Governo anuncia campanha nacional para combater o Aedes aegypti

O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (3) a nova campanha nacional de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. O plano de ação prevê um investimento federal de R$183,5 milhões voltado à prevenção e controle das arboviroses em todo o país.

Durante o anúncio, também foi divulgado que o Dia D da Dengue de 2025 acontecerá neste sábado (8), mobilizando estados e municípios em ações de conscientização e eliminação de focos do mosquito. Além disso, o governo federal destacou a ampliação da produção da vacina contra a dengue como uma das prioridades da estratégia nacional.

Brasil reduz casos de dengue

Em 2025, o Brasil contabiliza cerca de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, segundo o Ministério da Saúde. O número representa uma redução de 75% em comparação ao mesmo período de 2024, refletindo os esforços de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti.


Distribuição de vacinas contra a dengue (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Segundo o 3º Levantamento Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), 30% dos municípios brasileiros estão em alerta para dengue, chikungunya e Zika. As maiores incidências foram registradas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, com destaque para Mato Grosso do Sul, Ceará e Tocantins. O levantamento analisou 3.223 cidades entre agosto e outubro deste ano.

Tecnologia no combate à dengue

Em uma missão que promete aliviar o sofrimento de milhões de brasileiros, o ministro da Saúde visitou a China em outubro para reforçar a parceria com a WuXi Biologics. O objetivo é acelerar a produção em larga escala da vacina contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, um marco da ciência nacional.

Para intensificar o combate à dengue, o governo vai expandir o uso de tecnologias de controle vetorial, como as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação residual com inseticida de longa duração dentro das residências — medidas que ajudam a reduzir a transmissão do vírus.

Mas a prevenção também depende do envolvimento da população. Atitudes simples no dia a dia fazem diferença: instalar telas nas janelas, usar repelente, eliminar recipientes com água parada, vedar caixas d’água e manter calhas e ralos limpos. Participar das campanhas do SUS fortalece a rede de proteção coletiva contra o mosquito.

Ministério da Saúde inicia distribuição de antídoto contra intoxicação por metanol

O Ministério da Saúde começou a distribuir nesta quinta-feira (9) o antídoto fomepizol, utilizado no tratamento de intoxicações por metanol, substância presente em bebidas adulteradas que já provocou mortes no país.

O primeiro lote, com 2,5 mil doses, teve prioridade para São Paulo, que recebeu 288 ampolas, devido ao maior número de casos e óbitos registrados. Outros estados, como Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Piauí, Espírito Santo, Goiás, Acre, Paraíba e Rondônia, também receberão o medicamento.

A aquisição do fomepizol é inédita no Brasil e ocorreu oito dias após o ministro da Saúde acionar o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Tratamento e aplicação do antídoto

De acordo com a secretaria nacional de vigilância em saúde, Mariângela Simão, os profissionais de saúde foram treinados para manipular o fomepizol, medicamento raro devido à baixa produção mundial. Ele atua impedindo que o metanol se transforme em ácido fórmico, evitando danos graves e risco de morte.

O antídoto será utilizado apenas sob acompanhamento médico, seguindo normas técnicas que determinam seu uso em pacientes que apresentarem sintomas clínicos após ingestão de destilados adulterados, entre 6 e 72 horas, e alterações em pelo menos dois exames laboratoriais.


Drauzio Varella explica o que fazer em casos de intoxicação por metanol (Vídeo: reprodução/YouTube/Drauzio Varella)

O fomepizol se soma ao etanol farmacêutico, já utilizado pelo SUS, para tratar casos de intoxicação. O Ministério reforçou que a população não deve tentar comprar ou usar os produtos por conta própria e que mil doses do antídoto permanecerão reservadas em centro de distribuição para atender hospitais quando necessário.

Casos confirmados e distribuição

Até o momento, o Brasil registrou 259 notificações de intoxicação por metanol, com 24 casos confirmados e cinco mortes apenas em São Paulo. Paraná e Rio Grande do Sul também confirmaram casos. Com a distribuição do fomepizol, o governo espera ampliar o tratamento e reduzir o risco de mortes causadas pela ingestão da substância.

