Maduro não cumpre ultimato de Trump para deixar a Venezuela
Após prazo expirar, EUA fecham espaço aéreo venezuelano e elevam recompensa por Maduro; crise ganha dimensão internacional com Rússia e China
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ignorou o prazo estabelecido pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para deixar o país com salvo-conduto garantido pelos Estados Unidos. Após uma breve ligação que teria ocorrido no dia 21 de novembro, o líder da Venezuela teria declarado estar disposto a aceitar a oferta sob a condição de que seus familiares obtivessem uma anistia legal.
Maduro também teria exigido a suspensão das sanções econômicas impostas à Venezuela pelos Estados Unidos e a retirada de uma denúncia feita no Tribunal Penal Internacional. O líder chavista teria pedido para que em caso de sua saída do poder o vice-presidente, Delcy Rodriguez administrasse um governo interino até que novas eleições pudessem ser realizadas, Trump negou a maioria dos pedidos.
Resposta de Trump
O prazo para que Maduro deixasse o poder expirou na sexta-feira , o que levou Trump a declarar no dia seguinte que o espaço aéreo da Venezuela estava fechado. Além dessa medida o Governo dos Estados Unidos aumentou a recompensa por informações que podem levar a prisão de Maduro para US$50 milhões, além de ter recompensas para outros funcionários de alto escalão do governo venezuelano que chegam à até US$25 milhões.
Donal Trump confirma telefonema com Nicolás Maduro (Vídeo: Reprodução/YouTube/SBT News)
As tensões entre as duas nações vêm se arrastando desde de 2019, quando os Estados Unidos se recusaram a reconhecer Maduro como presidente legítimo da Venezuela e ter declarado que as eleições foram fraudadas. Nos últimos meses a tensão entre os dois países segue aumentando, o governo americano aplicou sanções econômicas à Venezuela e designou grupos com ligação ao regime atual como força terroristas.
Reação da comunidade internacional
O que começou como uma conflito bilateral tem se escalado rapidamente e tem ganhado dimensões internacionais. A Argentina declarou seu apoio às medidas tomadas por Trump, enquanto Rússia e China, aliadas do regime de Maduro, se dizem prontas para atender às demandas da Venezuela.
A crise chegou inclusive em instâncias internacionais, com a Argentina evocando o Tribunal Penal Internacional, enquanto a Venezuela busca o apoio da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Situação interna
A situação do cenário doméstico em ambos os países desenvolve um papel importante nas decisões que serão tomadas por seus respectivos governos em relação ao desenvolvimento de um possível conflito. O governo republicano não é aquele mesmo dos anos 2000, a nova articulação do partido tem visões mais brandas quanto ao intervencionismo americano. Para Trump, qualquer intervenção interna exigiria não somente o apoio do público americano mas também o suporte de sua base política.
Donald Trump dircursando na Casa Branca|(Foto: reprodução/Pete Marovich/Getty Images Embed)
Em relação a Venezuela, a estabilidade do regime de Maduro é dependente de uma coesão entre seus membros integrantes. Uma intervenção americana poderia gerar dissidências dentro do regime, especialmente entre as Forças Armadas.
A agravação da crise entre Estados Unidos e Venezuela pode impactar diretamente os países restantes da América Latina, a instabilidade política e as novas canções americanas poderão causar um aumento dos fluxos migratórios, a presença americanas na região põe em perigo a segurança fronteiriça dos países latinos e causa crescente instabilidade na política interna da região.
