Julgamento de Diddy entra em fase de deliberação de veredito

O júri do julgamento de Sean Combs, também conhecido como Diddy, se reuniu nesta segunda-feira (30), para entrar na fase final do processo. Os jurados do caso estiveram na corte de Justiça para deliberar o veredito do artista, acusado de cometer atos de conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição.

O juiz do caso, Arun Subramanian, detalhou aos membros do júri cada uma das acusações contra Vombs, e cada jurado deverá manter uma cópia das instruções dadas ao longo dos dias que levarem para as deliberações serem concluídas.

Dúvidas sobre acusação pautam júri

Após cerca de 5 horas de deliberações, próximo ao final do primeiro dia de deliberação, o júri, em reunião privada, enviou duas notas ao juiz. A que mudou o curso da deliberação foi a segunda delas, que questiona a distribuição de substâncias controladas nas festas do rapper, no caso: se uma pessoa, a vítima neste caso, pedir substâncias controladas e outra pessoa as entregar, eles questionam se esse entregador pode ser considerado como um distribuidor.


O rapper Kid Cudi testemunhou contra Diddy (Foto: Reprodução/Instagram/@pitchfork)

Após a nota, o juiz Arun Subramanian solicitou que os promotores e advogados de defesa se reunissem e discutissem como responder à pergunta do júri, que foi dispensado pelo restante do dia.

Júri pode sofrer mudanças após nota enviada

Outra nota que impactou o caso foi enviada no começo da tarde. O bilhete foi entregue primeiro à acusação e depois ao advogado de defesa Marc Agnifilo. Nela é dito que um dos jurados pode ser impossibilitado de seguir as instruções prévias feitas pelo juiz.

Após a nota ser entregue, o juiz Arun Subramanian declarou de forma sucinta ao corpo de jurados, dizendo que “todos os jurados devem deliberar” e seguir as instruções dadas. Segundo especialistas em júris, este é um desenvolvimento significativo no caso porque a preocupação está sendo levantada muito cedo nas deliberações, o que não é comum.


 Diddy comemorou aniversário da filha em ligação na prisão (Vídeo: Reprodução/Instagram/@diddy)

O chefe do júri, na mesma nota enviada, também pediu para o juiz entrevistar o jurado nº 25 novamente. Lembrando que este não é o primeiro problema com um membro do júri, visto que no dia 16 de junho o jurado de número 6 foi demitido do júri por inconsistência em suas respostas. Os jurados planejam retornar para continuar com a deliberação às 10h de terça-feira (1), no horário de Brasília.

Caso Diddy: advogado de defesa minimiza abusos sofridos por Cassie Ventura em declaração final

O advogado de defesa do rapper P. Diddy, Marc Agnifilo, fez as declarações finais nesta sexta-feira (27), no julgamento em que o cantor responde por diversos crimes de violência sexual. Entre as vítimas, a sua ex-namorada e também cantora Cassie Ventura, forçada a se envolver sexualmente com vários homens por anos, enquanto Diddy registrava tudo para servir de chantagem.

Diddy e Cassie viviam “história de amor”

A base da argumentação de Marc durante as quatro horas de sua fala era de que Sean Combs e Cassie Ventura viviam uma “grande história de amor moderna”, e que a relação criminosa, que ele chama de “complicada”, era, na verdade, baseada no amor. O advogado ainda afirmou que Diddy deu a Cassie oportunidades para ela sair da relação, mas que não saiu porque estava “apaixonada por ele”, e que a paixão era mútua.

Apesar disso, Agnifilo reconhece o caso de violência doméstica em 2016, flagrada por câmeras de segurança do hotel, onde Diddy arrastou Cassie pelos cabelos. Sobre a agressão, justificou: “Nós somos responsáveis pela violência doméstica”, mas garantiu que seu cliente não cometeu os crimes de tráfico sexual e extorsão, e que ele vai lutar até a morte para se defender.


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Marc Agnifilo, advogado de defesa de Diddy (Reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)

Ele alegou ainda que o término dos dois em 2018 foi uma “escolha adulta” de Cassie, e que as mensagens trocadas por ambos no dia do término eram lindas e que fariam o júri chorar de emoção.

