivo, direito esportivo, medicina esportiva, para capacitar para serem grandes técnicos, preparadores e acima de tudo construir um futuro para o esporte nacional. Hoje é dia de celebração de Brasil“. Comentou Fufuca.

O evento realizado no Palácio do Planalto também contou com os ministros Camilo Santana (Educação) e a Sonia Guajajara (Povos Indígenas). A ex-ministra do Esporte Ana Moser também participou do evento.

O projeto ainda passará por votação, mas se aprovados, as instituições de ensino tendem a começar a funcionar em 2027.

Deputados pedem todos os laudos médicos após pedido de Bolsonaro

Nesta quinta-feira (6), os deputados federais apresentaram um requerimento pedindo que todos os detentos da Penitenciária da Papuda, em Brasília, tenham acesso a laudos médicos atualizados. A solicitação surge após o ex-presidente Jair Bolsonaro requerer exames médicos para si, durante o período em que cumpre prisão domiciliar. O caso reacendeu o debate sobre igualdade de tratamento no sistema prisional, especialmente quanto ao acesso à saúde dos internos.

Igualdade de condições e transparência

O pedido foi enviado ao Alexandre de Moraes, para que Jair Bolsonaro fosse submetido a uma avaliação médica. Os parlamentares justificam o pedido afirmando que todos os presos têm direito constitucional à saúde, conforme prevê a legislação brasileira. A solicitação, segundo eles, busca garantir transparência e isonomia nas condições oferecidas aos detentos, evitando privilégios a qualquer indivíduo. A proposta foi analisada pelas comissões competentes, e alguns deputados defenderam que a iniciativa pode abrir caminho para auditorias sanitárias regulares no sistema prisional, mas Moraes alega ter tido falta de pertinência e determinou que o pedido fosse retirado dos autos da ação penal da trama golpista, ato que condenou o ex-presidente a 27 anos de prisão.

Contexto da solicitação de Bolsonaro

Bolsonaro está sob prisão domiciliar determinada pelo próprio Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pediu para realizar exames médicos alegando preocupações com seu estado de saúde. O pedido recebeu ampla repercussão política e motivou críticas sobre supostos tratamentos diferenciados em relação aos demais presos. E nesta sexta-feira (7), começa um julgamento dos recursos contra a condenação de Bolsonaro e os ministros terão até semana que vem (14) para lançarem seus votos.


Bolsonaro na sua casa (Foto: reprodução/SERGIO LIMA/Getty Images Embed)


Repercussão política

A medida dos deputados tem gerado divisão entre aliados e opositores do ex-presidente. Enquanto parte dos parlamentares considera o pedido uma ação justa para todos os internos, outros afirmam que há motivação política na proposta. O debate deve continuar nas próximas semanas, reacendendo discussões sobre direitos humanos e equidade dentro das penitenciárias brasileiras.

Fux declara que cometeu injustiças em julgamento do 8 de janeiro

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que cometeu equívocos nos julgamentos do 8 janeiro, durante a ação penal que ocorreu nesta terca-feira (21) contra os réus do núcleo 4 da trama golpista. Em alguns dos casos, nos julgamentos de réus relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Fux havia votado para condenar os acusados. 

O ministro, o qual foi o terceiro a votar e o primeiro a discordar do relator, Alexandre de Moraes, defendeu que os episódios de difusão de fake news sobre as urnas eletrônicas para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro narrados na denúncia não eram tão graves e entendeu não haver provas suficientes para enquadrar os réus nos crimes denunciados.


Julgamento dos réus do Núcleo 4 no STF (Foto: reprodução/STF/Gustavo Moreno)

O 8 de janeiro e o núcleo 4

“Meu entendimento anterior, julgamos muitos casos, embora amparado pela lógica da urgência, incorreu injustiças que o tempo e a consciência já não me permitiam sustentar”, começou na declaração o ministro durante o voto sobre o núcleo 4. O julgamento da Ação Penal 2694 ou núcleo 4 como é conhecida, é composto pelos acusados que fazem parte do chamado núcleo da desinformação. Segundo a acusação, o grupo propagava fake news contra opositores e o sistema eletrônico de votação em 2022, que manteria o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

De acordo com Fux, a condenação de Bolsonaro, em setembro, por golpe abriria um precedente perigoso e o ministro argumentou que o plano Punhal Verde e Amarelo e os ataques ao sistema eleitoral e o 8 de janeiro não podem ser colocados no mesmo contexto por serem atos isolados. Ele, então, foi o único a votar para anular a ação penal envolvendo seis réus, incluindo Bolsonaro, por tentativa de golpe e a defender a absolvição do ex-presidente.


