Justiça aponta falhas e manda demolir CT da base do Palmeiras

O caso envolvendo o centro de treinamento das categorias de base do Palmeiras em Guarulhos ganhou novo capítulo após a Justiça determinar a demolição do espaço. Apesar da decisão em primeira instância, o clube mantém as atividades normalmente e já trabalha em um recurso para tentar reverter o cenário.

A diretoria entende que o equipamento é essencial para o desenvolvimento dos jovens atletas e mostra confiança em apresentar argumentos técnicos e jurídicos que comprovem a regularidade das operações no local. A ação movida pelo Ministério Público sustenta que o Palmeiras descumpriu exigências previstas para a manutenção da área, considerada de proteção ambiental, como a vigilância contínua e a instalação de câmeras.

Palmeiras reage à decisão judicial

Apesar das contestações apresentadas pelo Ministério Público, o Palmeiras reforça que o centro de treinamento em Guarulhos é um dos pilares da formação de atletas no clube. A diretoria destaca que o espaço cumpre papel social importante, oferecendo estrutura de alto nível para jovens que sonham em seguir carreira no futebol.

Internamente, a avaliação é de que o CT foi desenvolvido para funcionar em harmonia com o parque e qualquer intervenção realizada ao longo dos anos ocorreu dentro de critérios técnicos e sem intenção de causar desequilíbrio ambiental.

O tamanho e a complexidade da área tornam o CT um dos mais completos do país para categorias de base, fator que o Palmeiras usa como argumento para defender sua permanência. Com mais de 45 mil metros quadrados e infraestrutura profissional, o local permite que os jovens treinem, se recuperem e disputem partidas sem a necessidade de deslocamentos constantes.


Postagem do Palmeiras sobre time Sub-15 (Foto: reprodução/Instagram/@palmeiras)


Também há preocupação sobre os impactos que uma eventual desativação traria para famílias, comissões técnicas e todo o fluxo de profissionais envolvidos na base. O clube entende que a decisão judicial pode comprometer anos de investimento em estrutura, metodologia e captação de atletas.

Por isso, o departamento jurídico trabalha para apresentar documentos, laudos e comprovações de que o espaço sempre buscou atender às normas ambientais, na esperança de evitar que um centro tão significativo para o desenvolvimento esportivo do estado seja demolido.

CT do Palmeiras em risco

A disputa judicial iniciou em 2012, quando o Ministério Público moveu a ação alegando que o Palmeiras não cumpriu as contrapartidas previstas no acordo firmado para utilizar o terreno do Parque Ecológico do Tietê. Segundo o MP, o clube deixou de entregar obrigações ambientais e estruturais estabelecidas desde 1998, ano em que o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) cedeu a área por 50 anos. A decisão em primeira instância saiu apenas na última sexta-feira, reacendendo um conflito que se arrasta há mais de uma década.

O Palmeiras, por sua vez, argumenta que herdou uma área antes marcada por abandono, descarte irregular de lixo e ocupações clandestinas. O clube afirma que investiu na revitalização do espaço, reforçou a segurança e manteve atividades que ajudaram a valorizar o entorno.

Flamengo comemora decisão judicial favorável em processo contra a Libra

O Flamengo comemorou nesta quarta-feira (12) uma decisão judicial favorável no processo movido contra a Libra (Liga do Futebol Brasileiro). O caso, que envolve a divisão dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, teve um desfecho parcial positivo para o clube carioca.

Segundo o Rubro-Negro, a decisão “faz justiça e reconhece a legitimidade dos argumentos apresentados”, baseados no cumprimento do Estatuto da Libra, que exige aprovação unânime dos clubes para qualquer mudança nos critérios de rateio das receitas de TV.

A decisão foi proferida pela desembargadora Lúcia Helena do Passo, da 11ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O tribunal manteve bloqueados apenas R$ 17 milhões dos R$ 83 milhões que estavam retidos anteriormente.

