Palestinos retornam ao norte de Gaza após cessar-fogo

Milhares de palestinos começaram a voltar para o norte da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (10), após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. A trégua foi ratificada durante a madrugada pelo governo israelense e marca o início da retirada parcial das tropas do território, encerrando dois anos de conflito.

Um grande número de pessoas foi visto caminhando em meio à poeira em direção à Cidade de Gaza, principal centro urbano da região, que sofreu fortes bombardeios nos últimos dias. A maior parte da população havia se deslocado para o sul durante as ofensivas militares israelenses. 

Cessar-fogo e libertação de reféns

O Exército israelense confirmou que o cessar-fogo começou ao meio-dia, no horário local, e que as tropas estão se posicionando ao longo das novas linhas de implantação. O acordo prevê a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas em até 72 horas, em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos.

Na primeira fase do plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prevista a retirada das tropas israelenses de regiões urbanas estratégicas da Faixa de Gaza, ainda que mais da metade do território permaneça sob domínio de Israel.

Com o início da implementação do acordo, comboios com alimentos e suprimentos médicos devem entrar na região para atender a população civil, que em grande parte vive em tendas após a destruição de cidades inteiras pelos bombardeios israelenses.



Retirada e tensões persistentes

As tropas israelenses recuaram e agora ocupam cerca de 53% do território palestino, uma redução em relação aos 75% controlados antes do cessar-fogo. Cidades como Khan Younis e a própria Cidade de Gaza foram desocupadas, mas continuam sob vigilância militar.

Em pronunciamento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que as forças permanecerão prontas para agir e reafirmou o compromisso de “cercar e desarmar o Hamas”, ainda que “pela maneira difícil”.

Apesar do anúncio de trégua, a agência Reuters registrou bombardeios na faixa central de Gaza cerca de uma hora após o início do cessar-fogo. Vídeos mostram colunas de fumaça no céu, mas ainda não há informações sobre vítimas. Até o momento, o governo de Israel não se pronunciou sobre o assunto.

Netanyahu diz não ter terminado com a guerra em Gaza ainda

Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (26), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu continuou com fortes frases, principalmente a respeito da guerra em Gaza, em que segundo ele, Israel ainda continuará atacando a Faixa de Gaza, trazendo um tom desafiador dentro da Assembleia.

Além disso, ele criticou a pressão em cima da comunidade sobre seu país ao rejeitar o reconhecimento de um Estado Palestino. O discurso durou 40 minutos e foi feita diante de representantes de vários países, em clima marcado pela tensão diplomática e por pedidos internacionais de cessar-fogo.

Continuidade militar anunciada

Netanyahu afirmou que as Forças de Defesa de Israel seguem com operações em Gaza para alcançar seus objetivos estratégicos de segurança. Ele reforçou que ainda há metas a serem cumpridas, particularmente relacionadas à neutralização de grupos armados que, segundo ele, continuam ativos e representam ameaça significativa. Prometeu que as ações não serão interrompidas enquanto o que considera “níveis de perigo” persistirem, continuando a bombardear Gaza até a destruição do Hamas.

Boicote na Assembleia

Antes que o primeiro-ministro pudesse discursar na ONU, ele acabou entrando sob muitas vaias, além disso, várias comitivas de outros países acabaram se retirando antes de falar, como forma de protesto devido aos ataques de Israel, gerando boicote e aplausos de algumas pessoas presentes no local. Vale destacar que a comitiva brasileira também participou do boicote e só ficaram apenas alguns países da Europa e os Estados Unidos.


Momento do boicote na ONU (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Mais do discurso

Além disso, tudo mencionado, Netanyahu disse, com suas palavras, já ter conseguido eliminar maior parte da ameaça no Oriente e mostra um mapa inscrito “A maldição“, no qual ressalta o Irã, Iraque, Síria e Faixa de Gaza. Nesse mapa, ele risca áreas onde conseguiu combater, como se fosse uma referência das ações de Israel no ano anterior. E por fim, ele alertou que sempre devem se manter vigilantes, pois o trabalho não havia sido terminado.


O mapa mostrado pelo Netanyahu (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)

Apelo político

Além de reafirmar ação militar, Netanyahu fez um apelo para que aliados internacionais compreendam o que chamou de “realidade do conflito sem fim declarado”. Ele pediu apoio político, ajuda humanitária e permissões estratégicas, insinuando que Israel enfrenta não apenas combate, mas também uma batalha pela narrativa internacional. Segundo ele, o reconhecimento diplomático da urgência da guerra ajudaria em esforços de ajuda e legitimidade de suas iniciativas externas.