Primeira Turma julga as denúncias sobre o Núcleo 4 (Foto: reprodução/STF/Rosinei Coutinho)

Das decisões às críticas

Em setembro, o Núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis réus, foi condenado. Entre as decisões, a do Ministro Fux foi a que se destacou por ser a única a absolver os sete réus e isso gerou críticas de alguns colegas. Na semana passada, o ministro teve uma discussão com o colega Gilmar Mendes referente ao voto de Fux no julgamento de Bolsonaro.

Fux afirmou que “não é a imobilidade que sustenta a autoridade moral” dos juízes, mas sim “a capacidade de reparar erros, reconciliar a sociedade”. A sessão será aberta com o voto do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do Núcleo 4. O ministro vai decidir se condena ou absolve os acusados. Em caso de condenação, Moraes também vai anunciar a pena dos réus.

Além do Núcleo 4, serão julgados ainda neste ano os núcleos 2 e 3. O julgamento do Núcleo 3 está marcado para 11 de novembro. O grupo 2 será julgado em dezembro.

Barroso afirma que Supremo nunca agradará a todos ao anunciar aposentadoria

O ministro Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria após 12 anos no Supremo Tribunal Federal e afirmou que “o Supremo nunca agrada a todos”. Em entrevista após o anúncio, ele destacou que o protagonismo e a exposição da Corte geram críticas inevitáveis, mas que isso faz parte da função institucional. Barroso também lembrou os “ônus e sacrifícios” do cargo e disse que pretende dedicar-se à literatura, poesia e vida acadêmica.

Supremo na mira das críticas

Barroso disse que a Suprema Corte está constantemente sob julgamento social: “O Supremo está sempre desagradando alguma área”, afirmou, citando que agrada às feministas ou aos evangélicos, mas dificilmente a todos simultaneamente. Ele defendeu que a exposição pública que a função exige pode incomodar até a própria Corte e que tentar agradar a todos seria um erro institucional.

Ele ainda ponderou que o “arranjo institucional” do STF foi fundamental para assegurar 33 anos de estabilidade democrática no país, mesmo diante de críticas intensas. Segundo o ministro, parte da função do tribunal é atuar com firmeza, mesmo sabedor de que nem todas as decisões serão bem recebidas pela sociedade ou por grupos específicos.


Reportagem da CNN Brasil (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Despedida e legado de Barroso

Durante seu discurso de aposentadoria, Barroso afirmou que deixa o cargo por razões pessoais, após alcançar 67 anos — embora pudesse permanecer até os 75. Ele mencionou que o peso da função e seus impactos familiares foram fatores decisivos para a saída. Agora, pretende voltar sua atenção à literatura, poesia e à carreira acadêmica.

Com o anúncio, cabe ao presidente Lula escolher um novo nome para o STF, que deverá passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes de ser aprovado em plenário pelos senadores. O processo de substituição será acompanhado de perto, uma vez que a escolha tende a ter impacto político e institucional. Além disso, a sucessão de Barroso ocorre em um momento de forte atenção pública ao Supremo, o que pode tornar o debate mais intenso e colocar novamente em pauta o papel do tribunal no equilíbrio entre os poderes e na defesa da democracia brasileira.

Ministro Alexandre Padilha Intervém em emergência médica no aeroporto de Brasília

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (54), viveu uma situação inesperada durante sua viagem de Brasília ao Rio de Janeiro. Ao embarcar, ele se deparou com a tripulação do  avião tentando reanimar uma passageira que havia desmaiado. Graças à sua experiência como médico, Padilha prontamente ofereceu ajuda.

 

Socorro à Passageira

De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, o diagnóstico inicial foi hipoglicemia. O ministro solicitou um doce para a passageira e a acompanhou durante todo o voo. Padilha estava a caminho do Rio para participar da entrega de novas instalações no Hospital Federal do Andaraí (HFA). Em suas redes sociais, onde é bastante ativo, ele compartilhou um vídeo do atendimento, afirmando: “médico é médico 24 horas por dia“.


