STF publica acórdão e mantém condenação de Bolsonaro e aliados

Nesta terça-feira (18), o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou no Diário de Justiça Eletrônico o acórdão que oficializa a decisão da Primeira Turma de negar os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e por outros seis réus na Ação Penal 2668, que investigou o alegado plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Assim, as defesas têm um prazo de cinco dias para apresentar embargos de declaração, etapa que precede o trânsito em julgado e o início do cumprimento das penas.

Publicação do documento e efeitos processuais

A divulgação do acórdão representa um ponto crucial no processo: é o documento oficial que consolida o veredito e dá seguimento aos prazos processuais.
No acórdão, a Primeira Turma do STF destacou que identificou a formação de uma organização criminosa liderada por Bolsonaro e seus aliados, com o objetivo de obstruir a diplomação ou a posse do presidente eleito.



A liberação desse documento inicia automaticamente o período de cinco dias para a apresentação de embargos de declaração, um dos últimos recursos antes do trânsito em julgado da decisão, tornando esse momento crucial para o desenrolar dos acontecimentos relacionados à condenação.

Consequências para a defesa e para o cumprimento das penas

Com a publicação do acórdão, as defesas dos réus entram em uma etapa bastante limitada: há poucos dias para apresentar embargos de declaração ou, possivelmente, embargos infringentes.
Contudo, especialistas indicam que, considerando o resultado do julgamento com apenas um voto divergente, a probabilidade de sucesso desses recursos é vista como baixa, o que aumenta a chance de que as penas ou penas aplicadas comecem a ser executadas.


Stf publica o acórdão e abre prazo para novos recursos serem apresentados (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Na prática, se novos recursos não forem aceitos, o processo avança para a fase de execução. Isso significa que a Corte pode informar à Vara de Execuções Penais sobre o início do cumprimento, mesmo que ainda haja discussões sobre regime, local e condições de detenção.

A divulgação deste acórdão pelo STF constitui um progresso significativo na condução do processo da tentativa de golpe que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados: o procedimento judicial ingressa agora em uma fase final, com menores possibilidades de modificação da sentença. Para o país, é um momento decisivo: a decisão solidifica a posição da Corte em relação à responsabilidade penal de altos agentes públicos e permite a aplicação das penas, o que pode ter um impacto significativo no cenário político e institucional brasileiro nos meses seguintes.

Bolsonaro tem quatro opções de custódia após confirmação da pena

O STF, por decisão unânime da Primeira Turma, manteve a condenação de Jair Bolsonaro (PL) no caso da tentativa de golpe. Com o recurso rejeitado e o processo perto do trânsito em julgado, passam a existir pelo menos quatro caminhos possíveis para a execução da pena de 27 anos e 3 meses de prisão, que deverá ser cumprida em Brasília.

Recurso negado acelera desfecho do processo

Na sexta-feira (7), o colegiado analisou o caso e decidiu, de forma unânime, não aceitar o primeiro recurso da defesa. Com isso, o processo segue avançando sem alterações. A tentativa da equipe jurídica de reverter a decisão não teve efeito, o ex presidente permanece com a condenação mantida no tribunal. A defesa tentou reverter o quadro, mas não obteve êxito, e a condenação permanece válida enquanto os próximos passos judiciais se desenrolam.



Ex-Presidente em um podcast sobre economia (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Existem quatro opções para Bolsonaro cumprir sua pena:

Permanência em prisão domiciliar – continuidade do modelo já vigente, no qual o ex-presidente está custodiado em sua casa na capital federal desde 4 de agosto.

Alojamento em Sala de Estado-Maior – área específica prevista na legislação, normalmente situada em unidades da Polícia Federal ou em instalações militares, destinada à custódia de autoridades e oficiais de alta patente.

Encaminhamento a presídio comum – alternativa em que a pena seria cumprida no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

Cumprimento em unidade militar – opção que prevê a permanência em estrutura das Forças Armadas, formato semelhante ao adotado no caso do general Braga Netto, então candidato à Vice-Presidência.