Primeiro-ministro de Israel questiona países por reconhecerem Estado da Palestina

Nesta sexta-feira (26), na ONU, houve fortes denúncias aos países ocidentais feitas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ele os acusou de enviar mensagens de que, segundo suas palavras, matar judeus compensa, mostrando reconhecimento ao Estado da Palestina. Seu discurso foi feito na Assembleia Geral da ONU, trazendo falas mais duras até o momento, condenando esses países, em que segundo ele, essas decisões representam um reconhecimento ao terror e enviam uma mensagem errada ao mundo, especialmente após os ataques de outubro de 2023.

Alvos das críticas

Netanyahu citou na sua fala governos como o da França, Reino Unido, Austrália e Canadá. Para ele, esse reconhecimento equivaleria a uma recompensa para os grupos que atacaram Israel, argumentando que isso enfraquece a postura israelense em manter sua segurança diante de ameaças percebidas. Ele também sugeriu que reconhecer a Palestina, sob as circunstâncias atuais, poderia fortalecer influências externas que ele considera hostis.


Benjamin Netanyahu discursando na ONU (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)

Contrapontos diplomáticos

Apesar do tom firme, a fala de Netanyahu provocou reações de alerta entre diplomatas internacionais. Alguns países que passaram a reconhecer a Palestina justificam o ato como parte de uma doutrina de paz, autodeterminação e direitos humanos. Eles enfatizam que o estatuto diplomático palestino não é uma celebração de violência, mas sim um passo em direção a uma solução de dois Estados, controversa, porém defendida por muitos membros das Nações Unidas.

Implicações políticas

A condenação pública de Netanyahu reforça uma tendência de polarização diplomática. Israel, ao posicionar-se contra países que reconhecem a Palestina, sinaliza que pretende endurecer sua narrativa internacional, buscando isolar diplomaticamente os que apoiam esse reconhecimento e reafirmar sua própria agenda de segurança.

O ataque em 2023

Sobre o ataque de 2023, falado pelo primeiro-ministro, aconteceu que, no dia 7 de outubro daquele ano, grupos combatentes liderados pelo Hamas acabaram matando cerca de 1200 pessoas israelenses. A resposta de Israel foi pesada, quando matou mais de 60 mil pessoas em Gaza, deixando boa parte do local em ruínas.

Netanyahu pede para que moradores de Gaza deixem o local por conta de ataques

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um alerta aos moradores da cidade de Gaza, nesta segunda-feira (8), pedindo para que as pessoas da região abandonem o local para prevenir-se de uma ofensiva terrestre do Exército de Israel.

O líder israelense, durante discurso em vídeo divulgado por seu gabinete, afirmou que os recentes bombardeios antecedem uma operação ainda mais intensa no território palestino. Segundo Netanyahu, essa é apenas uma introdução para uma manobra terrestre das forças do Exército de Israel que estão reunidas na Cidade de Gaza.

Ônibus atacado em Jerusalém

A declaração de Netanyahu ocorreu momentos após um ataque a tiros contra um ônibus em Jerusalém, Israel. De acordo com autoridades, cerca de 20 pessoas estavam dentro do veículo, mais de 10 pessoas se feriram, sendo 6 em estado grave, e outras 6 vieram a óbito. Os protagonistas do evento foram mortos por civis e um soldado de folga.

A polícia de Israel ainda prendeu um homem que teria participado ativamente do atentado, suspeito de dar cobertura aos atiradores. O suspeito, segundo a agência de segurança Shin Bet, já era monitorado por conta de seu trabalho de colaboração para que palestinos residissem de forma ilegal em solo israelense.

Netanyahu condenou o episódio, prometendo responder de forma intensa os ataques contra “os inimigos de Israel”.


Fumaça sobe sobre a Faixa de Gaza, vista de uma posição no lado israelense da fronteira (Foto: reprodução/ Amir Levy/Getty Images Embed)

A guerra continua

Ainda nesta segunda-feira, um arranha-céu de 12 andares foi derrubado pelo Exército israelense. Este é o quarto edifício de grande porte destruído em apenas quatro dias. O prédio conhecido como Al-Roya 2 abrigava pessoas que se deslocaram por conta dos conflitos na região.

Antes da explosão, o Exército israelense havia solicitado que as tendas ao redor do prédio fossem desmontadas, e que as pessoas evacuassem o edifício. Forças de Defesa de Israel afirmaram em nota que o edifício era utilizado pelo grupo terrorista Hamas, que havia instalado equipamentos que serviam para o monitoramento e coleta de informações, além de funcionar como um local de armazenamento de explosivos.