Recorte de reportagem que mostra o ministro na aeronave (Vídeo: reprodução/You Tube/@bandjornalismo)

Mais sobre o Ministro

Alexandre Padilha é casado com a jornalista Thássia Alves há 13 anos, formado em Infectologia pela Universidade de São Paulo e possui pós-graduação em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (1998 – 2000) Especialização em Saúde Coletiva , Unicamp, Campinas, SP, 2018 – 2022, tem mestrado e doutorado. Foi o criador do programa “Mais Médicos” e da expansão e modernização do “Programa Farmácia Popular” implantado no governo Dilma Rousseff em 2013. Na política, é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 1988, tendo exercido diversos cargos, incluindo de deputado federal e ministro-chefe da Secretaria das Relações Institucionais. Em 2014, foi candidato a governador de São Paulo. Padilha é autor de vários livros, entre eles “Construindo Novos Sujeitos” e “Colocando a Saúde em Movimento”. In: Inovação e Direito à Saúde na Cidade de São Paulo. Brasília: OPAS, 2017;

O ministro ocupa o cargo desde 10 de março de 2025, após a saída da ex-ministra Nísia Trindade, que foi elogiada pelo seu trabalho durante  a pandemia a frente da Fundação Oswaldo Cruz e pelo esforço em garantir vacinas, em parceria com o Instituto Butantan, visando ampliar a vacinação contra a dengue.

Trump anuncia sanções que comparam Moraes e esposa à Bonnie & Clyde

Na última segunda-feira (22), o Governo Trump anunciou que a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi incluída na lista de sanções dos Estados Unidos, baseada na lei Magnitsky. Mas o que chamou atenção foi forma que a Casa Branca apresentou essa medida comparando-os, em comunicado oficial, aos criminosos americanos Bonnie & Clyde.

De acordo com o Governo americano, Viviane de Moraes atua como facilitadora e protetora das ações do esposo. O secretário de Estado Marco Rubio apontou o Ministro como um “ator estrangeiro maligno”, que anteriormente já havia sido imposto à mesma lei.


Ministro Alexandre de Moraes e Viviane de Moraes (Foto: reprodução/G1)

Sobre as sanções

A medida possui embasamento na lei Magnitsky, aprovada durante o governo de Barack Obama, em 2012,   a qual habilita os Estados Unidos aplicar ações como congelamento de contas, proibição de transações financeiras e bloqueio de bens contra pessoas consideradas ameaças, especialmente suspeitos de corrupção ou violação aos direitos humanos.

Com a inclusão de Viviane de Moraes na lista, qualquer movimentação financeira feita na conta da advogada que seja ligada a ela em bancos americanos é automaticamente bloqueada, como, por exemplo, a Lex Instituto de Estudos Jurídicos, empresa da família Moraes. Para que o processo seja retirado é necessário que o sancionado comprove mudança de comportamento, passando por um processo lento de reavaliação.

Possível semelhança entre casais

Bonnie & Clyde, foram um casal de criminosos que agiam contra às leis americanas no período da Grande Depressão, cometendo assaltos às lojas, bancos e até sequestros e assassinatos entre 1932 e 1934, quando foram mortos em uma emboscada policial.  Eles se tornaram famosos por ser um símbolo de resistência e rebeldia da época.


Casal de criminosos, Bonnie & Clyde (Foto:reprodução/Hulton Archive/Getty Images Embed)

Segundo especialistas, a afirmação da Casa Branca em compará- los foi altamente política e simbólica, tendo em vista que Moraes e Viviane teriam possivelmente atuado em parceria para minar instituições democráticas e obter vantagens pessoais.

No Brasil, o Supremo Tribunal Federal afirmou em nota que não fará comentários sobre decisões de governos estrangeiros.

Vereadores de Belo Horizonte decidem citar Moraes como “persona non grata”

Vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte, aprovaram ontem, segunda-feira (08/09), uma moção que cita o Ministro do STF, Alexandre de Moraes, como umapersona non grata”. Decisão vem em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e da aproximação das Eleições de 2026.

Moraes x bolsonarismo

Em meio a um julgamento histórico contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (acusado de Golpe de Estado e outros crimes), uma atitude do vereador mineiro Pablo Almeida (PL-MG) gerou repercussão nas redes sociais no começo desta semana. Ele propôs uma moção que torna o Ministro do STF uma “persona non grata”. O termo, traduzido do latim, significa pessoa “indesejada”, “não bem-vinda” ou “não agradável”.

Parlamentares da oposição, do PT e do PSOL, foram contra a decisão da Câmara, e disseram que essa ação poderia ser usada para uma situação ou algo mais grave e não por “capricho político”, ou como “instrumento de perseguição política”.