Condenação se torna definitiva e impede novos recursos

A sentença passa a ter efeito final, encerrando a possibilidade de apresentação de novos recursos por parte da defesa. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso que apura a articulação golpista, será o encarregado de decidir, após o trânsito em julgado, o local onde Bolsonaro e os demais condenados do núcleo 1 deverão cumprir suas penas. A manutenção da prisão domiciliar é cogitada devido à saúde do ex-presidente, que já precisou de atendimentos médicos desde agosto.

Há precedentes, como Fernando Collor, que também recebeu prisão domiciliar por motivos médicos. Outra possibilidade é uma área especial na Polícia Federal, opção já utilizada no caso de Lula, que ficou detido na PF em Curitiba por 580 dias. Bolsonaro pode ser levado à Papuda, opção vista por aliados como simbólica para o STF. Também há a possibilidade de permanecer em um batalhão militar, devido à sua patente. Atualmente, Braga Netto cumpre prisão preventiva em uma unidade do Exército no Rio de Janeiro.

Moraes libera visita de Tarcísio a Bolsonaro em dezembro

Alexandre de Moraes autorizou nesta quinta-feira (13) a visita do governador Tarcísio de Freitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília. O encontro foi marcado para 10 de dezembro (2025), entre 9h e 18h, após pedido dos advogados de Bolsonaro por uma data antecipada. A decisão faz parte de uma nova leva de liberações que incluem outros aliados próximos.

Pedido e definição da data

A defesa de Bolsonaro havia solicitado que a visita do governador de São Paulo fosse realizada “na data mais breve possível”. Moraes, porém, estabeleceu o dia 10 de dezembro, seguindo critérios semelhantes aos aplicados em autorizações anteriores. O despacho também reforçou que todas as visitas devem seguir os protocolos de segurança, como inspeção obrigatória de veículos e registro de entrada e saída.

Além de Tarcísio, outras figuras políticas — como Cláudio Castro, Ronaldo Caiado e Guilherme Derrite — tiveram visitas autorizadas entre o final de novembro e o início de dezembro. Essas autorizações fazem parte de uma agenda controlada pelo STF, que acompanha cada deslocamento permitido ao ex-presidente durante seu período de detenção domiciliar.


Jair Bolsonaro ( Foto: reprodução/ Sergio Lima / Getty Images Embed)


Regras e implicações judiciais

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto de 2025, investigado por suposta participação em articulações golpistas e ataques às instituições democráticas. Por determinação de Moraes, quaisquer encontros precisam ocorrer sem caráter político-eleitoral e dentro de horários restritos.

O ministro deixou claro que as visitas são um direito, mas que precisam ser compatíveis com a condição processual do ex-presidente, que segue impedido de atuar politicamente e de participar de eventos que possam gerar mobilização pública. A fiscalização das visitas será feita com acompanhamento presencial e monitoramento eletrônico.

Relevância política da visita

A presença de Tarcísio ao lado de Bolsonaro tende a ter repercussão significativa no cenário político nacional, especialmente no contexto das articulações para 2026. Apesar de estar afastado da vida pública por decisão judicial, Bolsonaro ainda exerce influência sobre parte da direita, e Tarcísio é visto como uma das principais lideranças emergentes desse grupo.

O encontro ganha peso simbólico, pois pode sinalizar alinhamento, solidariedade e possível coordenação de estratégias futuras — mesmo que nenhuma discussão política formal esteja autorizada. Analistas avaliam que a aproximação reforça a tentativa de setores conservadores de manter coesão enquanto o ex-presidente enfrenta restrições e a oposição se organiza para o próximo ciclo eleitoral.

 

Pesquisa mostra empate técnico entre Lula, Bolsonaro, Michelle e Tarcísio no segundo turno

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em simulações de segundo turno para as eleições de 2026, conforme levantamento divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisas. A margem de erro de 2,2 pontos percentuais torna os resultados estatisticamente indeterminados, deixando o cenário eleitoral altamente imprevisível.

