EUA apresenta plano de paz para Israel e faixa de Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou na última segunda-feira (29) um plano para encerrar a guerra na faixa de Gaza. Trump propõe que seja feito um conselho internacional para gerenciar a guerra e que dará anistia a integrantes do Hamas para entregarem as armas e uma possibilidade da criação de um Estado palestino no futuro.

Trump deixou claro, que se o plano não for aceito pelo grupo Hamas, irá apoiar Israel para eliminar o grupo terrorista.

Proposta dos EUA

O presidente americano deu o prazo de até 72 horas para que o grupo Hamas possa libertar todos os reféns israelenses mantidos presos em Gaza; o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já disse que aceitou os termos do acordo.

Segundo o acordo, a faixa de Gaza se tornará uma zona “desradicalizada”, livre de grupos armados. O território passará por transformações e reconstruções com apoio palestino e especialistas internacionais. Autoridades do Hamas disseram que não receberam detalhes do plano. O plano apresentado por Trump teve apoio da comunidade internacional.


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Plano de Trump para Gaza recebe apoio internacional (Vídeo: reprodução/YouTube/Jovem Pan)

Desafios enfrentados por Trump

O órgão internacional será presidido por Trump e se chamará “Conselho da Paz”, e também contará como membro o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Não ficou claro se Israel participará diretamente do conselho.

Trump afirmou que se encontrar resistência de forma negativa diante do grupo Hamas, não hesitará em apoiar Israel e usar forças militares para eliminar o grupo terrorista, o ministro de Israel também concordou com a sugestão. Detalhes do acordo ainda incluem ajuda humanitária, a entrada de alimentos, o total cessar-fogo entre ambas as partes, libertação dos prisioneiros, e devolução de todos os reféns em 72 horas pelo grupo Hamas.

O futuro da faixa de Gaza seria a pacificação do local e um possível caminho para a institucionalização do Estado da Palestina. Uma força tarefa interligada com países árabes será usada juntamente com o governo americano: “Os Estados Unidos trabalharão com parceiros árabes e internacionais para desenvolver uma Força Internacional de Estabilização (ISF), a ser imediatamente implantada em Gaza. A ISF treinará e dará suporte a forças policiais palestinas verificadas em Gaza, em consulta com Jordânia e Egito, que têm vasta experiência nessa área”, segundo o documento.

Trump já havia discutido alguns detalhes com líderes árabes em Nova York, antes da assembleia-geral da ONU na última semana. A resposta do Hamas à proposta americana ainda não está clara, e se os termos não interessarem o grupo e não responder aos interesses palestinos, o grupo não aceitaria nenhum plano que não garantisse a retirada de Israel de Gaza.

Trump apresenta proposta de paz para Gaza e aguarda a resposta do Hamas

O conflito em Gaza, que já se estende por quase dois anos desde o ataque de 7 de outubro de 2023, ganhou um novo esforço diplomático dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (29 de setembro de 2025), o Presidente Donald Trump, ao lado do Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu, anunciou um “plano abrangente para encerrar o conflito em Gaza”.

A proposta de 20 pontos da Casa Branca visa o cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns, a desmilitarização do território e o estabelecimento de uma complexa estrutura de governança e reconstrução para o pós-guerra. A iniciativa foi imediatamente aceita por Israel, mas o grupo militante palestino Hamas, essencial para sua implementação, ainda está em processo de análise.

Pilares da proposta são o cessar-fogo e a troca de reféns

O ponto de partida do plano é a interrupção imediata das hostilidades, sendo necessárias ações de ambos os lados. Cessar-fogo imediato: se as partes concordarem, a guerra terminará imediatamente. As forças israelenses deverão retirar gradualmente as linhas pré-acordadas, bombardeios e operações militares devem ser suspensos.

Libertação de reféns em 72 horas: o plano exige que todos os reféns israelenses, vivos e mortos (cerca de 50 restantes, estimados em 20 vivos), sejam devolvidos em até 72 horas após a aceitação pública de Israel.

