Sobre Pamela Mariano

Redatora e Editora do Portal Lorena - R7

Wu Lei assume protagonismo global na Burberry com foco na nova geração asiática

A grande grife britânica Burberry acabou de anunciar que seu novo embaixador global será o ator chinês Wu Lei. Com apenas 25 anos, Wu já não é apenas uma mera estrela asiática, mas também já se consolidou como um dos rostos mais influentes entre os jovens na China e também internacionalmente. Essa escolha representa mais um dos movimentos estratégicos da marca para consolidar ainda mais a sua presença no mercado asiático, especialmente entre as novas gerações e reforça a visão da marca sob a nova direção criativa do designer de moda Daniel Lee.

A escolha do ator se conecta diretamente entre o legado histórico da Burberry com o universo jovem, digital e culturalmente engajado que tem dominado cada vez mais o cenário de consumo de luxo atual. Com um enorme alcance entre a geração Z, e uma multidão de seguidores nas redes sociais, o ator representa o atual perfil consumidor que as grandes marcas tem almejado: jovens conectados e com um senso de estilo apurado que carregam um engajamento genuíno.

Um embaixador que representa influência e autenticidade

Wu Lei começou sua carreira ainda bem jovem e rapidamente acabou se tornando um nome de destaque no meio do entretenimento asiático. Ele já estrelou grandes séries de sucesso como “Love Like the Galaxy”, “The Long Ballad” e “Amidst a Snowstorm of Love”. Mas a sua habilidade de se conectar de maneira verdadeira com o público jovem, especialmente nas plataformas de redes sociais é o que realmente o colocou em um outro patamar.



Wu Lei em foto para divulgação como embaixador (Foto: Reprodução/Burberry)

Além de seu já conhecido trabalho como ator, ele também se aventura como um criador de conteúdo, com a sua série de vlogs intitulada “Ride Now”, que captura várias de suas viagens utilizando sua bicicleta pela China, e a saga já ultrapassou mais de 300 milhões de visualizações nas redes. Esse aspecto mais espontâneo, aventureiro e genuíno faz com que sua imagem se alinhe ainda mais com os valores que a Burberry tem defendido nos últimos anos: um estilo de vida contemporâneo, elegância sem esforço e histórias pessoais.

“A Burberry une, com maestria, sua história marcante com uma inovação inspiradora. Estou animado para essa nova parceria e para tudo que ainda vamos criar juntos”, declarou Wu em nota oficial.

Estratégia de reposicionamento com foco na Ásia

A nomeação de Wu Lei é parte de uma estratégia mais ampla da Burberry. Desde que Daniel Lee assumiu como diretor criativo da marca em 2022, a grife tem se reinventado com muito cuidado. A ideia é dar uma nova vida aos elementos clássicos do seu DNA britânico — como o trench coat, o tartan e o icônico logo da rosa Tudor — enquanto traz novas linguagens visuais que se conectam com um público mais jovem, urbano e digitalmente engajado.

A China é atualmente um dos principais mercados consumidores de luxo no mundo, tanto em volume quanto em potencial de crescimento. Associar-se a uma personalidade como Wu Lei, que une prestígio, alcance e identificação cultural, é uma forma inteligente de tornar a marca mais relevante no território. Além disso, isso reflete a necessidade crescente das marcas internacionais de adaptar sua comunicação de maneira mais cuidadosa e estratégica, respeitando as particularidades culturais de seus públicos ao redor do planeta.

Diversidade no casting e força da imagem cultural

Com Wu, a Burberry está ampliando seu time de embaixadores globais, que já inclui nomes como Rosie Huntington-Whiteley, Tang Wei, Bright Vachirawit e Son Heung-min. A diversidade de origens e estilos dos rostos escolhidos mostra claramente o esforço da marca em criar uma imagem verdadeiramente global e diversificada, onde a tradição britânica se reinventa através de vozes influentes de diferentes culturas.



O jogador coreano Son Heung-min também faz parte do casting masculino de embaixadores asiáticos (Foto: Reprodução/Burberry)

Daniel Lee tem apostado na força simbólica do patrimônio da Burberry, mas também tem mostrado disposição em romper com antigas fórmulas. Campanhas que trazem uma estética ousada, coleções que flertam com o streetwear e ações digitais imersivas estão moldando a nova linguagem visual da maison. A chegada de Wu ao time de embaixadores adiciona mais uma camada a essa transformação, já que ele simboliza uma geração que preza pela autenticidade, narrativas verdadeiras e moda com significado.

Burberry e Wu Lei: mais que uma campanha

A parceria entre Wu Lei e a Burberry vai muito além das campanhas publicitárias tradicionais. A ideia é que o ator participe de ações culturais, desfiles, experiências imersivas e colaborações criativas que possam expressar, de forma ainda mais marcante, essa nova fase da marca.

Com sua influência, trajetória e uma linguagem genuína, Wu não só amplia a visibilidade da Burberry na China, mas também desempenha um papel importante na construção de uma imagem moderna e conectada da grife britânica. Entre tradição e inovação, a Burberry segue investindo em talentos que representam o presente — e Wu Lei, com certeza, é um deles.

Dolce & Gabbana aposta em beleza escultural sob ruínas de Roma na Alta Moda

O impressionante cenário do Foro Romano não só realçou o impacto visual da nova coleção da Dolce & Gabbana, mas também teve um papel fundamental na criação da beleza que foi apresentada.

Na noite da última segunda-feira (14), entre as ruínas milenares, as modelos apareceram com uma maquiagem que revisitava a elegância clássica: pele suave, olhos sutilmente destacados e lábios que variavam entre tons neutros e intensos vermelhos.

O brilho da luz natural ao entardecer em Roma realçava a suavidade das peles e o cuidado dos penteados, formando uma harmonia incrível entre o ambiente, as roupas e a beleza que contava a história da coleção: uma homenagem contemporânea à riqueza da Roma Antiga. A maquiagem, que se inspirava tanto na escultura clássica quanto no cinema neorrealista, adicionava uma sutil teatralidade ao desfile, sempre mantendo uma sofisticação discreta.

Minimalismo visual com impacto clássico

Pat McGrath, que estava no comando da beleza da passarela, escolheu uma base matte suave combinada com um iluminador delicado, afastando-se do brilho molhado que havia sido um destaque de outros desfiles nesta temporada. A maquiagem enfatizou um visual chique que dançava entre o natural e o dramático — particularmente quando o rico batom vinho contrastava lindamente com os tons neutros.


