SpaceX realiza 11º voo-teste da Starship com sucesso

A SpaceX conseguiu nesta segunda-feira(13), por volta das 20h20 (horário de Brasília), realizar com êxito o 11º voo‐teste da espaçonave Starship. O feito marca mais um passo no ambicioso programa de desenvolvimento do maior veículo de lançamento já construído até hoje.

A decolagem foi bem-sucedida e ocorreu no horário previsto, dando início a um voo que durou cerca de sete minutos, tempo suficiente para testar o desempenho da espaçonave em condições de voo suborbitais. Um dos principais objetivos da missão, a fase de aterrissagem no Golfo do México, também foi concluído com êxito. Após a separação, uma das partes do foguete permaneceu no espaço, transmitindo imagens ao vivo e demonstrando a eficácia dos sistemas de comunicação e controle da Starship.

Significados e implicações do sucesso

A aterrissagem com sucesso mostra progresso importante em um dos maiores desafios desta fase que seria o retornar ao estágio superior da nave com integridade, reduzindo custos e riscos para futuros voos tripulados.

A Starship é considerada peça-chave para os planos da NASA de voltar à Lua ainda nesta década, bem como para os objetivos mais longínquos da SpaceX, como missão tripulada a Marte.


Lançamento de voo da SpaceX (Vídeo: Reprodução/Youtube/@uol)

O voo incorpora “diversos experimentos e mudanças operacionais”, com vistas a refinar o sistema, tanto para desempenho quanto para confiabilidade.

Desafios persistentes

Este programa está em estágio inicial, e embora este teste tenha sido bem-sucedido, houve várias falhas nos testes anteriores. De acordo com reportagens, em seis dos dez voos anteriores partes do veículo falharam de “forma dramática”.

Houve também um recente incidente em solo, com outro protótipo explodindo durante testes em terra. Isso evidencia que os riscos são ainda elevados e que há muito a validar antes de considerar voos totalmente operacionais.

O que vem pela frente

A partir desse teste, alguns pontos deverão ser observados para o avanço do programa Starship.

Um dos principais desafios é aprimorar a reutilização e o retorno seguro da nave, especialmente na recuperação do estágio superior. Tornar possível o pouso ou a amerissagem com segurança é fundamental para reduzir os altos custos de produção e operação, além de viabilizar missões mais frequentes e sustentáveis.

Outro ponto crucial envolve as operações tripuladas, já que a Starship está sendo projetada também para transportar astronautas. Será necessário validar sistemas de segurança, suporte de vida, resposta a falhas e estabilidade em voo, garantindo que a nave seja confiável para missões humanas de longa duração.

As parcerias com agências espaciais, como a NASA, também dependem diretamente dos resultados desses testes. Cada voo bem-sucedido fortalece a confiança na SpaceX e consolida sua posição como parceira estratégica nos planos de exploração lunar e marciana.

Por fim, o desenvolvimento incremental adotado pela empresa, baseado em testar, ajustar, falhar, aprender e repetir, além de ter acelerado o progresso do projeto. No entanto, essa abordagem exige rigor técnico, ampla margem de segurança e controle de riscos para que o ritmo de inovação não comprometa a confiabilidade das futuras missões.

O 11º voo-teste da Starship representa um momento de conquista para a SpaceX, demonstrando avanços concretos especialmente no retorno controlado da nave e no envio de imagens do espaço em tempo real. Mas o programa continua sujeito a incertezas técnicas e operacionais. A ambição de levar humanos à Lua e além depende de sucessos sustentados como este, assim como de superar de vez os desafios que marcaram os voos anteriores.

Tripulação da Crew-10 retorna à Terra com splashdown no Pacífico

A missão Crew-10 encerrou com sucesso sua estadia de quase cinco meses na Estação Espacial Internacional (ISS). A tripulação retornou com sucesso para Terra em um pouso no mar da costa da Califórnia, feito que marca o primeiro pouso no Oceano Pacífico de uma tripulação da NASA em cerca de 50 anos.

