Sobre Natiley Ribeiro

Jornalista na editoria de Saúde e Bem Estar no site Lorena R7.

OMS pede ação “urgente e coordenada” contra a varíola dos macacos

Os casos de varíola dos macacos na Europa triplicaram nas últimas duas semanas, causando certa preocupação nas autoridades sanitárias. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (1º) a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu uma ação “urgente e coordenada” na região para conter a propagação do vírus.

O porta-voz da organização e Diretor Regional da instituição na Europa, Dr. Hans Henri P. Klug, afirmou que “a região europeia da OMS representa quase 90% de todos os casos confirmados globalmente em laboratório e reportados desde meados de maio, a ação urgente e coordenada é imperativa se quisermos mudar o rumo na corrida contra a propagação da doença”. Até o momento mais de 5 mil casos da doença foram registrados ao redor do mundo.

Ainda segundo o comunicado, 99% dos infectados na Europa são pessoas do sexo masculino com idades que variam entre 21 e 40 anos. Apesar de mulheres e crianças também serem parte dos infectados, a maioria dos casos registrados são de homens que fazem sexo com outros homens. Infecções entre membros de uma mesma família, heterossexuais e por contatos não sexuais também foram observadas.  Os sintomas apresentados pelos pacientes variam desde erupção cutânea, dores de cabeça, fadiga, febre, vômitos, dores musculares, calafrios e diarreia.

O Diretor Regional pediu as autoridades europeias mais vigilância e investimentos contra a doença, como o sequenciamento genético do vírus, o diagnóstico laboratorial e uma melhor comunicação entre estado e público em geral. “Hoje, estou intensificando meu apelo aos governos e à sociedade civil para que aumentem os esforços nas próximas semanas e meses para evitar que a varíola dos macacos se estabeleça em uma área geográfica ainda maior”, disse.

Com a rápida evolução da doença a “a comissão (de especialistas da OMS Europa) irá reconsiderar a sua posição (de emergência sanitária global) em breve”, destacou Klug.

Origem e vacinas


A vacina contra a varíola humana é eficaz contra a monkeypox. (Foto: Reprodução/Getty Images)


Descoberta em 1958 na Dinamarca, a varíola dos macacos ganhou esse nome por ter sido identificada pela primeira vez em pesquisas realizadas em macacos de laboratórios. A doença é endêmica em alguns países africanos, como a República Democrática do Congo, onde o primeiro caso humano foi registrado na década de 1970, e até maio deste ano infecções fora do continente africano eram consideradas raras. A taxa de mortalidade da doença é de até 10% dos casos; crianças e mulheres grávidas compõem o grupo de risco.

A vacina para a varíola humana se mostrou eficaz para a varíola dos macacos, mas outros tratamentos também foram aprovados contra a doença em 2019 e 2022, são eles a vacina MVA-BN e o tratamento com o medicamento tecovirimat.

Em junho deste ano a União Europeia fechou um acordo com a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, responsável pela fabricação do composto, para a produção de 110 mil doses da vacina contra a varíola dos macacos. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, outro país que registrou alta contaminação do vírus, informou nesta sexta-feira que o país solicitou a farmacêutica dinamarquesa mais de 2,5 milhões de doses da vacina para conter o surto da doença no território americano. Já a Alemanha, Reino Unido e outros países, iniciaram a vacinação na população considerada do grupo de risco.

Foto Destaque: Ilustração do vírus da varíola dos macacos. Reprodução: Maurizio de Angelis/Science Photo Library.

Incontinência urinária: entenda causas e tratamentos do distúrbio em mulheres

É comum que à medida que se envelhece o corpo passe por algumas modificações naturais como a perda involuntária de xixi. Apesar de também atingir homens a incontinência urinária, como o distúrbio é chamado pela comunidade médica, é mais comum em mulheres por essas já possuírem duas falhas naturais nos músculos que sustentam os órgãos pélvicos: o hiato vaginal e o hiato retal.

