Bilbao dificulta tentativa de saída de Nico Williams para o Barcelona

Um antigo flerte está perto de se transformar em casamento. O Barcelona chegou a um acordo pessoal com Nico Williams, atacante do Athletic Bilbao, para um contrato válido até 2031, com salário anual entre 7 e 8 milhões de euros (cerca de R$ 44 a 50 milhões). A informação foi divulgada pelo jornalista Fabrizio Romano, especialista em transferências no futebol europeu.

Mas apesar do avanço com o jogador, os catalães enfrentam um grande obstáculo para concluir a contratação: o Athletic Bilbao exige o pagamento integral da cláusula de rescisão, estipulada em 62 milhões de euros (R$ 391 milhões), e recusa qualquer tipo de parcelamento — mesmo que os valores totais da operação sejam elevados.

O clube basco também afirmou que não pretende negociar diretamente com o Barcelona por um de seus principais jogadores. Nico Williams, que tem contrato até junho de 2027, é considerado peça fundamental do elenco e ídolo da torcida. Por isso, o Athletic já ofereceu uma proposta de renovação, que o tornaria o jogador mais bem pago da equipe, igualando os valores oferecidos pelos catalães.

Ao ponto de até a equipe de San Mamés oferecer uma renovação de contrato que tornaria o jovem espanhol o atleta mais bem pago do elenco e igualaria o que lhe foi oferecido pelos blaugranas.

Nos últimos dias, Deco e outros dirigentes do Barça realizaram reuniões com Nico, acertando todos os detalhes contratuais. O atacante manifestou o desejo de atuar no clube catalão a partir da próxima temporada, mas reluta em pedir para deixar o Bilbao, por respeito ao clube que o formou e onde é extremamente valorizado. A expectativa é de que, caso tente forçar a saída, a diretoria basca reaja negativamente.


Nico Williams em ação contra Prtugal na Nations League (Foto: reprodução/Vasile Mihai-Antonio/Getty Images Embed)

Joia em alta na Espanha

A disputa por Nico Williams não acontece por acaso. Aos 22 anos, o atacante já se tornou um dos nomes mais cobiçados da próxima janela de transferências europeia. Há algumas semanas, o Bayern de Munique esteve próximo de fechar com o jogador, mas Nico interrompeu as negociações ao saber do interesse do Barcelona.

Na janela do meio de 2024, o Barcelona já havia demonstrado interesse no atleta, mas esbarrou na resistência do Athletic Bilbao, que endureceu as negociações. Williams foi destaque na La Liga, campeão da Copa do Rei — encerrando um jejum de 40 anos do clube — e vem se consolidando também na seleção espanhola, o que aumentou ainda mais sua projeção no cenário europeu. Ao ponto de até a equipe de San Mamés oferecer uma renovação de contrato que tornaria o jovem espanhol o atleta mais bem pago do elenco e igualaria o que lhe foi oferecido pelos blaugranas.


Nico Williams conquistou a Copa do Rei com o Bilbao em 2024 (Foto: reprodução/Juan Manuel Serrano Arce/Getty Images Embed)

Fair Play é outro desafio para o Barcelona

Além de resolver a questão contratual com o Athletic Bilbao, o Barcelona ainda precisa contornar as rígidas exigências do Fair Play Financeiro da LaLiga. O clube só pretende formalizar a contratação de Nico Williams caso tenha a certeza de que poderá registrá-lo sem restrições.

A diretoria tenta evitar um novo “caso Dani Olmo”. Em negociação anterior, o Barcelona contratou o meia-atacante junto ao RB Leipzig por 55 milhões de euros (R$ 340 milhões na época), mas enfrentou incertezas quanto à regularização do atleta. Olmo chegou no início da janela, mas só foi inscrito no dia 28 daquele mês, e o clube teve até 31 de dezembro de 2024 para concluir o processo — o que não aconteceu.

Como resultado, a LaLiga e a Federação Espanhola cancelaram o registro do jogador, alegando que o Barcelona não cumpriu os critérios econômicos exigidos. Apenas em janeiro, por meio de medida cautelar do Conselho Superior de Esportes (CSD), Dani Olmo foi autorizado a atuar pelo restante da temporada.

O episódio serviu de alerta para a diretoria, que agora adota cautela máxima na contratação de Nico Williams. Mesmo com o desejo mútuo entre jogador e clube, o desfecho da novela ainda depende de questões burocráticas e financeiras que vão além do campo.