 Equilíbrio na disputa presidencial

Uma pesquisa divulgada nesta semana revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece tecnicamente empatado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) em possíveis disputas de segundo turno nas eleições de 2026. O resultado indica que o país pode enfrentar novamente uma corrida eleitoral acirrada e marcada por forte divisão política.


Presidente Lula e Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Alexandre Schneider/Getty images Embed)


Cenário equilibrado nas intenções de voto

Segundo os dados do levantamento, Lula mantém estabilidade em seu índice de intenção de voto, mas ainda enfrenta rejeição entre parte do eleitorado. Bolsonaro segue com base consolidada, sustentada por seu público mais fiel, enquanto Tarcísio e Michelle aparecem como alternativas que ganham força dentro do campo conservador.

Especialistas apontam que o desempenho dos dois novos nomes reflete a busca do eleitorado por figuras com menor rejeição e discurso mais moderado. Michelle tem se destacado especialmente entre o público evangélico e feminino, enquanto Tarcísio é visto como um possível sucessor político de Bolsonaro com perfil mais técnico.

Perspectivas e desafios para 2026

O empate técnico entre os principais nomes mostra que a polarização política ainda permanece forte, mas com sinais de fragmentação dentro dos blocos tradicionais. Analistas acreditam que o cenário até 2026 será influenciado por fatores como a economia, o custo de vida e a aprovação do governo Lula nas áreas de emprego e programas sociais.

A pesquisa reforça que o pleito de 2026 deve ser um dos mais disputados das últimas décadas, com grande impacto das redes sociais e das alianças partidárias. Enquanto Lula busca consolidar sua base e mostrar resultados de gestão, a oposição tenta definir qual figura poderá liderar uma candidatura unificada contra o atual presidente.

Moraes vota para manter a condenação de Bolsonaro e seus aliados

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou para rejeitar recursos e manter a condenação de 27 anos e três meses de prisão de Jair Bolsonaro, por liderar a tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente já se encontra em prisão domiciliar, por descumprir medidas cautelares.

Moraes rejeitou também os recursos das defesas de seis outros réus do chamado “núcleo crucial”: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Primeira Turma do STF começa a votação de recursos

Em plenário virtual, a Primeira Turma começou a votação nesta sexta-feira (7). O recurso é chamado de embargo de declaração, que são pedidos feitos pelas defesas, para que o juiz ou tribunal explique partes do julgamento que estejam confusas, contraditórias ou incompletas.

O ministro Alexandre de Moraes é relator e foi o primeiro a apresentar o voto. Além de Moraes, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino também fazem parte do julgamento, porém, sem ordem de votação entre eles, no plenário virtual. O ministro Luiz Fux, que deixou a Primeira Turma do STF logo após o julgamento, não participa da votação dos recursos do núcleo crucial.


Moraes rejeita recurso de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Até o momento, o placar segue da seguinte forma: o ministro Alexandre de Moraes votou para rejeitar os recursos de Jair Bolsonaro e seus aliados; o ministro Flávio Dino votou recusando os recursos de Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Walter Braga Netto. Os votos dos demais ministros podem ser inseridos no sistema eletrônico até a próxima sexta-feira (14).

Moraes reafirma que Bolsonaro liderou a trama golpista

Moraes afirma que no caso de Bolsonaro, a pena foi calculada corretamente, já que a conduta criminosa foi amplamente comprovada. Portanto, os argumentos da defesa não têm fundamento. O ministro também afirmou que ficou demonstrada a autoria do ex-presidente nos crimes, quando exerceu a liderança da organização armada e a sede dos Três Poderes foi invadida por seus apoiadores.