Saiba o antídoto usado para tratar da intoxicação por metanol

Nos últimos dias, os casos de pessoas internadas por uma possível intoxicação por metanol vem aumentando. Os primeiros casos confirmados aconteceram em São Paulo, que já contam com 14 confirmações, com dois óbitos e no Paraná, com dois casos confirmados.

As duas mortes confirmadas são de Marcos Antônio Jorge Junior e Ricardo Lopes Mira, que consumiram bebidas adulteradas no mesmo bar, que fica na Mooca, na Zona Leste de São Paulo. O estabelecimento foi fechado na última semana.

Cresce também a quantidade de estados com suspeita de pessoas intoxicadas. Hoje são 13 estados (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Pernambuco, Piauí, Paraíba, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná).

O antídoto usado no tratamento

O principal antídoto chama-se “fomepizol”, que tem a função de bloquear a ação do fígado, em transformar o metanol como veneno. Assim, o metanol ingerido é eliminado naturalmente pelos rins, através da urina, sem causar danos.

Os médicos usam também bicarbonato de sódio, para controlar a acidez no sangue e, nos casos mais graves, hemodiálise, para remover o metanol e o ácido fórmico do sangue.

Na ausência do fomepizol, o paciente intoxicado recebe uma dose de etanol, controlada pelos médicos, na veia. A função deste álcool de “enganar” o fígado, que aceita mais substância do que o metanol. Como o fígado acaba processando o etanol, acaba esquecendo do metanol presente, que acaba sendo eliminado também pela urina.

Lembrando que o uso do fomepizol e do etanol é exclusivamente controlada por médicos.


Aumento de casos suspeitos de intoxicação por metanol (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

A consequência do metanol no corpo

O metanol, mesmo possuindo um cheiro característico, diferente do etanol, que é encontrado normalmente nas bebidas alcoólicas, consegue ser facilmente confundido

Os principais sintomas aparecem em dentro de 24 horas e são parecidos com uma ressaca normal, de uma bebida que não foi adulterada, como: dor de cabeça, tontura, náusea e dores abdominais. Em sintomas mais graves, deixa a pessoa com dificuldades de enxergar, isso devido ao metanol atingir o nervo óptico, que pode levar á cegueira, a confusão mental e a dificuldade na respiração, pois o sangue fica muito ácido e também pode levar a morte.

Anvisa recorre a autoridades internacionais para trazer antídoto do metanol ao Brasil

Devido aos recentes casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades internacionais para trazer ao Brasil o fomepizol, medicamento usado como antídoto contra o envenenamento pela substância.

Até o momento, o país contabiliza 59 casos de intoxicação, sendo 11 confirmados em laboratório e 48 ainda em investigação. O caso acendeu um alerta sanitário e pressionou o governo a acelerar a disponibilização do remédio, que ainda não chegou ao mercado nacional.

De acordo com a Anvisa, o fomepizol não tem registro sanitário no país, o que levou à busca internacional para suprir a demanda do SUS. A agência já consultou autoridades de países como Estados Unidos, Argentina, União Europeia, México, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália sobre a autorização para comercializar o medicamento.

Para agilizar a importação, um edital foi publicado para identificar fabricantes e distribuidores internacionais capazes de fornecer o remédio imediatamente ao Ministério da Saúde.

Medidas emergenciais e orientação à população

Enquanto busca trazer o fomepizol para o Brasil, a Anvisa identificou mais de 600 farmácias de manipulação capazes de produzir etanol com pureza médica, considerado alternativa terapêutica ao medicamento em caso de necessidade. A agência também tem apoiado a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária na análise de amostras suspeitas, com três laboratórios aptos até o momento: Lacen/DF, Laboratório Municipal de São Paulo e INCQS/Fiocruz.

O Ministério da Saúde criou uma Sala de Situação extraordinária para monitorar os casos de intoxicação por metanol e coordenar as medidas necessárias, que continuará em funcionamento enquanto o risco sanitário persistir.

Enquanto o medicamento não chega, a recomendação é que, em caso de suspeita de intoxicação, a população entre em contato com o Disque-Intoxicação (0800-722-6001), serviço que conecta 13 centros especializados em todo o país.