Minimalismo de Path McGrath contrastou com o impacto visual dos looks (Foto: Reprodução/Vogue Runway)

Optar por pele opaca e acabamento natural também ajudou a intensificar o efeito das peças — que são, na verdade, joias visuais transformadas em roupas. Esse minimalismo calculado não apagava a beleza, mas permitia que ela coexistisse com a opulência do vestuário, compondo uma estética total que misturava história, escultura e moda de forma orgânica.

Delineado sutil e lábios marcados

Nos olhos, o delineado gatinho vinha acompanhado por sombra marrom esfumada no côncavo e pontos sutis de brilho no centro da pálpebra e canto interno — criando um efeito de profundidade e sofisticação. Algumas modelos também usaram lápis preto na linha d’água, mas com suavidade quase imperceptível. Em contraste ao olhar marcado, os lábios variaram entre o nude rosado e o vermelho fechado, em acabamentos opacos ou acetinados, remetendo ao glamour do cinema italiano e à teatralidade de Schiaparelli.


Olhos marcados com delineados (Foto: Reprodução/Vogue Runway)

Esses contrastes criavam uma dualidade refinada: de um lado, a sensualidade discreta de um olhar levemente sombreado; do outro, a firmeza elegante de um batom escuro aplicado com precisão. Esse equilíbrio entre suavidade e uma presença marcante é a verdadeira assinatura de McGrath, que tem um talento especial para transformar a maquiagem em uma narrativa visual — especialmente em cenários de alta moda.

Toques de vanguarda na tradição

Houve também espaço para sobrancelhas suavemente apagadas e um brilho especial no olhar — elementos que se conectam com os desfiles mais ousados da alta-costura, como os de Iris van Herpen. Esses detalhes revelam como a Dolce & Gabbana preserva sua essência clássica, mas com toques modernos que refletem as tendências atuais, sem perder a identidade da marca.


Sobrancelhas apagadas também fizeram presença na passarela (Foto: Reprodução/Vogue Runway)

Essa combinação de influências, que vai do maximalismo barroco à leveza dos códigos futuristas, realça o caráter artesanal da coleção e coloca a beleza como um elo entre o passado e o presente. As escolhas visuais, mesmo que baseadas no clássico, revelam uma percepção sutil da modernidade e demonstram que tradição e inovação podem — e devem — coexistir.

Cabelos estruturados com precisão milimétrica

A proposta de cabelo criada por Guido Palau complementou perfeitamente o visual limpo e clássico da maquiagem. Os fios foram presos em coques baixos, bem polidos e sem volume, com um acabamento brilhante e simétrico. Embora sejam menos rígidos do que os penteados que ficam colados ao couro cabeludo, esses looks ainda preservavam uma estética de rigor e sofisticação, acentuando a silhueta do rosto e destacando as peças artesanais da coleção.


Confira o desfile de Dolce & Gabbana - Alta Moda 2025 (Vídeo: Reprodução/YouTube/Dolce & Gabbana)

Além disso, a maneira como a iluminação e a arquitetura do espaço foram utilizadas de forma estratégica realçou ainda mais o brilho sutil dos cabelos e o acabamento minimalista da maquiagem. O resultado é uma fusão elegante de tradição e modernidade: a Dolce & Gabbana reafirma seu compromisso com o espetáculo, sem perder a precisão estética — onde a beleza, planejada com cuidado, brilha tanto quanto as roupas.

Mais do que um simples detalhe técnico, a beleza que se revelou no Foro Romano soou como uma verdadeira declaração de intenções da grife: reafirmar o poder da elegância clássica em tempos de excessos. No meio das ruínas milenares, a maquiagem e o cabelo não apenas complementaram a coleção, mas também ajudaram a transformá-la em uma narrativa — silenciosa, é verdade, mas profundamente eloquente.

Beleza gráfica e precisão milimétrica marcam inverno 2025 da Armani Privé

Durante a semana de alta-costura em Paris, nesta terça-feira (8), a Armani Privé apresentou sua coleção de inverno 2025 em um desfile marcado por rigor estético e silêncio refinado. E se o preto foi o grande protagonista das roupas — em sedas metalizadas, veludos e bordados —, a beleza que acompanhou a coleção também refletiu esse mesmo peso dramático, traduzido em olhos gráficos, cabelos esculpidos e uma maquiagem quase escultórica.

O evento teve lugar no Palácio Armani, o escritório do renomado estilista italiano na Avenue Montaigne, que se tornou uma passarela aconchegante. Ali, com os modelos desfilando bem pertinho da plateia, cada detalhe pôde ser visto de forma íntima, revelando a atenção cuidadosa a um visual que visa destacar a sobriedade e a força da coleção.

Olhos como centro da composição visual

Sob a direção da maquiadora global Hiromi Ueda, a beleza teve como destaque o olhar, que se tornou um verdadeiro ponto de tensão e expressão. O côncavo foi acentuado com uma sombra preta opaca, traçada de maneira arquitetônica, que se conectava ao delineado, gerando um efeito contínuo e preciso. Na pálpebra, uma sombra branca levemente esfumada subia até as sobrancelhas, criando um contraste gráfico, quase óptico — e completamente intencional.



Esse jogo de luz e sombra realmente destacou a dualidade da coleção: a seriedade do preto contrastando com os brilhos das pedras e bordados. A maquiagem dos olhos, que era ao mesmo tempo clássica e futurista, refletia os elementos das roupas: casacos esculturais, smokings reinventados e capas estruturadas. Tudo em perfeita harmonia.

Pele polida e lábios em tom de respiro

Na pele, a proposta foi a uniformidade natural. Nada de contornos marcantes, blush exagerado ou iluminadores muito chamativos. O acabamento era bem fosco, com uma textura suave e uma cobertura que mantinha o brilho natural da pele.


Pele com acabamento natural com o suspiro do rosado alaranjado nos lábios (Foto: Reprodução/Fashion Network)

Nos lábios, um leve suspiro se mistura ao peso dos olhos: a cor escolhida foi um discreto tom de rosado alaranjado, com um brilho suave e um acabamento cremoso. A sutileza trazia um frescor sem perder a sobriedade do look como um todo, atuando como um ponto de equilíbrio visual.

