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Nesta segunda-feira (8), durante discurso na cúpula virtual do Brics, o presidente da China, Xi Jinping, pediu que as nações integrantes do bloco defendam o sistema de multilateral e resistam ao protecionismo.
O líder chinês também incentivou os países do Brics a explorarem suas próprias riquezas e cooperarem entre si em diversas áreas, como tecnologia, economia, e comércio.
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Durante a cúpula virtual do bloco, o líder chinês afirmou que quanto maior for a proximidade entre os países que integram o Brics, mais resistentes a riscos e desafios externos, estes estarão, além de ganharem mais resultados efetivos ao longo do percurso.
O discurso de Xi Jinping ocorreu em uma reunião convocada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma vez que o Brasil está na presidência rotativa do bloco. O evento pretende discutir a respeito das melhores estratégias possíveis para atuar diante das elevações de tarifas praticadas pelo governo norte-americano.
Xi Jinping em exibição na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) em Tianjin, China (Foto: reprodução/Qilai Shen/Bloomberg/Getty Images Embed)
Críticas de Lula
Além de Xi Jinping, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também discursou durante o evento virtual. Diferente do líder chinês, que não citou diretamente os EUA, o chefe de Estado do Brasil considerou as medidas como uma “chantagem tarifária”, a imposição de tarifas de Donald Trump a produtos importados.
Para Lula, as elevações de taxas dos EUA está sendo normalizada como uma forma de se conquistar mercados e interferir nas questões políticas internas. O petista não limitou as críticas ao governo americano apenas na questão tarifária, como mencionou o fato de tropas americanas serem enviadas ao Mar do Caribe como algo negativo.
Diplomatas brasileiros envolvidos na cúpula disseram em entrevista que estavam surpresos com o fato dos EUA serem criticados por todos os países membros do Brics que foram representados no evento. Os norte-americanos possuem relações estreitas com algumas nações que integram o bloco, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Em cúpula virtual do BRICS, realizada nessa segunda-feira (08/09), o presidente Lula criticou o que classificou como uma “chantagem tarifária”, em meio a uma guerra comercial iniciada pelo governo dos Estados Unidos que atinge vários países participantes do bloco.
“A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para a conquista de mercados e para interferir em questões domésticas”, afirmou o presidente aos chefes de estado presentes.
Sobre a reunião
A reunião não foi transmitida, tendo algumas imagens divulgadas, como a transcrição do pronunciamento de Lula, que foi divulgada pelo Palácio do Planalto. Lula é o atual presidente do BRICS, cargo esse que é rotativo e como divulgado pelo Planalto, o presidente não mencionou Donald Trump, nem os Estados Unidos.
Estiveram participando o presidente chinês, Xi Jinping, o russo Vladimir Putin e o sul-africano, Cyril Ramaphosa, entre outros chefes de estado.
Presidente Lula durante a reunião virtual do BRICS (Foto: reprodução/X/@raul_gimenez10)
“Sanções secundárias restringem nossa liberdade de fortalecer o comércio com países amigos. Cabe ao Brics mostrar que a cooperação supera qualquer forma de rivalidade. […] O comércio e a integração financeira entre nossos países oferecem opção segura para mitigar os efeitos do protecionismo”, completou o presidente brasileiro.
Xi Jinping também se posicionou
O líder chinês também deixou suas palavras sobre o assunto, “Devemos defender o sistema comercial multilateral com a Organização Mundial do Comércio como núcleo e resistir a todas as formas de protecionismo”, afirmou ele em seu discurso ao grupo.
“Independentemente de como a situação internacional mude, devemos permanecer firmes na promoção da construção de uma economia global aberta, compartilhando oportunidades e obtendo resultados benéficos para todos através da abertura”, acrescentou Jinping.
Incômodo de Trump
Donald Trump, que em oportunidades passadas, já havia demonstrado o seu incômodo com o BRICS, como quando ao anunciar, no início de agosto deste ano, a imposição de tarifas de 25% de produtos importados da Índia aos Estados Unidos, Trump utilizou a participação do país no BRICS como um dos agravantes para a sua decisão.