Contaminação de bebidas alcoólicas com metanol é um problema mundial (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Riscos da intoxicação por metanol

O metanol é um álcool usado na indústria, presente em solventes e produtos químicos, e não é seguro para consumo humano, ao contrário do etanol encontrado nas bebidas alcoólicas. Por não ter cheiro, cor ou sabor, ele pode ser misturado ilegalmente a bebidas sem que o consumidor perceba.

Quando ingerido, ele é processado pelo fígado e transformado em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico, que podem causar visão borrada, tontura, dor abdominal e respiração acelerada. Em casos graves, a intoxicação pode levar à cegueira irreversível, falência de órgãos e morte, sendo essencial atendimento médico rápido.

O fomepizol é o tratamento de referência contra a intoxicação por metanol, pois bloqueia a conversão da substância em metabólitos tóxicos, protegendo o sistema nervoso e o fígado de danos graves.

59 casos de intoxicação por metanol mobilizam Ministério da Saúde

O Brasil já soma 59 notificações de intoxicação por metanol, segundo dados oficiais, e o Ministério da Saúde iniciou medidas emergenciais para lidar com o surto. A ação inclui fortalecimento do estoque de etanol farmacêutico, ativação de sala de situação nacional e esforços inéditos para garantir antídotos como o fomepizol. A meta é acelerar o combate ao envenenamento decorrente do consumo de bebidas adulteradas.

Surto e distribuição de casos

Das 59 notificações, 53 foram registradas em São Paulo — 11 casos confirmados e 42 em investigação — além de cinco casos suspeitos em Pernambuco e um no Distrito Federal. Há ao menos um óbito confirmado e sete mortes ainda sob análise, segundo o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).

Como resposta, o Ministério estruturou um estoque emergencial de 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico em hospitais universitários e unidades do SUS. Também foi solicitada ao Sistema Pan-Americano de Saúde uma doação de 100 tratamentos com fomepizol, medicamento ainda não produzido no Brasil. A agência reguladora já abriu chamada internacional para identificar fornecedores do antídoto.


Metanol (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed) 

Medidas estratégicas e alertas à população

Foi instalada uma Sala de Situação para monitorar casos e coordenar ações entre órgãos federais, estaduais e municipais. Só nesta sala atuam representantes da Saúde, Anvisa, vigilâncias estaduais e Secretarias de Saúde.

Como medida preventiva, o Ministério recomenda cautela ao consumir bebidas alcoólicas de procedência duvidosa, evitar destilados desconhecidos e observar lacres, rótulos e origem. A pasta também reforça que bares, distribuidores e fabricantes devem estar atentos às fiscalizações e colaborar no rastreamento de produtos suspeitos. Além disso, orienta que profissionais de saúde façam notificações imediatas de casos suspeitos, mesmo antes da confirmação laboratorial, já que o diagnóstico rápido é fundamental para salvar vidas. A população deve procurar atendimento médico imediato em casos de sintomas como dor de cabeça intensa, visão turva, náusea ou dificuldade respiratória, sinais típicos de intoxicação por metanol.

Cantor Hungria passa por hemodiálise após suspeita de intoxicação por metanol

O cantor Hungria Hip Hop, nome artístico de Gustavo da Hungria, foi internado nesta quinta-feira (2) na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, após suspeita de intoxicação por metanol. A equipe médica optou por iniciar sessões de hemodiálise, além de administrar tratamento com etanol, estratégia recomendada para casos desse tipo de envenenamento. O caso mobilizou fãs e chamou a atenção pela gravidade do quadro clínico, já que o metanol é uma substância altamente tóxica, capaz de provocar complicações severas no organismo.

Sua assessoria informou ao portal LeoDias que o cantor permanece sob cuidados intensivos desde as primeiras horas do dia, mas reforçou que, até o momento, a situação era considerada estável.

Estado de Hungria Hip Hop é considerado estável

O hospital divulgou um boletim no qual descreve que o cantor deu entrada apresentando sintomas preocupantes, como fortes dores de cabeça, náuseas, vômitos, alterações visuais e sinais de acidose metabólica. Estes indícios são compatíveis com casos de intoxicação grave, o que levou a equipe médica a agir rapidamente e a reforçar a necessidade de cuidados intensivos.