Segundo um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a incontinência urinária atinge pelo menos 45% das mulheres brasileiras acima dos 40 anos, enquanto que, de acordo com o Instituto da Próstata, cerca de 20% a 30% dos homens acima de 50 anos passam a desenvolver os sintomas do trato urinário inferior (LUTS, na sigla em inglês).

A perda involuntária de urina nas mulheres acontece quando os músculos de sustentação do assoalho pélvico e do trato urinário estão enfraquecidos, não podendo realizar a contração da uretra de forma adequada, o que pode ocorrer mesmo antes do período de menopausa. A incontinência urinária precoce acontece após a realização de esforço físico excessivo, parto normal/vaginal, sedentarismo, obesidade, má alimentação, tabagismo, estresse, pré-disposição genética e problemas cerebrais ou na coluna.  

Os sintomas podem se apresentar após uma tosse agressiva, espirros, realização de atividades físicas de impacto, ou mesmo após risadas, forçando as mulheres a irem ao banheiro com mais frequência. Apesar de muitas pessoas acharem o contrário, a incontinência urinária tem tratamento, dependendo do grau do prolapso (bexiga baixa ou caída), que pode variar de 1 (leve) a 4 (grave), e da idade da mulher, é o que afirma o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Giuseppe Figliuolo.

“Muitas mulheres têm vergonha de procurar um médico quando apresentam sintomas como esse. Mas, é importante dizer que, na maior parte dos casos, há tratamento para amenizar os sintomas da bexiga caída, promovendo a melhoria na qualidade de vida dessas pacientes”, destaca o cirurgião.


A fisioterapia pélvica é um dos tratamentos mais indicados para a incontinência urinária. (Foto: Reprodução/Getty Creative)


Tipos e tratamentos

Dividida em três tipos, a incontinência urinária pode ter diversas formas de tratamento, variando de fisioterapia, utilização de medicamentos, até cirurgia.

Incontinência de esforço – ocorre devido a lesões ou enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico. A perda de urina nesse tipo do distúrbio acontece, muito comumente, após tossir, espirrar, rir ou realizar exercícios.

O tratamento mais eficaz nesse caso é a realização de um procedimento cirúrgico, onde poderá ser feito a correção do prolapso ou o implante de um sling (fita de polipropileno) na uretra da paciente, que funcionará como uma espécie de barreira para a urina.

Bexiga hiperativa – também conhecida como incontinência de urgência é causada devido a contrações involuntárias da bexiga, aumentando as idas ao banheiro principalmente no período noturno.

Esse tipo de incontinência pode ser tratada através da utilização de medicamentos, que aliada a fisioterapia pélvica atuarão na reabilitação dos músculos e ligamentos que sustentam o útero, bexiga e outros órgãos que ficam a baixo do abdômen.

Incontinência mista – como o nome sugere, esse tipo de incontinência é caracterizada pela junção das duas anteriores, impossibilitando o controle da micção pelas pacientes.

Nesses casos o tratamento poderá ser uma mistura dos dois anteriores, primeiro a utilização de medicamentos e fisioterapia e em último caso a realização de cirurgia que possibilite o controle da urina.

Recomendações

O diagnóstico e tratamento da incontinência urinária deve ser realizado por um profissional especializado, por isso, em caso de apresentação de sintomas consulte seu médico. A realização de exercícios diários aliada a boa alimentação podem prevenir o desenvolvimento do distúrbio urinário, assim como melhorar a qualidade de vida das pacientes.

Foto Destaque: Mulher com sintomas de incontinência urinária. Reprodução/Blog PartMed.

Pesquisa da Fiocruz mede desigualdades sociais em saúde durante a pandemia

O Centro de Integralização de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cidacs/Fiocruz Bahia), localizado em Salvador, desenvolveu uma pesquisa que mede o nível de desigualdade social em saúde nos estados brasileiros durante a pandemia. De acordo com os dados divulgados pela instituição a maioria das cidades do Norte e Nordeste mantiveram seus níveis de desigualdade social com poucas ou nenhuma alteração desde 2020.

