Saiba como calcular a sua nota do Enem

A primeira parte das provas do Enem 2025 foi realizada neste último domingo (9). As notas da avaliação são calculadas tendo base a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que possui como objetivo avaliar o real conhecimento do estudante e assim, reduzir a influência de chutes.

Explicando o TRI

Tendo a metodologia do TRI já estabelecida no exame, o modelo considera três parâmetros para cada item, a partir dai, eles serão posicionados em uma escala de dificuldade, e a nota do candidatos e então estimada a partir da junção do nível de dificuldade das perguntas com a coerência das respostas dos estudantes.

Quem então responde incorretamente questões mais fáceis, mas acerta as difíceis, possui a possiblidade de terminar com um resultado menor do que quem acertou as perguntas mais fáceis e errou as difíceis. Essa é uma maneira de não premiar os improvisos. Isso porque, se o estudante acertas as questões mais complicadas e errar as fáceis, o sistema poderá entender que ele possuiu sorte nas respostas.


Explicação de forma clara sobre nota do Enem (reprodução/Youtube/Tem Ciência)


Sendo assim, a nota do Enem não se sustenta apenas da quantidade de questões que o aluno acertou, mas sim do seu de dificuldade delas e da coerência pedagógica ao todo nas respostas do candidato. Então, não é incomum que um candidato pode ter mais acertos em uma prova e mesmo assim, tirar uma nota menor que o colega que teve menos questões correta.

Quando sai o primeiro gabarito

A novidade da edição deste ano do exame é que os gabaritos, normalmente divulgados juntos, nas semanas seguintes após o encerramento da prova, serão divulgados de forma separada. Sendo assim, as respostas da primeira parte de Enem serão divulgadas nesta quinta-feira (13). Mesmo que gabaritos extraoficiais já estejam sendo divulgados, o único 100% oficial é o do Inep. Para conferir,  acesse site oficial, através da Página do Participante.

Lula sanciona lei que cria o Sistema Nacional de Educação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na última segunda-feira (3), a lei complementar que institui o Sistema Nacional de Educação (SNE), um mecanismo que busca integrar União, estados e municípios na gestão da educação pública brasileira.

A proposta oferecida pelo governo busca reunir formas de integrar a União, estados e municípios para oferecer uma educação pública melhor e de qualidade no país.

A cerimônia de sanção ocorreu na última sexta-feira (31), no palácio do Planalto, com a presença do Ministro da Educação Camilo Santana. O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional após mais de 16 anos de tramitação.

SNE muda diretrizes na educação

Antes do surgimento da nova lei, a Constituição já previa a cooperação entre as esferas de governo, mas essa integração ocorria de uma forma descentralizada e sem regulamentação clara.

Com a implementação do Sistema Nacional de Educação, a parceria entre União, estados e municípios passa a ter regras claras e definidas e mecanismos permanentes de colaboração, como:

  • Identificador Nacional Único do Estudante (Inue) — um “CPF estudantil” para cada aluno;

  • Plataforma nacional unificada de dados sobre escolas e qualidade do ensino;

  • Comissões tripartites e bipartites, para articulação entre as gestões;

  • Cálculo do Custo Aluno Qualidade (CAQ), indicador que orienta investimentos nas escolas;

  • Sistemas nacionais de avaliação, como o Sinaeb (educação básica) e o Sinaept (educação profissional e tecnológica).


Lula sanciona lei que cria o Sistema Nacional de Educação (Vídeo: reprodução/YouTube/@JornaldaCidade)


Responsabilidades de cada esfera

A União será responsável por coordenar o sistema e definir políticas nacionais de educação para garantir o apoio técnico e financeiro de cada estado e município.

O Governo Federal também ficará responsável por acompanhar o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE) e manter a Comissão Intergestores Tripartite da Educação (Cite).

Os estados ficarão responsáveis de supervisionar e avaliar seus sistemas de ensino e apoiar municípios a criar suas próprias comissões de gestão e organizar suas redes de ensino.

Os Impactos nas salas de aula

Para os especialistas, o SNE irá ajudar a mapear como a educação está no Brasil e deve contribuir para melhorar a qualidade do ensino e reduzir desigualdades regionais.

A coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, destaca que a medida garante ao governo uma maior coordenação e apoio mútuo entre os entes federativos, o que deve refletir em acesso, permanência e qualidade da aprendizagem.

As três últimas notas do ENEM serão aceitas no SISU 2026

Recentemente, foi aceito um projeto de lei que propõe ao Ministério da Educação permitir que candidatos ao SISU utilizem suas notas do ENEM não apenas da edição mais recente, mas de até três edições anteriores. Com a permissão do MEC, essa alteração representa uma mudança significativa nas regras atuais, nas quais somente a última edição é válida para ingresso no ensino superior público. O dono do projeto é o deputado Dr. Frederico, que no início, focava nos prazos para missionários religiosos, porém a proposta foi ampliada para abranger todos os candidatos e manter o benefício.

Objetivo do projeto

Estudantes que realizaram o ENEM em anos anteriores e desejam concorrer em 2026 serão beneficiados. A proposta visa auxiliar candidatos que, por razões acadêmicas, pessoais ou profissionais, não conseguiram obter nota competitiva em uma única edição, mas melhoraram seu desempenho posteriormente. O objetivo é reduzir a pressão de “dar tudo em um único ano” e ampliar a acessibilidade à educação pública. E falando da prova, o ENEM 2025 acontecerá nos dias 9 e 16 de novembro.


 Uma das divulgações do ENEM 2025 (Vídeo: reprodução/Instagram/@inep_oficial)

Etapas de tramitação e previsão de implementação

A proposta já passou por comissões relevantes da Câmara dos Deputados e agora aguarda análise em outras instâncias legislativas e possível sanção presidencial. A previsão é de que, com a aprovação, entre em vigor a partir da edição do SISU de 2026, exigindo ajustes técnicos nos sistemas de inscrição e de validação das notas.

Impactos no sistema educacional

Para as instituições de ensino superior e para os candidatos, a mudança pode gerar cenário mais dinâmico de disputa. Universidades poderão receber perfis mais variados de estudantes com melhor maturidade de escolha e preparação. Por outro lado, será necessário que os sistemas de seleção ajustem cronogramas, regras de transição e comunicação para garantir clareza sobre quais notas poderão ser utilizadas.