As sobrancelhas, por sua vez, foram esfumadas em tons acinzentados, quase apagadas — estratégia que desloca toda a atenção para o olhar, ampliando o efeito dramático sem perder sofisticação.

Cabelos com acabamento arquitetônico

Os cabelos seguiram o mesmo princípio de precisão. Alinhados, milimetricamente penteados e fixados, os fios foram presos em coques baixos ou rabos embutidos, cobertos por acessórios estruturais que integravam o visual como extensão da roupa.



Sem textura solta, sem fios desalinhados, o efeito era quase cenográfico — reforçado pelo brilho controlado, que captava a luz de forma estratégica, assim como os tecidos do desfile. Essa escolha reforçou o caráter intencional da beleza: mais do que complementar os looks, ela os espelhava em forma, peso e ritmo.

O resultado foi uma beleza contida e escultural, que sustenta a sofisticação silenciosa característica da Armani Privé — e que comprova, mais uma vez, que o impacto do preto vai muito além do tecido.

 

Armani Privé celebra 20 anos com desfile em preto absoluto

Nesta terça-feira (8), a grife italiana Armani, com sua linha Privé, revelou sua mais nova coleção de inverno 2025 de alta-costura em um momento de grande celebração e reverência, marcando suas duas décadas da linha mais exclusiva da renomada maison. Carregando o nome Noir Séduisant, a coleção mergulhou na rica simbologia do preto, uma cor que, para Giorgio Armani, nunca é apenas neutra, mas sim uma paleta repleta de expressões sofisticadas.

Quase todos os 77 looks do desfile foram desenvolvidos em tons de preto total, intercalando apenas texturas, pesos e brilhos para multiplicar sua leitura estética: os veludos densos, as sedas líquidas, o tule bordado, o zibeline opaco e também detalhes metálicos que se revezavam em diversas camadas de significados. A cor, frequentemente associada à sobriedade, ganhou aqui contornos sensuais, aristocráticos e até futuristas.

A apresentação aconteceu no novo Palazzo Armani, edifício que abriga o ateliê de alta-costura da maison em Paris, além do showroom e dos escritórios criativos. O local foi transformado em um circuito de passarela íntima, com salas conectadas por cortinas pesadas e tapetes escuros, evocando os desfiles de salão das grandes maisons francesas do século XX. A ausência do estilista — que não pôde comparecer aos eventos presenciais por questões de saúde — foi sentida, mas isso não diminuiu a aura de sofisticação e o controle artístico que são marcas registradas do seu trabalho.

A linguagem da forma: alfaiataria, estruturas e silhuetas

Desde os primeiros looks, Armani traz de volta seu vocabulário visual mais icônico: a alfaiataria impecável, os volumes bem equilibrados e a mistura harmoniosa entre os códigos masculinos e femininos. Smokings reinterpretados, fraques em veludo com lapelas satinadas, jaquetas curtas com cinturas marcadas, blazers usados sobre a pele nua ou com finas gravatinhas de cetim desenham o corpo com sobriedade quase escultural.



As calças surgem em cortes variados — cigarrete, pantalonas ou levemente evasês — e os tailleurs ganham peplum, ombros erguidos e formas angulosas. As referências náuticas aparecem nos casaquetos com suas passamanarias e na leve estética militar das camisas listradas brilhantes. Ao mesmo tempo, pequenos detalhes como cintos, faixas e laços trazem um toque especial à feminilidade, sem que isso a torne frágil.

O preto, longe de ser apenas uma escolha fácil, atua como um elemento gráfico que dá destaque à forma. Armani reafirma sua convicção de que a rigidez formal pode, de fato, evocar emoções.

Rigor e brilho: vestidos de gala e fetiche couture

A segunda parte da coleção nos leva a um mundo de gala, onde o luxo é apresentado com uma elegância sutil. Vestidos em coluna feitos de tule, organza ou cetim, adornados com toques de ouro fosco ou prateado, exibem drapeados delicados, costas nuas, golas plissadas, plastrons etéreos e saias volumosas que parecem flutuar levemente. Os adornos — entre eles franjas de miçangas, cristais pavê, bordados de jato e punhos-joia — refletem a luz sem ostentação, criando um jogo de sombra e brilho que só é possível com o domínio artesanal da alta-costura.



Em diversos momentos, os vestidos são complementados por sapatos baixos ou sandálias delicadas, transmitindo uma sofisticação moderna que não precisa de artifícios para se destacar. Os toques de cor aparecem de maneira intencional: bordados em azul petróleo, rubi ou esmeralda surgem como pequenos respingos de joia sobre o preto, ressaltando a preciosidade do conjunto.

A mulher Armani — neste momento — flerta com a imagem de Marlene Dietrich, incorpora códigos andróginos e ao mesmo tempo desliza com delicadeza pelo espaço. Um exercício de equilíbrio entre força e fragilidade.

Beleza minimalista e atmosfera de ateliê

O visual das modelos reforçava a atmosfera de rigor da coleção. A maquiagem — assinada por Hiromi Ueda — apostou em uma combinação gráfica entre sombras pretas marcando o côncavo e branco esfumado nas pálpebras, chegando até as sobrancelhas, que surgiam apagadas, em tom acinzentado. A pele tinha um aspecto uniforme e natural, sem blush ou contornos. Os lábios tinham um leve tom rosado, quase como se fossem translúcidos. Os cabelos, meticulosamente arrumados para trás e adornados com boinas e acessórios, reluziam com um brilho polido, formando uma estética que parecia quase líquida.


Padrão seguido para cabelo e maquiagem do desfile (Foto: Reprodução/Fashion Network)

A cenografia do desfile, com sua luz suave e uma música de cordas tocando em um ritmo lento, criou uma atmosfera de introspecção e reverência — como se cada look fosse uma escultura viva em movimento. Os convidados descreveram a experiência como uma verdadeira imersão no coração do ateliê, onde o silêncio só era quebrado pelo som dos passos cuidadosos das modelos.

Um marco silencioso na história da maison

Celebrando duas décadas da linha Privé, o desfile de inverno 2025 não se jogou em mudanças drásticas ou gestos exagerados. Em vez disso, trouxe à tona a verdadeira essência do que a marca representa: precisão, elegância sutil e um olhar que valoriza o passado, sem perder de vista o desejo por inovação. Ao optar quase que exclusivamente pelo preto, Giorgio Armani reafirma que o que realmente importa — quando feito com maestria — é sempre suficiente.