Troca de prisioneiros: em contrapartida, Israel libertaria 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua, além de 1.700 gazenses detidos após 7 de outubro de 2023. Há também previsão para a troca de restos mortais na proporção de 15 gazenses falecidos para cada refém israelense falecido.


Uma mulher palestina, no sul da Faixa de Gaza.(Foto: reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)

Propostas de construção de um futuro para Gaza

A proposta americana dedica grande parte de seus pontos a reestruturar a Faixa de Gaza após o fim dos combates. Zona livre de terror e desarmamento: Gaza deve se tornar uma “zona livre de terror e desradicalizada“. Toda a infraestrutura militar, ofensiva e de túneis do Hamas deve ser destruída e não pode ser reconstruída. Membros do Hamas que depuserem as armas e se comprometerem com a paz receberão anistia (perdão dos crimes).

Força de Estabilização Internacional (ISF): será criada uma Força de Estabilização Internacional, desenvolvida com parceiros árabes, para ser implantada imediatamente. A ISF será responsável pela segurança interna de longo prazo, treinando forças policiais palestinas e trabalhando com Israel e Egito para prevenir a entrada de armas.

Governança temporária: o plano estabelece uma governança transitória temporária liderada por um comitê palestino tecnocrático e apolítico. A supervisão será do “Conselho de Paz” (Board of Peace), presidido pelo Presidente Trump, com outros membros, incluindo o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Reconstrução e economia: será lançado um Plano de Desenvolvimento Econômico Trump para reconstruir e energizar Gaza, incluindo a criação de uma zona econômica especial. O objetivo é atrair investimentos e criar empregos.

Sem ocupação ou deslocamento: o plano garante que Israel não ocupará nem anexará Gaza, e reitera que ninguém será forçado a deixar o território.


Infográfico intitulado "Plano do Presidente dos EUA, Trump, para Gaza". (Foto: reprodução/Kadri Suat Celik/Anadolu via Getty Images Embed)

Reações: do otimismo ao ceticismo

A divulgação do plano gerou uma variedade de respostas globais. Israel e Estados Unidos: o Primeiro-Ministro Netanyahu endossou o plano, afirmando que ele atende aos objetivos de guerra de Israel. No entanto, ele também fez ressalvas sobre uma retirada israelense “lenta e limitada”, com Israel mantendo presença na maior parte do território. O Presidente Trump prometeu “apoio total” dos EUA a Israel caso o Hamas rejeite a proposta.

Hamas e palestinos: o Hamas está estudando a proposta, que recebeu através de mediadores. Fontes indicam que o grupo avalia o potencial para um cessar-fogo. No entanto, a população em Gaza expressou descrença e pessimismo, com alguns moradores temendo que o plano seja uma “farsa” para libertar reféns sem garantias reais de um fim duradouro para o conflito. A Jihad Islâmica Palestina, aliada do Hamas, classificou a proposta como uma “receita para explodir a região”.

Comunidade internacional: a Autoridade Palestina (AP) saudou os esforços de Trump, reiterando o compromisso de trabalhar para uma solução de dois Estados. Líderes de países árabes-chave (incluindo Arábia Saudita, Egito e Catar) receberam a proposta positivamente, prontos para cooperar na implementação. Líderes europeus, como França e Reino Unido, elogiaram a iniciativa e pediram que todas as partes “aproveitem o momento”.


Manifestantes seguram fotos de reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)

O que a proposta tem de novo ativas anteriores

O novo plano dos EUA se diferencia de iniciativas anteriores por sua abordagem detalhada para o pós-guerra, em contraste com o cessar-fogo de janeiro de 2025, que fracassou na segunda fase de negociações. Enquanto o acordo anterior previa a libertação escalonada de reféns e adiava a discussão sobre governança, o plano atual exige a libertação de todos os reféns em 72 horas e define imediatamente uma governança de transição que exclui o Hamas, apesar de a viabilidade do plano ser baseada na aceitação pelo Hamas.