Pouso histórico e resgate rápido

Na manhã deste sábado (9), às 11h33 (horário de Brasília), a cápsula SpaceX Dragon, apelidada de Endurance pela tripulação, aterrissou nas águas do Pacífico perto de San Diego, trazendo de volta os astronautas Anne McClain (comandante, NASA), Nichole Ayers (piloto, NASA), Takuya Onishi (JAXA) e Kirill Peskov (Roscosmos), após 148 dias em órbita.

O retorno ocorreu de forma segura e imediatamente após a aterrissagem, a equipes de resgate da SpaceX se alinharam ao módulo para içamento e levaram a tripulação de volta à costa, de onde vão seguir para o Johnson Space Center, em Houston, para passarem por exames médicos e reencontrar com seus familiares.

Função da Missão

Durante essa missão, a equipe realizou mais de 200 experimentos em microgravidade, incluindo estudos sobre o crescimento de plantas, microalgas, os efeitos da radiação no DNA vegetal e alterações na estrutura dos olhos humanos, para contribuir para avanços visando adquirir conhecimentos para uma futura missão longa na Lua ou em Marte. Além de também participarem das atividades de manutenção e atualização da ISS.


Estação Espacial Internacional ISS (Foto: reprodução/NASA/Handout/Getty Images Embed)

Além da missão também reforçou o papel da cooperação entre diferentes agências espaciais. Como os astronautas dos Estados Unidos, Japão e Rússia compartilhando experiências e recursos a bordo da ISS, mostrando que a pesquisa espacial ultrapassa barreiras geopolíticas em prol de objetivos científicos comuns. Essa colaboração é vista como essencial para viabilizar missões mais complexas e de longa duração no futuro.

A NASA se pronunciou e destacou que o sucesso do retorno da tripulação representa um avanço significativo na Commercial Crew Program, reforçando a colaboração civil e internacional no espaço. Seu administrador interino Sean Duffy elogiou a missão como “os alicerces da exploração humana de longa duração”, isso mira um futuro com a presença humana na Lua e em Marte.

Meteorito oriundo de Marte vai à leilão em 16 de julho

Um meteorito denominado NWA 16788, oriundo do planeta Marte, será leiloado no próximo dia 16 de julho. A rocha pesa cerca de 24 quilos e é considerada o maior fragmento do planeta vermelho já encontrado na Terra.

A arrematação da peça será promovida pela casa de leilão Sotheby’s, em Nova Iorque. Espera-se que o fragmento seja adquirido no valor entre US$ 2 milhões e US$ 4 milhões (em torno de R$ 21,8 milhões).

Peça rara

O meteorito foi descoberto no continente africano, mais precisamente em Níger, na região da cidade de Agadez, a maior do país. Geralmente, meteoritos que caem na Terra tendem a ser pequenos. Contudo, o NWA 16788 é uma peça rara, pelo seu peso e tamanho.

A peça também é rara por ser uma das poucas de Marte a cair em solo terrestre: dos 77 mil meteoritos registrados, apenas 400 são oriundos do planeta vermelho.

Composição do meteorito

A causa da queda da rocha em solo terrestre teria sido a colisão severa de um asteroide com Marte. O choque teria ocasionado a criação de uma camada de vidro em volta do meteorito, formada à medida que caía na Terra.

A rocha possui tom avermelhado. A cor de Marte é resultado da sua composição de minerais com alta concentração óxido de ferro, um processo semelhante à oxidação que acontece na Terra. Um desses minerais presentes em alta concentração é a hematita.



Desagrado dos cientistas

Uma parte dos cientistas se mostraram preocupados com o fato de um material, considerado importante para estudos acadêmicos, ser leiloado ao invés de ser entregue para um museu. Steve Brusatte, professor da Universidade de Edinburgo, na Escócia, alegou que seria um desperdício se o material “desaparecesse na abóbada de um oligarca”.

Já a cientista Julia Cartwright critica que haja pessoas comuns que se interessem por materiais oriundos do espaço e queiram adquiri-los. Para ela, se isso não acontecesse, isso beneficiaria a ciência.

Antes da descoberta do meteorito NWA 16788, Fukang foi a maior rocha já encontrada na superfície terrestre. Pesando mais de mil quilos, estima-se que a peça possua mais de 4,5 bilhões de anos.