Furacão Melissa deixa 48 mortos e destruição no Caribe

O furacão Melissa chegou ao Caribe trazendo ventos fortes e intensas tempestades que causaram destruição generalizada ao longo do caminho percorrido na Jamaica, Cuba e Bahamas.

Foi contabilizado até agora ao menos 48 pessoas mortas na tragédia, mas esse número pode aumentar devido à dificuldade de acesso de autoridades aos locais atingidos, que pode levar dias ou semanas para ser concluído.

Com a aproximação do furacão às Bermudas na madrugada desta quinta-feira (30), as autoridades de emergência nos países ao longo do percurso do Melissa recomeçaram suas atividades para liberar as estradas para comunidades isoladas que precisam de ajuda.

Furacão Melissa deixa destruição por onde passa

No Caribe, as águas mais quentes do que o normal, combinadas com os ventos pouco intensos em altitudes mais elevadas, criaram o cenário perfeito para que o furacão Melissa ganhasse força.

O fenômeno se intensificou  rapidamente, e foi de uma tempestade tropical com ventos de 110 km/h na manhã de sábado (25) para um furacão de categoria 4 com ventos de 225 km/h na manhã de domingo (26).

Na terça-feira (28), Melissa já estava em categoria 5, com ventos que chegavam a 298 km/h, chegando a ser considerada a segunda tempestade mais forte já registrada no Atlântico desde o início das medições, em 1851.

Enquanto o furacão ia em direção à Jamaica, a Organização Meteorológica Mundial alertou que esperava uma situação catastrófica, já que ele atingiu a costa com a categoria 5.


Fenômeno se espalha e perde força

Na madrugada de terça-feira para quarta-feira (29), Melissa cruzou para o leste de Cuba, onde chegou como um furacão de categoria 3, atingindo a província de Santiago de Cuba.

Ao longo do trajeto, o fenômeno foi perdendo força, e ao chegar às Bahamas na quarta-feira (29), ele havia sido rebaixado para a categoria 1, mas seus ventos ainda eram intensos e provocaram chuvas intensas e fortes ventanias na costa.

Em torno de 735 mil pessoas tiveram de sair de suas casas, pois estavam sob áreas de risco em Cuba. Já em Bahamas, estimativas preliminares indicam que 1.485 moradores foram retirados antes da suspensão de voos em função da tempestade.

Países como Haiti e República Dominicana também sentiram os impactos catastróficos do Melissa. Na Jamaica, cerca de 140 mil pessoas ficaram isoladas após serem atingidas pela tempestade, segundo informações do governo.

Ambulâncias tiveram de ser empurradas em meio aos destroços do furacão com a ajuda de moradores e militares jamaicanos que seguiam com um comboio médico para a área costeira no oeste da Jamaica que foi fortemente atingida.

O Governo da Jamaica afirmou que não estão em posição de divulgar o número de mortos, mas em prestar ajuda aos que precisam neste momento.

Furacão Melissa avança com ventos de quase 300 km/h

O furacão Melissa se torna o segundo mais forte da história, com ventos de quase 300 km/h que avançam pelo Caribe, com foco na Jamaica, nesta terça-feira (28). O fenômeno fica atrás apenas do furacão Allen (305 km/h) de 1980. A tempestade foi considerada a mais forte a atingir o planeta..

Os percursos do furacão Melissa

Formado nas águas do Atlântico Norte, o fenômeno começa com tempestades tropicais que ganham forçam ao encontrarem águas quentes e poucos ventos frios. O Melissa saiu da África Ocidental e se movimentou para o Caribe em 21 de outubro.


Furacão Melissa (Foto: reprodução/Instagram/@terrafatos)

Além da Jamaica, a previsão é que o furacão atinja Cuba como um grande ainda no fim desta noite ou no início da manhã de quarta-feira (29). É possível que o fenômeno chegue em partes das Bahamas e áreas vizinhas.