Diante da gravidade do quadro inicial, Hungria foi encaminhado diretamente para a UTI, onde passou a receber suporte clínico especializado e tratamento imediato para estabilizar suas condições vitais, reduzindo os riscos de complicações.


Comunicado à imprensa (Foto: reprodução/Instagram/@hungria_oficial)

Segundo a nota do DF Star, Hungria segue em investigação para a confirmação da causa do problema de saúde, mas já recebe acompanhamento especializado desde as primeiras horas do dia. O estado dele, até o momento, é considerado estável.

11 casos confirmados no Brasil e Hungria pode entrar na lista

O Ministério da Saúde informou que, até esta quinta-feira (2), o Brasil soma 11 casos confirmados de contaminação por metanol ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Além disso, há outras 48 notificações em investigação, que podem elevar esse número nos próximos dias.

Caso seja confirmada a suspeita de intoxicação no cantor Hungria Hip Hop, ele passará a ser o 12º caso oficialmente registrado no país. O ministro Alexandre Padilha ressaltou que a pasta instalou uma Sala de Situação para acompanhar de forma permanente a evolução do problema e dar suporte às autoridades locais nas medidas de prevenção e fiscalização.

Entre as ações imediatas, o governo orientou reforço nas inspeções de estabelecimentos e na coleta de amostras de bebidas suspeitas. A preocupação das autoridades é conter o avanço dos casos e impedir novas ocorrências diante do risco elevado de intoxicação.

Câmara aprova urgência para tratar falsificação de bebidas como crime hediondo

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (2/10) a urgência para votação do Projeto de Lei 2307/07, que propõe tornar crime hediondo a falsificação de bebidas. A decisão mostra que o tema é considerado prioritário pelos parlamentares, diante dos riscos que esse tipo de prática representa. O texto amplia o rigor das punições e reforça o compromisso do Congresso em dar uma resposta rápida à sociedade. A medida atende à necessidade de combater práticas que afetam a economia e, principalmente, ameaçam a saúde pública.

Nos últimos meses, cresceu o número de registros de intoxicação por metanol, substância tóxica frequentemente usada em bebidas falsificadas. Incolor e altamente inflamável, o metanol pode causar cegueira, danos irreversíveis ao organismo e até levar à morte quando ingerido.

Câmara prioriza votação sobre falsificação de bebidas

A votação do regime de urgência do PL 2307/07 foi anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e aprovada em plenário como forma de acelerar a análise da proposta. Com essa decisão, o texto que classifica a falsificação de bebidas como crime hediondo passa a ter prioridade na pauta, sem a necessidade de tramitação por uma comissão especial.

Essa medida abre caminho para que os deputados analisem o mérito da proposta em breve, embora ainda não haja uma data definida para a votação do conteúdo. Caso seja aprovada, a matéria seguirá para o Senado, onde também precisará passar por análise e votação antes de se tornar lei. O tema ganhou força diante da crescente preocupação com casos de adulteração de bebidas


Informação sobre projetos na Câmara (Foto: reprodução/Instagram/@camaradeputados)

Segundo o Ministério da Saúde, já foram registrados 43 casos de intoxicação por metanol no país neste ano. Em São Paulo, a Vigilância Sanitária precisou interditar ao menos seis estabelecimentos por suspeita de comercialização de bebidas adulteradas.

Saúde reforça controle com sala de situação sobre metanol

O Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para acompanhar os casos de intoxicação por metanol em diferentes regiões do país. A iniciativa tem como meta ampliar o controle e dar mais agilidade às ações de enfrentamento.

A equipe técnica que atua no espaço vai avaliar os dados recebidos, identificar padrões e organizar as medidas necessárias. Com isso, será possível coordenar de forma integrada a resposta às ocorrências e proteger a população.

O que são crimes hediondos

Crimes hediondos são aqueles considerados de extrema gravidade pela legislação brasileira, por causarem grande repulsa e ameaça à sociedade. A Lei 8.072/90 estabelece regras mais rígidas para esses crimes, como o cumprimento inicial da pena em regime fechado e a impossibilidade de concessão de anistia, graça, indulto ou fiança.