Entenda o caso

O Flamengo havia solicitado à Justiça o bloqueio dos pagamentos de parte dos direitos de TV do Brasileirão destinados aos clubes filiados à Libra, entre eles Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa, Brusque e o próprio Flamengo.

A ação buscava impedir o repasse de R$ 83 milhões, valor que representa uma parcela dos lucros do pay-per-view, segundo o contrato firmado entre a Globo e a Libra. A quantia controversa está ligada à diferença entre dois modelos de cálculo de distribuição: a chamada hipótese 1 (baseada em audiência) e a cláusula 6, defendida pelo Flamengo.

Na decisão da última terça-feira (11), a desembargadora reconheceu que o clube participou da escolha da empresa que define os critérios de rateio, mas destacou que o Flamengo não apresentou o cálculo detalhado do valor controverso nas três semanas anteriores. Ainda assim, manteve bloqueados apenas os R$ 17 milhões que seguem em análise.


Presidentes dos clubes que fazem parte da Libras ( Foto: reprodução/ Marcos Ribolli/ GE)


A decisão marca não apenas uma vitória jurídica, mas também simbólica para o Flamengo. O clube reafirma seu papel como protagonista nas discussões que moldam o futuro do futebol brasileiro, defendendo transparência, isonomia e respeito aos acordos firmados. Para a diretoria rubro-negra, a batalha travada nos tribunais representa um passo importante na busca por um modelo de gestão mais justo e sustentável dentro da Libra.


Presidente do Flamengo durante a cerimônia de posse (Foto: reprodução/ Gilvan de Souza/ CRF)


Posição oficial do Flamengo

Em nota divulgada à imprensa, o clube destacou:

“O Clube de Regatas do Flamengo informa que tomou conhecimento da decisão proferida pela desembargadora relatora no processo movido contra a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), que manteve o bloqueio judicial dos valores da verba de audiência conforme o montante indicado pelo Flamengo, correspondente ao chamado ‘Cenário 6’.

O Flamengo entende que a decisão faz justiça e reconhece a legitimidade dos argumentos apresentados, baseados no cumprimento do Estatuto da Libra, que exige aprovação unânime dos clubes para qualquer alteração nos critérios de rateio da receita de transmissão.

O clube ainda deve pleitear aperfeiçoamento da decisão para que o critério seja estendido para a próxima parcela a ser paga pela Globo.”

O clube concluiu reafirmando seu compromisso com o diálogo e o fortalecimento coletivo do futebol brasileiro, destacando a importância da isonomia e da boa-fé nas decisões que envolvem a Liga.

TJSP reduz pena de 9 anos do ex-jogador Robinho

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reduziu a pena de 9 anos do ex-jogador Robinho, condenado por violência sexual em 2022 pela Justiça italiana. A decisão foi concedida após a participação de Robinho em atividades educacionais fornecidas na penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, mais conhecida como Penitenciária II de Tremembé, no interior paulista. Preso em março de 2024, o ex-jogador teve uma redução de 69 dias em sua pena.

A condenação e a prisão

Em 2017, o ex-seleção brasileira, Robson de Souza, mais conhecido como Robinho, foi condenado em primeira instância pela Justiça italiana a 9 anos de prisão pela participação no estupro coletivo de uma jovem de 23 anos, ocorrido em uma boate de Milão no ano de 2013. Após confirmação da condenação pela Corte de Cassação da Itália, em 2022, foi feito um pedido ao governo brasileiro para que Robinho cumprisse a pena aqui, já que a Constituição brasileira impede a extradição de cidadãos brasileiros natos.


Ex-jogador Robinho em treino do Santos (Foto: reprodução/Instagram/@santosfc)


Em 2024, o Supremo Tribunal Federal autorizou o pedido da Corte italiana e, no dia 21 de março de 2024, Robinho foi detido em Santos na cobertura onde morava. O ex-atleta cumpre pena no Tremembé II, também chamada de “penitenciária dos famosos.”