Em setembro, a Primeira Turma do STF entendeu que Bolsonaro liderou uma organização criminosa para se manter no poder, mesmo com a derrota nas eleições presidenciais. De acordo com os ministros, o ex-presidente e seus aliados usaram a estrutura da Agência brasileira de inteligência (Abin) e da Polícia Federal para planejar ataques contra seus adversários políticos.

Deputados pedem todos os laudos médicos após pedido de Bolsonaro

Nesta quinta-feira (6), os deputados federais apresentaram um requerimento pedindo que todos os detentos da Penitenciária da Papuda, em Brasília, tenham acesso a laudos médicos atualizados. A solicitação surge após o ex-presidente Jair Bolsonaro requerer exames médicos para si, durante o período em que cumpre prisão domiciliar. O caso reacendeu o debate sobre igualdade de tratamento no sistema prisional, especialmente quanto ao acesso à saúde dos internos.

Igualdade de condições e transparência

O pedido foi enviado ao Alexandre de Moraes, para que Jair Bolsonaro fosse submetido a uma avaliação médica. Os parlamentares justificam o pedido afirmando que todos os presos têm direito constitucional à saúde, conforme prevê a legislação brasileira. A solicitação, segundo eles, busca garantir transparência e isonomia nas condições oferecidas aos detentos, evitando privilégios a qualquer indivíduo. A proposta foi analisada pelas comissões competentes, e alguns deputados defenderam que a iniciativa pode abrir caminho para auditorias sanitárias regulares no sistema prisional, mas Moraes alega ter tido falta de pertinência e determinou que o pedido fosse retirado dos autos da ação penal da trama golpista, ato que condenou o ex-presidente a 27 anos de prisão.

Contexto da solicitação de Bolsonaro

Bolsonaro está sob prisão domiciliar determinada pelo próprio Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pediu para realizar exames médicos alegando preocupações com seu estado de saúde. O pedido recebeu ampla repercussão política e motivou críticas sobre supostos tratamentos diferenciados em relação aos demais presos. E nesta sexta-feira (7), começa um julgamento dos recursos contra a condenação de Bolsonaro e os ministros terão até semana que vem (14) para lançarem seus votos.


Bolsonaro na sua casa (Foto: reprodução/SERGIO LIMA/Getty Images Embed)


Repercussão política

A medida dos deputados tem gerado divisão entre aliados e opositores do ex-presidente. Enquanto parte dos parlamentares considera o pedido uma ação justa para todos os internos, outros afirmam que há motivação política na proposta. O debate deve continuar nas próximas semanas, reacendendo discussões sobre direitos humanos e equidade dentro das penitenciárias brasileiras.

Mauro Cid tem sua tornozeleira eletrônica removida após decisão do STF

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), teve sua tornozeleira eletrônica retirada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (3). A Primeira Turma da Corte finalizou o julgamento da trama golpista em relação ao Tenente Coronel, que teve a pena mais leve dentre todos os condenados.

Diferente de Cid, os outros réus aguardam a análise dos recursos, que foram apresentados ao STF.

Restrições a Cid

O julgamento de Mauro Cid foi concluído nesta segunda-feira, e com ele, veio a decisão de que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro não terá mais a necessidade de utilizar tornozeleira eletrônica. Entretanto, na última sexta-feira (30), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou que Cid iniciasse o cumprimento de sua pena por participar de uma tentativa de golpe de Estado, que é de 2 anos de reclusão em regime aberto, cumprindo algumas medidas cautelares impostas pela Corte.

Dentre as medidas cautelares, Cid terá de se recolher em sua residência entre 20h e 6h, e integralmente durante os fins de semana, o que vai de encontro à ideia do Tenente Coronel de deixar o país. Além disso, o militar está proibido de portar armas, utilizar-se de seus perfis nas redes sociais, e está impossibilitado de se comunicar com investigados e condenados pela trama golpista.

Após pedido da defesa de Cid, o ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes, determinou que fosse levantado o período em que o militar esteve preso de maneira provisória, para que esse tempo de reclusão seja abatido na sua pena.