No período pré-pandemia 98% dos municípios do Norte do Brasil estavam com os piores índices de desigualdade social em saúde da região, no Nordeste a taxa era de 99% das cidades nordestinas. Em contrapartida as regiões Sul e Sudeste possuíam, respectivamente, apenas 7% e 35% dos municípios classificados com os piores índices.


Profissionais de saúde realizam vacinação contra a covid-19 em bairros periféricos de Brasília. (Foto: Reprodução/Breno Esaki/Agência Saúde)


Segundo os pesquisadores, dois anos após o início da pandemia de covid-19 as cidades nortistas e nordestinas permaneceram praticamente na mesma situação, tendo uma redução de aproximadamente 5% das cidades do Norte, onde apenas 69 municípios registraram alguma melhora, enquanto que no Nordeste 92% dos municípios mantiveram os níveis de desigualdades anteriores a pandemia.

Para a epidemiologista Maria Yuri, vice coordenadora do Cidacs, a desigualdade social nestas regiões reforça as dificuldades enfrentadas pela população no acesso à saúde e na qualidade dos recursos disponibilizados. Ainda de acordo com Yuri índice busca analisar como as desigualdades sociais foram agravadas pela pandemia:  “Esperamos contribuir para monitorar a pandemia, aprofundando o conhecimento sobre o impacto das desigualdades sociais em saúde na covid-19 e em outras emergências de saúde pública”.

O estudo completo, que foi realizado através do financiamento de edital internacional do Health Data Research UK, instituto inglês dedicado à coleta de dados científicos sobre saúde e lançado através da Aliança Internacional para Dados sobre Covid-19 (Icoda), será lançado oficialmente nesta quinta-feira (30) às 15 horas (Horário de Brasília).

O evento será online e terá uma mesa de abertura com representantes de organizações parceiras para a realização do projeto. Interessados poderão acompanhar o lançamento ao vivo mediante inscrição no webinar.

 

Foto Destaque: Sede da Fiocruz no bairro Manguinhos, no Rio de Janeiro. Reprodução: Fernando Frazão/Agência Brasil.

Covid-19: média móvel de mortes volta a subir no Brasil

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo consórcio de veículos de imprensa, a média móvel de mortes pela covid-19 voltou a subir no Brasil, ultrapassando a marca de 200 óbitos por dia. O índice, o maior desde o mês de março, é realizado com base nos dados dos últimos 7 dias. Nesta quarta o país chegou a registrar uma média de 226 óbitos pelo novo coronavírus, maior número registrado desde 28 de março, quando o índice chegou a marcar 236 mortes diárias. Na terça-feira o índice calculado foi de 209 mortes diárias.

O novo levantamento do consórcio, sobre a situação do coronavírus no país atualizado na noite desta quarta-feira, mostra que nas últimas 24 horas o Brasil contabilizou 294 mortes e 76.263 novos diagnósticos de coronavírus. Totalizando, 32.283.345 pessoas contraíram o vírus da covid-19 no país, destas 671.194 morreram devido a doença, desde o início da pandemia


Número de testes positivos para covid-19 é o maior desde março. (Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)


Além da média móvel de óbitos, a média de casos também voltou a crescer no país, sendo registrada nesta terça uma média de 55.549 casos, a maior desde 1º de março. Ainda de acordo com o consórcio de veículos de imprensa 15 estados brasileiros apresentam alta na curva de mortes pela covid-19, 6 estão estáveis e apenas 5 estão em queda.

Em alta: Alagoas, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Santa Catarina, Ceará, Rondônia, Paraná, Bahia, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal;

Com estabilidade: Roraima, Tocantins, Acre, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco;

Em queda: Sergipe, Pará, Mato Grosso do Sul, Amapá e Amazonas.