É na parede do olho do furacão onde estão os ventos mais fortes e está se movendo em direção à Jamaica. O furacão só atingirá a costa se metade do seu olho cruzar a terra firme.

Rastros do fenômeno

O Centro Nacional de Furacões americano classificou o Melissa como categoria 5, o nível máximo na escala de Saffir-Simpson. Assim, especialistas afirmam que a tempestade possui um grande poder destruição.

A tormenta, que já deixou 7 mortes no Caribe, com vítimas na Jamaica, no Haiti e na República Dominicana, teve diminuição na pressão central mínima, o que indica aumento da intensidade nas horas seguintes, pois quanto menor a pressão, maior a tempestade.


Furacão Melissa atinge Jamaica (Foto: reprodução/Instagram/@carlosjotasilva)

Na Jamaica, mais de 52 mil pessoas sofrerem com a falta de energia causada pelo furacão e equipamentos reestabelecerem o fornecimento de energia para mais de 30 mil clientes. Porém, segundo a Serviço Público da Jamaica (JPS), eles continuaram a “restabelecer o fornecimento de energia nas comunidades afetadas enquanto for seguro” para as equipes.

Atualmente, o furacão Melissa está se movendo em direção ao norte-nordeste a 11 km/h.

Maduro faz apelo em inglês: “No crazy war, please” e pede que EUA evitem escalada militar

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou uma expressão em inglês — “No crazy war, please” (“Não à guerra maluca, por favor”) — para fazer um apelo à administração dos Estados Unidos em meio a um aumento da mobilização militar americana em águas próximas à costa venezuelana. O discurso, marcado por tom de conciliação, ocorre em meio à tensão crescente entre os dois países, que observam manobras navais, bombardeios de embarcações suspeitas e acusações mútuas de provocação.

Contexto e motivos do apelo

Em pronunciamento feito no evento de juramentação de uma comissão sindical chavista, Maduro direcionou diretamente o recado à Casa Branca, dizendo que a Venezuela rejeita uma escalada descontrolada: “Yes peace, yes peace, forever, peace forever” (“Sim à paz, para sempre”). Em seguida brincou com sua própria pronúncia improvisada do inglês, afirmando tratar-se de “linguagem tarzaneada”.

O apelo surge após episódios em que forças americanas teriam atacado embarcações próximas à costa venezuelana, supostamente envolvidas com narcotráfico, o que Caracas interpreta como parte de uma estratégia de cerco e “mudança de regime”.


Presidente Nicolás Maduro (Foto: reprodução/FEDERICO PARRA/Getty Images Embed)

Tensão militar e reação venezuelana

A Venezuela, por sua vez, responde incrementando exercícios militares em sua costa, com o presidente agradecendo publicamente a aliados como Rússia e China por equipamentos de defesa que, segundo ele, visam evitar qualquer “agressão externa”. Maduro reforçou que o país está pronto para defender sua soberania, porém buscou transmitir uma mensagem de que a guerra não está nos planos e que a diplomacia ainda deve prevalecer.

Especialistas em relações internacionais apontam que o recado em inglês tem duplo objetivo: amenizar a imagem venezuelana perante a comunidade internacional ao mesmo tempo em que fortalece o discurso interno de resistência ao que o regime considera pressão dos EUA.

Impactos para a diplomacia e o Caribe

O uso desse tipo de linguagem — misturando inglês e espanhol, com declarações públicas de apelo — evidencia uma tentativa de Maduro de posicionar a Venezuela como um ator que prefere o diálogo, mas que se coloca preparado para o embate.

Para os Estados Unidos, essas declarações representam um desafio diplomático em um momento em que o foco se expande do Oriente Médio ao Caribe em questões de segurança e narcotráfico. A região se mantém sob alerta, já que qualquer erro de cálculo pode desencadear uma crise maior entre superpotência e país latino-americano aliado a poderes como a Rússia e a China.