“Eles têm o Brics, que é basicamente um grupo de países que são anti-Estados Unidos“, disse Trump à repórteres na Casa Branca.
As palavras deixam claro a visão que Trump possui do bloco e as posturas, para ambos os lados, parecem ser definidas.
Nesta quinta-feira (14), Donald Trump atual presidente dos Estados Unidos, fez uma declaração polemica onde afirma que o Brasil busca realizar uma “execução política” contra o antigo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL).
O republicano também levantou algumas críticas referentes a situação comercial entre os países que passa por um momento tenso.
Preocupação
A declaração foi direcionada a jornalistas. “Eu sou muito bom com pessoas, ele [Jair Bolsonaro] é um homem honrado, acho que o que eles cometeram… essa é uma execução política, o que eles estão buscando fazer com Bolsonaro. Acho que isso é horrível”, disse Trump durante um comunicado na casa branca em Washington.
O assunto entrou em destaque, após alguns repórteres perguntarem ao presidente dos Estados Unidos se ele não sente receio em relação às novas parcerias entre a China e o Brasil, aumentando a proximidade dos dois países, que já têm uma relação amigável por participarem do BRICS.
Presidente Donald Trump(Foto:reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)
Donald Trump garantiu para os ouvintes que não se sente preocupado com a circunstância, e esclarece que tanto a China quanto o Brasil podem agir como desejarem, e ainda afirmou que a economia americana segue melhorando e impressionado todos os outros países, na ocasião Trump também argumentou que Brasil não é considerado um, pais, bom para se ter uma relação comercial.
Relação entre os países
Finalizando, ele declarou que o Brasil cobra taxas caríssimas sobre produtos e impõe uma dificuldade para resolver alguns assuntos, e sobre como os Estados Unidos seguem sendo maltratados mesmo com o passar dos anos e garantiu que a relação nunca melhorou.
Houve críticas por parte autoridades dos EUA, contando com Donald Trump que assumiu a presidência no primeiro trimestre de 2025, que nunca escondeu a sua opinião referente as investigações direcionadas ao ex-presidente Bolsonaro por golpe de estado, chegando a nomear como “caça as bruxas” e afirmando estar ao lado de Jair. Uma das situações que fizeram o atual governo dos Estados Unidos impor taxas de 50% contra o Brasil.
Em suas declarações mais recentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a ideia de que países como os do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) devem explorar moedas próprias ou até uma moeda comum para o comércio entre si. A proposta, que ganha força em meio a atritos com os Estados Unidos, não busca eliminar o dólar, mas sim oferecer opções para que o Brasil não fique subordinado à moeda americana, especialmente em negociações com outras nações parceiras.
BRICS como plataforma para a mudança
Lula vê o BRICS como o palco ideal para essa discussão. Em uma entrevista, ele questionou a necessidade de o dólar ser a moeda padrão, afirmando que a regra não foi definida em nenhum fórum global. “Temos direito de negociar, por que não posso negociar com a China com as moedas chinesa e brasileira?“, perguntou.
Ele argumenta que o bloco, que representa uma parte significativa da população e do PIB mundial, tem o “tamanho e a postura” para negociar em pé de igualdade com outras potências. A proposta é vista como uma forma de fortalecer o ‘Sul Global’, promovendo um mundo mais multipolar. Para Lula, a ideia de uma moeda de comércio do BRICS precisa ser “testada“, e ele desafia quem discorda a convencê-lo de que está errado.
Lula fala sobre a relação diplomática com os EUA e criação de moeda do BRICS (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN)
Lula acredita que é uma tendência inevitável
Embora a proposta de uma moeda BRICS enfrente ceticismo por parte de economistas e desafios práticos, como a volatilidade das moedas, Lula acredita que a redução da dependência do dólar é uma tendência inevitável e um passo necessário para garantir a autonomia do país em um ambiente geopolítico cada vez mais complexo.
A insistência de Lula na ‘desdolarização’ está diretamente ligada ao cenário de tensões comerciais com os Estados Unidos. O presidente criticou o que considera uma tentativa de usar um assunto político para impor tarifas sobre produtos brasileiros, após ameaças do governo de Donald Trump. Lula ressaltou que o Brasil não é uma “republiqueta” e exige ser respeitado.