A redução da pena

No dia 28 de outubro, o Diário da Justiça publicou a decisão do TJSP de reduzir 69 da pena de Robinho. Essa redução foi concedida após o ex-jogador ter lido 5 livros e concluído 11 cursos entre 9 de abril de 2024 e 22 de janeiro de 2025, o que totalizou 132 horas cumpridas. Além disso, Robinho completou 464 horas de aulas do ensino médio, concluídas em dezembro.


Ex-jogador Robinho em treino do Santos (Foto: reprodução/Instagram/@bahiaemrevista)


Com base na legislação brasileira, a decisão está prevista no artigo 126 da Lei de Execução Penal, que permite a redução da pena de detentos que participam de atividades de estudo ou trabalho durante o cumprimento da sentença.

Defesa afirma que Dado Dolabella agrediu e coagiu a ex-namorada

A defesa de Marcela Tomaszewski, representada pelo advogado Diego Candido, divulgou neste domingo (26) uma nota oficial relatando que a modelo, de 28 anos, sofreu agressões físicas e verbais do ator e cantor Dado Dolabella, de 45 anos. O documento informa que o episódio ocorreu no sábado (25), por volta das 10h, e que a vítima teria sido coagida pelo ex-namorado e pela advogada dele a não formalizar a denúncia.

Segundo Candido, Marcela chegou a gravar um vídeo, sob pressão, afirmando que nada havia acontecido entre o casal e que ambos estavam bem. “Ela foi orientada a omitir a verdade por medo e manipulação”, destacou o advogado. Ainda conforme a defesa, a modelo se separou de Dado logo após o ocorrido e, posteriormente, decidiu buscar proteção legal e denunciar o caso.

Diante da gravidade dos fatos, estamos tomando todas as medidas judiciais cabíveis para que a Justiça seja feita e o agressor responda por seus atos”, concluiu o comunicado assinado por Diego Candido, registrado na OAB do Rio Grande do Sul.

Amiga expõe provas e acusa ator nas redes sociais

No mesmo dia, uma amiga próxima da modelo, Rafa Clemente, divulgou nas redes sociais fotos e vídeos que teriam sido enviados por Marcela logo após o episódio de violência. Nas imagens, a Miss Gramado aparece abalada, com hematomas no corpo e o dedo imobilizado. Ao fundo de um dos vídeos, é possível ouvir uma discussão em que a jovem ironiza ter “merecido” a agressão por um motivo banal, ao que um homem, supostamente Dado, responde em tom sarcástico.


Confira o vídeo divulgado por amiga de Marcela Tomaszewski (Vídeo: Reprodução/Instagram/@portalgp1)

Rafa afirmou que a modelo pediu ajuda durante a madrugada e enviou as provas das agressões. Indignada, a amiga publicou: “Você vai pra cadeia, seu covarde! E você, Marcela, me bloqueou por medo, mas eu vou mostrar tudo o que você me mandou”. O post ganhou grande repercussão nas redes e foi compartilhado por Luana Piovani, ex-namorada de Dado Dolabella, que também já o acusou de agressão no passado.

A exposição aumentou a pressão sobre o ator, reacendendo o debate público sobre violência doméstica e manipulação emocional em relacionamentos abusivos. Muitas celebridades e influenciadores se manifestaram nas redes pedindo apuração rigorosa do caso.

Casal divulga nota conjunta e pede “respeito e empatia”

Em meio à repercussão, Dado Dolabella e Marcela Tomaszewski divulgaram uma nota conjunta nas redes sociais tentando minimizar o episódio. No comunicado, afirmam que o vídeo e as imagens foram “divulgados sem autorização e fora de contexto”, descrevendo o caso como um “momento isolado de uma discussão já superada”.

O texto reforça que ambos colaboraram com as autoridades e confiam em uma apuração justa e transparente. “Reiteramos nosso repúdio a toda forma de violência e nosso compromisso com o respeito, o diálogo e a verdade”, diz o comunicado. O casal também pediu que o público mantenha “serenidade e empatia” e evite julgamentos precipitados.

