Em uma operação realizada na quinta-feira (27), a polícia da Itália desmontou uma suposta fraude que ocorria no nordeste do país, em Moggio Udinese. O esquema era sobre a concessão de cidadania falsa para os brasileiros que moravam no local com menos de 2 mil habitantes. A notícia foi dada pela Ansa, agência de notícias italiana. A investigação acabou durando cerca de um ano.
Como funcionava o golpe de “cidadania fácil”
Segundo o inquérito, entre 2018 e 2024 foram reconhecidas residências oficiais para 84 brasileiros que, na realidade, nunca moraram na cidade em questão. Com esse registro falso, os envolvidos conseguiam acelerar o processo de reconhecimento da cidadania por descendência (jus sanguinis), evitando as longas filas nos consulados. Para isso, eram oferecidos contratos de aluguel fictícios, documentação adulterada e acompanhamentos burocráticos. O custo desses “serviços” girava em torno de 6 mil euros por pessoa, valor que, somado entre todos os beneficiados, ultrapassa 500 mil euros.
Pessoas com passaporte italiano (Foto: reprodução/MARCO BERTORELLO/Getty Images Embed)
Consequências e denúncias contra envolvidos
Após a obtenção do passaporte italiano, muitos dos brasileiros retornavam ao exterior ou ignoravam obrigações locais, como o envio de documentação eleitoral à prefeitura. A denúncia recai sobre gestores municipais, funcionários públicos e intermediários que facilitaram o processo irregular. A Justiça acusa-os de falsificação de documentos públicos e favorecimento pessoal, crimes graves que comprometem a credibilidade dos registros civis e a justiça migratória.
Impacto e repercussão no reconhecimento da cidadania
O caso reacende alerta sobre fraudes em processos de cidadania por descendência, especialmente em comunidades de imigrantes ou descendentes no Brasil. A operação reforça a necessidade de escrutínio rigoroso por parte das autoridades italianas e do cuidado de brasileiros ao buscar reconhecimento de cidadania. A expectativa é que as denúncias desencorajem novas fraudes e ajudem a tornar o processo mais transparente, garantindo que a cidadania seja concedida apenas a quem realmente cumpre os requisitos legais.