Netanyahu critica líderes mundiais em discurso na ONU

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou nesta sexta-feira (26), durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, as críticas internacionais à guerra de Israel em Gaza e os líderes que reconheceram o Estado Palestino, acusando-os de ceder a “mídias tendenciosas, grupos islâmicos radicais e máfias antissemitas”.

Antes de começar a falar, Netanyahu foi vaiado ao subir ao púlpito, enquanto representantes de diversas delegações, incluindo o Brasil, deixaram a plenária da ONU.

No discurso, o premiê respondeu às ações de importantes aliados dos EUA, que, segundo ele, contribuíram para o isolamento diplomático de Israel em meio à guerra prolongada contra militantes do Hamas em Gaza.

Reconhecimento da Palestina

Nesta semana, França, Reino Unido, Canadá, Austrália e outras nações participaram de uma conferência na ONU para discutir a coexistência pacífica entre Israel e o Estado palestino, iniciativa criticada pelo primeiro-ministro israelense. Até o momento, mais de 145 países-membros da ONU já reconhecem a Palestina.

“Vocês sabem que mensagem os líderes que reconheceram o Estado Palestino esta semana enviaram aos palestinos? É uma mensagem clara: matar judeus compensa”, afirmou.



Ele seguiu acusando líderes mundiais de promover uma “guerra política e legal contra Israel”, afirmando que muitos países se curvam diante das dificuldades: “Existe um ditado: quando as coisas ficam difíceis, os fortes entram em ação. Para muitos países aqui, porém, quando as coisas ficaram difíceis, vocês se curvam. E aqui está o resultado vergonhoso desse colapso.”

Conflito em Gaza

Ao comentar a guerra em Gaza, Netanyahu afirmou que o apoio internacional a Israel desapareceu rapidamente após o ataque de 7 de outubro, quando o país reagiu como “qualquer nação que se respeitasse faria”. Ele também destacou as vitórias de Israel contra o Hamas e outros grupos militantes apoiados pelo Irã, lembrando os ataques que deixaram cerca de 1.200 mortos e 48 reféns em Gaza.

“Grande parte do mundo não se lembra mais de 7 de outubro. Mas nós nos lembramos”, disse.

Segundo autoridades de saúde locais, a resposta militar de Israel em Gaza resultou na morte de mais de 65 mil pessoas e causou destruição generalizada no território.

Primeiro-ministro de Israel questiona países por reconhecerem Estado da Palestina

Nesta sexta-feira (26), na ONU, houve fortes denúncias aos países ocidentais feitas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ele os acusou de enviar mensagens de que, segundo suas palavras, matar judeus compensa, mostrando reconhecimento ao Estado da Palestina. Seu discurso foi feito na Assembleia Geral da ONU, trazendo falas mais duras até o momento, condenando esses países, em que segundo ele, essas decisões representam um reconhecimento ao terror e enviam uma mensagem errada ao mundo, especialmente após os ataques de outubro de 2023.

Alvos das críticas

Netanyahu citou na sua fala governos como o da França, Reino Unido, Austrália e Canadá. Para ele, esse reconhecimento equivaleria a uma recompensa para os grupos que atacaram Israel, argumentando que isso enfraquece a postura israelense em manter sua segurança diante de ameaças percebidas. Ele também sugeriu que reconhecer a Palestina, sob as circunstâncias atuais, poderia fortalecer influências externas que ele considera hostis.


Benjamin Netanyahu discursando na ONU (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)

Contrapontos diplomáticos

Apesar do tom firme, a fala de Netanyahu provocou reações de alerta entre diplomatas internacionais. Alguns países que passaram a reconhecer a Palestina justificam o ato como parte de uma doutrina de paz, autodeterminação e direitos humanos. Eles enfatizam que o estatuto diplomático palestino não é uma celebração de violência, mas sim um passo em direção a uma solução de dois Estados, controversa, porém defendida por muitos membros das Nações Unidas.