A justificativa usada pelos aliados do vereador do PL foi que Alexandre de Moraes se manifestou de forma obscena em uma partida de futebol, no dia 30 de julho de 2025, em um vídeo que viralizou na Arena Neoquimica, em São Paulo. Outra pauta usada foi a aplicação da lei Magnitsky em Moraes, usada pelo presidente dos Estados Unidos Trump a estrangeiros corruptos e que ferem os Direitos Humanos.


Pablo Almeida, autor da proposta (Vídeo: reprodução/Instagram/@pabloalmeidabh)

Alexandre de Moraes x golpe de Estado

Moraes será o vice do STF a partir do dia 29 de setembro de 2025 e quem assume a presidência do tribunal será o Ministro Flavio Dino. Mas antes disso, nos dias  9, 10, 11 e 12, Moraes e mais quatro ministros da primeira turma do STF, (Flavio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux) julgam oito réus acusados de dar um golpe de Estado no Brasil. São eles:

  • Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente;
  • Alexandre Ramagem, deputado federal;
  • Almir Garnier, comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI  de Bolsonaro;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro.

A decisão final do julgamento sai na sexta-feira (12/09).

Bolsonaro pede autorização a Moraes para deixar prisão domiciliar por motivos médicos

Os advogados de Bolsonaro, pediram ao STJ uma autorização para que o ex-presidente vá ao hospital fazer alguns procedimentos médicos, e o ministro Alexandre de Moraes deve da a resposta se autoriza ou não até sexta-feira (12), que é o dia do julgamento final de Jair e mais sete réus. O atendimento hospitalar está marcado para domingo (14), dois dias depois da absolvição ou condenação do ex-presidente.

Qual o procedimento

Bolsonaro fará uma retirada de lesões na pele e será atendido no Hospital DF Star, em Brasília, recebendo alta no mesmo dia. Quem atenderá Bolsonaro é o médico Cláudio Birolini, chefe da equipe de cirurgia, foi ele quem assinou o pedido médico de Bolsonaro.  Após a retirada das lesões na pele, será feita uma biópsia para saber se é um tumor benigno ou maligno. Após liberação do médico, dependendo da audiência que definirá o destino de Bolsonaro, ele poderá voltar para a cadeia ou voltará para casa.

No mês de agosto, ele também pediu autorização para realizar exames médicos, o que foi aprovado pelo ministro Alexandre de Moraes. O primeiro pedido para deixar a prisão domiciliar foi feito para que Bolsonaro pudesse fazer exames que mostraram que algumas pequenas infecções no pulmão do ex-presidente, além de uma inflamação no esôfago e estômago.


Jair Bolsonaro ao lado dos seus advogados Paulo Cunha Bueno e Celso Vilardi (Foto: reprodução/Fillipe Sampaio/CNN)


Crimes

Jair Bolsonaro é réu junto com mais sete pessoas por tentar dar golpe de Estado, é o que diz a polícia, o plano para tomar começou a tomar forma quando percebeu que não ganharia as eleições de 2022, ele está sendo acusado de: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. Eles correm o risco de ficarem 39 anos na cadeia se forem condenados.

Bolsonaro foi para prisão domiciliar por usar as redes sociais de outra pessoa para participar de uma manifestação em seu apoio, o que tinha sido proibido em uma das medidas cautelares feita para ele.

Bolsonaro recebe visita de Ciro Nogueira em seu primeiro dia de prisão domiciliar

Nesta segunda-feira (04), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar de Jair Messias Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada devido ao descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas. O ex-presidente permanecerá recluso em sua residência, localizada em Brasília. Durante as primeiras 24 horas em reclusão domiciliar, Bolsonaro recebeu a visita do Senador Ciro Nogueira.

Ele segue as restrições impostas pelo ministro durante suas primeiras 24 horas recluso. Na casa do ex-presidente não há policiais a postos, já que ele segue sendo monitorado pela tornozeleira. As redes sociais dele seguem sob vigilância, não sendo possíveis postagens nem o relacionamento com ninguém via mídias sociais.


Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)

Passos seguidos e visitas restritas

Bolsonaro faz uso da tornozeleira eletrônica mesmo em prisão domiciliar, pois, se retirado o aparelho, não será mais possível que as autoridades confirmem se o ex-presidente permanece em casa. As visitas feitas a Bolsonaro são limitadas e todas precisam da autorização do Ministro Alexandre de Moraes. As únicas pessoas que podem transitar, sair e voltar a qualquer momento são os empregados, sua esposa Michelle Bolsonaro e a filha do casal, Laura, que mora com eles.