O relacionamento entre Dado e Marcela havia sido tornado público em setembro, poucos meses após o fim do namoro do ator com a cantora Wanessa Camargo. Com o novo episódio, o nome de Dado Dolabella volta a ser associado a casos de violência doméstica, reavivando polêmicas que marcaram sua trajetória pública.

Luana Piovani se manifesta após Dado Dolabella ser alvo de denúncias

No domingo, 26 de outubro, Luana Piovani voltou a causar nas redes sociais ao se manifestar sobre mais uma denúncia envolvendo o cantor Dado Dolabella. A atriz, que teve um relacionamento conturbado com ele nos anos 2000 e o acusou de agressão física na época, decidiu se pronunciar de Portugal, onde mora atualmente, após vir à tona uma nova polêmica envolvendo o artista e sua então namorada, Marcela Tomaszewski.

Nova denúncia, contra o cantor, movimenta a web

A situação ganhou repercussão depois que Rafaela Clemente, amiga da ex-namorada do cantor, Marcela Tomaszewski, afirmar que a jovem teria sido agredida durante uma briga. Marcela chegou a mostrar marcas no corpo, o que gerou revolta entre internautas.
A atriz repostou mensagens de apoio e também comentários críticos ao comportamento de Dado. Em uma das publicações, uma pessoa escreveu que “não é de hoje que ele agride todas as namoradas” e destacou a contradição entre o discurso espiritualizado do cantor e as acusações que enfrenta. Luana concordou e reforçou que sempre tentou alertar sobre o comportamento do ex.


Luana Piovani dispara contra Dado Dolabella (Vídeo: reprodução/YouTube/@CanalDoPauloMathias)

Relembre a relação polêmica de Luana e Dado

Luana e Dado começaram a namorar no início dos anos 2000, quando ambos estavam no auge da fama. O romance, que parecia promissor, logo se transformou em um relacionamento conturbado, marcado por brigas e idas e vindas. Pouco tempo depois, Luana denunciou o cantor por agressão física, e o caso acabou ganhando grande destaque na mídia.
Na época, a atriz afirmou que havia sofrido violência durante uma discussão e decidiu levar o episódio à Justiça.
O processo teve grande repercussão e dividiu opiniões, mas também abriu espaço para que outras mulheres expusessem situações parecidas. O episódio marcou profundamente a carreira dos dois e até hoje é lembrado sempre que Dado se envolve em novas polêmicas.


Luana Piovani fala da agressão que sofreu pelo Dado Dolabella (Vídeo: reprodução/YouTube/@podcatsdelascortes

Dado Dolabella ainda não se pronunciou sobre o novo caso

Até o momento, Dado não comentou as novas acusações publicamente. Nas redes sociais, seguidores têm cobrado um posicionamento do cantor, que costuma usar seus perfis para falar sobre espiritualidade e defesa dos animais.
Enquanto isso, Luana segue se manifestando de forma indireta, compartilhando frases e reflexões sobre abuso e impunidade.

Absolvição no caso Ninho do Urubu gera protestos

Após decisão da justiça de absolver todos os réus acusados pela tragédia do Ninho do Urubu, jornalistas de diversos veículos de imprensa se manifestam em protesto contra essa decisão. A tragédia aconteceu em fevereiro de 2019, nela 10 jovens da categoria de base do Flamengo morreram e 3 ficaram feridos.

Esses atos reacendem o debate sobre impunidade e falta de justiça aos familiares das vítimas. A 36º Vara da Capital concluiu que não existem provas plenas de que os sete acusados tenham participação direta na tragédia ocorrida. Destacando ainda que não se pode acusar criminalmente alguém apenas pelo cargo que ocupa, seriam necessárias provas de ação direta ou omissão determinante para acusação.