Em nota oficial divulgada pela Embaixada da China no Brasil nesta quarta-feira(06), o país afirmou estar disposto a fazer um trabalho conjunto com o Brasil para se protegerem das incertezas externas por meio de uma cooperação bilateral e estável.
A declaração foi feita logo depois de uma conversa telefônica entre o chefe do Gabinete de Assuntos Internacionais do Partido Comunista Chinês e assessor de Xi Jinping, Wang Yi, e Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Acordo é visto como demonstração de apoio internacional
O objetivo chinês, além de proteger seus investimentos e sua relação com aliados, tem como objetivo demonstrar apoio como aliada e fortalecer a atuação dos países no cenário internacional na defesa da multipolaridade econômica mundial, da ordem internacional e da justiça global.
Para Wang Yi, os países devem defender juntos seus interesses legítimos junto com os dos países do sul global para conseguirem ter uma relação mais equilibrada onde todos saem ganhando.
O assessor de Xi Jinping ainda completa afirmando que China e Brasil sempre se apoiaram mutuamente e tiveram cooperação estreita e que além do BRICS+ trabalham para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado por um mundo mais justo e um planeta mais sustentável.
Relação entre os países vive momento impar
A relação comercial entre Brasil e China completou 50 anos em 2024 e além dos laços comerciais, também tem cooperação em vários setores, seja por meio de acordos bilaterais ou através do BRICS+ junto com os membros originais Rússia, Índia e África do Sul.
Contudo, a partir de visita feita no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é que o país asiático se consolidou como o maior parceiro comercial do Brasil, posição que ocupa até os dias atuais.
Brasil e China estreitaram relações comerciais nos últimos anos (Foto: Reprodução/Luoman/Getty Images Embed)
Apesar de tensões durante o mandato de Jair Bolsonaro, que mantinha um posicionamento anti chinês e pró Estados Unidos, algo que é visto inclusive nas manifestações de apoiadores, os países voltaram a ter uma relação de amizade após a volta de Lula ao poder na vitória da eleição de 2022.
Os países hoje, além das relações comerciais, também tem cooperação em diversas áreas como ciência e tecnologia, educação, cultura, turismo e na promoção de intercâmbios e parcerias entre os países.
Empresas chinesas inclusive tem participado de licitações públicas em setores importantes da economia brasileira como energia, agricultura, telecomunicações, transportes, projetos de infraestrutura no país, como na construção de ferrovias.
Apoio vem em meio a sanções dos Estados Unidos
O apoio da China ao Brasil, que deve ter movimentos confirmados em breve, vem em um momento delicado para ambos os países por conta do tarifaço imposto pelos Estados Unidos através do presidente Donald Trump.
O Brasil desde ontem(06) tem seus produtos importados aos EUA taxados em 50%. A taxação atinge um pouco mais de 40% das exportações brasileiras ao país da América do Norte. Já os chineses têm suas exportações taxadas em 30% dos EUA desde maio de 2025.
Com isso, os dois países buscam de forma conjunta não só se defender do tarifaço como garantir novos mercados para seus produtos, fugindo de um comércio desfavorável com os Estados Unidos.
Os países, por exemplo, já usam moeda local para fazer negócio livre de taxas através do Brics Pay. O mesmo acontece com outros países do BRICS+ exatamente para fugir das tarifações do dólar.
O presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista ao Jornal Nacional na última quinta-feira (10) para explicar melhor os últimos acontecimentos acerca das taxas anunciadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.
Delis Ortiz fez uma série de perguntas sobre o tema ao presidente. Lula adiciona que o Brasil “não quer brigar com ninguém” e sim negociar, mas que as leis brasileiras precisam ser respeitadas. Ao comentar a decisão de Trump taxar os produtos brasileiros, comenta: “Portanto, se ele ficar brincando de taxação, vai ser infinita essa taxação. Nós vamos chegar a milhões e milhões de taxas. O que o Brasil não aceita é intromissão […] Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, fechou o presidente.