Donos do Liverpool miram comprar time da primeira divisão espanhola

Os donos do Liverpool estão tentando migrar para La Liga e buscam a compra de um clube espanhol. O Fenway Sports Group (FSG), conglomerado norte-americano proprietário do catual campeão da Premier League, está em negociações avançadas para adquirir o Getafe, clube da primeira divisão espanhola. A informação foi confirmada por fontes próximas ao processo, que indicam que uma delegação do FSG visitou as instalações em fevereiro para avaliar o potencial do investimento. O time terminou a temporada 2024/25 na 13ª colocação do campeonato.

No entanto, o FSG não está sozinho nesse processo. O Qatar Sports Investments (QSI), grupo que controla o Paris Saint-Germain, também demonstrou interesse na aquisição do Getafe, conforme reportado anteriormente. Apesar da concorrência, o FSG acredita que sua experiência em gestão esportiva e sua visão estratégica podem ser diferenciais na negociação.

Um pouco sobre o FSG

Fundada em 2001 por Tom Werner e John W. Henry, o Fenway Sports Group é um conglomerado multiesportivo norte-americano, detentora de várias marcas e franquias famosas. Além do Liverpool, a empresa também é dona do Boston Red Sox da Major League Baseball, o Pittsburgh Penguins da National Hockey League e o Boston Common Golf da TGL, além disso, detém uma participação na RFK Racing da NASCAR, ao lado de Jack Roush (dono da equipe) e Brad Kezelowksi, campeão da categoria em 2012.


O FSG é dono do Boston Red Sox, uma das franquias mais famosas da MLB (Foto: reprodução/Maddie Malhotra/Getty Images Embed)

No entanto, mesmo com tal sucesso, isso não a impediu de participar de algumas polêmicas. Em 2019, a empresa foi alvo de críticas após uma tentativa do Liverpool — clube sob sua administração — de registrar a marca “Liverpool”. O pedido foi recusado devido ao “significado geográfico” do nome.

Em 2021, a FSG esteve no centro de uma controvérsia ao se envolver na tentativa, com os grupos proprietários de outros 11 clubes europeus, de criar uma Superliga Europeia. A proposta buscava emular elementos do modelo esportivo norte-americano, ao instituir uma competição com acesso restrito aos 15 clubes fundadores, eliminando praticamente o tradicional sistema europeu de promoção e rebaixamento por mérito esportivo.

Após a intensa reação negativa, o projeto entrou em colapso. O proprietário principal da FSG, John W. Henry, chegou a emitir um pedido público de desculpas, no qual assumiu total responsabilidade pelo envolvimento do Liverpool na iniciativa.

Um pouco sobre o Getafe

O Getafe Club de Fútbol S.A.D.  é um clube de futebol profissional da Espanha, sediado na cidade de Getafe, que fica dentro da Comunidade de Madri (capital do país).

O time, fundado originalmente em 1946, e refundado em 1983, alcançou a La Liga pela primeira vez em 2004. Desde então, participou da primeira divisão por doze temporadas consecutivas (2004 a 2016) e voltou à elite em 2017, onde permanece desde então.

Inclusive, na temporada 2018-19, o Getafe terminou em 5º lugar, sua melhor colocação na história da primeira divisão, e se classificou para a fase de grupos da Liga Europa de 2019-20. O time terminou em 2º lugar no seu grupo, com 12 pontos em 6 jogos, o que lhe permitiu avançar para a próxima fase. Nas oitavas de final, conseguiu vencer o Ajax por 3 a 2 no agregado. Graças a essa vitória, enfrentou a Inter de Milão nas quartas de final, mas acabou perdendo por 2 a 0 o confronto.


O Getafe derrotou o Ajax na Liga Europa em 2020 (Foto: reprodução/ Eric Verhoeven/Getty Images Embed)

O clube mantém rivalidades regionais com o Leganés, que também pertence à região sul de Madri, além de confrontos tradicionais com os dois gigantes da capital: Atlético e Real.

A equipe disputa atualmente a La Liga, e manda seus jogos no Estádio Coliseum, com capacidade para apenas 16.500 espectadores, inaugurado em 1998. Sendo esse um dos principais motivos para a FSG se voltar ao Getafe, as obras do novo estádio, que recém-começaram, além das saídas de principais nomes do elenco que têm projeção mundial. A compra surge, por parte da empresa, como forma de investimento ao clube.