Implicações políticas

A condenação pública de Netanyahu reforça uma tendência de polarização diplomática. Israel, ao posicionar-se contra países que reconhecem a Palestina, sinaliza que pretende endurecer sua narrativa internacional, buscando isolar diplomaticamente os que apoiam esse reconhecimento e reafirmar sua própria agenda de segurança.

O ataque em 2023

Sobre o ataque de 2023, falado pelo primeiro-ministro, aconteceu que, no dia 7 de outubro daquele ano, grupos combatentes liderados pelo Hamas acabaram matando cerca de 1200 pessoas israelenses. A resposta de Israel foi pesada, quando matou mais de 60 mil pessoas em Gaza, deixando boa parte do local em ruínas.

Lula expressa solidariedade ao Catar depois do ataque de Israel

Após o ataque aéreo causado por Israel, em Doha, Catar, ocorrido no dia 9 de setembro esse ano, mirando nos possíveis alvos do grupo Hamas, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva fez um telefonema para o emir do Catar, Tamin Bin Hamad Al Thani, para prestar solidariedade em razão a este acontecimento que gerou danos civis e muita repercussão internacional. A ligação aconteceu nesta quinta-feira (18).

Ataque Israelense

Israel havia anunciado no começo de setembro que bombardeou alvos do grupo Hamas, bem na capital do Catar. Esse ataque gerou críticas pelas comunidades e foi classificado pela ONU, como uma violação de soberania. Além disso, o governo do Catar prometeu que iria dar uma resposta pela ofensiva israelense. Vale lembrar que o Catar é atualmente o mediador das negociações do cessar-fogo.


Momento do bombardeio em Doha, Catar (Vídeo: reprodução/YouTube/@Terra)

Solidariedade e preocupação quanto aos reféns

Durante a ligação, Lula manifestou preocupação de que o ataque comprometa as negociações lideradas pelo Catar com objetivo de libertar reféns mantidos por grupos na região. Ele reforçou que todo esforço diplomático deve priorizar a segurança de civis e das pessoas envolvidas em processos de libertação.

Além de demonstrar apoio ao povo do Catar, Lula também defendeu a criação de um Estado Palestino, que, segundo ele, deve existir “em paz e segurança ao lado do Estado de Israel”. A proposta é apresentada como parte de uma solução de longo prazo para o conflito, mantendo a coexistência e o respeito entre os dois lados como princípio fundamental. O presidente também criticou o ataque, dizendo que a ação israelense foi considerado um genocídio.

Convites e metas internacionais

Na conversa, Lula aproveitou e convidou formalmente o Emir do Catar para participar da COP30, que será realizada em Belém (Pará), no Brasil. Também ressaltou agradecimentos pela realização, no Catar, da Reunião de Líderes da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, programada para ocorrer no contexto de uma cúpula da ONU sobre desenvolvimento social em 3 de novembro.

Trump cobra libertação de reféns em Gaza durante encontro com Starmer no Reino Unido

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, nesta quinta-feira (18), em Chequers, residência oficial do premiê, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump reiterou a urgência da libertação dos reféns israelenses retidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

Reunião e temas centrais

O encontro ocorreu no último dia da visita de Estado de Trump ao Reino Unido, onde os líderes discutiram temas como economia, Ucrânia e o conflito em Gaza. Trump destacou que é importante lembrar que os ataques do Hamas contra Israel, ocorridos em 7 de outubro de 2023, causaram a morte de aproximadamente 1.200 pessoas. 251 indivíduos foram capturados e levados para o território palestino. O foco na liberação dos reféns restantes, presos há quase dois anos, foram parte da declaração do presidente, que destacou ainda que esforços devem se concentrar nisso, incluindo apoio tático a ações israelenses contra o grupo.


