“Christy”: longa estrelado por Sidney Sweeney fracassa nas bilheterias dos EUA

O drama esportivo “Christy”, estrelado por Sydney Sweeney e inspirado na trajetória da ex-boxeadora Christy Martin, viu sua presença nas bilheterias dos Estados Unidos despencar de forma inédita. Após um início tímido, o longa registrou um tombo histórico em seu segundo fim de semana, arrecadando pouco mais de 108 mil dólares. O número representa uma retração de 92% em relação à estreia, consolidando o filme como um dos maiores fracassos comerciais do ano e o pior desempenho da carreira recente da atriz.

A produção, dirigida por David Michôd, foi desenvolvida com orçamento considerável, mas não encontrou respaldo de público. A distribuidora Black Bear também tem sido alvo de críticas pela estratégia de lançamento, marcada pela autodistribuição em circuito amplo, sem uma campanha robusta. A ausência de dados detalhados da bilheteria diária, não divulgados pela própria empresa, alimentou ainda mais o debate sobre a condução do projeto.

Percebido pela crítica

Mesmo com a recepção comercial desastrosa, “Christy” não passou despercebido pela crítica. Sweeney recebeu elogios pela entrega física e emocional ao papel. Para interpretar Martin, atleta que fez história ao romper barreiras em um ambiente dominado por homens, a atriz adotou uma rotina rígida de treinos e transformação corporal.

O filme explora não apenas a ascensão esportiva da boxeadora, mas também episódios marcantes de sua vida adulta, incluindo violência doméstica e a luta por afirmação em um contexto conservador.


Trailer de “Christy”, estrelado por Sydney Sweeney (Vídeo: reprodução/YouTube/@ElevationPics)


Ainda assim, a força da atuação não foi suficiente para atrair público. O filme fechou duas semanas com cerca de 1,9 milhão de dólares, valor muito abaixo do necessário para recuperar o investimento. O desempenho negativo também reacendeu debates sobre o momento da carreira da atriz, que já havia enfrentado resultados fracos com “Americana” e “Eden” no mesmo ano.

Sem previsão no Brasil

Por enquanto, Christy permanece exclusivo do circuito norte-americano, sem previsão de chegada ao público brasileiro. A distribuidora ainda não sinalizou interesse em ampliar o lançamento ou negociar janelas de exibição com plataformas de streaming, o que reforça a impressão de que o estúdio adotará uma postura cautelosa após o desempenho inicial.

Mesmo assim, a curiosidade em torno da atuação de Sydney Sweeney e da própria trajetória de Christy Martin segue crescendo nas redes, especialmente entre fãs de dramas esportivos e cinebiografias. Nos Estados Unidos, o longa entrou em cartaz em 7 de novembro, mas ainda tenta se recuperar de um início que ficou muito aquém do esperado.

Trailer de “Michael” atinge 30 milhões de visualizações em seis horas

O primeiro trailer de “Michael”, cinebiografia de Michael Jackson (1958-2009), atingiu 30 milhões de visualizações em apenas 6 horas após o lançamento, na última quinta-feira (6/11). A informação foi divulgada nesta sexta (7/11) pela Lionsgate Motion Picture, produtora responsável pelo lançamento do filme nos Estados Unidos. Previsto para chegar às telonas em abril de 2026, o longa contará a história do eterno rei do pop — interpretado pelo próprio sobrinho, Jaafar Jackson — dentro e fora dos palcos.

Filme foi dividido em duas partes

Os números impressionantes foram apresentados pelo presidente e líder de filmes na Lionsgate, Adam Fogelson, durante uma conferência de resultados e ganhos da empresa. Na ocasião, ele explicou que o filme precisou ser dividido em duas partes em razão de o corte original ultrapassar três horas e meia de duração. Ele também contou que assistiu ao corte do diretor do primeiro filme que, segundo ele, é “excepcional”.

Fogelson falou ainda, sem ser muito claro, se haverá uma sequência para o longa. “Ainda não estamos prontos para confirmar se teremos um segundo filme, mas posso dizer que o time criativo está trabalhando o máximo para lançar mais de ’Michael’ depois do primeiro filme”, afirmou o diretor.