UFRJ se pronuncia sobre fala de professor após ataque à filha de Roberto Justus

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira (7) após a repercussão de um comentário feito pelo professor aposentado Marcos Dantas, que mencionou a filha de cinco anos do empresário Roberto Justus e da influenciadora Ana Paula Siebert em um post considerado ameaçador. A publicação, feita no X sugeria que a criança deveria ser morta “na guilhotina” após aparecer em foto com uma bolsa de grife avaliada em R$ 14 mil.

A frase provocou indignação imediata nas redes sociais e foi denunciada pelos pais da menina como um ato de ódio. Em nota conjunta, a UFRJ e a Escola de Comunicação (ECO) repudiaram “qualquer tipo de expressão de pensamento que incite à violência ou agrida a terceiros” e esclareceram que Marcos Dantas está aposentado desde 2022, não tendo mais vínculo ativo com a instituição.

A manifestação da universidade buscou conter a associação entre o conteúdo violento da postagem e a imagem pública da instituição, que tem sido pressionada por alunos, professores e internautas a se posicionar diante da repercussão nacional do caso. “A UFRJ é uma instituição historicamente comprometida com a construção de um projeto de Nação, através do conhecimento e da ciência; baseia-se na defesa dos valores humanistas, na educação, na democracia e no diálogo em prol do Brasil”, afirmou o comunicado.

Onda de repúdio nas redes sociais

O acessório de alto valor, avaliado em mais de R$ 14 mil, foi o estopim para que aparecessem diversas críticas sobre a ostentação infantil, mas uma parte desses comentários ultrapassou o campo da opinião, com ameaças explícitas à integridade da criança. Um dos mais chocantes foi o de Marcos Dantas, que escreveu “só guilhotina resolve”.


Foto da publicação de Ana Paula Siebert que gerou comentários polêmicos (Foto: Reprodução/Instagram/@anapaulasiebert)

Horas depois, a publicação foi apagada, mas capturas de tela circularam amplamente, o que levou o casal a se pronunciar. Em vídeo publicado no Instagram, Justus e Ana Paula afirmaram que tomarão medidas legais contra todos os responsáveis pelas ameaças. “Instigar a morte e a violência não é aceitável e não pode se tornar normal”, disseram.

Pais da criança reagem e anunciam medidas judiciais

Durante o pronunciamento, Roberto Justus lamentou o teor dos ataques. “O julgamento extrapolou o bom senso. Falaram que tinha que matar a nossa filha com guilhotina”, declarou, visivelmente indignado. Ele ainda garantiu que não deixará o caso impune: “Já acionei todo o corpo jurídico. Não vou aceitar ameaças à minha família”.


Noticia sobre o pronunciamento do casal (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Ana Paula reforçou a gravidade da situação e alertou sobre os riscos da normalização de discursos violentos nas redes. “É instigar a morte, o ódio, é inaceitável! […] Não é porque está na internet que se pode dizer qualquer coisa”, afirmou, pontuando que mesmo que a bolsa tivesse sido comprada — o que negou, dizendo que foi um presente — isso não justificaria nenhum tipo de ataque, especialmente contra uma criança.

Discurso de ódio acende alerta sobre ambiente digital

O episódio agitou o debate, questionando os limites do discurso nas redes sociais além da responsabilidade civil e criminal por mensagens incitando violência, até em tom irônico. Especialistas notam que, sem importar se o autor comentava aposentado, o conteúdo possui o risco de ser investigado, por apologia à violência e ameaça à vida de um menor.

A ressonância do caso revela um ambiente digital que está cada vez mais agressivo; personalidades públicas e ate seus filhos viram alvos de falas radicais de forma cada vez mais frequente e sem filtro. A UFRJ, ao se distanciar formalmente da declaração enquanto reitera seus princípios democráticos e humanitários, procura mitigar danos à instituição e, valorizar a ética no debate.

Dona Ruth nega acusações sobre seguro de Marília e afirma ser alvo de difamação

A mãe da Marília Mendonça, Ruth Moreira, virou o centro das atenções novamente depois da publicação de uma reportagem do jornalista Ricardo Feltrin. A matéria fala sobre a divisão do seguro do acidente aéreo trágico que levou a vida da cantora e mais quatro pessoas em novembro de 2021. A notícia causou uma comoção intensa nas mídias sociais e conseguiu o apoio dos familiares das outras vítimas. Conforme apurações feitas pelo jornalista, Ruth teria buscado negociar com a seguradora, visando obter metade do montante segurado, algo em torno de US$ 500 mil. Ela usou como argumento a importância de sua filha entre os passageiros do avião.

Em resposta, o advogado de Dona Ruth, Robson Cunha, refutou todas as acusações, chamou o conteúdo de “falso” e garantiu que os valores foram totalmente destinados ao filho da cantora, Léo, que é fruto do relacionamento dela com o cantor Murilo Huff. Segundo ele, a quantia permanece sob titularidade bancária do menino desde o acidente.

O episódio reacende os embates públicos que se intensificaram nos últimos dias em meio à exposição midiática envolvendo a guarda do filho de Marília e disputas paralelas sobre o espólio da artista. A nova denúncia amplia o desgaste em torno da figura de Dona Ruth, cuja atuação na preservação da memória da filha já havia sido elogiada por fãs e artistas, mas agora passou a ser questionada em parte da opinião pública.

Valor do seguro ainda levanta dúvidas sobre divisão entre vítimas

A apólice do seguro do avião previa um pagamento de US$ 1 milhão, sendo US$ 200 mil para cada uma das cinco vítimas: Marília Mendonça, seu tio e assessor Abicieli Silveira, o produtor Henrique Bahia, o piloto Geraldo Medeiros e o copiloto Tarciso Viana. De acordo com Feltrin, Ruth teria solicitado a parte de Marília mais metade do valor dos demais passageiros, incluindo o próprio tio, argumentando que a artista era o “nome de maior valor” entre os tripulantes.


Acidente aéreo que vitimou a cantora e mais quatro pessoas (Foto: Reprodução/Polícia Militar do Estado de Minas Gerais)

Ainda segundo o jornalista, Dona Ruth teria convocado familiares das outras vítimas para comunicar sua decisão e sinalizou que resolveria a questão judicialmente caso houvesse discordância. A revelação provocou uma forte reação pública, reacendendo as discussões sobre os bastidores do acidente e também sobre a gestão do espólio de Marília Mendonça.