Sobre as chamadas “freak-offs”, as festas de Diddy regadas a drogas pesadas e sexo, Agnifilo reduziu a um simples “estilo de vida swinger”, e que ambos concordavam em ter relações com múltiplos parceiros, e que todas as relações sexuais eram consentidas por todos os participantes. Sobre os vídeos que Diddy gravava de sua namorada e outras pessoas, o advogado chamou de “pornografia caseira”, e que ele não era o único homem dos Estados Unidos a fazer isso.


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Sean Combs e Cassie Ventura enquanto namoravam (Reprodução/Jeff Vespa/Ethan Miller/Getty Images Embed)

Ventura é uma “gângster”

Marc ainda chamou Ventura de “gângster”, e disse que ela era igual à Diddy. Também mencionou que o caso inteiro não é sobre crime, mas sobre dinheiro, e que Cassie e as outras vítimas querem extorquir Diddy, já que nenhuma delas denunciou à polícia. Marc Agnifilo ainda se referiu ao pedido do processo em US$ 30 milhões, e que Ventura só teria pedido esse valor “porque Sean Combs tem”. No fim, Agnifilo ainda pediu a absolvição da prisão de Diddy, pedindo que a justiça o deixe voltar à sua família.

Sean “Diddy” Combs opta por não testemunhar em reta final de seu julgamento

O aguardado julgamento criminal de Sean “Diddy” Combs entrou em sua fase decisiva nesta terça (24). Tanto a acusação quanto a defesa encerraram seus argumentos, e um dos momentos mais marcantes foi a confirmação de que o rapper não subiria ao banco das testemunhas para depor em sua própria defesa.

A decisão foi comunicada por Diddy ao juiz federal dos EUA, Arun Subramanian, que questionou o réu diretamente para garantir que a escolha de não testemunhar era “totalmente sua”, após uma discussão “minuciosa” com seus advogados. Esta é uma prática padrão em julgamentos criminais federais, para confirmar a autonomia do acusado.

A decisão pode parecer contra-intuitiva, mas é uma estratégia que evita que o réu seja submetido a um intenso interrogatório que poderia prejudicar seu caso. No entanto, o lado ruim é que os jurados não terão a chance de ouvir a versão de Diddy diretamente de sua boca.


Diddy no lançamento do seu novo álbum, em Londres, em 9 de novembro de 2023 (Foto/reprodução: Dave Benett/Getty Images Embed)

A linha de defesa tem sido que as acusações são fabricadas

A promotoria apresentou seu caso por mais de seis semanas, convocando 34 testemunhas, incluindo ex-namoradas como Cassandra “Cassie” Ventura. Os depoimentos detalharam como Diddy supostamente coagia as mulheres a participar de “maratonas sexuais” e como seu império de negócios era utilizado para facilitar e encobrir essas atividades ilícitas.

A defesa focou em desacreditar as acusações, estratégia que consiste em questionar a credibilidade das testemunhas e apresentar provas que sugerem que tudo era consensual, inclusive exibindo trechos de vídeos para sustentar que as interações sexuais eram parte de um estilo de vida “swingers”.

Futuro de Diddy em jogo

Com o encerramento das apresentações de ambos os lados, os argumentos finais estão provisoriamente agendados para a próxima quinta (26). Sean “Diddy” Combs permanece detido sem direito a fiança desde setembro de 2024, após juízes determinarem que ele representava um perigo para a comunidade. Ele se declarou inocente de todas as acusações, e, se condenado por todas, pode enfrentar a prisão perpétua.

Novas testemunhas depõem em caso do rapper P.Diddy

O julgamento do rapper Sean “Diddy” Combs segue após quase um mês, quando começou em maio, e, nesta sexta-feira (20), o júri ouviu novas testemunhas interrogadas. A expectativa é que até a próxima quinta-feira (25) sejam apresentadas as alegações finais.

Mensagens do cantor com sua ex-companheira Cassie Ventura foram analisadas pelo júri. Nelas, a mulher falava sobre ter “medo” quando Diddy ficava com raiva e que se sentia como uma “prostituta” para ele: “Você me arrastou pelo corredor e me puxou pelo cabelo. […] Eu sou impulsiva e eu sempre me desculpo, mas isso não quer dizer que eu não te amo”, escreveu Ventura. Em outras mensagens, Diddy diz a ela que outras mulheres “fariam de tudo” para estar no lugar que ela estava.