Brasil perde chances de transplantes por recusa familiar em 45% dos casos

O Ministério da Saúde divulgou novos dados que acendem um alerta sobre a doação de órgãos no Brasil: quase metade das famílias ainda se recusa a autorizar o procedimento após a morte de um parente. O cenário revela entraves culturais e emocionais que desafiam o sistema de saúde e colocam em risco a vida de milhares de pessoas que aguardam na fila por um transplante. Especialistas destacam que o diálogo familiar e a conscientização são fundamentais para reverter esse quadro e salvar vidas.

Recusa familiar ainda é principal obstáculo

De acordo com o levantamento, 45% das famílias brasileiras recusam a doação de órgãos de parentes falecidos, índice que representa um dos principais obstáculos para ampliar o número de transplantes no país. Atualmente, mais de 80 mil pessoas aguardam por um órgão, muitas em situação crítica de saúde. Fatores emocionais, crenças religiosas e a falta de informação são citados como razões mais comuns para a negativa, mesmo diante da relevância social e humanitária do gesto.

Além disso, a recusa familiar compromete o planejamento e a logística do sistema de transplantes, que possui equipes especializadas e centros de referência distribuídos pelo país. Segundo o Ministério da Saúde, mesmo com infraestrutura adequada, a negativa impede que órgãos viáveis sejam utilizados, prolongando a espera de pacientes e aumentando o risco de óbitos entre aqueles que dependem de um transplante.

Campanhas e ações para ampliar a doação

Para enfrentar esse desafio, o ministério lançou uma série de campanhas de conscientização, com foco em incentivar que as pessoas expressem em vida seu desejo de ser doador. Também foi criada a Política Nacional de Doação e Transplantes (PNDT), que inclui incentivos para equipes hospitalares que atuam no delicado momento do diálogo com familiares de possíveis doadores.


Foto ilustrativa de uma sala de cirurgia (Foto: reprodução/shapecharge/Getty Imagens Embed)

Entre as ações, destaca-se o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos (PRODOT), que premia equipes hospitalares que atingem metas de desempenho e confiabilidade no processo de doação. Além disso, a pasta trabalha em parceria com veículos de comunicação, redes sociais e organizações comunitárias para disseminar informações corretas sobre os benefícios e procedimentos da doação.

Impacto humano e social

O efeito da recusa familiar vai além das estatísticas: milhares de pessoas aguardando órgãos enfrentam risco constante de morte ou complicações graves. Especialistas enfatizam que a educação em saúde e o incentivo à conversa antecipada sobre a vontade de doar são essenciais para transformar a realidade do país e garantir que mais vidas sejam salvas.

Ministério da Saúde recomenda mamografia para mulheres partir dos 40 anos

O Ministério da Saúde anunciou mudanças importantes nas diretrizes de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Agora, mulheres de 40 a 49 anos terão acesso garantido à mamografia, ainda que sem a obrigatoriedade do rastreamento bienal. Até então, a recomendação oficial restringia o exame de rotina apenas para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, independentemente de sinais ou sintomas.

Segundo José Barreto, diretor do Departamento de Atenção ao Câncer, a decisão atende a um pedido antigo de especialistas e pacientes. Ele destacou que as regras anteriores dificultavam a detecção em mulheres mais jovens, que vêm apresentando aumento na incidência de casos. A partir desta mudança, o governo espera ampliar a prevenção e fortalecer a rede de cuidados oncológicos.


Veja quais são os sintomas do câncer de mama (Vídeo: Reprodução/Instagram/@bbcbrasil)

Além disso, a nova diretriz expande a faixa de rastreamento populacional até os 74 anos. Acima dessa idade, a indicação será individualizada, levando em conta o histórico clínico e a expectativa de vida da paciente.

Estrutura e investimentos em diagnóstico

A pasta também reforçou que a ampliação do acesso vem acompanhada de investimentos em infraestrutura. Em outubro, 27 unidades móveis percorrerão 22 estados para oferecer consultas, mamografias e biópsias, como parte do programa de carretas da saúde. Essa iniciativa tem como meta reduzir desigualdades regionais e facilitar o acesso ao exame em áreas mais remotas.