Trailer oficial de ‘Michael’ (Vídeo: reprodução/ Youtube/ Universal Pictures Brasil)


Michael será vivido pelo próprio sobrinho

Se os fãs do rei do pop já ficaram nostálgicos e empolgados com a anúncio de sua cinebiografia, dá para imaginar a emoção que sentiram ao saber que Michael será vivido pelo próprio sobrinho. Jaafar é filho do artista Jermaine Jackson, terceiro irmão mais velho do astro. Depois que o teaser foi lançado, a semelhança física, da voz e os passos de dança do rapaz com o tio virou assunto nas redes sociais.



De acordo com a sinopse oficial, o longa levará o público a conhecer, como nunca viu, o lado humano por trás de todo o sucesso que Jackson alcançou, apresentando os seus triunfos e sua genial criatividade, mas também revelando as tragédias e lutas pessoais que enfrentou em vida.

Roberta Miranda diz que negou participar da cinebiografia de Marília Mendonça e dona Ruth responde

Roberta Miranda esteve presente no programa Sem Censura, da TV Brasil, apresentado por Cissa Guimarães. Lá, ela conversou sobre sua carreira e contou histórias ao longo de sua vida em meio a um bate papo descontraído. O que chamou a atenção dos internautas, porém, foi quando ela mencionou sobre a cantora Marília Mendonça.

Convite para a cinebiografia de Marília Mendonça

Roberta foi chamada a pouco tempo para participar de um filme que contaria a história da cantora, que faleceu em 2021 em um trágico acidente, aos 26 anos. Segundo a mesma, a gravação seria em Goiânia e duraria cerca de 3 dias, mas o convite foi negado: “Não vou. Sabe por que? Porque esse povo só pensa em dinheiro”, explicou.


 Trecho do programa Sem Censura (Vídeo: Reprodução/X/@centralreality/TV Brasil)

Em seguida, comentou sobre a mãe de Marília: “A Dona Ruth só pensa em dinheiro, e eu não quero participar desse momento.” Imaginando as críticas, ela prosseguiu: “Todo mundo sabe que eu amo a Marília Mendonça e o quanto eu a respeito”. Roberta também comentou que foi ignorada por Dona Ruth quanto a homenagem da sertaneja, e também quando mandou flores.

Dona Ruth rebate críticas

Após o trecho do programa ter sido postado nas redes sociais, a mãe de Marília se defendeu: “O que tá acontecendo com essa senhora? Nem te conheço. Para te falar meu nome para aparecer”, disse, em um dos comentários feitos no Instagram, no perfil @rainhamatos. A mesma também negou que Roberta havia sido convidada para a cinebiografia da filha: “Ela não recusou nada, nem foi chamada”, afirmou.



O comentário que mais chamou a atenção, porém, foi quando dona Ruth fez menção a um possível processo: “Agora, vou pedir para meu advogado te parar”. Não há resposta de Roberta para esses comentários e a mesma ainda não retornou ao assunto, mas a breve interação entre as duas já se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.

Roberta Miranda expõe bastidores com Dona Ruth e recusa cinebiografia de Marília Mendonça

Durante sua participação no programa Sem Censura, apresentado por Cissa Guimarães, na última sexta-feira (5), Roberta Miranda fez revelações sobre bastidores com a família de Marília Mendonça. A cantora afirmou também que recusou o convite para a cinebiografia da artista e criticou a postura da mãe de Marília, Dona Ruth, dizendo que “ela só pensa em dinheiro”. Apesar do carinho por Marília, Roberta relatou ter enfrentado situações de bloqueio que resultaram em seu afastamento da cantora.

Convite para cinebiografia

Em entrevista, a cantora Roberta Miranda comentou sobre sua relação com Marília Mendonça e com a mãe da artista, Dona Ruth. Segundo Roberta, ela foi convidada a participar da cinebiografia sobre Marília, que está sendo produzida pela Prime Video, mas recusou o convite por não concordar com os bastidores da produção. Em tom firme, afirmou: “Esse povo só pensa em dinheiro. A Dona Ruth só pensa em dinheiro.”

Embora tenha declarado grande carinho por Marília Mendonça, Roberta Miranda afirmou que se sentiu excluída ao longo dos anos e que não conseguiu estreitar laços artísticos com a cantora. “Sempre a considerei como uma filha musical. Marília era uma semente, uma potência. Mas nunca consegui chegar até ela.”, desabafou. A artista acredita que foi propositalmente afastada por pessoas ao redor da rainha da sofrência.