Consórcio de veículos de imprensa

O consórcio é uma parceria entre os maiores portais de notícia brasileiros, são eles o G1, O Globo, Extra, O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e o Uol, firmada em junho de 2020 para divulgar notícias sobre o coronavírus no país. Todos os levantamentos são feitos através dos dados divulgados diariamente pelas Secretarias de Saúde dos estados brasileiros.

 

Foto Destaque: Funcionário prepara cova em cemitério na cidade de Cajú, no Rio de Janeiro (2020). Reprodução: Saulo Angelo/Futura Press/Estadão Conteúdo.

Entenda o que são as doenças autoimunes

As doenças autoimunes são caracterizadas pela produção de anticorpos e uma resposta autoimune do sistema imunológico contra componentes do nosso próprio organismo, causando a destruição de células saudáveis e resultando em doenças como lúpus, artrite reumatoide, doença de Crohn, entre outras.

O diagnóstico das doenças autoimunes pode ser feito através da observação e avaliação de sintomas, que variam de pessoa para pessoa de acordo com a doença, realização de exames de imagens, moleculares e imunológicos.

Segundo a presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia, Nafice Costa Araújo, em entrevista ao Dr. Roberto Kalil da CNN Sinais Vitais, não existe uma causa comum ou específica para o desenvolvimento das doenças, o mais provável é que exista uma predisposição genética nos indivíduos, que associada a outros fatores (como exposição solar, tabagismo, estresse e infecções) possam desencadear reações autoimunes no nosso organismo ou agravar os sintomas de outras doenças. 

Pelo menos 8% da população mundial é ou já foi afetada por alguma das mais de 120 doenças autoimunes registradas no mundo. Desse número, aproximadamente 75% são mulheres. De acordo com a Dra. Rita Novaes, médica nutricionista, “embora toda doença autoimune seja crônica, algumas pessoas apresentam sintomas mais leves, enquanto outras têm manifestações mais fortes. Os sinais e sintomas podem ser inespecíficos, como cansaço, febre baixa, desânimo, emagrecimento e mal-estar geral, eles vão variar de acordo com o órgão alvo”.


A artrite reumatóide pode apresentar sintomas como inchaço, rigidez e dores nas articulações (Foto: Reprodução/Blog Austa Hospital)


Os tratamentos, normalmente, são feitos com uso de anti-inflamatórios, imunossupressores e corticoides que auxiliam no controle da reação do organismo, e medicamentos imunobiológicos, que modulam a imunidade do organismo através de proteínas recombinantes criadas por engenharia genética. O acompanhamento terapêutico ou multidisciplinar, com psicólogo, nutricionista e terapias alternativas, como detox quântico, também se mostraram eficazes no controle de algumas doenças.

Vitiligo, anemia hemolítica, tireoide de Hashimoto, esclerose múltipla, síndrome de Sjögren e diabetes tipo 1 são doenças também classificadas como autoimunes.

Foto Destaque: Paciente apresenta manchas na pele, sintomas da doença lúpus. Reprodução/Portal Dr. Rodrigo Oliveira.

Suprema Corte dos Estados Unidos revoga direito ao aborto no país

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu por 6 votos à 3 revogar a decisão constitucional que dava direito às mulheres realizarem aborto no país. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou a derrubada da decisão sobre o histórico caso Roe vs. Wade.

“Estou muito desapontado, porque os direitos das mulheres devem ser protegidos. E eu esperava que os Estados Unidos protegessem esses direitos”, disse Tedros à Reuters à margem de uma cúpula da Commonwealth em Ruanda.

Em março a OMS divulgou suas novas diretrizes sobre o aborto em uma tentativa de proteger a saúde de meninas e mulheres que possam passar por uma gravidez indesejada. De acordo com a organização 25 milhões de abortos inseguros são realizados por ano no mundo, resultando na morte de pelo menos 39 mil pessoas anualmente. Outras milhares são hospitalizadas devido às complicações cirúrgicas.