A falta de detalhes oficiais sobre os trâmites da seguradora e o sigilo que envolve os acordos judiciais teriam dificultado a verificação independente das alegações. Até o momento, os familiares das demais vítimas não divulgaram documentos que comprovem a versão apresentada, mas o posicionamento público do pai de Henrique Bahia , que celebrou a apuração, indica um possível desdobramento coletivo sobre o tema.

Defesa de Dona Ruth fala em campanha difamatória e pressões do caso de guarda

Robson Cunha, advogado que representa Ruth Moreira, disse ao portal Hugo Gloss que o seguro foi “integralmente transferido” para a conta bancária de Léo, único herdeiro direto da cantora. Ele destacou que o acordo foi aprovado judicialmente com a concordância de todos os herdeiros das vítimas e que não houve nenhum desvio ou retenção irregular dos valores.




Murilo Huff e Ruth, ao lado de Léo (Foto: Reprodução/Instagram/@donaruthoficial)

Cunha também acusou os autores das denúncias de tentarem desgastar a imagem de sua cliente por interesses relacionados à disputa judicial pela guarda do neto. “Há uma campanha para prejudicar Dona Ruth com o claro objetivo de influenciar negativamente a opinião pública. Isso é desrespeitoso e revela o verdadeiro foco de quem espalha essas inverdades”, afirmou.

A defesa ainda destacou que o momento da denúncia não é aleatório, já que surge em paralelo à retomada da atenção pública sobre o processo de guarda. Para o advogado, parece haver uma tentativa clara de distorcer a narrativa para minar a posição de Ruth tanto na Justiça quanto na percepção pública, onde ela ainda é amplamente vista como a figura que cuida e protege Léo desde a trágica perda da filha.

Caso do seguro é exposto em meio à disputa judicial com Murilo Huff

Uma nova onda de polêmicas surge ao mesmo tempo em que acontece a disputa judicial entre Dona Ruth e o cantor Murilo Huff, que está buscando a guarda unilateral de Léo. O pedido ganhou força depois que o cantor alegou que o bem-estar do menino estaria sendo comprometido sob os cuidados da avó.



Murilo Huff e o filho Léo, fruto da relação com a cantora (Foto: Reprodução/Instagram/@murilohuff)

No processo que está rolando na 2ª Vara de Família de Goiânia, a defesa da Dona Ruth está contestando a decisão provisória que deu a guarda ao pai. Eles insistem que a decisão veio sem uma análise apropriada das provas, e vai contra a opinião do Ministério Público. A defesa também vê o processo como uma “exibição na mídia” e acusa o Huff de usar o caso pra se promover.

Especialistas em direito de família afirmam que apesar da guarda provisória ter um respaldo legal, as decisões podem ser revistas caso encontrem provas concretas que demonstrem a estabilidade e a capacidade da pessoa contestada, que neste caso é a avó materna. O histórico de convivência e a rotina de cuidados com a criança devem ser determinantes para o julgamento final.

Tragédia, herança e exposição pública

A queda do avião aconteceu em 5 de novembro de 2021, na cidade de Piedade de Caratinga (MG), quando Marília se dirigia para um show. Desde então, a mãe da cantora tem se tornado uma figura chave na preservação da memória da cantora, assim como tem enfrentado críticas e investigações constantes sobre como tem administrado o legado da filha. As recentes acusações sobre o seguro reacendem a tensão pública em torno da família Mendonça e colocam novamente o pequeno Léo no centro de uma disputa que extrapola o ambiente jurídico.

Ao mesmo tempo, o debate sobre até onde vai a exposição de casos familiares que envolvem crianças em espaços públicos e nas redes sociais só aumenta. O caso de Marília Mendonça não é apenas uma tragédia pessoal, mas também um reflexo de um conflito entre justiça, reputação e a responsabilidade que a sociedade brasileira atribui a essas situações.

Miley Cyrus entra para a Calçada da Fama e consolida sua era mais madura no pop

A cantora Miley Cyrus será homenageada com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 2026. O anúncio foi feito pela “Hollywood Chamber of Commerce”, que reconheceu a artista como uma das figuras mais impactantes da música atual e também do entretenimento das últimas duas décadas. A estrela será instalada em Los Angeles ao lado de outros grandes nomes da indústria, como o ator Timothée Chalamet, a atriz Demi Moore, o cantor Josh Groban e o grupo músical Bone Thugs-N-Harmony, que também foram selecionados para receber o tributo durante os próximos anos.

A escolha é reflexo de uma consolidada e grande carreira marcada por transformação constante, domínio artístico e uma sólida presença cultural. Aos 32 anos, Miley se torna uma das representantes mais jovens de sua geração a conquistar esse feito — e apenas a segunda artista da era Disney dos anos 2000 a ser homenageada, após os Jonas Brothers.

Carreira consolidada em reinvenções e autenticidade

Desde que teve sua estreia como a protagonista da série Hannah Montana (Disney) em 2006, Miley construiu uma carreira que ultrapassou os limites da televisão infantil e também do pop adolescente. Sua discografia conta atualmente com nove álbuns, três prêmios VMA, três Grammys, incluindo um por “Flowers”, em 2024 — e um repertório que mescla pop, rock, country e elementos alternativos.



Miley recebendo seu Grammy pela música "Flowers" em 2024 (Foto: Reprodução/Kevin Mazur/Grammy Awards)

Ao longo dos anos, Cyrus desafiou rótulos e expectativas, quebrando paradigmas de imagem e som. As suas fases mais controversas, como no álbum Bangerz (2013), foram sucedidas por momentos de grande introspecção e maturidade, como o aclamado “Plastic Hearts” (2020) e o recém-lançado “Something Beautiful”, que reflete a sua fase mais autoral.

O reconhecimento em Hollywood não é apenas um resultado de uma trajetória de sucesso, mas também reflete a jornada de uma artista que mesmo sob o olhar crítico do público desde a sua infância, conseguiu reinventar sua identidade por diversas vezes e mesmo assim se manter relevante, sempre preservando sua liberdade criativa.

Símbolo importante com toque de memória afetiva

Para ela, essa homenagem carrega um significado simbólico muito especial, além de seu significado propriamente dito. Em entrevistas recentes, ela chegou a recordar diversos momentos de sua infância em Los Angeles, quando passeava pela Hollywood Boulevard ao lado do pai, o cantor Billy Ray Cyrus, sem imaginar que um dia seu nome também estaria eternizado ali.


