Careca do INSS é preso em operação da Polícia Federal

Em uma nova fase da “Operação Cambota”, teve como resultado a prisão preventiva do “Careca do INSS”, apontado como um dos principais suspeitos de participar de esquema de desvio dinheiro de aposentadorias e pensões. O empresário Maurício Camisotti também foi preso, suspeito de fraude no INSS.

Segundo investigações, Antônio Camilo Antunes, que segundo a PF, é “sócio de miríade de empresas”, tendo 22 empresas registradas em seu nome, era a figura central do esquema e teria movimentado por volta de R$ 12,2 milhões dentro de quatro meses, em contas bancárias.

A investigação da Polícia Federal

A PF afirma que o esquema do Antônio Camilo era o grande operador, que realizava cadastros sem autorização, além de ter assinaturas falsas, descontando mensalidades de quem se beneficiava do INSS. Ele foi levado para Superintendência do Distrito Federal.


Prisão do "Careca do INSS" em operação da Polícia Federal (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Maurício Camisotti, participava como sócio oculto, conhecido popularmente como “laranja” em uma empresa, recebia os benefícios das fraudes. Ele foi preso em São Paulo. Sua defesa nega a participação do esquema.

INSS investiga fraudes causadas por associações

Mais de 170 mil beneficiários do INSS estão denunciando descontos indevidos realizados por associações diretamente em seus pagamentos mensais. A maioria afirma nunca ter autorizado qualquer filiação ou débito em folha. Ainda assim, os valores foram descontados sem aviso prévio, atingindo aposentados, pensionistas e beneficiários de programas como o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

A situação se agrava, porque nos extratos bancários, os nomes das associações aparecem abreviados ou com siglas difíceis de identificar, o que dificulta ainda mais detecção das cobranças. Muitos dos atingidos são idosos ou pessoas com pouco acesso à internet, o que aumenta a vulnerabilidade diante da fraude. O número de reclamações cresceu significativamente nos últimos meses, chamando a atenção de autoridades federais e de entidades de defesa do consumidor.

Associações apresentam provas questionáveis

As associações envolvidas alegam que os descontos são legais e que houve autorização formal dos beneficiários, no entanto, investigações apontam inconsistências, em um dos casos. O CPF de um beneficiário foi encontrado em um documento que trazia o nome de outra pessoa. Em outro caso, uma gravação de voz apresentada como prova era, na verdade, o áudio de um terceiro, levantando suspeitas de clonagem de identidade.


Aplicativo Meu INSS (Foto: reprodução/Pinterest/@Perfilcom)

O INSS já iniciou auditorias internas e está exigindo que as entidades envolvidas apresentem documentos válidos e rastreáveis. A Defensoria Pública e o Procon também acompanham os casos e orientam os segurados sobre como proceder. Aplicativos, cartilhas e plataformas digitais estão sendo atualizados para facilitar o atendimento e o envio de reclamações por parte dos cidadãos prejudicados.

Governo quer impedir novas fraudes

Para conter os abusos já registrados, o governo federal pretende implantar regras mais rígidas e ampliar a fiscalização sobre as associações que realizam descontos nos benefícios do INSS. A proposta é que qualquer desconto só ocorra mediante autorização expressa, registrada e comprovável, garantindo maior transparência e segurança aos beneficiários.

Além disso, o plano inclui a implementação de sistemas tecnológicos para monitorar, em tempo real, os débitos automáticos, evitando fraudes e cobranças indevidas. Especialistas reforçam que os beneficiários devem acompanhar seus extratos com frequência, utilizando sempre canais oficiais, como o site do INSS, o telefone 135 ou as agências dos Correios, para esclarecer dúvidas e denunciar irregularidades.

O governo também prevê campanhas educativas para orientar os segurados sobre seus direitos e as formas corretas de contestar cobranças suspeitas.