Donald Trump cobra libertação de reféns pelo Hamas (Foto: reprodução/Saul Loeb/AFP/Getty Images Embed)

O conflito já causou mais de 65 mil mortes entre palestinos, conforme dados das autoridades de saúde de Gaza divulgados na quarta-feira (17). Trump também expressou oposição à decisão de Starmer de reconhecer o Estado palestino, considerando-a uma “recompensa ao Hamas” após os atos de violência. “Discordo do primeiro-ministro nesse assunto, uma das raras divergências entre nós”, afirmou Trump, argumentando que tal medida enfraqueceria as negociações de cessar-fogo.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e sua esposa Victoria recebem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Chequers, no Reino Unido (Foto: reprodução/Stefan Rousseau/AFP/Getty Images Embed)

Apesar da diferença, Starmer destacou pontos em comum. “Compartilhamos a visão de que a situação em Gaza é insustentável e exige um plano para a paz, incluindo um cessar-fogo e entrada de ajuda humanitária”, disse o britânico aos jornalistas após a reunião. Ele reforçou que o reconhecimento palestino visa uma solução de dois Estados, com condições como o desarmamento do Hamas e sua exclusão do futuro governo de Gaza.

Pressão e busca por solução

Em julho de 2025, Starmer declarou que o Reino Unido avançaria com o reconhecimento em setembro, desde que Israel estabelecesse um cessar-fogo, garantisse acesso da ONU à assistência humanitária e promovesse um processo de paz sustentável. A postura do Reino Unido ecoa pressões domésticas do Partido Trabalhista e externas, com países como França e Austrália considerando medidas similares na Assembleia Geral da ONU. As conversas entre Trump e Starmer destacam as tensões diplomáticas, mas também a busca por entendimento diante da crise humanitária em Gaza, onde 48 reféns israelenses permanecem detidos, com cerca de 20 supostamente vivos.

Trump nega envolvimento em ataque israelense ao Catar

O recente bombardeio de Israel contra o Catar, em meio às negociações por um cessar-fogo em Gaza, desencadeou uma onda de reações internacionais e abriu uma nova frente de tensão diplomática. A ofensiva surpreendeu aliados estratégicos e gerou críticas de líderes globais, colocando ainda mais pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu e expondo divergências entre Israel, Estados Unidos e União Europeia quanto aos rumos do conflito.

Trump é informado em cima da hora e nega envolvimento

Autoridades dos EUA confirmaram que Donald Trump só soube da operação pouco antes de sua execução, informado pelo general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto. Logo em seguida, o então presidente solicitou a Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca e interlocutor próximo ao governo do Catar, que alertasse Doha sobre a ofensiva iminente.

Em coletiva, Trump procurou se afastar da responsabilidade pelo ataque e direcionou críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não vejo essa situação como positiva. Queremos os reféns de volta, mas não concordamos com a forma como tudo foi conduzido”, afirmou.

Netanyahu justifica ataque, Hamas fala em sabotagem

Israel alegou que a operação foi uma resposta ao atentado em Jerusalém, ocorrido na véspera, que matou seis israelenses e foi reivindicado pelo Hamas. Netanyahu reforçou que a guerra poderia terminar “imediatamente” caso o grupo aceitasse a proposta de cessar-fogo apresentada por Trump.

O Hamas reagiu com dureza, acusando o governo israelense de inviabilizar a negociação: “Atacar os negociadores justamente quando discutiam a proposta de trégua confirma que Netanyahu não deseja chegar a nenhum acordo e busca deliberadamente fracassar os esforços internacionais, sem se importar com a vida de seus prisioneiros.”, afirmou o grupo em comunicado.


Explosões na capital de Doha, Catar, devido a ataque israelense contra autoridades do Hamas na cidade (Foto: reprodução/Jacqueline Penney/AFP)

Casa Branca e Catar criticam ação unilateral

O Catar, anfitrião de diversas rodadas de diálogo para uma trégua em Gaza, considerou o ataque uma violação de sua soberania. Washington também reagiu de forma contundente. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que “bombardear unilateralmente uma nação soberana e aliada próxima dos EUA, que atua corajosamente na busca da paz, não promove os objetivos de Israel nem dos Estados Unidos.”, disse Karoline.