Lyric vídeo oficial da música "Walk of Fame" (Vídeo: Reprodução/YouTube/Miley Cyrus)

Essa memória é resgatada no disco “Something Beautiful”, onde a faixa “Walk of Fame” celebra o simbolismo da calçada e serve como pano de fundo para o videoclipe e o filme homônimo lançado este ano. As gravações do clipe, feitas na própria Hollywood Boulevard, chegaram a levá-la à UTI devido a uma infecção no joelho, episódio que a cantora narrou com bom humor, reforçando o quanto sua relação com aquele espaço é literal, emocional e artística.

O filme e o álbum têm forte carga conceitual e acompanham uma narrativa de transição: Miley assume, publicamente, estar vivendo uma nova era, menos apegada às demandas do mainstream e mais focada em processos criativos que respeitem sua individualidade e tempo.

Reconhecimento em meio a uma nova fase da carreira

Ao comentar sobre o seu futuro, Cyrus afirmou que “Something Beautiful” pode ser seu último trabalho dentro dos moldes convencionais da indústria. “Acho que meu apego ao sucesso mainstream está diminuindo”, revelou ao “The New York Times”, sinalizando que pretende se dedicar a projetos mais pontuais, que são menos regidos por metas comerciais.


Novo álbum "Something Beautiful" (Áudio: Reprodução/Spotify/Miley Cyrus)

Nesse momento, a homenagem vai mais além do que um marco importante de sua carreira artística, nesse momento também vem para representar o final de um ciclo da carreira de Miley. É uma consagração que chega em um momento em que ela se permite refletir sobre seus caminhos, longe das pressões externas, enquanto celebra suas grandes conquistas e relevância.

Ao lado dos grandes nomes do entretenimento

Além de Miley, nomes como Emily Blunt, Marion Cotillard, Rachel McAdams, Gordon Ramsay, Shaquille O’Neal e Angélique Kidjo também serão homenageados com estrelas nos próximos dois anos. A seleção, que abrange categorias como cinema, música, TV, teatro e esportes, leva em conta impacto na indústria, contribuição cultural e envolvimento comunitário.

Desde 1960, mais de 2.700 estrelas já foram instaladas nos 18 quarteirões da “Hollywood Walk of Fame”, que recebe cerca de 10 milhões de visitantes por ano. Para receber a honraria, os selecionados devem confirmar a cerimônia no prazo de dois anos — evento que costuma reunir fãs, imprensa e figuras históricas da carreira do homenageado.

Denzel Washington pode voltar em sequência de Maré Vermelha

Quase três décadas após seu lançamento, Maré Vermelha (1995) pode ganhar uma continuação oficial — e com a possível volta de Denzel Washington no papel do oficial Ron Hunter. A confirmação veio de Jerry Bruckheimer, produtor do longa original, durante uma entrevista ao programa “The Rich Eisen Show”. Segundo ele, o projeto já está em fase de desenvolvimento, com um diretor-roteirista trabalhando no novo enredo em colaboração com a Marinha dos Estados Unidos, para assegurar autenticidade técnica e militar ao filme.

“Temos o Denzel. Se lhe dermos um bom roteiro, acho que ele aceitaria”, afirmou Bruckheimer, ao ser questionado sobre o envolvimento do ator. A fala reacende o interesse por uma sequência que deve resgatar a tensão geopolítica, os dilemas morais e os conflitos internos que marcaram o longa original — um thriller militar que conquistou público e crítica ao tratar do uso de poder bélico sob pressão.

Tensão nuclear e dilemas morais: a base do primeiro filme

Lançado em 1995 com direção de Tony Scott, Maré Vermelha se passa em um cenário de crise global envolvendo a Rússia pós-soviética. A bordo do submarino nuclear USS Alabama, o veterano comandante Frank Ramsey (Gene Hackman) entra em confronto direto com seu novo imediato, o jovem e idealista oficial Ron Hunter (Denzel Washington). O motivo seria uma mensagem de forma incompleta recebida em meio a uma possível ordem de ataque nuclear contra rebeldes russos.

Enquanto Ramsey defende uma ação imediata baseada em um protocolo militar, Hunter insiste em esperar pela confirmação da ordem, por precaução e também responsabilidade ética. O conflito entre os dois revela tensões mais profundas: autoridade versus consciência, obediência versus julgamento moral, guerra versus diplomacia. É importante destacar que a ação do filme ocorre quase inteiramente dentro do submarino, ampliando a claustrofobia e a urgência e transformando o enredo em uma batalha de psicologia e estratégia.


Trailer legendado de Maré Vermelha - 1995 (Vídeo: Reprodução/YouTube/SóTrailers)

O longa arrecadou mais de 150 milhões de dólares na época de lançamento e se tornou um dos títulos mais celebrados da década dentro do gênero de suspense militar. Com atuações intensas e uma direção precisa, é considerado um dos marcos do cinema político de ação.

Conflitos nos bastidores e a saída de Tarantino

Embora o roteiro tenha sido oficialmente assinado por Richard P. Henrick e Michael Schiffer, a contribuição de Quentin Tarantino foi essencial para os diálogos e também para o tom dramático central do filme, ele foi chamado para que reescrevesse algumas das falas e inserir assim suas já características camadas de grande tensão verbal. Sendo convidado por Tony Scott após o sucesso do filme “Amor à Queima-Roupa”. No entanto, a sua participação gerou polêmica.


 

Quentin Tarantino em 2025 (Foto: Reprodução/Andreas Rentz/Rolling Stone)

De acordo com relatos da época, Denzel teria ficado bastante incomodado com alguns diálogos que achou ofensivos e racialmente insensíveis. Essa tensão nos bastidores levou o ator a confrontar o roteirista de forma pública, o que resultou na retirada do nome de Tarantino dos créditos do filme.

Anos depois, Washington chegou a falar sobre o episódio em entrevista à GQ, revelando que procurou o cineasta para encerrar o mal-estar. “Eu superei essa briga. Eu o procurei há dez anos. Disse a ele: ‘Olha, eu peço desculpas. Você vai andar por aí com isso pelo resto da sua vida?’ Ele pareceu aliviado”, contou.