Marília Mendonça para a Billboard Brasil (Foto: reprodução/Instagram/@billboardbr)

Presente rejeitado e exclusão em homenagem

Roberta também compartilhou um episódio simbólico que alimentou sua frustração. Após a morte de Marília, enviou flores para Dona Ruth como forma de carinho, mas o presente foi rejeitado. Segundo ela, a floricultura devolveu o arranjo após ele ficar dias sem retirada. “Aquilo me machucou. Foi um gesto de respeito que foi ignorado”, afirmou.


Roberta Miranda participa do Sem Censura (Vídeo: reprodução/Youtube/TV Brasil)

Além disso, a cantora afirmou não ter sido convidada para o tributo oficial à Marília, o “This is Marília Mendonça”, realizado em 2024, que aconteceu no Allianz Parque em São Paulo e reuniu os principais nomes do sertanejo. Na época, expressou publicamente sua indignação, dizendo ter sido desrespeitada como mulher e pioneira do sertanejo. “Me senti excluída, como se minha história com a música não tivesse valor”, disse.

A cantora também explicou que tentou, em vida, fazer uma parceria com Marília. Porém, os contatos não chegavam até a cantora, sendo constantemente desviados para produtores. Para ela, isso representava um distanciamento intencional. “Quando o artista é blindado demais, perde conexão com quem o entende. Artista tem que falar com artista. Nossa linguagem é outra”, lamentou.

Morte da cantora

Marília faleceu aos 26 anos, em novembro de 2021, em decorrência de um acidente aéreo. O avião bimotor em que a cantora estava caiu em um curso d’água no interior de Minas Gerais, resultando na morte precoce da jovem cantora e das quatro pessoas que a acompanhavam: seu produtor musical, Henrique Ribeiro, o tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto da aeronave Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana. Eles estavam a caminho da cidade de Caratinga, onde ela se apresentaria na noite daquele dia. Marília deixou o filho Léo, que tinha apenas um ano na época, e ficou aos cuidados da avó, dona Ruth, e do pai, também cantor, Murilo Huff.

Primeiro trailer oficial de ”Silvio Santos Vem Aí” é divulgado

O primeiro trailer oficial de ”Silvio Santos Vem Aí” foi divulgado pela Paris Filme nesta quinta-feira (28). O longa se passa em 1989, quando o apresentador se lançou como pré-candidato à presidência da República.

O enredo

A trama se desenvolverá a partir da relação do apresentador, que será interpretado por Leandro Hassum, com a publicitária Marília, vivida por Manu Gavassi, que será contratada por adversários políticos para investigar a vida de Silvio, mas que acaba relevando um lado mais intimo e reservado do apresentador.

À medida que convive com Silvio, ela se vê dividida entre o profissionalismo e o fascínio pelo carisma do comunicador. O longa também recriará momentos icônicos que marcaram gerações, como as filmagens do Topa Tudo Por Dinheiro, as gravações no SBT e os embates nos bastidores de sua campanha presidencial.


Trailer oficial do filme (Vídeo: reprodução/YouTube/ParisFilmes)

Elenco e lançamento

Além de Hassum e Gavassi, o longa também conta com Regiane Alves como Íris Abravanel, Marcelo Laham, Gabriel Godoy, Hugo Bonèmer, Vanessa Giácomo em uma participação especial, entre outros.

”Silvio Santos Vem Aí” está previsto para chegar aos cinemas no dia 30 de outubro de 2025, após ter seu lançamento adiado, já que a primeira data seria no dia 14 desse mês.

O terceiro Silvio

O longa será a terceira representação do ”homem do baú” desde 2022. O ator José Rubens Chachá interpretou o comunicador na série ”O Rei da TV”,  disponível no Disney+, que até o momento tem 2 temporadas e uma excelente recepção do público. O mesmo não se pode dizer de ”Silvio”, que após ser adiada 3 vezes, foi finalmente lançada em 12 de setembro de 2024. Apesar de receber críticas mistas, o longa não conseguiu conquistar o público, especialmente pela atuação de Rodrigo Faro, que recebeu a responsabilidade de representar o comunicador. O filme está disponível na HBO MAX.

[Exclusivo] Thiago Soares, Matheus Abreu e diretores falam de “Um Lobo Entre os Cisnes”

Durante a noite da última quarta-feira (23) o Rio de Janeiro se tornou palco de “Um Lobo Entre os Cisnes”, nova cinebiografia nacional sobre a vida e carreira do maior bailarino do Brasil, Thiago Soares. A pré-estreia exclusiva para convidados aconteceu na Gávea, zona Sul da cidade, e reuniu o elenco e equipe da obra e presenças ilustres como Glória Pires, Marjorie Estiano e Beth Faria. O filme estreia hoje (24) nos cinemas de todo o país. 