Repercussão internacional

A resposta de Israel gerou indignação em várias capitais. A Turquia acusou Netanyahu de transformar o terrorismo em política de Estado, enquanto a Rússia classificou a ação como uma séria violação da Carta da ONU. O Reino Unido também se posicionou contra o ataque, destacando o risco de implosão das negociações em andamento.

Na União Europeia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que apresentará uma proposta de sanções contra membros do governo israelense de linha dura e poderá rever parcialmente o acordo de associação com Israel. A iniciativa, motivada pelo agravamento da crise humanitária em Gaza, ainda enfrenta resistência de alguns países, mas reflete uma mudança de postura da UE em relação ao governo Netanyahu.

Netanyahu pede para que moradores de Gaza deixem o local por conta de ataques

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um alerta aos moradores da cidade de Gaza, nesta segunda-feira (8), pedindo para que as pessoas da região abandonem o local para prevenir-se de uma ofensiva terrestre do Exército de Israel.

O líder israelense, durante discurso em vídeo divulgado por seu gabinete, afirmou que os recentes bombardeios antecedem uma operação ainda mais intensa no território palestino. Segundo Netanyahu, essa é apenas uma introdução para uma manobra terrestre das forças do Exército de Israel que estão reunidas na Cidade de Gaza.

Ônibus atacado em Jerusalém

A declaração de Netanyahu ocorreu momentos após um ataque a tiros contra um ônibus em Jerusalém, Israel. De acordo com autoridades, cerca de 20 pessoas estavam dentro do veículo, mais de 10 pessoas se feriram, sendo 6 em estado grave, e outras 6 vieram a óbito. Os protagonistas do evento foram mortos por civis e um soldado de folga.

A polícia de Israel ainda prendeu um homem que teria participado ativamente do atentado, suspeito de dar cobertura aos atiradores. O suspeito, segundo a agência de segurança Shin Bet, já era monitorado por conta de seu trabalho de colaboração para que palestinos residissem de forma ilegal em solo israelense.

Netanyahu condenou o episódio, prometendo responder de forma intensa os ataques contra “os inimigos de Israel”.


Fumaça sobe sobre a Faixa de Gaza, vista de uma posição no lado israelense da fronteira (Foto: reprodução/ Amir Levy/Getty Images Embed)

A guerra continua

Ainda nesta segunda-feira, um arranha-céu de 12 andares foi derrubado pelo Exército israelense. Este é o quarto edifício de grande porte destruído em apenas quatro dias. O prédio conhecido como Al-Roya 2 abrigava pessoas que se deslocaram por conta dos conflitos na região.

Antes da explosão, o Exército israelense havia solicitado que as tendas ao redor do prédio fossem desmontadas, e que as pessoas evacuassem o edifício. Forças de Defesa de Israel afirmaram em nota que o edifício era utilizado pelo grupo terrorista Hamas, que havia instalado equipamentos que serviam para o monitoramento e coleta de informações, além de funcionar como um local de armazenamento de explosivos.

Prédio em Gaza é atingido após ataque de Israel

Mais um ataque foi realizado por Israel, após atingir a Torre Al Mushtaha, na última sexta-feira (5), quando completou 700 dias de guerra contra o Hamas e a Torre Al Sousi, no sábado (6). O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz estar “aprofundando” a operação em Gaza.

A Força de Defesa de Israel confirmou os ataques, alegando que os prédios atingidos eram usados pelo Hamas, mas que os ataques foram avisados com antecedência, para minimizar danos aos civis palestinos. Fato negado pelo lado palestino, que afirma que os prédios atingidos eram para abrigar civis. A Defesa Civil local confirmou a morte de uma pessoa.