Novas testemunhas no caso Diddy

Além disso, o agente Joseph Cerciello, da Homeland Security Investigations, e Brendan Paul, ex-assistente do rapper, também foram interrogados. Eles trouxeram novas informações, inclusive sobre como funcionava o esquema da compra de drogas para as festas do rapper, as famosas “Freak Offs”, que envolviam atos sexuais.


Sean "Diddy" Combs e Cassie Ventura (Foto: reprodução/Jeff Kravitz/Getty Images Embed)

Brendan Paul informou que nunca esteve presente nos quartos de hotéis do cantor, então não sabe sobre atividades ilegítimas que o mesmo poderia praticar dentro deles. Entretanto, o ex-assistente de Combs disse que via o rapper usar drogas, como cocaína, ecstasy e maconha, e que às vezes parecia estar chapado. Paul alegou que transportava apenas pequenas quantidades desses narcóticos, e que comprava as drogas com um antigo assistente de Diddy, Phillip Pines.

Nesse último testemunho, também foi apresentado ao júri uma situação em que Diddy reservou diárias de hotel com um nome falso, “Joseph Chavez”. Uma cobrança de US$ 3.750 (ou cerca de R$ 20.690 na cotação atual) foi feita por conta de móveis danificados. Os documentos foram analisados por Joseph Cerciello, que depôs no tribunal e trouxe essas informações. Segundo ele, havia fluidos corporais manchando o piso de madeira e os móveis.

Cronograma do julgamento

Os promotores e a defesa do rapper afirmam que pretendem encerrar o caso até a próxima quarta-feira, tendo uma alegação final feita pelo juiz no dia seguinte. Alterações podem ser feitas de acordo com novas manifestações das partes.

Seis semanas de tensão: julgamento de Diddy traz à tona revelações impactantes

Sean Diddy Combs, de 55 anos, foi preso em setembro de 2024 e está sendo julgado em Nova York desde maio deste ano, as acusações são por conspiração de extorsão, tráfico sexual, atualmente o caso segue em sua fase final.

O julgamento do rapper chegou à sexta semana com denúncias graves. Dentre as evidências estão, vídeos que mostram encontros sexuais supostamente forçados, depoimentos de ex-parceiras, como a cantora Cassie Ventura e uma mulher identificada como Jane. Elas afirmam que Diddy usava drogas, ameaças e violência para obrigá-las a participar de orgias pagas.


Sean Diddy e Cassie Ventura (Foto: reprodução/Jeff Kravitz/Getty Imagens Embed)

A defesa, por sua vez, defende que todas as relações eram realizadas com consenso e faziam parte de um estilo de vida swinger. Os advogados também afirmam que os vídeos apresentados são registros privados. No entanto, a promotoria contesta essa versão e afirma ter provas de que as vítimas foram forçadas a terem relação sexual com o rapper.

Segundo o juiz Arun Subramanian, o júri vai se reunir para analisar todas as provas e depoimentos apresentados durante o julgamento na próxima semana. Confira o que aconteceu até agora no caso.

Semana um, 12 a 18 maio

Após uma seleção com cerca de 100 candidatos, o júri foi formado no dia 12 de maio.

A promotoria começou a trabalhar no caso apresentando fotos e áudios relacionados ao hotel de Diddy e acusando-o de criação de esquema criminoso ao violentar a ex-namorada, Cassie Ventura e Jane, outra mulher identificada.

A ex-namorada do rapper depôs emocionada, contando sobre toda a violência e coação que sofria durante as orgias com acompanhantes pagos. De acordo com ela, era “humilhante” quando era obrigada a participar dos eventos chamados “freak-offs” e a tentou fugir deles. Entretanto, Diddy não permitia que ela saísse das festas. A cantora afirma que atendia ao rapper por amor e medo que fossem vazados os vídeos gravados.

Ao início do julgamento, o júri assistiu a um vídeo de 2016 em que Sean “Diddy” aparece chutando e arrastando a cantora Cassie para dentro de um hotel em Los Angeles. A primeira testemunha a depor foi um segurança do hotel, que afirmou ter sido procurado por Diddy, que tentou suborná-lo com dinheiro para que ficasse em silêncio.

A defesa do rapper admitiu que houve agressão física, mas alegou que se tratava de um caso de violência doméstica — e não de tráfico sexual, como sustenta a acusação.


