Parlamento italiano decide que feminicídio é crime

Nesta terça (25), o parlamento italiano aprovou por unanimidade o projeto de lei que decreta feminicídio como crime. Foi criado um novo artigo penal na categoria de “homicídio baseado nas características das vítimas” e a pena pelo crime pode chegar a prisão perpétua. Na antiga lei, somente os casos em que o autor do crime e a vítima fossem casados ou tivessem algum grau de parentesco seriam considerados casos graves para a aplicação da pena perpétua.

Nova lei

A nova lei foi aprovada pelo Senado em julho, por 237 votos a favor e nenhum contra, e agora a medida seguirá para a aprovação do presidente Sergio Mattarella. Ela também deixa claro que a prisão perpétua será determinada em casos em que a morte de uma mulher seja causada por motivos de discriminação, ódio ou violência, e também o aumento da pena para crimes de perseguição, violência sexual e pornografia de vingança.

A aprovação da lei é considerada uma vitória, mas a esquerda italiana alerta que, apesar de a lei criminalizar, ela não foca nos problemas como as questões sociais e a violência de gênero. O resultado da votação foi muito comemorado pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que definiu a nova medida como um “instrumento para a defesa da liberdade e dignidade de todas as mulheres”. Ela ainda completou que a violência contra as mulheres é “um fenômeno intolerável que continua a ocorrer e que deve ser combatido incansavelmente”. E que o governo italiano, nos últimos anos, adotou novas medidas de prevenção e as penas estão cada vez mais rígidas.

Meloni ainda afirmou que, todos os dias, temos que apoiar e proteger as mulheres para que nenhuma se sinta sozinha, ameaçada ou desacreditada e enfatizou que esse é o caminho para construir uma Itália segura para as mulheres. E concluiu que “A liberdade e a dignidade das mulheres são um dever do Estado e uma responsabilidade de todos”.


Primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni (Foto: reprodução/Marco Longari/Getty Images Embed)


Novas pesquisas

Na última terça (25), também é celebrado o Dia Internacional para a eliminação da violência contra as mulheres, e em homenagem a esse dia, a ONU publicou um relatório que afirma que somente no ano passado cerca de 50 mil mulheres foram mortas por seus parceiros ou familiares.

O Instituto Nacional de Estatística (ISTAT) afirmou que dos 327 homicídios registrados na Itália, 116 tiveram como vítimas mulheres e meninas. E que 92,2% representam os autores homens desses homicídios.

Um estudo do Escritório das Nações Unidas em conjunto com a ONU Mulheres afirmou que a cada 10 minutos uma mulher em algum lugar do mundo é morta por uma pessoa próxima.

São Paulo atinge o menor índice de homicídios e latrocínios em 25 anos

Secretaria da Segurança Pública (SSP), nesta sexta (31), publicou dados apresentando o menor número de homicídios e latrocínios desde 2001. Apesar disso, o número de feminicídios reage com aumento.  Os dados apresentados são registros de janeiro a setembro deste ano no estado de São Paulo.

Número de homicídios e latrocínios em São Paulo

Durante o período de janeiro a setembro, contabilizam-se 1.819 homicídios dolosos – quando há intenção de matar – apresentando queda de 2,2% referente ao mesmo período de 2024, quando registraram 1.860 homicídios dolosos no estado. O local de menor número de ocorrência pertence à Região Metropolitana, apresentando 373 casos; na Capital, 376 registros; no interior, 1.070 registros.


SP registra menor número de homicídios desde 2021 (Video: Reprodução/ Youtube/CNN Brasil)


Os latrocínios – roubos seguidos de morte – segundo a Agência SP, a região metropolitana apresentou resultados positivos, passando de 131 casos em 2024 para 102 este ano, queda de 22,1% no estado; no interior, o resultado foi acentuado, resultado de 62 para 45 ocorrências, queda de 27,4%. Destaca: “os resultados refletem o trabalho estratégico das forças de segurança, com ações integradas de inteligência e o uso de tecnologia no combate à criminalidade.” depositando toda mudança às estratégias adotadas pelo estado.

Aumento no feminicídio

A SSP divulgou os dados de feminicídio e obteve aumento de ocorrências em São Paulo. Registrando 9 casos novos, saindo de 173 para 182, um aumento de 5,2% – alerta a secretaria. AgênciaBrasil informa em seu portal: “Os estupros também registraram queda em setembro, somando 1.311 ocorrências, 26 casos a menos que no ano passado.” Mesmo com a queda de casos, o feminicídio continua crescendo. O aumento, segundo a SSP está relacionado à classificação correta dos casos.


Ligue 180 para você ser ouvida (Foto: Reprodução/Pinterest/Governo do Brasil)


 

São Paulo mantém a maior rede de Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) do país, garantindo o atendimento 24 horas ininterruptas, aborda a Agência SP. São 142 unidades especializadas instaladas em plantões policiais, cerca de 100 dessas estruturas foram criadas nos últimos três anos. Implantadas com o objetivo de ampliar o acesso à proteção e justiça, informa a Agência SP no seu portal.

O estado apresenta números significativos referentes a homicídios e latrocínios, entregando um ciclo positivo perante a outros cenários; o menor índice desde 2001. Apesar dos resultados positivos e de uma estrutura grande de Delegacias de Defesa da Mulher, deparamos com resultado contrário ao observarmos as ocorrências de feminicídio no Estado de São Paulo. Entregando o feminicídio (5,2%) de aumento, porém, entrega homicídio (2,2%), latrocínio (22,1) de queda em comparação ao ano de 2024.