Roe vs. Wade

Na década de 1970 Jane Roe (pseudônimo de Norma McCorvey), mãe solteira e grávida pela terceira vez, atacou a constitucionalidade da lei do estado do Texas, nos Estados Unidos, que previa a realização de abortos como crime. O caso ganhou notoriedade quando a mais alta jurisdição do país, a Suprema Corte, assumir a questão meses após Jane Roe mover uma ação contra o promotor de Dallas, Henry Wade. O caso de um casal sem filhos que queriam se submeter a realização, legalmente, de um aborto também foram ouvidos pela Suprema Corte.

Após a reeleição do presidente Richard Nixon e depois de ouvir todas as partes envolvidas duas vezes, a Suprema Corte decidiu por sete votos a dois derrubar a lei antiaborto do Texas e garantir, constitucionalmente, o direito de as mulheres realizarem a interrupção voluntária da gravidez. A decisão estava salvaguardada pela 14º emenda da Constituição norte-americana.

“O direito ao respeito da vida privada, presente na 14ª Emenda da Constituição (…), é suficientemente amplo para ser aplicado à decisão de uma mulher de interromper, ou não, sua gravidez”, afirmou a Suprema Corte em 22 de janeiro de 1973.

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A derrubada da decisão, 49 anos depois, afeta milhares de mulheres estadunidenses além de ser considerada um retrocesso pelas organizações feministas e autoridades de diversos países. Na tarde desta sexta-feira centenas de mulheres se reuniram em frente ao prédio da Suprema Corte para protestarem contra a decisão dos juízes. Em todo o país milhares de pessoas foram as ruas para protestar; alguns protestos foram liderados por clínicas de saúde reprodutiva.

 

Foto Destaque: Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde defende direito ao aborto. Reprodução: Divulgação/OMS.

Anvisa determina o recolhimento de lotes do medicamento losartana

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou nesta quinta-feira o recolhimento e interdição de lotes do medicamento anti-hipertensivo losartana. O princípio ativo é um dos mais utilizados no Brasil por pacientes com hipertensão e insuficiência cardíaca.

A medida preventiva foi tomada, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), após a descoberta da impureza “azido” acima dos padrões de segurança determinados pela Anvisa. Segundo a agência, o azido é uma substância que pode surgir durante o processo de fabricação do insumo farmacêutico ativo e pode provocar alterações em moléculas.

Países como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos da América, Portugal, República Tcheca e Singapura também determinaram o recolhimento do medicamento.


Embalagem de losartana produzida pela farmacêutica brasileira Sanofi Medley. (Foto: Reprodução/Blog Olhar Digital)


A orientação é que as pessoas que utilizam a losartana em seus tratamentos continuem a fazer uso do medicamento. Mesmo aqueles com lotes interditados ou recolhidos não devem interromper o tratamento, devendo consultar o médico responsável em caso de dúvidas ou substituições.

“Continue tomando o seu medicamento de acordo com as orientações do seu médico. Qualquer alteração de tratamento e medicamento só deve ser feita com orientação médica. Somente troque de medicamento quando já tiver o novo lote em mãos, pois a interrupção do tratamento da hipertensão arterial e da insuficiência cardíaca pode produzir maiores malefícios, inclusive risco de morte por derrame, ataques cardíacos e piora da insuficiência cardíaca.”, remendou a agência.

Os lotes para recolhimento ou interdição podem ser consultados através dos links a seguir:

Recolhimento

Interdição

Para realizar a troca do medicamento ou solicitar outras informações os pacientes devem entrar em contato com o fabricante através do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), os números telefônicos e outros meios de contato se encontram na embalagem e bula dos produtos.

Foto Destaque: Prédio sede da Anvisa, em Brasília. Reprodução: Sérgio Lima/Poder 360.