Nova trama promete diálogo com o cenário geopolítico atual

Com o novo roteiro ainda em fase de desenvolvimento, o produtor aposta em uma história que respeite o legado do original, mas que também dialogue com os conflitos contemporâneos. A colaboração direta com o órgão da Marinha dos EUA sugere que o foco em autenticidade será mantido na sequência, e há expectativa de que a continuação explore as novas tensões globais envolvendo, por exemplo, a inteligência artificial militar, ameaças híbridas ou o atual reposicionamento estratégico da OTAN.



Pôster oficial do filme em seu lançamento (Foto: Reprodução/Adoro Cinema)

A participação de Washington, caso confirmada, também sinaliza um desejo de continuidade narrativa, conectando o novo filme ao legado do clássico personagem Ron Hunter. Mesmo que a trama não seja uma sequência direta, o retorno do ator agregaria um peso dramático e atrairia um público que acompanhou sua carreira desde os anos 1990.

Revisitar um clássico em tempos de reboots e legados

A produção de Maré Vermelha 2 se insere em uma tendência cada vez mais frequente em Hollywood: a de revisitar histórias marcantes sob uma nova e atual perspectiva. O sucesso de relançamentos como “Top Gun: Maverick” e “Gladiador 2” reforçam o apelo nostálgico, mas também exigem atualizações temáticas que façam sentido para o público de hoje.

Para Denzel Washington, que recentemente retornou a franquias como “O Protetor”, reviver o oficial Hunter seria mais do que uma reprise, seria uma oportunidade de expandir um personagem central em um novo contexto. E, para Jerry Bruckheimer, o desafio está justamente em equilibrar fidelidade à essência do original mas também com inovação narrativa e técnica.

Altas expectativas e grande responsabilidade criativa

Ainda sem um título oficial, data de estreia ou elenco completo confirmados, Maré Vermelha 2 já surge como uma das produções mais aguardadas entre os entusiastas do cinema militar e dos thrillers psicológicos. A combinação de tensão geopolítica, dilemas éticos e atmosfera de confinamento continua atual e pode ganhar novo fôlego se conduzida com a mesma precisão dramática do original.

Se o roteiro conseguir entregar um conflito à altura e Washington retornar ao comando, Maré Vermelha 2 tem tudo para ser mais do que uma sequência: pode se tornar um capítulo relevante na trajetória de um dos gêneros mais exigentes do cinema.

Chanel aposta em brilho natural com nova linha de skincare e maquiagem

A Chanel acabou de revelar a sua mais nova aposta no universo da beleza: Éclat Premier, uma linha que une cuidados com a pele e maquiagem em um ritual completo de restauração, uniformidade e também radiância. Com fórmulas sofisticadas enriquecidas com o extrato da flor premier — o ylang-ylang cultivado pela maison em Madagascar — e a niacinamida pura, a coleção nasceu de mais de 30 anos de pesquisas científicas sobre um desejo universal entre as mulheres: conquistar uma pele visivelmente luminosa, saudável e principalmente uniforme.

A proposta da Éclat Premier é bem clara desde o início: trazer de volta a luminosidade natural da pele, lutando contra sinais de opacidade, manchas e a perda de viço, tudo isso sem abrir mão da leveza que é a marca registrada das criações da maison.

Propósito com embasamento cientifico

Portanto, a linha em questão é uma das criações do resultado da abordagem científica rigorosa, da Chanel, tornando-a uma líder de inovação no mercado global de luxury skincare. Éclat Premier foi desenvolvido apoiando-se nas inovações de ponta em tecnologias. A Chanel colaborou com uma start-up francesa de bioengenharia que permite criar um modelo de pele em bioimpressão 3D. O desenvolvimento dessa inovação possibilitou testar a fórmula de maneira inovadora, incluindo a eficácia de prevenção e correção de manchas escuras — um dos maiores desafios diários relacionados ao cuidado da pele.



La Base e La Base Légère de Éclat Premier (Foto: Reprodução/Chanel)

A vice-presidente internacional de inovação da Chanel, Nathalie Volpe, compartilhou a essência da filosofia da Maison sobre a radiância: “É um brilho que surge da luz, mas também do equilíbrio entre a pele, a ciência e a sensorialidade. É essa combinação que transforma o cuidado diário em um verdadeiro gesto de luxo.”

Esse enfoque técnico é complementado por um forte compromisso com o meio ambiente: a flor premier, o ingrediente essencial da fórmula, é cultivada de maneira sustentável e colhida manualmente no laboratório ao ar livre da Chanel em Madagascar, respeitando a biodiversidade e as comunidades locais.

Um novo ritual com DNA Chanel

A Éclat Premier foi desenvolvida a partir de um sistema de inovação baseado no profundo conhecimento da pele e também dos diferentes estilos de vida ao redor do mundo. Cada ingrediente é estudado sob os mais altos critérios de eficácia e desempenho funcional, com testes conduzidos em diversos países e climas. Essa abordagem permite que os produtos da linha respondam às necessidades específicas de cada tipo de pele, respeitando a diversidade de tons, texturas e ritmos biológicos de seus clientes.

O diretor de pesquisa e desempenho da Chanel, Youcef Ben Khalifa, ressaltou que criar um cosmético de alto desempenho pode levar até mais de uma década. Segundo ele, a maison considera o tempo um verdadeiro ativo de luxo. “Cada fórmula é projetada para funcionar com precisão, sem atalhos, e sempre em sintonia com as transformações do mundo e da pele.”

A criação da linha também foi norteada por princípios de ecodesign e sensorialidade refinada. O objetivo era que cada fase do ritual não só trouxesse resultados visíveis para a pele, mas também proporcionasse uma experiência emocional completa.

Pele radiante, resultado atemporal

Composto por itens que vão desde a limpeza até ao preparo da maquiagem, o ritual Éclat Premier propõe um cuidado quase holístico. A “Bright Milky Essence”, com textura leitosa que se transforma em uma essência aquosa fresca, é considerada o coração da coleção e atua como agente preventivo contra as manchas. A espuma de limpeza “La Mousse” purifica a pele profundamente, enquanto as bases “La Base” e “La Base Légère” promovem uniformidade e o realce da luminosidade natural, unindo a performance de skincare à leveza da maquiagem.


Todos os produtos da nova linha de skincare de luxo Éclat Premier por Chanel (Foto: Reprodução/Chanel)

Cada fórmula foi pensada para manter a integridade da barreira cutânea, favorecendo uma aparência revitalizada e sem excessos. É a essência da filosofia de Gabrielle Chanel quando se trata de beleza: menos é mais, desde que cada detalhe mostre a excelência.