Trama de “Um Lobo Entre os Cisnes”

Baseada na vida e carreira de Thiago Soares, um dos bailarinos mais notáveis do Brasil e do mundo, “Um Lobo Entre os Cisnes” aborda sua trajetória através da atuação de Matheus Abreu, desde a adolescência na zona norte do Rio de Janeiro. Morando com a tia e precisando urgentemente de uma forma de renda, Thiago sonhava que sua vida entrasse nos trilhos através do Hip-hop, mais especificamente dançando o ritmo. Mas tudo muda quando seu professor de dança o convence a estudar em uma escola profissional de balé, visando a possibilidade de uma bolsa de estudos.


Assista ao trailer de "Um Lobo Entre os Cisnes" (Reprodução/YouTube/ingresso.com)

Indisciplinado, valentão e carregado de preconceitos e estigmas acerca da figura masculina no balé, o desafio inicial era se ver, se encaixar naquele universo tão diferente do dele. Mas seu talento era inegável e logo chama atenção da diretora da escola, que o apresenta ao coreógrafo que muda totalmente sua trajetória, o cubano Dino Carrera. Rigoroso, ele impõe ao rapaz uma rotina exaustiva de treinos e restrições para que possa se preparar para um campeonato em Paris. 

E é essa a relação pilar da obra. Muito diferentes entre si, Dino e Thiago nutrem uma dinâmica clássica entre mentor e aluno, que vai da revolta e embates à uma parceria que transcende os laços profissionais e que muda pra sempre a vida do bailarino, que passa a ser visto e premiado em concursos de máxima relevância no cenário mundial. 

Confira as entrevistas exclusivas

Durante a première, o Lorena.R7 conversou com Thiago Soares, Matheus Abreu e os cineastas Marcos Schechtman e Helena Varvaki sobre a nova cinebiografia brasileira. Thiago conta que se emocionou durante as audições de Matheus para interpretá-lo, e nos fala sobre a sensação:

“É uma loucura, né? Emoções misturadas”, começa o bailarino. “Acho que a audição do Matheus foi muito emocionante porque ele tinha o abandono e ele tinha um desconforto em conhecer a coisa do balé. Então, ele estava desconstruído. Isso foi muito interessante para o projeto. 

Esse filme é sobre um corte específico. E esse corte foi num momento meu de transição entre a dança urbana, da dança clássica, então precisava que a pessoa tivesse essa disponibilidade física e também uma linguagem daquela coisa da molecagem, do carioca malandro, mas com boas intenções. Então acho que teve uma combinação de fatores que foi muito emocionante na audição do Matheus. Então, a gente automaticamente…eu lembro do Marcos, a Helena, todo mundo se olhando e a gente tendo certeza que era ele o nosso Thiago.”, nos conta Thiago Soares.

O homenageado também nos conta sobre como foi ver sua história com Dino retratada nas telas: “É muito emocionante. Acho que ficou faltando agradecer a ele, né? Ele [Dino] foi o cara que me plantou uma semente muito especial. Eu tive várias pessoas. Eu sou um artista de muitas mãos, várias ajudas, processos, mas eu acho que ele foi o cara que realmente deixou uma mensagem muito especial para mim, que me ajudou a me transformar como artista”, finaliza o bailarino biografado.


Matheus Abreu e Thiago Soares (Foto: Anette Alencar)

O ator Matheus Abreu, de 28 anos, viveu imerso no universo da dança e da vida de Thiago por anos, para se preparar para o papel. Durante coletiva de imprensa, Matheus se emocionou ao contar como foi pisar no ilustre Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o histórico Ópera Garnier, de Paris, e ele nos diz que a emoção foi tão forte, que sua mente deu um ‘apagão’:  

“Posso ser sincero?” Começa o ator. “Não consigo nem lembrar! Porque foi tanto tempo de preparação até chegar naquele momento ali no palco, num teatro centenário, com as roupas do Corsário. Realmente a emoção tomou muito conta do meu corpo, totalmente. Eu demorei alguns takes ali para organizar esse lego todo aqui dentro e conseguir fazer a cena”, conta Matheus Abreu, que vive um dos grandes trabalhos de sua carreira na cinebiografia.