Mauro Cid depõe no inquérito que investigou os atos de 8 de janeiro, em Brasília (Foto: reprodução/Evaristo Sa/AFP/Getty Images Embed)


Menor pena

Por ter sido o delator na investigação da tentativa de golpe de Estado, Mauro Cid obteve a menor pena dentre os réus, com 2 anos de reclusão em regime aberto com algumas medidas cautelares. As defesas dos demais condenados, como Jair Bolsonaro, Almir Garnier, Anderson Torres, Alexandre Ramagem, Walter Braga Netto, e Paulo Sérgio Nogueira, apresentaram recursos na semana passada contra a condenação antes do cumprimento de suas respectivas penas. A defesa do General Augusto Heleno ainda não se manifestou.

Ministros do STF avaliam que prisão de Bolsonaro pode ocorrer até final do ano

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam, discretamente, que a prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ocorrer até o final deste ano.

A expectativa é que, com o avanço dos trâmites judiciais e a baixa probabilidade de reverter o resultado de condenação do processo, o caso esteja encerrado antes do início de 2026, ano eleitoral.

Defesa recorre de condenação de prisão

Jair Messias Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, atualmente ele cumpre prisão domiciliar, mas por outro motivo: descumprir medidas cautelares impostas em uma investigação sobre a tentativa de coagir o STF, em atuação nos EUA com seu filho, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, para impor tarifas comerciais ao Brasil e evitar punições, interferindo no julgamento da trama golpista.

A Defesa de Bolsonaro solicitou, nesta segunda-feira (27), que o STF reconheça que o ex-presidente desistiu do golpe de Estado, em uma “tese de desistência voluntária“.

Os advogados recorreram da decisão de 27 anos e três meses de prisão e solicitaram a redução da pena, alegando ser uma decisão injusta imposta pelos ministros, ao final, solicitam que esses parâmetros e a condenação sejam revistos.



Entenda sobre a condenação de Bolsonaro

A publicação do acórdão da sentença, feita na última semana, deu início à contagem dos prazos para a apresentação de recursos da defesa do ex-presidente.  Nesta segunda-feira, a defesa alegou que Bolsonaro desistiu do golpe de Estado e solicitou revisão do processo, alegando que sua prisão seria injusta.

Integrantes da Corte avaliam que os recursos da defesa apresentados até agora não devem alterar o resultado do julgamento e a execução da pena é uma “questão de tempo”.

O prazo para análise final do processo entre os magistrados é prevista para o fim de novembro e o início de dezembro. A intenção é evitar que o caso se arraste para o próximo ano, ano eleitoral e evitar também o período de recesso da Corte.

Apesar da possibilidade da defesa de apresentar novos recursos, os ministros consideram não haver sustentação jurídica para reverter a condenação. O relator do caso, Alexandre de Moraes, sinaliza que não aceitará medidas protelatórias e pode determinar o início do cumprimento da pena assim que os prazos forem esgotados.

Ainda não se sabe onde Bolsonaro cumprirá a pena, A Superintendência da Polícia Federal em Brasília e o Centro Penitenciário da Papuda são algumas opções. A defesa do ex-presidente deve insistir em um pedido de prisão domiciliar, alegando questões de saúde e segurança.

Bolsonaro tenta reverter condenação e questiona decisão do STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a condenação de 27 anos e 3 meses de prisão. O pedido foi apresentado na última segunda-feira (27) e pede que o tribunal reveja pontos considerados falhos no julgamento da Primeira Turma.

O recurso, chamado de embargos de declaração, tem 85 páginas e busca esclarecer supostos erros no acórdão que confirmou a condenação de Bolsonaro por crimes contra a democracia. Segundo os advogados, o texto da decisão apresenta “contradições e omissões” que precisam ser corrigidas antes que a sentença seja considerada definitiva.