Vídeo de Diddy agredindo ex-namorada (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Semana dois, 19 a 25 de maio

Cassie levou três dias para detalhar toda a violência que sofria, além de vídeos e chantagens. Foram exibidos pela promotoria vídeos das orgias como prova.

Além da cantora, outras testemunhas foram apresentadas, qual confirmam que objetos pessoais e drogas foram encontrados e apreendidos no hotel de Diddy durante uma busca.

Nesta semana, novas testemunhas trouxeram mais acusações ao caso. Kerry Morgan, ex-melhor amiga de Cassie, contou em depoimento de que foi agredida com um cabide de madeira. Já o rapper Kid Cudi afirma que, em 2011, Diddy teria invadido sua casa após descobrir que ele estava se relacionando com Cassie. Cudi ainda disse que, tempos depois, passou a suspeitar de Diddy como o responsável por um incêndio em seu carro.

Segundo a equipe de defesa, Diddy não vai pedir ao júri uma declaração formal de inocência. A estratégia será focar na argumentação de que todas as relações foram consensuais.

Semana três, 26 de maio a 1 de junho

Na terceira semana o que mais se destacou foi a ex-assistente de Diddy em seu depoimento, ela usou um pseudônimo “Mia”. Ela conta que presenciou as violências que a ex-namorada do acusado sofria e as descreveu como agressão e estupro por parde de Sean Diddy. 

Segundo a ex-assistente, Cassie e ela participavam de uma festa do cantor Prince, Combs chegou com um segurança e espancou a ex-namorada no meio da festa, e só parou quando o segurança de Prince separou. 

O júri fez o pedido de anulação do julgamento, mas o juiz Subramanian negou o pedido.

Semana quatro, 2 a 8 de junho

A testemunha identificada como “Jane” passou quatro dias prestando depoimento, nos quais relatou episódios de coerção, uso de drogas e agressões físicas promovidos por Diddy. Ela mencionou os chamados “hotel nights”, comparações feitas pelo artista com atletas, como o termo “Michael Jordan dos freak-offs”, e afirmou ter recebido US$ 10 mil para participar de uma viagem com uso intenso de entorpecentes.

“Jane” também descreveu encontros sexuais organizados por Combs, que teriam envolvido acompanhantes e performances de teor pornográfico, os quais, segundo ela, causaram grande desgaste físico e emocional.

Durante a audiência do dia 5 de junho, o juiz advertiu Diddy por encarar os jurados e fazer gestos de concordância, ameaçando retirá-lo da sala caso seguisse com tal comportamento. O magistrado ainda reforçou a importância do sigilo do processo, diante de vazamentos recentes.

Semana cinco, 9 a 15 de junho

Além dos depoimentos de “Jane”, na quinta semana, o rapper Ye, conhecido como Kanye West, prestou um depoimento brevemente a favor de Diddy, o rapper chegou ao tribunal federal de Manhattan vestido de branco e entrou pela entrada pública. Depois de 35 minutos, o artista se retirou do local.

Após identificar inconsistências nas declarações do jurado número 6, o juiz decidiu removê-lo do juri, o que reacendeu debates sobre possível indícios de preconceito racial no processo.

No dia 13 de junho, o ex-assistente pessoal de Sean Combs, Jonathan Perez, prestou depoimento e afirmou que o artista costumava andar com grandes quantias em dinheiro e substâncias ilícitas.

Semana seis, 16 a 22 de junho

Nesta terça-feira (17), foi apresentado um vídeo em que mostra Combs e Cassie em um “surto” durante o momento de análise do júri sobre mensagens de texto trocadas entre os dois.

Vídeos longos do “freak-offs” foram exibidos no tribunal para reforçar a tese de coerção e chantagem por parte de Sean Diddy.

O juiz permaneceu com a substituição do jurado afastado por falta de transparência em seu depoimento. A promotoria informou que deve concluir a apresentação da acusação nos próximos dias.

Com o fim dessa etapa, a defesa deve iniciar sua argumentação em sequência. A expectativa é que o júri comece a deliberar já na próxima semana.

Até agora, o julgamento de Sean “Diddy” Combs contou com depoimentos de vítimas, evidências visuais explícitas contundentes e intensos embates legais, incluindo questionamentos sobre possível parcialidade racial entre os jurados.