Netanyahu planeja assumir controle total de Gaza, informa TV israelense

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vai ampliar sua atuação na Faixa de Gaza. O objetivo é dominar completamente a região, visando exercer plano controle territorial. A notícia foi transmitida pelo canal i12 de Israel, baseando-se em dados obtidos por fontes governamentais.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel não se manifestou até o momento.

Segundo o canal, o primeiro-ministro convocará uma reunião com sua equipe de governo para divulgar a determinação na terça-feira (5). Apesar de não divulgar o que será falado na reunião, confirmou que o foco será debater estratégias para a Faixa de Gaza.

Segundo fontes ouvidas pelo canal de TV, a decisão foi tomada após o insucesso das negociações por um cessar-fogo, que incluía a devolução dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas.

O que prevê o plano

O plano envolveria a entrada estratégica das forças armadas em partes específicas da Faixa de Gaza, onde foram identificadas pelos serviços de inteligência, como possíveis locais onde estariam os cativeiros de reféns.

Seria uma forma de enfraquecer a resistência do Hamas e tentar localizar os reféns.

O desejo de assumir o controle total de Gaza não é recente. Em maio, durante a autorização de reabertura de entrada de apoio humanitário, o primeiro-ministro Netanyahu declarou que dominar o território estava incluído em seu “plano de vitória” da guerra.


Moradores de Gaza em meio a fome e ataques (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Netanyahu visita a Casa Branca

Anteriormente, em uma visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu à Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, manifestou a intenção de formular estratégias para que os Estados Unidos controle Gaza, realocando os habitantes do local, enviando-os para países próximos, e o projeto inclui a criação de resorts de luxo no local.

Essa seria uma maneira de garantir controle absoluto na região, consolidando presença estratégica e domínio político e econômico na região.

Netanyahu indica Trump para o Nobel da Paz durante visita aos Estados Unidos

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira (7) que recomendou oficialmente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para receber o Prêmio Nobel da Paz. A indicação foi feita por meio de uma carta enviada ao comitê do Nobel, durante a visita de Netanyahu a Washington, onde ele se reuniu com Trump na Casa Branca. Segundo o premiê israelense, a justificativa é baseada no papel que Trump desempenhou em acordos diplomáticos recentes e em iniciativas de pacificação no Oriente Médio.

A proposta de Netanyahu rapidamente repercutiu entre aliados e opositores. Trump recebeu a indicação como um gesto de reconhecimento por sua atuação nas ações de cessar-fogo dos conflitos no Oriente Médio. Por outro lado, críticos destacam que o contexto atual é de tensão militar na região, com confrontos entre Israel e grupos armados palestinos na Faixa de Gaza e escaladas de atritos com o Irã.

Justificativa aponta acordos históricos e mediações

Na declaração feita à imprensa, Netanyahu afirmou que a carta enviada ao comitê do Nobel menciona avanços diplomáticos que, segundo ele, contribuíram para reduzir conflitos históricos no Oriente Médio. Entre os exemplos citados, estão as tratativas para ampliar o número de países árabes com laços formais com Israel e tentativas de diálogo envolvendo outras regiões em disputa. Trump, por sua vez, agradeceu publicamente o gesto e disse considerar a nomeação uma prova de sua política externa focada em acordos diretos entre nações rivais.

Apesar da indicação, a situação em Gaza segue instável, com operações militares de Israel contra o Hamas e relatos de novas ofensivas que preocupam organizações humanitárias. Netanyahu minimizou os impactos dessas ações na proposta de reconhecimento, dizendo que “ele está forjando a paz enquanto falamos, um país e uma região após a outra” e reiterando que Trump atuou para equilibrar interesses de diferentes governos em meio a conflitos persistentes.


Momento da declaração divulgada pelo Governo dos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/The White House)


Processo de nomeação segue critérios do comitê

O regulamento do Prêmio Nobel da Paz permite que chefes de Estado, membros de parlamentos e acadêmicos façam indicações formais até o início de cada ano. As candidaturas são mantidas em sigilo pelo comitê norueguês por até 50 anos, mas podem ser divulgadas por quem propõe. Netanyahu não informou se consultou outras lideranças antes de enviar o documento.

Até o momento, não há confirmação de outras indicações envolvendo Trump para a edição de 2025, mas esta não é a primeira vez que o presidente norte-americano é sugerido para receber o prêmio.

Em ocasiões anteriores, parlamentares de países aliados já haviam apresentado o nome de Trump em anos marcados por negociações envolvendo Coreia do Norte e Oriente Médio. O anúncio do laureado deve ocorrer em outubro, como de costume, após a análise de todas as candidaturas e a votação dos membros do comitê responsável pela decisão.