Durante a prisão domiciliar, Moraes afirmou que somente advogados e pessoas autorizadas poderiam visitar o ex-presidente, de forma que não façam uso de celulares, não tirem fotos nem gravem imagens.

Visita de Ciro Nogueira

Nesta terça-feira (05), Bolsonaro recebeu a visita de Ciro Nogueira, Senador membro dos progressistas. “Fui autorizado pelo relator, ministro Alexandre, a visitá-lo, seguindo todas as normas e como a imprensa acabou de ver saindo”, relatou o senador.

Outros pedidos de autorização de visitas a Bolsonaro ainda serão analisados pelo relator. As solicitações foram feitas pelos deputados Marcelo Moraes, Sóstenes Cavalcante, Eros Ferreira Biondini, Luciano Zucco e Junio Amaral, todos do PL, além do empresário e amigo pessoal Renato de Araújo Corrêa.

Restrições a Bolsonaro

Ao tomar a decisão da prisão domiciliar, Moraes determinou que somente advogados e pessoas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal podem visitar o ex-presidente, de modo que não descumpram as regras impostas, como uso dos celulares e gravações.

Bolsonaro está proibido de usar o seu celular ou o de qualquer outra pessoa. O relator manteve também o contato com embaixadores e autoridades estrangeiras restrito, restringiu também o suo das redes sociais, tanto pessoal quanto de outros.


Wálter Maierovitch, colunista da UOL, fala sobre motivo da prisão de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@UOL)

Por outro lado, a defesa de Jair Bolsonaro confirmou que irá recorrer contra a ordem de prisão domiciliar, porém ainda não informaram quando.

Bolsonaro se tornou réu em março deste ano, no STF, acusado de liderar tentativa de golpe de Estado, respondendo a cinco crimes:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Participação em organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • E deterioração de patrimônio tombado.

A última etapa deverá ocorrer em setembro, atualmente o processo segue nas fases das alegações finais da defesa.

Ministro de Putin é encontrado morto após demissão

Roman Starovoit era o ministro de transporte da Rússia e foi encontrado morto nesta segunda-feira (07), pouco tempo após ser demitido do cargo pelo presidente Vladimir Putin. O jornal “Izvestiya” buscou as autoridades do país para averiguar a informação da morte do ex ministro, e foi informado que Roman tirou sua própria vida com um único disparo de arma de fogo dentro do seu carro, a notícia foi dada pelo comitê russo em nota oficial ao jornal.

Roman assumiu o cargo de ministro de transporte em maio do ano passado. Antes, ele era governador da região de Kursk, próximo à fronteira da Ucrânia, e ocupou o cargo por cinco anos. Os detalhes de sua demissão não foram divulgadas, mas pessoas próximas dizem que a conduta do ex ministro não estava agradando a Putin, e algumas investigações dão indícios de corrupção na sua antiga gestão. Alguns repórteres insistiram em saber o motivo do que da demissão de Roman e o porta-voz o Kremlin, Dmitry Peskov mesmo com a insistência não deu a justificativa.

Quem ocupou o lugar de Roman Starovoit foi seu vice, Andrey Nikitin nomeado ministro interino.


Vladimir Putin (centro) e Roman Starovoit (direita) inspecionam a Crimeia (Foto: reprodução/Russian Presidential Press and Information Office/Anadolu Agency/Getty Images Embed)

Casos anteriores

Roman não foi o único a tirar a própria vida após a demissão do cargo. Boris Pugo cometeu suicídio após o fracasso do golpe de 1991, ele era ministro do interior soviético. Mas o caso mais parecido com o de Roman, foi do Nikolai Shchelokov que era acusado de corrupção após ser demitido, e um dia após sair do cargo e perder todas as suas honrarias estatais ele atirou contra si em dezembro de 1984.

Nikolai Shchelokov estava com medo de ir para a prisão como seu e vice na época Yuri Churbanov. Casos em que um detento presta depoimento contra seu superior não são incomuns, para dizer o mínimo, no sistema judiciário russo. Mas quando se trata de tirar a própria vida sob ameaça de prisão na Rússia moderna, a maioria dos casos é de policiais  e esses casos são raros o suficiente para serem contados nos dedos.

O impacto da morte

A morte de Starovoit faz ligar um alerta para a elite russa, pois é um pânico que as autoridades enfrentam sob a ameaça de ir para a cadeia caso não agrade o governo. Até aqueles que nunca fizeram nada de errado têm a consciência de como o sistema judiciário de seu país funciona, da minúscula taxa de absolvições e das péssimas condições nas colônias penais.