Durante a obra, mesmo que Abreu tenha tido um bailarino profissional como dublê, é notória a preparação física do ator para dar vida à Thiago Soares, e ele nos contou um pouco sobre o longo processo. “O meu corpo foi moldado realmente pela minha rotina. Eu comecei a preparação em 2018, a gente foi filmar em 2022. Então, entre idas e vindas do projeto, até o projeto engrenar, a gente teve essa preparação, até começar a preparação ininterrupta, que durou sete meses, com mais de 8 horas diárias de movimento, de balé, de hip hop, de contemporâneo, de gyrotonic. Então, eu perdi a minha rotina para pegar a rotina do bailarino durante esse tempo e foi bem árduo, foi desafiador, mas também foi uma delícia”, conclui o artista. 

O cineasta Marcos Schechtman conversou conosco sobre como a vida de Thiago chegou até ele, e qual a importância de contá-la em uma cinebiografia tão original:  “A história do Thiago chegou através de um amigo, também roteirista, que me levou para uma tarde com o Thiago em São Paulo, onde ele narrou toda a história dele por um dia em carreira, com o mentor dele. E havia um desejo dele de agradecer. Apesar dele ter dito obrigado na ocasião, ele disse que ninguém o havia amado tão desinteressadamente e que ele tinha necessidade de agradecer, porque o Dino havia visto tudo na vida dele, inclusive onde ele ia acontecer no balé. 

Então, diante disso, eu achei que tinha um vínculo humano muito forte entre o Thiago e o Dino, e uma coisa que era muito comovente e que merecia contar essa história. Além de ser uma história, como a gente conhece poucos nossos talentos, que aconteceu lá fora, além de ser inspirador para tantos jovens brasileiros, se tivessem um mentor que olhassem para eles, poderiam ter trajetórias tão incríveis”.


Helena Varvaki e Marcos Schechtman (Foto: Anette Alencar)

E continua o diretor: “E outro dado surpreendente, a quantidade de bailarinos brasileiros no exterior só perde para jogador de futebol. A dança não tem esse destaque nunca, independente de ser um filme que fala do drama humano, a dança está ali presente. E aí teve toda uma preocupação na montagem do elenco de bailarinos que fossem atores de um elenco jovem e a preparação do Matheus, que foi incrível, estupenda”, finaliza Schechtman

Já Helena Varvaki, parceira de longa data de Marcos, nos fala sobre a mensagem singular que cada espectador pode tirar da obra: “Eu sempre falo que o que o espectador recebe da obra depende muito dele. Quando a gente olha para uma obra, essa obra também está olhando para a gente, e o que a gente tira de uma obra é muito individual. Mas a gente se importa muito por contar a história desse menino, desse jovem, que na sua adolescência foi visto por um professor. Ele era muito rebelde, esse professor trouxe o balé para ele sem tirar dele a rebeldia. E essa junção entre disciplina e rebeldia que dá a singularidade da dança do Thiago Soares”, conclui. 

Cinebiografia de Michael Jackson enfrenta regravações e polêmicas

A aguardada cinebiografia Michael, que retratará a vida de Michael Jackson, não chegará aos cinemas tão cedo. A Lionsgate e a Universal Pictures confirmaram oficialmente que o lançamento foi adiado para 24 de abril de 2026. Esta é a terceira vez que o projeto muda de data — originalmente previsto para abril de 2025 e depois para outubro do mesmo ano e a nova mudança revela os bastidores conturbados de uma das produções musicais mais ambiciosas do século.

Com direção de Antoine Fuqua (Dia de Treinamento, O Protetor) e produção de Graham King (Bohemian Rhapsody), o longa enfrenta desafios de diferentes frentes: do tamanho excessivo do corte inicial (com mais de 3h30 de duração) às delicadas disputas jurídicas envolvendo o espólio de Michael e episódios controversos de sua vida pessoal.

Um filme que não cabe em si mesmo

Segundo o “Deadline” e “Variety”, um dos grandes problemas enfrentados pela produção foi o conteúdo do terceiro ato, que originalmente traria referências ao caso Jordan Chandler — jovem que acusou o cantor de abuso sexual em 1993. Embora Michael tenha feito um acordo judicial de US$ 24 milhões com a família, o espólio do cantor teria exigido a remoção completa do caso do roteiro, o que forçou novas filmagens e ajustes de narrativa.