Lula também destacou que a relação virtuosa que o Brasil mantém com os Estados Unidos há 200 anos está sendo prejudicada pelo presidente americano. Segundo ele, Trump parece mal-informado, já que, nos últimos 15 anos, o Brasil acumula um déficit comercial de R$ 410 bilhões com os EUA.
Lula concede entrevista sobretaxas de Trump
O Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade se for necessário, de acordo com o presidente Lula. Ele afirmou ainda que o Brasil “não quer brigar com ninguém” e quer negociar, mas que as leis brasileiras sejam respeitadas. “Portanto, se ele ficar brincando de taxação, vai ser infinita essa taxação. Nós vamos chegar a milhões e milhões de milhões de por cento de taxa. O que o Brasil não aceita é intromissão […] Ele tem o direito de tomar decisão em defesa do país dele, mas com base na verdade”, finalizou o presidente.
Presidente Lula concede entrevista ao Jornal Nacional (Vídeo: reprodução/Youtube/G1)
Quando questionado pela repórter sobre as acusações relacionadas ao julgamento de Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e às ações do Supremo Tribunal Federal, Lula afirmou que Bolsonaro não apenas tentou dar um golpe: “Ele não tentou dar um golpe. Ele tentou preparar a minha morte. A morte do presidente da Suprema Corte, que na época era o Alexandre de Moraes, a morte do vice-presidente”. Ele defendeu que as leis brasileiras são para todos, e que o ex-presidente está sendo julgado de acordo com os autos do processo, podendo ser preso caso seja condenado.
Sobre o BRICS, Lula ressaltou a importância do bloco, que representa quase 30% do PIB mundial. Ele declarou que os Estados Unidos não deveriam se preocupar com o fórum, uma vez que quase todos os países do BRICS também integram o G20, e três foram convidados para o G7. O presidente pontua que o bloco é um agrupamento de países que atuam em prol do Sul Global, numa tentativa de reduzir a subordinação ao Norte, com o objetivo de conquistar mais independência em suas políticas e promover um comércio mais livre. Lula também destaca que a participação do Brasil no bloco não tem como objetivo prejudicar a relação com os Estados Unidos, considerada virtuosa.
Entrevista para o Jornal Nacional
Outros pontos discutidos na entrevista foram a visita de Lula a Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina condenada por corrupção, e a preocupação dos empresários brasileiros com as exportações. O presidente informou que recebeu autorização da Justiça argentina, após ser convidado pela própria Cristina para visitá-la. “Eu nunca me preocupei com o Trump receber o Bolsonaro”, adiciona.
Lula também afirmou que pretende reunir os principais empresários que atuam com maior volume de exportações para os Estados Unidos, a fim de estudar melhor a situação do setor, mas espera cooperação. “Porque se existe algum empresário que acha que o governo brasileiro tem que ceder e fazer tudo o que o presidente do outro país quer, sinceramente, esse cidadão não tem nenhum orgulho de ser brasileiro”, declarou.
O presidente brasileiro finalizou a entrevista respondendo sobre um suposto afastamento do país em relação a Donald Trump desde que este assumiu a presidência dos Estados Unidos. Ele brincou, dizendo que dois presidentes não se ligam para contar piada, e comentou sobre a ocasião em que deveria ter se encontrado com Trump no G7, o que não ocorreu devido a problemas do presidente norte-americano no Canadá. Lula afirmou que está disposto a conversar com Trump quando for necessário e que não teria problema algum com isso, e expressou a relação amistosa que teve com líderes anteriores, como Clinton, Bush, Obama e Biden.
Lula também lamentou a carta divulgada por Trump a respeito das taxações brasileiras, classificando como falta de respeito o fato de ela ter sido publicada apenas em seu site pessoal, sem ser enviada oficialmente ao presidente brasileiro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de aplicar uma tarifa de 10% sobre produtos importados de países integrantes do BRICS, bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A medida foi mencionada como parte de uma nova estratégia comercial voltada à valorização do dólar e à proteção da indústria norte-americana.