Brasil confirma transmissão comunitária da varíola dos macacos no país

Nesta quinta-feira (23) o Brasil registrou os primeiros casos de transmissão comunitária da varíola dos macacos no país, os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Os cinco novos casos foram registrados em pessoas que não viajaram recentemente ao exterior e também não tiveram contato com nenhum viajante. Do total de casos, dois estão no estado fluminense e os outros três, que foram confirmados pelo Ministério da Saúde, estão localizados em São Paulo.

Com os casos de transmissão comunitária o Brasil soma 16 casos ao total, 10 localizados no estado de São Paulo, 4 no Rio de Janeiro e 2 no Rio Grande do Sul.   


Número de casos da monkeypox tende a subir com registro de transmissão comunitária. (Foto: Reprodução/Blog Olhar Digital)


A varíola dos macacos é uma doença transmitida pelo contato próximo com pessoas infectadas, através do fluído das lesões cutâneas, gotículas respiratórias ou materiais contaminados. Já a transmissão comunitária da doença, também chamada de transmissão direta, local ou autóctone, ocorre quando os casos são oriundos do local; nas novas ocorrências da monkeypox (nome científico da varíola dos macacos) os pacientes não foram expostos ao vírus por meio de viagem a países com casos confirmados, como aconteceu com os demais contaminados.  

Em entrevista ao portal Poder360, Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, afirmou que há transmissão comunitária no país e que “Nossa vigilância está ativa. Temos monitorando todos os casos”, referindo-se ao trabalho desenvolvido pela pasta.

A virologista Camila Malta, pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e do Instituto de Medicina Tropical relatou ao portal R7 que a transmissão local não é uma surpresa, “Já era esperado que isso fosse acontecer. Nos países onde essa doença foi detectada, acabou tendo transmissão comunitária algumas semanas depois. É uma doença contagiosa, não tanto quanto a Covid, mas ela é transmitida por fluidos, uso de toalha, roupa contaminada. Portanto, se o indivíduo mora com alguém ou divide ou compartilha utensílios ou roupas com outra pessoa, existe uma possibilidade de transmissão”.

Segundo o Ministério da Saúde todos os novos pacientes estão em isolamento e apresentam bom estado clínico; a pasta segue em articulação com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por meio da Sala de Situação e do CIEVS Nacional, para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos infectados. As recomendações para prevenção da doença seguem sendo o uso de máscaras e a higienização das mãos.

Foto Destaque: Paciente apresenta lesões na pele causadas pelo vírus monkeypox. Reprodução: Bryan W.J Mahy/CDC. 

Pfizer solicita à Anvisa dose de reforço contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos

Na última terça-feira (21) a farmacêutica Pfizer entregou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um pedido para inclusão da dose de reforço, para crianças de 5 a 11 anos, na bula da sua vacina contra a covid-19. De acordo com a solicitação a aplicação do reforço deve ser feita pelo menos cinco meses após a segunda dose.

Para a liberação do pedido a Anvisa deve analisar os dados clínicos apresentados pela empresa que confirmem o benefício de uma terceira dose na população infantil. Segundo a agência o prazo para análise é de 30 dias, a contar da formalização do pedido, e deve ser realizada pelas áreas técnicas envolvidas.

A inclusão da faixa etária no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO) ocorreu em janeiro deste ano, e não obrigava a imunização do público infantil. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o momento 13.019.768 crianças de 5 a 11 anos receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, dessas 7.926.228 receberam a segunda dose, o que totaliza, aproximadamente, apenas 38% da população de 5 a 11 anos vacinada com duas doses. Segundo a Secretaria de Saúde Indígena esse número é ainda pior entre as crianças indígenas, onde apenas 24% delas completaram o esquema vacinal com as duas doses.