O momento do ataque

Em vídeo, é possível ver o momento em que o prédio Al-Roya foi bombardeado por Israel, causando grande destruição no local. Nas imagens, foram vistos civis buscando se proteger do ataque.


Prédio de gaza atacado por Israel (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou através da rede social Truth Social sobre os ataques, informando que seria o “último aviso” para o Hamas aceitar os termos e libertar reféns israelenses. O governo norte-americano cumpre um papel de intermediador, negociando o fim da guerra entre Israel e Hamas.

 A ONU se demonstrou preocupada com a fome enfrentada pelos civis de Gaza, pedindo para Israel permitir a ajuda. Com a guerra, os palestinos além de sofrer com o ambiente hostil, também sofrem com a falta de alimento, onde muitos estão passando por fome. Israel afirma não ter  “responsabilidade de distribuir” e alega que a responsabilidade seria de organizações internacionais, “que foram criadas para isso”.

 O início da guerra entre Israel x Hamas

A guerra começou no dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez um grande ataque, dando o nome de “Operação Tempestade”, atacando civis e também fazendo vários reféns. Israel respondeu o ataque logo após, onde o principal alvo eram as instalações do grupo Hamas, mas atingido diversos civis palestinos.

Já foram feitas reuniões para cessar-fogo entre eles, más Israel afirma que só encerra os ataques após a entrega de todos os reféns. Ainda, segundo autoridades locais, existem cerca de 50 civis reféns em Gaza.

Ataque a tiros em Jerusalém deixa seis mortos e dezenas de feridos, afirma autoridade

Um ataque a tiros em Jerusalém deixou seis mortos e mais de dez feridos na manhã desta segunda-feira (8). Segundo autoridades de Israel, dois homens armados invadiram um ônibus na região norte da cidade e atiraram contra passageiros e pedestres, sendo mortos em seguida por forças de segurança. Entre os feridos, ao menos seis estão em estado grave, segundo o serviço de emergência Magen David Adom (MDA).

O ataque aconteceu em uma área marcada por constantes tensões, nas proximidades das rodovias que conectam Jerusalém Oriental aos assentamentos judaicos da Cisjordânia. Testemunhas relataram momentos de pânico, com pessoas correndo em busca de abrigo e socorristas atendendo vítimas em condições críticas.

Identificação das vítimas e resposta imediata

O MDA informou que entre os mortos estão três homens de cerca de 30 anos, um homem e uma mulher na faixa dos 50, além de outra vítima que morreu a caminho do hospital. Outras 12 pessoas foram hospitalizadas em diferentes níveis de gravidade.


Ataque a tiros em ônibus em Jerusalém (Foto: reprodução/MENAHEM KAHANA/AFP/Getty Images Embed)

De acordo com a polícia de Israel, os agressores portavam armas automáticas, munições e uma faca. Equipes forenses permaneceram no local para recolher evidências, enquanto unidades antibombas e militares ampliaram operações de busca em Jerusalém e arredores de Ramallah, na Cisjordânia.

Aumento na tensão regional

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou o local do ataque e afirmou que Israel enfrenta uma guerra contínua contra o terrorismo, tanto em Gaza quanto em Jerusalém e na Cisjordânia. Segundo ele, as forças de segurança devem adotar medidas mais duras para impedir novos atentados e perseguir possíveis cúmplices dos atiradores.

O grupo Hamas não reivindicou responsabilidade, mas elogiou a ação como ato de resistência. Para o governo israelense, no entanto, o episódio reforça os riscos de escalada na região, já marcada pela guerra em Gaza desde outubro de 2023 e pela pressão internacional contra a expansão dos assentamentos na Cisjordânia.

O ataque é considerado o mais grave em Jerusalém desde novembro de 2023 e se soma ao histórico recente de violência que, segundo dados da ONU, deixou quase mil palestinos mortos na Cisjordânia e em Israel desde o início do conflito.