Manifestações nas redes sociais

Os jornalistas Renato Maurício Prado e Mauro Cezar, os quais acompanham o dia a dia do Flamengo, se manifestaram sobre esta decisão em suas redes sociais. “Uma vergonha. Um escândalo“, publicou Renato Maurício Prado em suas redes sociais ao comentar sobre o caso. Já Mauro Cezar em sua fala afirma que concluir que ninguém errou ou que ninguém tem responsabilidade é estranho.


Mauro Cezar fala sobre decisão de absolvição (Vídeo: reprodução/X/@maurocezar)

Outro jornalista que se manifestou sobre a decisão judicial foi Craque Neto, durante o programa Os Donos da Bola ele afirmou que é inacreditável um juiz afirmar que não tem subsídios para culpar ninguém.


 Neto se revolta contra decisão no caso Ninho do Urubu (Vídeo: reprodução/YouTube/Os Donos Da Bola)

Protestos dos familiares

Para além dos jornalistas, os familiares das vítimas da tragédia se manifestaram logo após a decisão. Em nota, a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) diz que a absolvição aumenta ainda mais o sentimento de impunidade, fragilizando o mecanismo de proteção à vida e à segurança de menores em entidades esportivas.

A AFAVINU seguirá em busca de Justiça e na esperança de que a decisão seja revista e assim reitera seu pedido de que o processo seja acompanhado com rigor pelos órgãos de recurso para que a sociedade receba a mensagem de que tais condutas não ficarão impunes.“, no trecho a associação deixa claro que os familiares não irão desistir de buscar justiça pelos Garotos do Ninho.

Procurados pela equipe de reportagem do GE antes da decisão, o Flamengo afirmou que não iria se manifestar sobre a decisão da Justiça.

Governo endurece penas e propõe até 30 anos de prisão para líderes de facções

O governo federal deu um novo passo no enfrentamento às facções criminosas com o envio do Projeto de Lei Antifacção ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (22). A proposta, idealizada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, endurece penas para integrantes e financiadores de organizações criminosas, além de criar a modalidade “qualificada” desse tipo de crime.

Pela nova redação, a pena para quem integra, promove ou financia uma organização criminosa passará de 3 a 8 anos para 5 a 10 anos de prisão. Em casos de domínio territorial, quando o grupo controla regiões, atividades econômicas ou exerce influência por meio da violência, a pena sobe para 8 a 15 anos, sendo considerada hedionda, o que a torna inafiançável e impede benefícios como indulto ou anistia.

O projeto ainda prevê punições mais severas em casos de homicídios praticados sob ordens de facções, com possibilidade de até 30 anos de prisão, uma das maiores penas da legislação brasileira. Segundo o Ministério da Justiça, a proposta busca enfraquecer as bases financeiras e operacionais de grupos que atuam com alto poder de intimidação social, como o PCC e as milícias.

Novas medidas de investigação e controle

Além do aumento de penas, o projeto propõe mecanismos de investigação mais efetivos. Uma das novidades é a possibilidade de infiltração de policiais e colaboradores em organizações criminosas, inclusive com o uso de empresas de fachada para simular transações e desarticular esquemas de lavagem de dinheiro. Essas ações deverão ocorrer sob sigilo judicial, garantindo a integridade das operações.


Ministério Público de São Paulo e Polícia Civil investigam PCC em esquema de lavagem de dinheiro (Vídeo: Reprodução/Instagram/@globonews)

No sistema prisional, a proposta regula a gravação de conversas entre presos e advogados, mediante autorização judicial. A medida poderá ser aplicada em situações onde houver indícios de que as comunicações estão sendo usadas para comandos criminosos vindos de dentro dos presídios. Essa mudança, no entanto, deve gerar debate jurídico, já que toca em um princípio fundamental do sigilo profissional na advocacia.