De acordo com o secretário de Atenção Especializada, Mozart Sales, o Brasil ainda enfrenta um desafio: quase 40% dos diagnósticos de câncer de mama são feitos em estágios avançados. Isso aumenta os riscos, encarece o tratamento e reduz as chances de cura. Para enfrentar esse cenário, o governo também lançará um manual de diagnóstico precoce voltado para médicos da atenção primária.

Outra frente será o incentivo à pesquisa. Em parceria com o CNPq, o Ministério destinará R$ 100 milhões para estudos sobre câncer de mama, colo do útero e colorretal. A expectativa é gerar conhecimento científico que contribua para novas formas de prevenção e tratamento.

Novos tratamentos pelo SUS

As mudanças no rastreamento foram acompanhadas pela incorporação de terapias inovadoras no Sistema Único de Saúde (SUS). Pela primeira vez, o país contará com um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) exclusivo para câncer de mama, que orientará médicos e pacientes sobre as melhores opções disponíveis.

Entre as novidades estão medicamentos como os inibidores de CDK 4/6, que bloqueiam proteínas relacionadas à multiplicação celular e oferecem maior controle sobre o avanço da doença. Também foi incluído o trastuzumab entansina, considerado uma terapia de precisão que combina anticorpos e quimioterapia para atingir diretamente as células tumorais.

Além disso, o protocolo prevê o uso ampliado da neoadjuvância, terapia feita antes da cirurgia, agora também para estágios iniciais da doença. A medida pode aumentar as chances de preservação da mama e reduzir a necessidade de intervenções mais agressivas. Com essas mudanças, o Ministério da Saúde busca alinhar o Brasil às práticas recomendadas internacionalmente e reduzir os diagnósticos tardios.

Mounjaro recebe doses mais altas no Brasil em setembro e outubro

Nesta segunda-feira (15), a farmacêutica Eli Lilly anunciou a chegada das dosagens mais altas de Mounjaro ao mercado brasileiro. Segundo a empresa, canetas com 7,5 mg e 10 mg de concentrações de tirzepatida, o princípio ativo do medicamento, estarão disponíveis nas farmácias na segunda quinzena de setembro e na segunda metade de outubro.

Estamos entusiasmados de poder trazer as novas dosagens para o mercado local. A Lilly é uma empresa com mais de 100 anos de história e experiência em cardiometabolismo e por isso sabemos o impacto do tratamento para os pacientes com diabetes tipo 2, e obesidade, que agora devem contar com doses ainda mais potentes para atender suas necessidades médicas individualizadas”, afirmou Felipe Berigo, Diretor Executivo de Cardiometabolismo da Lilly no Brasil, por meio de um comunicado divulgado à imprensa.

As doses

Serão quatro doses de Mounjaro disponíveis, 2,5 mg, 5 mg, 7,5 mg e 10 mg, todas foram estudadas e aprovadas em segurança e eficácia, vale lembrar que desde setembro de 2023, o medicamento já contava com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para tratamento de diabetes tipo 2 e somente neste ano, foram inclusos o tratamento de sobrepeso e obesidade.

A tirzepatida atua como agonista duplo de receptores metabólicos, atuando em GIP e GLP-1, essa ação dual permite que a tirzepatia melhore o controle glicêmico e ajude na perda de peso, promovendo a saciedade e reduzindo a fome.


Dose de 2,5 mg de Mounjaro (Foto: reprodução/X/@IainDale)

Os valores

Segundo a Eli Lilly, as duas novas dosagens se encontrarão disponíveis pelo Programa Lilly Melhor Para Você, com o valor máximo de R$ 2.699,00 (7,5 mg) e R$ 3.099,00 (10 mg) em lojas físicas e R$ 2.599,00 (7,5 mg) e R$ 2.999,00 pela internet, considerando o mês de tratamento, composto de uma caixa com quatro canetas autoinjetoras. Já compras realizadas fora do programa terão os valores máximos de R$ 3.175,00 (7,5 mg) e R$ 3.645,00 (10 mg).

Ainda pelo comunicado, a farmacêutica se posiciona como comprometida com o abastecimento do produto no mercado brasileiro, visando atender com sucesso a demanda, possuindo mais de US$ 50 bilhões investidos desde 2020 para aumentar a capacidade de produção de incretinas, com novas plantas e a ampliação de outras já existentes em diferentes países.