Frasco da vacina Pfizer/BioNTech contra a covid-19. (Foto: Reprodução/POOL/AFP)


Nos Estados Unidos as farmacêuticas Pfizer e Moderna conseguiram aprovação da FDA, a agência reguladora ligada ao departamento de saúde estadunidense, e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para aplicação da vacina contra a covid-19 em bebês a partir de 6 meses até 5 anos. A imunização da faixa etária teve início nesta terça-feira (21) no país.

No Brasil, atualmente, a Pfizer tem autorização para aplicação da dose de reforço em crianças de até 12 anos. A decisão foi divulgada pelo Ministério da Saúde no mês de maio e recomendava a aplicação do reforço quatro meses após a segunda dose.

Foto Destaque: Criança recebe vacina contra a covid-19 na cidade de Maceió. Reprodução: Prefeitura de Maceió.

Pílulas contraceptivas masculinas apresentam bons resultados em estudo clínico

Resultados de um estudo sobre pílulas contraceptivas para homens foram divulgados durante o Encontro Anual da Sociedade Endócrina Norte-Americana (Endo 2022). O evento foi realizado entre os dias 11 e 14 de junho na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos. O ensaio clínico tem como objetivo a diminuição da testosterona nos homens e, consequentemente, a diminuição da contagem de espermatozoides. Os dois contraceptivos testados, DMAU e 11β-MNTDC, apresentaram resultados positivos e efeitos colaterais aceitáveis.

Segundo a pesquisadora Tamar Jacobsohn, líder do Programa de Desenvolvimento de Contraceptivos do Instituto Nacional Eunice Kennedy Shriver para Saúde da Criança e Desenvolvimento Humano, os resultados positivos obtidos nos ensaios podem estimular a população quanto a uma forma de controle familiar masculino no futuro. “As experiências positivas dos homens em ensaios clínicos e altas classificações de aceitabilidade para esta pílula masculina devem servir para excitar o público sobre o fato do controle de natalidade masculino estar potencialmente e amplamente disponível nas próximas décadas”, afirmou Jacobsohn em nota.


O contraceptivo diminui a produção do gameta reprodutivo masculino, diminuindo as chances de gravidez. (Foto: Reprodução/Revista Galileu) 


O estudo, que ainda deve ser publicado no Journal of the Endocrine Society (Revista da Sociedade Endócrina, em tradução livre), foi desenvolvido através do teste das drogas em 96 voluntários por um período de 28 dias. Em cada ensaio os voluntários foram escolhidos aleatoriamente para receberem o placebo (preparo neutro) ou a pílula ativa, em duas ou quatro doses, cada uma contendo 100 miligramas de compostos progestogênicos.

Após uma semana os pacientes que ingeriram a pílula ativa apresentaram níveis de testosterona abaixo da faixa normal; aqueles que tomaram quatro doses diárias do composto exibiram níveis mais baixos que aqueles que ingeriram apenas duas doses diárias. Os pacientes que tomaram o placebo continuaram com os níveis normais do hormônio. Apesar da diminuição da testosterona causar efeitos como: irritabilidade, aumento da gordura abdominal e diminuição da ereção matinal, a maioria dos voluntários mostraram-se dispostos a continuar usando os contraceptivos. A resposta positiva entre os próprios participantes do estudo sugere aos autores que os efeitos colaterais são aceitáveis para os homens.

A líder do estudo ainda explica a importância do contraceptivo para a sociedade. “O desenvolvimento de um método anticoncepcional masculino eficaz e reversível, que melhora as opções reprodutivas para homens e mulheres, terá um grande impacto na saúde pública ao diminuir a gravidez indesejada e permitirá que os homens tenham um papel cada vez mais ativo no planejamento familiar”, aponta Tamar Jacobsohn.

De acordo com os resultados divulgados no evento 75% dos homens que tomaram as pílulas com o composto ativo estariam dispostos a fazer uso do método contraceptivo no futuro.

Foto Destaque: Pílula contraceptiva masculina apresenta resultados positivos entre os voluntários. Reprodução: Tanya Joy/iStock.