O projeto também cria instrumentos para intervenção judicial em empresas associadas ao crime organizado. Caso sejam identificadas como parte de esquemas ilícitos, poderão ter seus contratos públicos suspensos e um gestor externo nomeado pela Justiça. Segundo o Ministério da Justiça, o objetivo é cortar o fluxo financeiro que mantém o poder dessas facções.

Punições ampliadas e temas que ficaram de fora

Ainda são estabelecidos agravantes que podem aumentar as penas de dois terços até o dobro, como o uso de armas de fogo ou explosivos, a morte de agentes de segurança, o envolvimento de menores e a infiltração de servidores públicos em atividades criminosas. Casos de atuação transnacional e remessa de valores ao exterior também entram na lista de circunstâncias que tornam a punição mais rigorosa.

Apesar do avanço, algumas propostas foram deixadas de fora da versão final. O Ministério da Justiça desistiu da criação de uma agência nacional de combate ao crime organizado, ideia que havia sido defendida por integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal. Segundo a pasta, o modelo poderia gerar conflitos constitucionais com as competências já atribuídas às forças de segurança.

Também ficaram de fora mudanças nas penas para crimes eleitorais ligados ao crime organizado, como compra de votos e caixa dois. O tema deverá ser discutido em outros projetos que já tramitam no Congresso Nacional. Ainda assim, a proposta do Projeto Antifacção marca um endurecimento significativo da política penal brasileira e reforça a prioridade do governo em enfrentar o avanço das facções em todo o território nacional.

Réus da tragédia do Ninho do Urubu são absolvidos pela Justiça

Seis anos depois do incêndio no alojamento do Ninho do Urubu, onde dormiam 26 jovens da base do Flamengo, sete réus denunciados pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave foram absolvidos em primeira instância. A decisão ainda cabe recurso.

O Ministério Público do Rio de Janeiro havia solicitado, em maio, a condenação de todos os acusados por serem responsáveis pelo incêndio que matou os Garotos do Ninho, como ficaram conhecidos os 10 jovens que morreram no incêndio, mas o juiz Tiago Fernandes Barros, da 36° Vara Criminal, considerou a ação improcedente.

Os réus absolvidos

Foram julgados, Márcio Garotti (Antônio), diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020, fazendo parte da Gestão do Eduardo Bandeira e do início da gestão de Rodolfo Landim, Marcelo Maia de Sá, diretor adjunto de patrimônio, Danilo Duarte, Fábio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, que eram os responsáveis pela parte técnica dos contêineres

Também foram julgados, Cláudia Pereira Rodrigues, responsáveis pela assinatura dos contratos da NHJ (empresa de venda e locação de contêineres) e Edson Colman, sócio da empresa que realizava a manutenção nos aparelhos de ar condicionado.

Os principais motivos pela absolvição foram as faltas de provas suficientes para a condenação e que as acusações não correspondem às funções que os réus exerciam em suas respectivas empresas.


Réus do caso do Ninho do Urubu são absolvidos pela Justiça (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

O incêndio no Ninho do Urubu

A tragédia no CT do Flamengo aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2019, que resultou na morte de Athila Paixão, Arthur Vinicius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo, Pablo Henrique, Rykelmo de Souza, Samuel Thomas e Vitor Isaías, com idades entre 14 e 16 anos e deixou outros três feridos. O fato aconteceu enquanto os atletas da base do clube dormiam em contêineres, que serviam de alojamento provisório.

Segundo o laudo da perícia, o incêndio foi causado devido a um curto-circuito em um ar-condicionado, acelerada pelo material inflamável do revestimento dos contêineres.

Luana Piovani perde ação contra Neymar; atriz promete recorrer

Nesta sexta-feira (17), Luana Piovani usou suas redes sociais para comentar a decisão judicial que a condenou por injúria contra o jogador Neymar Jr. A eleição da estrela para se manifestar pública deriva da ampla repercussão do julgamento pela 2ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo.