Proposta inclui medidas mais amplas
Durante recente pronunciamento, Trump indicou que as novas tarifas podem ser estendidas para setores estratégicos, como o de semicondutores, produtos farmacêuticos e metais. Segundo o ex-presidente, o objetivo seria reduzir a dependência de cadeias produtivas externas e incentivar a produção doméstica.
Além da tarifa geral de 10% sobre importações, Trump também mencionou a possibilidade de adotar alíquotas superiores para bens que, segundo ele, deveriam ser produzidos em território nacional. Entre os exemplos citados estão medicamentos e componentes eletrônicos.
Motivações ligadas à desdolarização
Um dos pontos centrais da fala de Trump foi a preocupação com iniciativas recentes do BRICS voltadas à diminuição da dependência do dólar em transações internacionais. O presidente associou essas movimentações a uma tentativa de enfraquecer a economia dos Estados Unidos, alegando que tais estratégias justificariam a adoção de tarifas corretivas.
Desde 2023, o bloco tem discutido mecanismos para a criação de uma moeda própria para o comércio interno, além do fortalecimento de acordos bilaterais em moedas locais.
Imagem dos membros do Brics se encontrando. (Foto: reprodução/x/@SergioAjbarret)
Prazos e possível implementação
A proposta continua em fase de anúncio e não foi formalmente encaminhada ao Congresso norte-americano. No entanto, fontes ligadas à campanha de Trump indicam que as tarifas poderiam ser oficializadas ainda no segundo semestre de 2025.
De acordo com interlocutores próximos, a ideia é iniciar a aplicação das medidas a partir de 1º de agosto, dando prazo para que parceiros comerciais se posicionem e eventualmente negociem exceções.
Reações no cenário internacional
Até o momento, não houve manifestação oficial por parte dos países do BRICS. Representantes do bloco participaram recentemente de reuniões sobre integração econômica e política monetária, mas não comentaram a fala de Trump diretamente.
Especialistas acompanham os desdobramentos com atenção, diante da possibilidade de novos atritos comerciais e repercussões sobre os mercados internacionais.
No último domingo (6), Donald Trump, afirmou que os países que se alinhassem ao Brics, que, segundo o presidente dos EUA, possui “políticas antiamericanas”, pagariam uma tarifa adicional de 10%. Em resposta, as nações pertencentes ao bloco reagiram à declaração do chefe de Estado norte-americano, feita nesta segunda-feira (7).
Resposta a Trump
O porta-voz russo, Dmitry Peskov, afirmou que os países membros do Brics possuem uma visão de mundo única sobre como cooperar, baseado em seus próprios interesses. Dentro desses objetivos, Peskov garante que prejudicar outras nações não é um deles.
Seguindo na mesma linha dos russos, o porta-voz do Ministério do Comércio da África do Sul, Kammil Ali, garantiu que o país não é contra os EUA, e ainda reforçou a ideia de realizar acordos comerciais com os norte-americanos. Ali ainda disse que aguarda uma comunicação formal sobre o tratado.
A China não enxerga o uso de tarifas como uma ferramenta de coerção com “bons olhos”. Segundo o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país, Mao Ning, a medida não serve a ninguém.
De acordo com Ministério do Comércio da Malásia, país parceiro do Brics, o país localizado na Ásia mantém uma política independente no cenário externo e econômico, com foco na facilitação do comércio e não no parelhamento ideológico do bloco.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante a primeira sessão plenária da Cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Mauro Pimentel/AFP/Getty Images Embed)
Brasil lidera cúpula
O Brics é um bloco composto por países emergentes que tem como finalidade o desenvolvimento econômico. Criado em 2009, o grupo foi formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China, e posteriormente, a África do Sul foi integrada.
Com objetivo de aumentar a sua importância perante os países em desenvolvimento, o Brics integrou mais seis países de forma plena: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia, além de outros nove parciais: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Essas 20 nações estão reunidas na cúpula do bloco deste ano, no Rio de Janeiro. Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brics não tem o intuito de enfrentar ninguém, mas sim, ser outro modelo de fazer política, no âmbito econômico, do desenvolvimento e da relação humana.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (7) a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre todos os produtos importados de países que, segundo ele, “se alinharem às políticas antiamericanas do Brics”. Em publicação feita no Truth Social, rede oficial do atual presidente americano, Trump afirmou que a medida visa proteger a soberania econômica dos EUA e será aplicada de forma ampla: “Não haverá exceções a essa política”, ele declarou.