Defesa alega falhas no cálculo da pena

Os advogados afirmam que o cálculo da pena foi feito de forma irregular e pedem sua redução. Eles sustentam que houve desequilíbrio entre os aumentos e as reduções aplicadas na dosimetria e que as circunstâncias judiciais não foram analisadas individualmente. Para a defesa, essa falta de justificativa configura omissão no acórdão.


Ex Presidente Jair Bolsonaro ( foto: reprodução/ Sergio Lima/ Getty Images Embed)

O documento também contesta a tese de autoria mediata utilizada na condenação, segundo a qual Bolsonaro teria instigado os atos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos. Os defensores alegam que não há provas diretas de participação e que a punição de mais de 1,6 mil pessoas já afastaria a possibilidade de nova condenação pelo mesmo crime de incitação.

Defesa alega falhas no cálculo da pena

Os advogados afirmam que o cálculo da pena foi feito de forma irregular e pedem sua redução. Eles sustentam que houve desequilíbrio entre os aumentos e as reduções aplicadas na dosimetria e que as circunstâncias judiciais não foram analisadas individualmente. Para a defesa, essa falta de justificativa configura omissão no acórdão.

O documento também contesta a tese de autoria mediata utilizada na condenação, segundo a qual Bolsonaro teria instigado os atos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos. Os defensores alegam que não há provas diretas de participação e que a punição de mais de 1,6 mil pessoas já afastaria a possibilidade de nova condenação pelo mesmo crime de incitação.

Os advogados afirmam ainda que a decisão do Supremo desconsiderou elementos apresentados pela defesa durante o julgamento, o que teria comprometido o direito ao contraditório. Eles destacam que os embargos não têm o objetivo de anular o processo, mas de buscar uma análise mais detalhada dos fundamentos usados para a condenação.

Novas indicações de Lula no STM julgarão Bolsonaro

A aposentadoria do general Marco Antônio de Farias, que completou 75 anos na última terça-feira (21), abriu mais uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM). Com isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está autorizado a indicar um novo ministro para a Corte. O nome mais cotado é o do general Anísio David de Oliveira Junior, atual comandante do Departamento de Engenharia e Construção do Exército.

Mais uma vaga no STM para Lula

Em novembro, o STM abrirá mais uma vaga devido à aposentadoria do general Odilson Sampaio Benzi. O favorito para assumir a vaga é o general Flávio Marcus Lancia Barbosa, atual vice-chefe do Estado-Maior do Exército, segundo a CNN. Com a nova indicação, Lula terá nomeado quatro ministros ao STM: Guido Amin Naves, Verônica Sterman, Anísio David e Flávio Marcus Lancia, mas todos ainda precisam ser aprovados pelo Senado.


O prédio do STM em Brasília (Foto: reprodução/Hugo Barreto/Metrópoles)

A nova indicação de Lula acontece em meio à expectativa pelo julgamento que pode levar à perda das patentes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), capitão da reserva, e de outros militares já condenados pelo STF por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

Como a maioria dos envolvidos recebeu penas superiores a dois anos, o processo deve ser encaminhado ao STM. Nesses casos, os réus passam a responder por “indignidade ou incompatibilidade com o oficialato” — o que pode resultar na perda da patente.

Antes disso, no entanto, é preciso que o julgamento no STF seja concluído em definitivo. Isso só ocorre após a apresentação e análise de todos os recursos cabíveis.

Estrutura do STM

O STM tem 15 ministros nomeados pelo presidente da República. São quatro oficiais do Exército, três da Marinha e três da Aeronáutica — todos da ativa e no mais alto posto de suas carreiras. Além dos militares, o colegiado inclui cinco ministros civis: três advogados com reconhecida experiência jurídica e reputação ilibada, com no mínimo dez anos de atuação profissional, e dois membros oriundos do Ministério Público da Justiça Militar.

A expectativa é que essas decisões reforcem o papel da Corte na responsabilização de oficiais por atitudes contrárias às normas da carreira militar.