Abalada com o revés

Piovani afirmou que não está abalada pela derrota, caracterizando-a como um “revés” dentro de um cenário maior. “Tá todo mundo preocupado comigo, mas não precisa não, tá? Eu vou colocar aí a resposta do meu advogado chiquérrimo, Dr. Augusto’, disse a atriz.


Luana Piovani sobre a derrota na justiça para Neymar (Foto; reprodução/Instagram/@luapio)

Ela complementou ainda com leveza ao se referir aos fãs e ao país: “Brasilzão, bota água no feijão, que a tia Lua tá chegando”. Pouco depois, compartilhou nota de seu advogado, Augusto de Arruda Botelho, em que se esclarece que o processo condenado tramitava em segredo de justiça e que a defesa discorda integralmente da sentença que foi proferida.

De acordo com o documento, a ação movida por Neymar teve resultado “parcialmente procedente”. A defesa promete recorrer dentro dos prazos legais.

Motivo do processo

O processo em questão refere-se a publicações de Luana entre maio e junho de 2024, nas quais ela fez críticas ao jogador com expressões como “Como consegue ser tão mau-caráter?” e “Ele é um péssimo exemplo como pai e como homem”. O juiz considerou essas manifestações como ofensivas pessoais que ultrapassaram o direito de crítica pública, qualificando-as como injúria.

Embora tenha sido absolvida da acusação de difamação, Luana foi condenada pela injúria qualificada. A pena fixada foi de quatro meses e quinze dias de detenção, em regime aberto, mas substituída por prestação de serviços comunitários, com jornada semanal de ao menos oito horas, a ser definida na fase de execução.

O juiz considerou que a repercussão das postagens nas redes sociais extrapolou críticas aceitáveis, atingindo a honra pessoal e familiar de Neymar, que teria relatado constrangimentos em seus relacionamentos profissionais e pessoais.

Com essa decisão, resta à atriz recorrer e acompanhar o desdobramento dos procedimentos judiciais ainda em curso.

Atlético-MG promete ir à Justiça após polêmica com jogador do Cruzeiro

O clássico mineiro entre Atlético-MG e Cruzeiro ganhou um novo capítulo fora de campo. O Galo confirmou que vai acionar a Justiça Desportiva por conta da atitude do atacante Kaio Jorge, do rival, em um lance considerado desrespeitoso com o zagueiro Román, que atuava com proteção no punho devido a uma fratura.

Durante a partida, Kaio teria apertado a mão lesionada do defensor atleticano, gesto que, segundo o clube alvinegro, ultrapassa os limites da disputa esportiva. A diretoria classificou o ato como “covarde e antidesportivo” e encaminhou o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Rivalidade que saiu do campo

Em campo, o duelo foi tenso do início ao fim, típico de um clássico que carrega décadas de rivalidade. Mas o episódio com Kaio Jorge elevou o clima para além das quatro linhas. A cúpula atleticana entende que não se trata apenas de um “lance de jogo”, e sim de uma atitude que fere o espírito esportivo e o respeito entre profissionais.


Imagem do gesto feito pelo Kaio Jorge (foto:reprodução/x/@oledobrasil)

O diretor de futebol Paulo Bracks destacou que o clube “não vai se calar diante de comportamentos que ultrapassem o limite do fair play”.

Possíveis desdobramentos

Com a representação já encaminhada, caberá ao STJD analisar as imagens e decidir se há base para abrir processo disciplinar contra o atacante. Caso a denúncia avance, Kaio Jorge pode ser enquadrado por conduta antidesportiva e até sofrer suspensão.

O Cruzeiro, por sua vez, deve apresentar defesa alegando que o episódio foi interpretado de forma exagerada e que não houve intenção de agressão.

Clássico à flor da pele

O incidente reforça como o clima entre os rivais segue quente em 2025. Mais do que o resultado em campo, o pós-jogo mostra que Atlético e Cruzeiro continuam disputando espaço também nos bastidores.

Com a bola ou com o protocolo judicial, o clássico mineiro segue fiel à sua tradição: intensidade, rivalidade e polêmica.