Vacina preventiva contra câncer de pulmão avança para testes em humanos

Começam em 2026 os primeiros testes em humanos da LungVax, a primeira vacina preventiva contra o câncer de pulmão do mundo. O estudo foi desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a University College London. 

Esse estudo marca a estreia de uma tecnologia inédita e inovadora que consiste em treinar o sistema imune para identificar e caçar células pulmonares que apresentem alguma anormalidade antes que elas possam causar o surgimento de um tumor. 


Fotografia de aplicação de vacina (Foto: reprodução/d3sign/Getty Images Embed)


Como a vacina vai funcionar

A vacina utiliza uma tecnologia chamada: ChAdOx2-lungvax-NYESO, essa tecnologia também foi utilizada pela Oxford/AstraZeneca no desenvolvimento da vacina contra o Covid- 19. 

De forma prática, essa tecnologia se utiliza de um vetor viral não replicante, ou seja, um vírus que foi alterado para não causar infecções, agindo apenas como um mensageiro de instruções para as células. 

Essas instruções ao chegarem até as células agem como um comando que faz com que o organismo produza um pequeno fragmento da proteína chamada NY-ESO-1. Essa proteína costuma está presente em células que apresentam alterações precoces, que são umas das principais características de células que acumulam mutações. 

Expondo o sistema imunológico a fragmentos dessa proteína de forma precoce a vacina preparará o corpo para reconhecer que esses sinais de alterações nas células devem ser combatidos imediatamente. 


Representação do DNA humano (Foto: reprodução/byakkaya/Getty Images Embed)


Quem irá tomar a vacina

Em grande maioria as vacinas já existentes contra o câncer são de caráter terapêutico. Elas são aplicadas em pacientes que já tem a doença e busca reforçar a resposta do sistema imunológico durante o tratamento. 

A LungVax, porém, seguirá uma lógica preventiva. Sendo aplicada em pacientes que já tiveram tumores que foram cirurgicamente retirados mas correm risco de retorno da doença e em pessoas que por condições pulmonares diversas requerem um acompanhamento.

A lungVax ainda está nos seus primeiros passos, obtendo apenas a permissão de testagem em humanos, marcando o início dos estudos clínicos. Apesar de seu estágio inicial a pesquisa já é um marco para a comunidade oncológica mundial. O câncer de pulmão é o mais comumente diagnosticado no mundo e um dos mais difíceis de detectar de forma precoce.

EUA autoriza teste de transplante de rim de porco em pessoas em maior escala

Os cientistas da eGenesis, que é uma empresa de biotecnologia, desenvolvem porcos geneticamente modificados e progrediram com as pesquisas sobre o desempenho de órgãos de porcos em humanos. Esse avanço fez com que eles pudessem dar um próximo: testes clínicos em seres humanos em maior escala.

A notícia foi dada nesta segunda-feira (08) pela eGenesis e ela teve a autorização da Food and Drug Adminstration (FDA), órgão regulador de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos similar à ANVISA aqui no Brasil. O órgão que será testado são os rins dos porcos desenvolvidos geneticamente pela empresa.

O presidente de políticas e assuntos globais da Associação Americana de Pacientes Renais, Paul Conway, falou sobre o assunto: “É um período muito otimista”, disse ele.

Órgão modificado

Os porcos que pertencem a eGenesis são modificados para que seus órgãos fiquem o mais compatível o possível com o do ser humano. Eles usam um aparelho chamado CRISPR que funciona como uma tesoura que, ao cortar uma parte do gene do porco, ele desativa um carboidrato chamado alfa gal que causa a rejeição do rim do animal no ser humano. Esse procedimento é chamado de xenotransplantes.


Primeira cirurgia de transplante de rins de porco em humano (Foto: reprodução/Kate Flock/ Times)


Pacientes com rins de porco

No início do ano passado, Rick Slayman, de 62 anos, recebeu um rim de um porco que também foi mudado, mas faleceu dois meses depois devido a problemas no coração, contudo a incorrência não está relacionada ao órgão transplantado. O segundo paciente foi Tim Andrews de 67 anos, que recebeu em janeiro deste ano um rim de porco, e o órgão continua funcionando. O terceiro receptor foi Bill Stewart, em junho e depois do transplante voltou para casa e a trabalhar.

A autorização do teste em maior escala por parte da FDA, fará com que os 86 mil pessoas que aguardam pelo órgão, aguardem menos tempo na fila. Antes dessa autorização, as pessoas esperam em média de 3 a 5 anos para encontrar um doador e se o paciente tiver o sangue tipo O, fica mais tempo ainda na fila, quase 10 anos, pois um estudo feito descobriu que pessoas com esse tipo sanguíneo podem aguentar mais tempo sem o órgão.

A eGenesis, podendo agora fazer o transplante em escala maior, quer fazer a operação em pelo menos 33 pacientes em até dois anos e meio, já a United Therapeutics outra empresa que também estuda órgão de animais modificados, usará as pesquisas da eGenenis para transplantar até 50 pacientes até final deste ano.

Cápsula com restos mortais de 166 pessoas cai no oceano após falha na reentrada

Uma cápsula espacial que transportava cinzas humanas e material biológico caiu no Oceano Pacífico após uma falha na fase de reentrada na Terra. O equipamento fazia parte da missão “Nyx Bikini”, operada pela empresa alemã The Exploration Company, em parceria com a americana Celestis, especializada em voos memoriais espaciais.

Missão e conteúdo a bordo

A missão foi lançada no dia 23 de junho de 2025, como parte de um voo compartilhado da SpaceX. No interior da cápsula continham restos cremados ou amostras de DNA de 166 pessoas, enviados por familiares como parte de um memorial espacial e sementes de cannabis, integrando um experimento sobre o cultivo vegetal em ambientes de microgravidade. A proposta da missão incluía o envio da cápsula para orbitar a Terra e retornar com segurança, permitindo a entrega dos materiais aos responsáveis.

Problema na reentrada

Após completar duas órbitas ao redor do planeta, a cápsula iniciou o processo de reentrada. A comunicação, interrompida momentaneamente durante o período de blackout térmico, típico dessa fase, foi retomada brevemente. No entanto, houve uma nova perda de sinal momentos antes do pouso.

De acordo com informações divulgadas pelas empresas envolvidas, o sistema de paraquedas não funcionou como previsto. Isso resultou no impacto da cápsula com o mar, impossibilitando a recuperação da carga.


Imagem de uma capsula tentando retornar a terra. (Foto: reprodução/x/@turktimecom)

Primeira tentativa de retorno

Esta foi a primeira missão da Celestis para realizar o transporte espacial das cinzas e o retorno à Terra. Em lançamentos anteriores, os materiais permaneciam em órbita ou eram enviados em direção ao espaço profundo, sem expectativa de recuperação.

Após a confirmação do incidente, a empresa informou que está em contato com os familiares e clientes para prestar esclarecimentos. A The Exploration Company declarou que irá analisar os dados da missão para compreender as causas da falha e implementar ajustes em futuras operações.

Perspectiva técnica e próximos passos

O voo teve partes consideradas bem-sucedidas, como o lançamento e a realização das órbitas previstas. A falha, no entanto, ocorreu na fase final, durante o procedimento de pouso assistido. A empresa responsável está conduzindo uma investigação técnica para apurar o ocorrido.

Ainda não há confirmação sobre uma possível nova tentativa de envio para os clientes afetados. A expectativa é que relatórios oficiais sejam divulgados nas próximas semanas com informações detalhadas sobre o desempenho da cápsula e das cargas embarcadas.