Pressão econômica contra o bloco emergente
O anúncio representa mais um passo da nova ofensiva econômica da Casa Branca sob o segundo mandato de Trump. O Brics — atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia — tem se fortalecido como um contraponto à influência do Ocidente, promovendo uma agenda de desdolarização e cooperação Sul-Sul.
BRICS summit no Rio de Janeiro, Brasil. (Foto: Reprodução/PABLO PORCIUNCULA/Getty Images Embed)
Para Trump, o bloco representa uma ameaça estratégica. “Países que se alinham ao Brics estão endossando uma agenda que mina os interesses dos Estados Unidos e do povo americano”, escreveu. O presidente ainda disse que “essa tarifa é uma resposta justa a governos que se envolvem em políticas hostis à liderança americana”.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos confirmou que a tarifa será implementada nos próximos 30 dias e poderá ser ampliada conforme o nível de “cooperação diplomática ou econômica” com o bloco.
Reações globais e impacto para o Brasil
A medida gerou críticas imediatas de países-membros do Brics. O Itamaraty, em nota oficial, classificou a medida como “discriminatória e contrária aos princípios do comércio multilateral”. O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, declarou que o governo brasileiro buscará diálogo com Washington, mas advertiu que o país “não recuará de sua posição soberana dentro do Brics”.
Especialistas apontam que o impacto sobre a economia brasileira pode ser significativo, especialmente em setores como o agronegócio, mineração e manufatura, altamente dependentes do mercado americano. De acordo com a análise da Bloomberg, o percentual pode reduzir em até 12% o volume de exportações brasileiras para os Estados Unidos ainda em 2025.
Já a Reuters informou que a União Europeia acompanha a escalada com preocupação e poderá acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), caso entenda que a tarifa viola acordos internacionais.
A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou nesta terça-feira (01), que irá acoplar mísseis aos seus aviões de caça durante a operação de segurança para a Cúpula do BRICS, que ocorrerá no Rio de Janeiro em outubro deste ano. Esta será a primeira vez desde as Olimpíadas de 2016 que a FAB usará armamentos reais em missões de patrulhamento aéreo em território nacional.
Segurança máxima para evento internacional
A medida foi tomada diante da complexidade da operação de segurança aérea que envolve o encontro de chefes de Estado de países que integram o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além de novos membros convidados, como Irã, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A expectativa é de que a reunião reúna dezenas de autoridades internacionais, o que requer um aparato robusto para prevenir qualquer tipo de ameaça, incluindo ataques terroristas ou invasões do espaço aéreo restrito.
Os mísseis que serão utilizados são do tipo ar-ar, como o A-Darter, de fabricação sul-africana em parceria com o Brasil, e o Python 4, de origem israelense. Eles estarão acoplados a caças F-5EM e Gripen E/F da FAB, que atuarão na defesa aérea do perímetro do evento.
Segundo o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), os caças armados com mísseis farão parte da chamada “Zona de Exclusão Aérea”, que será criada sobre a cidade do Rio de Janeiro nos dias da cúpula. Aeronaves que invadirem essa zona sem autorização poderão ser interceptadas e, em casos extremos, abatidas, conforme previsto na Lei nº 13.097/2015.
Olimpíadas de 2016
A última vez que a FAB adotou essa configuração armada foi durante os Jogos Olímpicos do Rio, quando uma estrutura semelhante de segurança aérea foi implementada. Na época, nenhuma ocorrência grave foi registrada, mas a presença dos caças armados serviu como fator de dissuasão.
Abertura dos jogos olímpicos no rio de Janeiro em 2016 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/WILLIAM WEST)
De acordo com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a decisão reforça a postura do Brasil como anfitrião responsável. “Estamos garantindo que todas as condições de segurança estejam atendidas para um evento dessa magnitude”, afirmou em coletiva.