Luxo revelador, mas não transformador

O lançamento da Éclat Premier reafirma a identidade da Chanel como uma marca que se mantém firme, mesmo diante das tendências passageiras. Seus produtos não seguem tendências; eles as transcendem. O verdadeiro luxo está no rigor do processo e na coerência entre ciência, natureza e beleza.

Armelle Souraud, diretora de comunicação científica da marca, resume o conceito por trás da linha: “A beleza de luxo vai além do resultado na pele. É sobre excelência em cada etapa — da pesquisa à experiência sensorial. A Éclat Premier revela a luminosidade interior, aquela que não precisa ser criada, apenas despertada.”

Disponível no site oficial da Chanel e em boutiques selecionadas com valores a partir de R$ 590, a coleção promete se tornar um novo ícone entre os rituais de beleza de alta performance.

Dior aposta nas bolsas masculinas sob olhar de Jonathan Anderson

Para coroar sua estreia no comando da linha Dior Homme, o estilista irlandês Jonathan Anderson entregou muito mais do que uma coleção: apresentou um manifesto visual que resgata os códigos da maison para o século XXI, sempre de forma sofisticada e ousada. A coleção masculina primavera-verão 2026, desfilada nos jardins circundantes aos “Les Invalides”, em Paris, caracterizou-se pela formalidade contemporânea, reverência ao legado do fundador e, acima de tudo, pela ascensão das bolsas como um aspecto central campo de montagem.

Com volumes, texturas e funções totalmente novos para os trajes reaproveitados dos arquivos da década de 1940, as bolsas eram sem dúvida as estrelas da produção. Elas não apenas marcavam o ritmo visual da coleção, mas também simbolizavam o anúncio de uma nova era, na qual os acessórios do homem deixam de ser meros acessórios e se tornam os verdadeiros protagonistas. Tiracolos cruzados ao peito, grandes e imponentes totes, sem mencionar as reinvenções chiques da bolsa modelo carteiro, esses acessórios constituíram os princípios fundamentais da linguagem de Anderson na Dior.

A bolsa como protagonista da vez

Funcionais, sofisticadas e adaptáveis a diferentes formas de uso, as bolsas que foram desfiladas na nova coleção de Anderson trazem agora uma abordagem híbrida que flerta com o universo genderless. A passarela foi tomada por modelos usados de maneira estratégica: cruzados sobre o tórax, pendurados nas costas ou apoiados sobre um dos ombros, em gestos que sugerem não apenas estilo, mas também movimento e praticidade.



Assim, a cartela de cores neutras, passando pelos tons de cinza, off-white ou preto, reforçou a versatilidade das peças. Ao mesmo tempo, o design que harmoniza estrutura e maleabilidade garante o impacto sem comprometer a usabilidade. Alças largas, fechos discretos e materiais de alta qualidade garantem, enfim, que as bolsas possam ser vistas como parte de um novo paradigma de luxo, no qual a forma e a função se encontram em proporções precisas.

A releitura literária da Book Tote

Entre os acessórios mais incríveis, entretanto, a nova versão da Dior Book Tote é incidental. Idealizada por Maria Grazia Chiuri em 2018 – um marco de seu design – recebeu uma reinicialização subversiva sob a direção de Anderson. Dessa vez, a peça clássica é revolucionada com as lombadas de clássicos como Drácula, A Sangue Frio, Bonjour Tristesse e Ligações Perigosas.



O efeito visual é imediato: trata-se de um acessório que não apenas carrega objetos, mas também carrega um significado. Robustas, em cores clássicas e proporções oversized, as novas totes sugerem uma pessoa ou um homem que viaja pelo mundo com estilo, repertório e intencionalidade. Ao trazer ícones literários para o universo estético da maison, Anderson insinua uma nova concepção de intelectualidade na moda que reúne desejo, cultura e identidade.

A estética do movimento

Mais do que a funcionalidade, as bolsas projetadas por Anderson revelam uma busca por fluidez. A forma como elas são usadas, com naturalidade, adaptadas aos gestos de cada modelo, aponta para uma moda que respeita o movimento do corpo e também abraça a multiplicidade de comportamentos. A ausência de rigidez reforça a abordagem contemporânea da Dior, agora comandada por um diretor que se mostrou sensível ao cruzamento entre tradição e liberdade.



Enquanto o traje revisitava peças icônicas como a barra, a alfaiataria eduardiana ou o short delft, os acessórios ancoravam o discurso visual, sem mais precisos. A bolsa masculina deixa de ser um tabu ou nicho e torna-se o centro da esfera masculina, manuseada, elegante e universal.

Entre passado e futuro

A escolha por tratar a bolsa como uma peça-chave da coleção também funciona como ponto de partida simbólico da nova fase da Dior. Jonathan Anderson, que já é reconhecido por sua abordagem artesanal e também por ressignificar os códigos clássicos na “Loewe”, traz agora à maison francesa um olhar que alia o savoir-faire tradicional à experimentação conceitual.


Desfile Dior Homme | Spring Summer 2026 (Vídeo: Reprodução/YouTube/FF Chanel)

Assim, ao recriar a Book Tote com títulos de obras literárias, o estilista carimba um ato de memória — trazendo de volta o logotipo tradicional da marca — e projeta um futuro em que a moda dos homens adota cultura, propósito e estilo de vida incorporados mais naturalmente.

Com isso, as bolsas ganham uma narrativa própria dentro da coleção, aproximando-se da arte e da autobiografia, ao mesmo tempo, em que mantêm sua função primordial: carregar o mundo de quem as usa.

Uma nova era na Dior Homme

A estreia de Anderson teve todos os ingredientes de um momento marcante: cenário simbólico, primeira fila estrelada — com nomes como Rihanna, Robert Pattinson e Daniel Craig —, estética apurada e peças com potencial de virar objeto de desejo. Mas, acima de tudo, deixou claro que o estilista norte-irlandês não pretende apenas dar continuidade à herança da Dior: ele quer ressignificá-la.

A Dior Book Tote literária, ao lado dos tiracolos arquitetônicas, não são apenas acessórios. São declarações. Em uma coleção que funde tradição e renovação, as bolsas surgem como emblemas de um tempo que pede leveza, inteligência e expressão — não apenas nos trajes, mas também nos detalhes.