Essas alterações levaram a 22 dias adicionais de gravação, com locações em Indiana, Neverland Ranch e Santa Bárbara. O resultado, levou o  filme a ultrapassar os US$ 155 milhões de orçamento, tornando-se uma das cinebiografias mais caras da história recente, e os produtores agora avaliam dividi-lo em dois longas, de modo a dar conta do material já captado e das complexidades da história.


Entrada do iconico Neverland Ranch de Michael onde foram gravadas algumas cenas (Foto: Reprodução/The Finest Residences)

“Quando se olha para o legado musical e artístico de Michael Jackson, fica difícil imaginar tudo isso comprimido em um único filme”, afirmou Adam Fogelson, executivo da Lionsgate, durante conferência com investidores. Segundo ele, a decisão final será anunciada “nas próximas semanas”, mas tudo indica que o projeto será reestruturado em duas partes.

Jaafar Jackson: sangue e legado

No centro do projeto está Jaafar Jackson, sobrinho de Michael, que interpreta o astro do pop em sua estreia como ator. A escolha do parente direto causou um verdadeiro alvoroço desde o começo da produção, especialmente por causa da impressionante semelhança física e corporal entre os dois. Jaafar vem sendo elogiado por sua dedicação ao papel: passou meses em preparação vocal, corporal e emocional com a mesma equipe que trabalhou com Michael nos anos 1990 e 2000.


Jaafar Jackson como Michael em imagem oficial (Foto: Reprodução/Lionsgate)

O elenco ainda inclui Colman Domingo (indicado ao Oscar por Sing Sing) como Joe Jackson, Miles Teller como o controverso empresário John Branca, Kat Graham como Diana Ross e Kendrick Sampson no papel do produtor Quincy Jones. A direção de arte promete reconstruções de alta fidelidade da era Motown, dos bastidores de clipes icônicos e das turnês globais do cantor.

O peso de retratar um mito

A promessa da equipe é entregar um retrato “honesto, fascinante e equilibrado” da vida do artista,  algo que, na prática, parece ser mais fácil dizer do que fazer. Michael Jackson não foi apenas um dos artistas mais famosos do mundo; ele também foi um personagem marcado por controvérsias profundas, afetos extremos e uma imagem pública que oscilou do gênio incompreendido ao acusado sem defesa.

Esse peso simbólico faz de Michael mais do que uma cinebiografia. Trata-se de um projeto que tenta resgatar, reinterpretar e até proteger um dos legados mais polarizadores do século XX. A delicadeza do tema — e os riscos financeiros envolvidos — explicam o controle ferrenho do espólio sobre o que pode ou não entrar na narrativa.


Trailer oficial de Leaving Neverland (Vídeo: Reprodução/YouTube/Rotten Tomatoes TV)

Além disso, as críticas já começam a aparecer mesmo antes do filme ser lançado. O documentarista Dan Reed, que dirigiu Leaving Neverland e expôs os abusos cometidos por Jackson, declarou que o filme “vai glorificar um homem que estuprou crianças”. A comparação entre essa narrativa documental e a versão oficial, que é gerida pelos herdeiros do cantor, pode dar origem a debates fervorosos na estreia, reacendendo discussões públicas que marcaram os últimos anos da vida de Michael.

O futuro da cinebiografia musical

O adiamento de Michael lança uma nova luz sobre o que está acontecendo com as cinebiografias musicais em Hollywood. Após o sucesso de filmes como Bohemian Rhapsody, Rocketman, Elvis e Maestro, o gênero está em um verdadeiro renascimento e a pressão para superar os que vieram antes só cresce.

Michael traz uma complexidade que o distingue: ao contrário de Freddie Mercury ou Elton John, que tiveram suas imagens públicas mais simplificadas ou até redimidas ao longo do tempo, Michael Jackson continua a ser uma figura polêmica. Retratar essa ambiguidade, ao mesmo tempo em que se faz um filme que funcione no mercado, exige que a produção encontre um equilíbrio sutil entre arte, legado e a narrativa institucional.

E é por isso que, mesmo com o adiamento, a expectativa continua nas alturas. O que está em jogo vai muito além de um simples filme; trata-se de uma verdadeira reconstrução cultural. Se conseguir encontrar o equilíbrio entre sensibilidade, espetáculo e verdade, Michael pode se transformar não só em um grande sucesso de bilheteira, mas também em um documento emocional e histórico sobre o artista que revolucionou o pop — e que, mesmo após sua morte, ainda brilha no coração da cultura mundial.